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História Redenção G!P - Capítulo 3


Escrita por: camrenmercy

Capítulo 3 - Capítulo 3



Cinco horas mais tarde, a casa estava arrumada novamente. Camila estava cansada e um pouco dolorida. A cozinha tinha estado uma bagunça. Estava como se não tivesse sido limpa por uma semana com os pratos se acumulando. Apesar de não parecer ser uma cozinha muito usada, havia xícaras de café sujas, latas de cerveja, tudo espalhado. Ela limpou a geladeira também. 
Ela facilmente localizou o quarto de Lauren  e trocou e lavou seus lençóis. Fazer sua lavanderia havia lhe dado uma pausa. Ela pegou suas cuecas, bem como algumas roupas casuais. Ela nunca havia lavado cuecas antes. E ela estava um pouco chocada por descobrir que não era uma tarefa totalmente desagradável. 
Tudo o mais foi basicamente limpo. Os pisos, espelhos e seu banheiro. O banheiro não tinha sido tão ruim quanto ela esperava, exceto pelas toalhas sujas e pilhas de roupas. 
Lá pelas nove horas, Camila estava destruída. Ela tinha acordado cedo naquela manhã e passado o dia correndo em torno da cidade à procura de emprego, até a batida. E agora ela percebeu que não tinha como ir embora. Ela certamente não poderia pagar um táxi de volta para casa de seu primo e ela não sabia se Lauren esperava que ela estivesse ali amanhã de qualquer maneira. Ela absolutamente não podia fazer nada que aumentasse a ira dela. Não havia como ela pudesse arcar com uma ação judicial ou mesmo perder sua carteira de motorista. Ela quase se jogou no branco sofá, mas percebeu que suas roupas estavam um pouco sujas e escolheu a espreguiçadeira que era estofada em preto. Ela pensaria sobre o problema, enquanto descansava.
Talvez Lauren a levasse de volta para a casa de seu primo quando elachegasse em casa. 


        **** 


Todas as luzes ainda estavam acesas quando Lauren entrou em sua cobertura. Deus, ela estava feliz por estar em casa. Tanya quase a tinha tirado do sério durante a noite e mesmo o pensamento de seu corpo nu não conseguiu colocar sua libido em execução. Na verdade, isso fez exatamente o oposto. Tanya tentou de sua maldita melhor maneira para fazê-la entrar em seu apartamento quando a deixou, mas não havia como permitir ser encurralada. 
Tanya flertou e exibiu sua bunda para cada pessoa no evento de caridade desta noite e Lauren sabia que tinha feito isso tentando obter sua atenção. 
Por que ela não tinha notado o outro lado de sua personalidade antes de hoje à noite? E com a mesma rapidez percebeu que ela tinha notado, ela sabia exatamente o tipo de pessoa que Tanya era. Ela nunca tinha se importado. Tanya era uma conveniente saída sexual para ela e isso era tudo. E ultimamente, nem isso ela era. 
Tudo na cobertura estava cheiroso e impecável e mesmo com as luzes acesas, estava tudo muito tranquilo. Lauren caminhou até a cozinha e encontrou tudo em perfeita ordem. 
Olhou ao redor por um momento, um novo e suave perfume pairando no ar chamou sua atenção e golpeou a boca de seu estômago. Havia um bilhete em frente à máquina de café e ela o pegou. 


"O temporizador está ligado. O café estará pronto de manhã."


Lauren tocou o pedaço de papel por um momento, olhando a clara caligrafia feminina antes de colocar de volta ao lugar.
Ela saiu da cozinha e foi até seu quarto. Também em seu quarto, estava tudo imaculado. Mas onde diabos Camila estava? Ela tinha apenas ido embora?


Lauren voltou para a sala apenas para encontrar a bolsa dela no chão ao lado da mesa de café. Respirou fundo, a inexplicável agitação que Lauren estava sentindo um tanto atenuada pela visão. Ela estreitou os olhos e deixou o olhar vagar para o outro lado da sala, procurando por qualquer outro sinal da atividade dela. Seus olhos passaram rapidamente pela espreguiçadeira e depois voltaram novamente com a mesma rapidez. 
Ahh, lá estava ela. Lauren quase a perdeu num primeiro momento, seu pequeno corpo vestido com uma camisa preta e jeans escuros misturados com o tecido também escuro do mobiliário. Ela estava enrolada em posição fetal e sua mão 
descansava junto ao seu rosto como em uma oração. 
Ela estava dormindo. 
Lauren a rondou em silêncio e olhou para ela, cerrando seus punhos para manter-se sem tocá-la. Os cílios dela eram grandes e escuros contra a palidez de sua pele. Ela estava muito pálida. E lá estavam escuras sombras sob seus olhos, como se ela estivesse exausta. Lauren a fez trabalhar muito duro? 
Ela sabia que o serviço de limpeza era pesado, uma vez que duas outras mulheres foram enviadas para fazer o trabalho e, pela aparência das coisas, elas não realizaram o mesmo trabalho que esta jovem mulher tinha feito. 
Embora elas não tivessem discutido isso, Lauren obviamente sabia que Camila estava sem veículo e esperava ainda encontrá-la aqui esta noite. 
Lauren se agachou e levantou a mão para tocar seu rosto. Suas entranhas endureceram e ela se impôs estrito controle quando se permitiu tocá-la com apenas um dedo.


- Camila. - Ela disse seu nome suavemente, talvez muito baixo porque ela não recebeu nenhuma reação. Ela correu o dedo pela suavidade de sua maçã do rosto e tentou novamente.

- Camila. 


- Hmm. 


