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História