A libido que tinha ficado quieta durante toda a noite, não importasse o quão duro Tanya tentava provocá-la, de repente veio gritando para a vida quando Camila soltou esse sopro único de ar, levantou o braço sobre a cabeça e virou-se de costas para procurar uma posição mais confortável. 
Seus olhos desceram para os pequenos montes de seus seios, acentuados pela posição de seu braço. Camila era pequena e quase frágil, exatamente o que a deixava mais atraída, e ela estava dormindo em sua casa. As conotações eram demais para lutar contra e sua ereção se tornou dolorosa muito rapidamente. 
Seus músculos do estômago se fecharam enquanto tentava ganhar controle. Decidiu não acordá-la, mas sabendo que ela ficaria mais confortável em uma cama, Lauren se inclinou e levantou-a em seus braços. Ela a carregou para um dos quartos e, sem pensar porque, escolheu o quarto mais próximo ao dela. 
Com tanto cuidado quanto conseguiu, Lauren a colocou na cama. Forçando-se a olhar para outro lado, ela foi buscar sua bolsa e colocou-a na mesa de cabeceira ao lado dela. Lauren apagou a luz e estava prestes a fechar a porta, mas depois pensou melhor e imaginou se ela acordasse no meio da noite, não se lembrando de onde estava, então acendeu a luz no banheiro e deixou a porta entreaberta apenas o suficiente para dar-lhe alguma iluminação. 
Então se virou e saiu, recusando-se a pensar sobre a satisfação correndo em sua corrente sanguínea.


          *****


Camila dormiu a noite inteira, mas acordou com a necessidade urgente de fazer xixi. Ela se sentou na cama e deu uma olhada ao redor. O dia anterior veio à tona para ela de uma vez. 
Não perdendo tempo para pensar sobre quem a tinha levado para o quarto, porque iria ferrar com sua mente além da razão e sabendo a resposta de qualquer maneira, ela saiu da cama e foi para o banheiro. 
Quando se olhou no espelho, ela percebeu que não tinha nada. Sem escova de dente, pasta de dente, xampu, condicionador. Ela nem sequer tinha um conjunto de roupas limpas para se trocar. Tudo o que tinha era o conteúdo de 
sua bolsa. Felizmente, ela carregava o básico de maquiagem. Fazendo uma careta de desgosto, saiu do quarto com a intenção de encontrar Lauren. 
A cobertura estava vazia. O relógio digital marcava 10h30minh e ela verificou duas vezes para ter certeza de que tinha visto corretamente. Ela dormiu 13 horas e meia. Ela não tinha feito isso em anos. Ou melhor, ela não teve a oportunidade em anos. Dava um trabalho duro, tanto para ela quanto sua mãe, ganhar a vida. 
E a verdade era que o sofá de Justin era velho e irregular e ela não teve privacidade nos últimos três dias. Conseguiu dormir muito pouco, a namorada dele entrava e saía quando queria e servia-se das coisas de Camila e Justin quando eles não estavam olhando. Camila não sabia, não tinha idéia do por 
que aquela mulher estava fazendo isso. Camila começou mantendo sua mala no carro que ele tinha emprestado a ela. Uma mala de viagem que ela havia deixado no carro porque não sabia se podia ou não trazê-la com ela. 
Lauren não estava por perto, mas ela encontrou uma nota no mesmo lugar que havia deixado uma para ele na noite anterior, ao lado da máquina de café. 


"Use tudo o que você precisar. Falaremos esta noite."


Isso não soa terrivelmente ameaçador?


Ela imediatamente saiu em busca de um banheiro e um chuveiro. 


        **** 


Mais tarde naquela noite, Lauren entrou na cobertura, sentiu logo um cheiro delicioso vindo da cozinha. Ela não costumava comer no início da noite, mas o cheiro imediatamente começou a fazer seu apetite aumentar. Caminhou para a cozinha e encontrou Camila que desviou da pia para olhá-la. 
Ela sentiu seu batimento cardíaco aumentar e quando percebeu que Camila parecia ainda mais bonita do que ontem, concentrou-se nela até que a razão a atingiu. 
Camila parecia fresca e descansada, seu rosto estava maquiado e não havia medo óbvio à vista. 
A diferença era sutil, mas ao mesmo tempo fez uma mudança dramática. Camila tinha as maçãs do rosto salientes, longos cílios e lábios carnudos. 
Os cosméticos que usava reforçavam suas características e Lauren logo percebeu que ela era mais do que realmente bonita, ela era dolorosamente bela. Lauren já havia descoberto que ela era malditamente sexy. Seu pênis esteve dizendo isso a ela desde a colisão de ontem. Mas agora, à luz de um dia diferente e sem o estresse e pânico da colisão enfatizando suas feições, ela estava descobrindo uma dimensão adicional no rosto dela. 
Lauren colocou as mãos no batente da porta e inclinou-se sobre ele, tentando controlar a forte e imediata necessidade sexual que sentia cada vez que a via. 
Mesmo que a tensão nela não estivesse tão pronunciada quanto no dia anterior, Camila colocou seu cabelo atrás da orelha com dedos que tremiam até que finalmente parou a inquietação e abaixou as mãos em sua frente. Ela a estava observando, hesitantemente.
A tensão que Lauren estava sentindo agitava através de suas entranhas e deslizava até sua virilha, não permitindo que ela oferecesse a Camila um sorriso. 
Mas ela tentou aliviar a atmosfera com humor para colocá-la à vontade. 


- Querida, cheguei! - As palavras saíram monótonas e pelo passo que Camila deu para trás, ela sabia que seu esforço para acalmá-la havia fracassado. 


Camila agarrou o balcão com as mãos tão tensas que tinha branco os nós dos dedos e sua boca se curvou para cima em uma tentativa de um sorriso que faltava convicção.


 - Oi. 


Lauren se afastou no batente da porta e caminhou mais para perto. - Algo cheira bem. Você realmente sabe cozinhar? 


- Algumas coisas. Nem tudo. - Ela parou ao lado de Lauren e levantou a tampa da panela. Dentro havia uma carne assada e feijão verde que parecia e cheirava notavelmente apetitoso. 
O que havia em sua aparente habilidade culinária que estava enviando prazer através dela? Lauren tinha uma puta certeza de que nunca se importou se Tanya tinha sido capaz de cozinhar ou não. Na verdade, ela a irritava além da conta sempre que tentava preparar uma refeição e esperava que Lauren se sentasse a sua mesa e a cumprimentasse pelo jantar. 
Sempre tinha cheirado a um disfarce, um engano que ela esperava que induzisse uma reação nele como a que estava tendo agora, com Camila em sua cozinha. Enquanto ela olhava para a refeição que Camila preparou, a questão de onde ela havia conseguido a comida, em primeiro lugar, a deixou confusa. 


- Será que você foi às compras? 

- Não. O assado estava no congelador e encontrei uma lata de feijão na despensa. Mas isso é tudo o que havia.
- Droga. Cheira bem. Deixe-me tomar um banho rápido e vamos comer. - Lauren se virou e saiu da cozinha, de repente ansiosa para ter uma refeição caseira e saber a razão exata para ter esse sentimento. 
Depois de Lauren sair, Camila começou a pôr a mesa. 

         **** 

Lauren foi rápida, levando menos de 10 minutos, e voltou descalça, em jeans e camisa. Camila engoliu em seco e serviu a refeição enquanto sorrateiramente observava Lauren pela primeira vez em uma roupa casual. O impacto da imagem dela não foi menos intenso do que em todos os outros encontros que elas tiveram.
 Elas comeram em silêncio, quebrado apenas por seus elogios a comida um par de vezes. 
Camila estava nervosa e Lauren continuava a observá-la entre as mordidas. Não era algo com o qual ela estava acostumada e ela estava preocupada com a conversa que teriam, segundo o bilhete de Lauren mais cedo.
E a conversa veio muito cedo. 
Camila já havia limpado a cozinha enquanto cozinhava, então, a limpeza que faltava era mínima. Quando ela terminou, seguiu-a até o escritório mediante seu pedido. 
Lauren não se sentou a sua mesa, mas afundou-se em uma das duas poltronas que estavam ao redor de uma pequena mesa e indicou a ela que se sentasse na outra. – Sente-se. 
Ela o fez e colocou as mãos no colo, esperando tão calmamente como podia. 
- Tenho o orçamento do meu carro.
 - Lauren lhe deu um momento para absorver essa informação.
Camila começou a remexer-se novamente, os dedos puxando um pequeno rasgo no joelho dos seus jeans apenas para torná-lo pior. Suas roupas pareciam limpas e livres de rugas e Lauren se perguntou se ela as havia lavado e o que diabos ela tinha usado enquanto estavam lavando. Lauren empurrou o pensamento com muito esforço de sua mente. 
Desdobrou um pedaço de papel e colocou-o na mesa entre elas. Os olhos de Camila caíram, mas não o alcançaram imediatamente. Ela olhou para ele lentamente, 
como se o papel estivesse envenenado ou contaminado. - Olhe para ele, Camila. 
Lentamente, ela estendeu a mão e o pegou. Seus olhos o percorreram 
rapidamente e pousaram na figura em negrito na parte inferior da página. Seu rosto perdeu toda a cor e ela lambeu os lábios. - Eu não entendo. Isto é mais de 20.000 dólares. Isso é tanto quanto um carro novo custaria. 
- Não um Audi, querida. E o meu carro em particular custa cinco vezes mais. - Lauren tentou manter sua voz suave, algo com qual nunca tinha se importado, e por agora não tentaria analisar o porquê. 
Camila levantou a mão até a testa e empurrou contra ela enquanto ela expelia uma respiração aflita. 
- Isso é mais... mais do que eu poderia pagar. - Seus olhos estavam cheios de lágrimas prestes a cair. - Na verdade, eu estava esperando uns 1.500 dólares mais ou menos. 
- Posso conseguir outro orçamento, mas os números serão bem próximos disso, não acho que é necessário. 
- Não sei o que dizer. Vou levar uma vida inteira para pagar esse dinheiro.
Sua agitação era palpável com seus dedos empurrando e puxando o buraco no seu jeans, aumentando sua abertura. Seus olhos caíram para a pele de sua perna onde seus dedos continuaram a rasgar o material e, no seu silêncio, ela 
perguntou - Você vai me processar? 
Lauren tirou os olhos da pele da coxa dela e com esforço levou-os a seu rosto.- Eu não quero processá-la. Promover uma ação judicial contra ela não seria bom para seus planos futuros. Lauren ainda não sabia exatamente o que queria dela, exceto o óbvio, e isso era uma admissão que estava induzindo um rio de culpa a correr em suas veias, combinado com a desconfortável excitação batendo em seu sangue. Excitação e culpa, duas emoções que não se misturam bem. 
Camila olhou do buraco em seu jeans para o pedaço de papel a sua frente, mas não nos olhos de dela. Lauren sentiu a perda de ligação e isso a consternou. 
- Não quero que você me processe. - Sua voz era suave, mas Lauren podia ouvir a rouquidão em sua garganta. 
Lauren se inclinou mais para trás em sua cadeira, atravessou o tornozelo sobre o joelho e apoiou seu rosto na mão, enquanto continuava a estudá-la. O pulso de Camila batia com tanta força que ela podia sentir através de seus ouvidos. Sentia-se mais do que deprimida, sentia-se abatida, como se não tivesse poder ou controle sobre sua vida. Ela sentiu uma súbita sensação de estar totalmente a sua mercê. E na verdade ela estava. 
E em cima disso, ela não podia acreditar quão austera Lauren era. Mas ela a tinha chamado 'doçura' um par de vezes e cada vez que Lauren fazia isso um pequeno núcleo de calor deslizava através de seu sistema. Isso não batia com o que ela sabia dela e a confundia mais ainda.
Seus olhos eram verdes e seu rosto era pálido, cheio de uma emoção que estava escondida de Camila. Seu cabelo era de um preto profundo, e era cortado na altura dos ombros. 
Pelo seu nome e seus cabelos escuros de boa aparência, ela imaginou que Lauren fosse italiana, e ela teve que controlar suas emoções e forçar-se a não pensar em todos os mafiosos de filmes que já tinha visto. Lauren não parecia como se pretendesse machucá-la. Pelo menos isso era uma coisa boa. 
- Você está em Houston há menos de uma semana? - Lauren questionou. Sua voz, quando falou, foi repentina e isso fez Camila sair do feitiço no qual estava. 
- Sim, apenas alguns dias. 
- Deixou a cidade pequena para experimentar as luzes da cidade grande? - Sua voz estava baixa com um aspecto quase provocando. 
- Não exatamente. 
- Por que então? 
Lauren juntou as mãos em frente de sua boca e seu tom baixou apenas o suficiente para dizer a Camila que falava a sério. A brincadeira acabou e agora Lauren queria respostas. 
O que ela poderia dizer? Os assuntos particulares de sua família eram privados, bem como um pouco desagradáveis. Ela não queria pensar e nem falar sobre isso, muito menos com um estranho. 
- Já era tempo, eu acho. Nunca tinha vivido longe de casa, mas agora... 
- Agora o que?
- N-nada. Eu só queria encontrar um trabalho melhor, por isso vim para Houston. 
- Alguma razão especial a trouxe para cá? 
O que diabos Lauren esperava que ela dissesse? Que ela tinha uma fada madrinha em algum lugar, pronta para distribuir dinheiro quando necessário? De que 
planeta ela era exatamente? 
- Eu gosto de comer, vestir roupas, ter um teto sobre minha cabeça. - Camila olhou para algum lugar à direita de seu rosto e tentou com todas as forças não soar sarcástica. 
- Você tem um monte de dívidas? 
- Por que está me fazendo essas perguntas? 
- Estou tentando descobrir sua situação. Ver o que podemos fazer para resolver essa bagunça. 
Camila tomou uma respiração trêmula com a lembrança. - Não tenho nenhuma dívida. Não tenho nem cartões de crédito. Tenho 468 dólares na minha conta e cerca de 45 dólares na minha bolsa. Essa é a soma da minha situação financeira. 
- Bom, se você está me dizendo a verdade... Camila interrompeu. - Por que mentiria para você? 
O olhar que Lauren deu a ela fez seus batimentos cardíacos virarem uma confusão trêmula. Seus olhos estavam quentes e a voz dela afiada com uma emoção que não podia identificar, mas, no entanto, tornava o ar em torno delas repleto de tensão.
- Tente não me interromper, Camila. Isso tende a fazer-me querer calar sua boca e não tenho certeza se você gostaria do meu método. - A voz de Lauren era gutural e os músculos de seu pescoço, amarrados e atados com aço, eram um perigo discretamente ameaçador. Sua expressão era dura e perfurante e seus olhos percorreram o corpo de Camila de cima abaixo e se estabeleceram em sua boca. 
O coração de Camila disparou e as palmas das mãos ficaram úmidas. 
O pensamento sobre as repercussões de desafiá-la a deixou desamparada de uma maneira totalmente feminina. - Sim, senhora. - Ela concordou suavemente, sem um traço de sarcasmo. 
Lauren a subjugava completamente, não tanto com seu tom de voz, mas com seus olhos quentes quando percorriam o corpo dela. Seu olhar saiu dela. 
Sim, então ela não queria ser a destinatária da sua ira ou de qualquer forma de punição que Lauren tivesse insinuando, sexual ou outra, não importa o pulsar do sangue entre suas coxas. 
Os olhos de Lauren brilharam, mas continuou na mesma linha de antes. - Se você está me dizendo a verdade e não tem dívida e nenhum financiamento... - Lauren a olhou com uma pergunta em seus olhos e ela balançou suavemente sua cabeça. - ... Então não há razão para que não possamos resolver isso entre nós. 
Lauren parecia estar à espera de sua resposta, então Camila acenou com a cabeça em concordância, mesmo que ela estivesse se perguntando no que diabos estava se metendo. 
-Ok. Se não fosse pelo telefonema para a sua assistente e da crença inabalável daquela mulher  em Lauren que nunca fez mal a ela, Camila estaria correndo para a saída mais próxima.
Lauren continuou
 - Aqui está a forma como vejo para você me pagar. Você mora aqui. Cuida da minha casa. Não recebe salário, você estará trabalhando para pagar a dívida que tem comigo. - Enquanto falava, Lauren colocou outra folha de papel entre elas e quando Camila olhou para o papel, pode ver que era um tipo de contrato. A assinatura de Lauren já estava na parte inferior do papel, numa linha ao lado de um espaço em branco, onde ela, obviamente, deveria assinar também. 
- Como uma espécie de trabalhador escravo - Camila resmungou. 
Lauren ignorou seu comentário.

 - Eu vou cobrir todas as suas despesas básicas. Sua alimentação, vestuário, telefone celular. 
Camila abriu a boca para discordar, mas a expressão que Lauren usava efetivamente a silenciou. 
- Vou fazer algumas regras adicionais, conforme formos caminhando. Você irá segui-las, sem perguntas. Haverá momentos em que poderei precisar de algo mais que uma governanta e você estará de acordo com o que eu quiser. 
Os olhos de Camila se arregalaram e seu batimento cardíaco tornou-se errático e quase parou completamente. Lauren não estava se referindo a nada sexual, estava? Por mais que isso doesse, Camila sentiu a necessidade urgente de 
esclarecer. - Que... que tipo de coisas? 
- Não poderia saber, já que nada surgiu ainda. 
- Não... Você não está falando sobre algo... - Ela limpou a garganta. - Sexual? 
Os olhos de Lauren ficaram sombrios e o olhar que ela deu a Camila era insondável. 
- Você não faria isso, não é? 

Ah, merda, ah merda, merda. Por que diabos Lauren não respondeu à pergunta apenas com um rápido “não”?

Seu rosto corou em um vermelho ardente. Ela sabia que Lauren  faria, ela podia sentir.
 - Se eu lhe devo dinheiro e nós fizéssemos sexo... - Camila mordeu o lábio e balançou a cabeça
 - Não, eu não gostaria. - Camila sussurrou. 
Lauren esperou um momento prolongado antes de responder, seus olhos procurando os dela como se debatendo algo e chegando a uma decisão. 

- Acalme-se. Não estou falando sobre sexo. Tenho alguém que cuida desse aspecto da minha vida. Não prevejo necessitar de qualquer outra coisa de você além de cuidar da casa. Mas se isso acontecer, estou me referindo a outros 
tipos de tarefas domésticas. Comprar, organizar, esse tipo de coisas. Você acha que está pronta para isso? 
Camila engoliu e lambeu os lábios secos. 
- Sim, tudo bem. 
Seus olhos foram para os lábios dela e ficaram lá pelo tempo de um longo batimento cardíaco antes de Lauren voltar a falar. 
- Tudo bem. Essa parte está resolvida então. Gostei de você cozinhando o jantar para mim hoje à noite, mas não será necessário todo dia. Geralmente saio à noite. Vou deixar você saber de antemão quando estarei em casa. Tenho um serviço que entrega mantimentos conforme necessário e vamos continuar usando, embora você possa começar a fazer as encomendas. 
- Quanto tempo... quanto tempo você vai precisar de mim? 
- Quanto tempo durará o seu contrato? - Lauren qualificou. 
- Sim. 
- Um ano.
- Um ano? 
- Levaria quatro ou cinco anos pelo menos se você começasse a me pagar em parcelas. Dessa maneira é mais rápido e não preciso me preocupar sobre você fugir da cidade. - Lauren deu um olhar a ela como uma flecha atingindo seu alvo. - E Camila, nem por um segundo pense em fugir de mim. Confie em mim, eu a encontraria e você não gostaria do resultado. Você fará como eu disse, trabalhará duro e descobrirá que eu sou extremamente descontraída. 

Camila se sentou sob a fria precisão de seus olhos verdes. 

-Quando é que vou pegar o carro do meu primo de volta? - Ela perguntou suavemente. 
- Escreva o endereço pra mim e vou mandar rebocá-lo para sua casa. 
Camila ficou inquieta e em seguida disse
 - Eu tinha a esperança de tê-lo reparado. Eu preciso dirigir... 
- Você não vai dirigir sem seguro e não pode arcar com esse custo agora. Se você precisar ir a algum lugar, vou arranjar um motorista para levá-la aonde precisar ir. 
Não havia absolutamente nada em seu tom que sugeria que Lauren pudesse mudar de ideia sobre o assunto. 
- Onde é que está? - Camila perguntou. 
- O carro? Está guardado em uma garagem. 
- Quanto vai me custar? - Quando Camila perguntou, Lauren estendeu a mão e entregou-lhe uma caneta, fazendo sinal para que assinasse. Ela a aceitou, deu um suspiro trêmulo e rabiscou seu nome no contrato antes que mudasse de idéia.
Lauren  se recostou na cadeira e a expressão que passou pelo seu rosto era de uma satisfação que não parecia tentar esconder. - Estou cuidando disso, não precisa se preocupar. 
Lauren dobrou o contrato em dois e segurou-o firmemente em suas mãos. Camila  tentou manter sua mente em suas necessidades imediatas e não na expressão 
inexplicável no rosto dela e nem no aperto implacável que Lauren tinha sobre o documento que havia assinado. 

- Você tem acesso a ele? 
Seus olhos penetraram nos dela. 
- Do que você precisa? 
- Minhas roupas. - Disse Camila simplesmente. 
- Vai tê-las de manhã. 
 
            **** 
Duas semanas mais tarde, Camila tinha uma rotina estabelecida. Seus nervos ainda flutuavam sempre que Lauren  estava por perto, mas ela não estava por perto frequentemente. Lauren  raramente comia em casa, chegava do trabalho tarde da noite e olhava para ela apenas brevemente antes que se trancasse em seu escritório. 
Ela só tinha sido solicitada a cozinhar para ela duas vezes e em ambas às vezes, foi para seu quarto depois de colocar a refeição dela na mesa. Lauren foi generosamente educada com ela todo o tempo e ela tentou o seu melhor para 
retribuir. 
O quarto no qual Lauren a tinha colocado era o mesmo no qual ela dormiu a primeira noite na casa dela. Ela silenciosamente desejava o quarto mais distante do dela, mas estava com muito medo de perguntar se poderia mudar 
de quarto e não era corajosa o suficiente para fazer isso sem pedir. Exceto pela localização perto de Lauren, o quarto que ela estava usando era extremamente confortável. Era equipado com uma televisão de tela plana, uma mesa, uma 
pequena área, bem como uma suíte. 
No dia que suas roupas tinham aparecido, também havia aparecido um laptop elegante, fino e com tecnologia de ponta. Depois que terminou na cozinha, ela o viu em sua mesa do quarto, fora da caixa e pronto para usar. E teve a 
oportunidade de perguntar sobre isso a Lauren naquela mesma noite. 
- Acho que houve um engano. Há um laptop no meu quarto. 
- Você já tem um computador? - Lauren devia saber que ela não tinha. 
- Não. 
- Então, é para o seu uso. Há wi-fi nele. 
- Obrigada. E obrigada pelo telefone celular também.
Lauren acenou com a cabeça uma vez e depois olhou de volta para sua própria tela de computador, dispensando-a completamente. E foi isso! 
Lauren não se preocupou em perguntar a ela já tinha um número de telefone seu, então ela enviou uma mensagem de texto a todos os seus contatos informando-os seu novo número. 
Camila também tinha falado com sua mãe e assegurou-a de seu bem-estar. 
Ela não tinha dito a verdade completa, só que tinha conseguido um emprego temporário como arrumadeira. 
Pela conversa que teve, entendeu que sua mãe ainda vivia com o namorado. 
Um dia, ela lembrou a si mesma, sua mãe iria ver que ele não era bom. Até que esse dia chegasse, Camila  consolava-se com o pensamento de que ele era muito provavelmente apenas um trapaceiro e um perdedor, não um usuário de drogas ou um alcoólatra. Ele nunca tinha demonstrado qualquer tendência violenta. Camila  tinha esperanças que sua mãe ainda retomaria a razão e então poderia voltar para a pequena cidade que amava e ao trabalho que sabia 
que teria de volta no banco, onde trabalhou nos últimos quatro anos. 


          **** 

Apesar dela não ter experiência anterior, o trabalho estava sendo muito tranquilo. Ela quase se sentiu culpada e ocorreu-lhe que, com um toque de consciência, bater no carro de Lauren havia sido possivelmente a melhor coisa que 
ela já tinha feito. Ela estava tão acostumada a longas horas de trabalho que cuidar da casa de Lauren, até agora, estava sendo o trabalho mais fácil que ela já teve. 
Tudo bem que ela não estava ganhando dinheiro e não tinha um carro a sua disposição, mas após algumas horas fáceis limpando a casa pela manhã, passando o aspirador e arrumando tudo, o resto dos dias era dela. Até então, ela tinha gasto os dias recuperando o sono perdido, tomando longos 
banhos quentes e assistindo montes de programas na TV a cabo, algo ao qual ela nunca teve acesso antes. 
Claro, ela tinha usado o computador para pesquisar Lauren  no Google. Seu nome foi a primeira coisa ela colocou no programa de buscas. Ela descobriu tudo que esperava, principalmente informações sobre seu banco. Era uma entidade familiar, iniciada por seu avô nos primeiros dias após a 2ª Guerra Mundial. Sua sede era em Nova York, fazendo-a se perguntar por que Lauren fez sua casa em Houston. A principal acionista era Lauren que herdou a maioria das ações quando seu avô paterno morreu. 
Seu pai morreu em um acidente de avião com sua mãe, quando Lauren era criança de nove anos. Camila silenciosamente estremeceu quando leu que Lauren ficou órfã tão precocemente. Lauren parecia estar basicamente sozinha agora, embora tivesse numerosos primos, algumas tias e tios espalhados pelo mundo.
Lauren tinha 32 anos, seu primeiro nome era Michelle, mas ela não conseguiu encontrar qualquer informação sobre sua vida privada. 
Ela desistiu desse esforço quando ficou frustrada com a falta de informação e com a tristeza que as circunstâncias de sua infância lhe causaram. Ela tirou isso de sua mente e voltou a explorar. 
Ela explorou a cobertura da cabeça aos pés e encontrou uma varanda adorável e muito particular. A área foi estrategicamente projetada para bloquear qualquer vento forte e ela passou agradáveis horas ali se bronzeando, coisa para a qual ela nunca teve tempo antes. Ela esperava que Lauren  nunca a pegasse durante esses momentos de ócio, mas certamente não era esperado que ela trabalhasse 24 horas por dia, não é? Não havia como ter tanto trabalho para 
ela fazer. 
Exceto por estar nervosa ao redor dela, ela estava contente com sua vida temporária, não fosse apenas pela culpa persistente que sentia por não dever estar tendo um tempo tão tranquilo. Ela não tinha que se preocupar com nada. 
Nem contas, alimentação, nem o namorado da sua mãe tentando entrar em seu quarto no meio da noite. 
Lauren só a tinha chamado no celular que tinha dado a ela duas vezes e as duas vezes foram quando Lauren  queria comer em casa. E agora, com a inatividade deixando-a claustrofóbica, ela colocou o telefone no bolso de seus 
shorts e calçou seus tênis. Tinha passado muito tempo desde que ela teve algum exercício de verdade e certamente um edifício tão agradável como este tinha deveria ter uma academia. 
Ela pegou a chave extra da entrada na mesa e pegou o elevador para baixo. 
Nas duas semanas que ela estava vivendo ali, exceto para o terraço, essa era a primeira vez que ela saía do apartamento. 
De repente, ela estava ansiosa para ver o mundo novamente e decidiu dar um passeio rápido em vez de procurar pela academia.
Camila  sorriu para o recepcionista quando passou por ele e também para o porteiro. Ela tinha uma nota de dez dólares em seu bolso, só por segurança. 
Então, saiu andando em um ritmo acelerado. Era meio-dia e as calçadas do centro estavam cheias de todo tipo de pessoas. Ela fez uma nota mental da esquina de onde começou a andar e decidiu virar à direita e seguir por ali. 
Ela rapidamente pegou o fluxo e refluxo de tráfego, conforme as luzes mudavam e a onda de pessoas que cruzava na frente dos carros parados. Ela andou rapidamente para cima e para baixo nas ruas por cerca de meia hora antes de ficar sem fôlego. 
Ela estava quente e suada, necessitando de água ou uma coca-cola, e decidiu voltar. Havia um trem que passava apenas alguns quarteirões do prédio de Lauren  e ela decidiu que seria divertido pegá-lo. Ficou esperando só alguns 
minutos de pé na plataforma antes que o trem chegasse e ela entrasse. O trem era confortável e ela observava a vista enquanto passava por ela. 
Ela saltou quando pensou que tinha percorrido a distância correta e olhou ao redor para se orientar. Ela não viu qualquer coisa mesmo vagamente familiar e um pequeno sentimento de medo a atingiu, mas recusou-se a entrar em pânico. Tinha seu telefone se ficasse perdida e mesmo assim ainda estava no início da tarde. 
Enquanto ela vagava, imaginou que poderia chamar seu primo, mas sabia que ele não estaria em casa durante semanas. Ela não conhecia ninguém na cidade, exceto Lauren  e ainda não estava assim tão desesperada assim. 
Caminhou de cima a baixo pelo bairro, parecia estar em uma área hospitalar. 
Vagou por mais 15 minutos, tentando descobrir o que fazer. 
O trem que antes havia sido tão fácil de pegar não parecia estar próximo e ela não achava que o dinheiro que tinha seria suficiente para uma corrida de táxi até seu prédio.
Ela estava esperando em uma faixa de pedestres que a próxima onda de carros passasse, quando um elegante Audi preto parou ao lado dela. A janela abaixou silenciosamente. 

- Entre. 
Uma leve sensação de choque atingiu-lhe quando Lauren  apareceu naquele exato momento em que ela precisava dela e os comos e os porquês não ocorreram a ela imediatamente. 
Ela abriu a porta e entrou. 
- Como aconteceu de você estar aqui? - Ela perguntou. 
O sinal de trânsito mudou, Lauren  acelerou e então seus olhos brevemente deixaram a estrada e foram para ela. 
- Aperte o cinto, Camila. 
Ela fez o que Lauren disse com os dedos trêmulos e depois de alguns minutos de silêncio enquanto dirigia, ela falou novamente.

 - Como você fez para estar lá? 

Lauren não respondeu de imediato e quando o fez, foi curto.
 - Coincidência. 
Ela não explicou ainda e Camila  ficou em um silêncio desconfortável, sua mente trabalhando no problema em seu cérebro. Ela não acreditou nem por um segundo que tinha sido uma coincidência. Lauren  sabia que ela estava lá. E não 
demorou muito tempo antes dela pensar na única resposta que poderia fechar a equação de como ela poderia tê-la encontrado em uma metrópole de mais de quatro milhões de pessoas. Lauren  a estava rastreando com seu telefone celular. 
Ela esperava que Camila  reclamasse e a tensão irritada em seu rosto confirmou isso. Mas ela era inocente e não queria discutir com Lauren. Também não queria que ela soubesse que descobriu o que Lauren  estava fazendo. Ela não era 
corajosa o suficiente para falar sobre isso e se fosse munição em seu arsenal contra Lauren, então melhor ainda. 
- Obrigada por me encontrar. Eu tive cerca de três minutos de pânico.
- Por que você saiu? - Lauren  perguntou entre os dentes, que ela podia ver que estavam cerrados. 
Outra onda de apreensão tomou voo em seu estômago. 
Era melhor ficar com a verdade. Depois de tudo, ela não tinha feito nada de errado, exceto por supor que não tinha que trabalhar para ela 24 horas por dia. 
E de alguma forma ela sabia que seu horário de trabalho não foi o problema que Lauren  teve com ela saindo do edifício. Ela disse a verdade exata, tudo exceto a parte sobre saber que Lauren tinha um localizador GPS nela. 
- Eu tive algum tempo extra e precisava de algum exercício. No começo eu estava procurando uma academia no prédio, mas o dia estava tão bonito que decidi fazer uma caminhada. 
- Você andou todo o caminho até o hospital geral do distrito? 
- Não, eu andei algum tempo e então tentei pegar o trem de volta. Mas ele foi para o caminho errado, eu acho. Eu estava basicamente perdida quando você me encontrou. 
Lauren  parou o carro na garagem no subsolo do prédio e desligou o motor. A luz era fraca lá embaixo, mal iluminava a área, e estava silencioso no interior do veículo. Lauren  virou em seu assento para olhá-la, não fazendo menção de sair do 
carro. O que não a surpreendeu. Era muito cedo para ela estar em casa de qualquer maneira. Ela girou para enfrentá-la, colocando suas costas contra a porta. 
Lauren  a observou em silêncio por um momento, sua expressão mantida firmemente em linhas de desaprovação e outra coisa que ela não conseguia identificar, mas mesmo assim, ela tremeu por dentro. 
- Você sabe como a cidade pode ser perigosa? - Lauren  perguntou em uma voz que mal continha a raiva ameaçadora que ela sabia que ela estava sentindo.
Os olhos dela seguraram os de Lauren num esforço concentrado.
 
- Eu nunca estive em perigo. - Ela respondeu suavemente, seus nervos 
pulando descontroladamente. 
- Você acha que não? - Lauren perguntou suavemente, sua mão vindo por trás dela, pousando na parte de trás do seu assento, prendendo-a ainda mais perto dela e paralisando sua garganta com aperto. 
- Não. - Ela conseguiu. 
- Não teria tomado dois segundos para alguém agarrá-la e ir embora. 

 Suas palavras foram controladas, mas com uma borda de ameaça, como se desafiando-a a discordar. 
Sua respiração tornou-se instável, seu coração sacudindo a partir da chama ardente nos olhos dela. 
- Acho que você está exagerando. - Sustentou lentamente, lambendo os lábios secos. 
Os olhos de Lauren foram para a boca dela. - Você acha? 
- Sim. - Ela sussurrou. 
- Eu não acho que você saiba reconhecer quando está em perigo. - Lauren falou.

isso suavemente mas aterrou como uma bomba entre elas. Silêncio pulsava dentro dos limites do veículo quando Camila  percebeu o que ela estava dizendo. 
Seu coração batia de forma irregular e sua respiração era mais difícil quando os olhos de Lauren deixaram seus lábios e entraram em confronto com os olhos dela, recusando-se a libertá-la de seu controle.
Suas pálpebras começaram a fechar, tentando mantê-la para fora. A mão de Lauren disparou e enrolou-se em torno de seu pulso, negando-lhe um simples meio de fuga. Seu coração começou a bater violentamente no peito. 
- Lauren ... 
- Vamos fazer uma rápida experiência? 
Ela tentou de novo. 
- Lauren ... 
- Você tem alguma merda de idéia de como você é bonita? - Sua voz era de dor e uma imagem espontânea de como seria se elas fizessem amor, penetrou furtivamente através da mente de Camila. Chocada com a pergunta dela e da imagem em sua mente, Camila  gaguejou.
 - Eu... Eu não sou. 
- Sim, Camila, você é. Você precisa ter cuidado. Todo o tempo. - Seus dedos apertaram seu pulso, o polegar girando sobre seu ponto de pulsação. - Eu sinceramente agradeceria se você começasse a ter mais cuidado com meu 
investimento de 20 mil dólares. 

Parecia que havia uma pedra em sua garganta, os sentimentos dela foram feridos pela sua avaliação contundente. 

- Investimento de 20 mil dólares. - Camila repetiu categoricamente. - Isso é o que eu sou? 
- Você quer ser mais? - Lauren  revidou rapidamente, sua voz extremamente baixa, seu olhar passando sobre ela, parando em seu peito que subia e descia em agitação. 
Seu coração batia forte no peito enquanto Lauren  a observava constantemente, à espera de uma reação. Ela não podia formar uma resposta.
Seus pensamentos estavam incoerentes. Ela engoliu em seco e tentou parar o sangue que estava bombeando tão fortemente em seus ouvidos que falar parecia impossível. 
Os olhos de Lauren  se moveram para estudar os lábios dela e Camila podia sentir a tensão escorrendo de seu  corpo. 
- Diga a palavra, baby. - Lauren  
entoou lentamente, com uma voz que tanto ousou e pedia ao mesmo tempo. 
Os olhos de Camila  queimaram com sua declaração e borboletas voaram em seu estômago. Bom Deus, Lauren  estava dizendo o que ela achava que ela estava dizendo? Ou ela estava apenas imaginando? Ela não podia lidar com isso, 
ainda não, não agora. Ela puxou seu pulso, tentando livrar-se de seu controle e amenizar a intensidade girando em torno do espaço fechado. 
- Eu estava perdida, Lauren, isso é tudo. 
Seus olhos se estreitaram nela, mas finalmente Lauren  soltou seu pulso, enquanto sua expressão ficou mais tensa.
- Ainda bem que eu a encontrei então. 
Camila  soltou um suspiro, grata que o assunto tinha ido de volta para o caminho certo, longe do caminho perigoso que tinha tomado momentos antes. 
- Sim, muito obrigada. 
Suas palavras foram educadas, mas ditas de maneira dura. Ela tentou afrouxar o nó de tensão na garganta para que pudesse manter um tom de normalidade. 
- Existe uma academia no prédio? 
Uma nuvem caiu sobre seu rosto e Lauren  respondeu de forma curta. 
- Sim. 
- Você acha que estaria ok se eu a usasse de vez em quando?
Seus olhos estavam completamente distantes, brilhando como uma rocha vulcânica, enquanto Lauren  a estudava dentro dos limites do carro.
- Eu não vejo porque não. - Disse Lauren  lentamente. 
Sua resposta soou falsa, parecia como se ela não pudesse pensar em uma razão suficientemente rápida para que Camila  não pudesse usar a academia. 
Curiosa e alarmada, Camila colou um falso sorriso em seu rosto e esperava que Lauren  não pudesse ver através disso. 
- Obrigada novamente. Vou voltar ao trabalho. Você vai subir? 
- Não, estava indo para uma reunião na cidade e já estou atrasada. 
Mentirosa.
 Camila  não acreditou nela nem por um segundo; ela apostaria seu último dólar que Lauren  só deixou o banco para localizá-la. 
- Tudo bem. Vejo você mais tarde. 
Camila  alcançou a maçaneta, mas estava travada. Ainda inquieta sob seu escrutínio, ela lançou um olhar interrogativo. Lauren  segurou seu olhar e destravou a porta. Em seguida, ela saltou do carro.


Notas Finais


Desculpem qualquer erro ♥


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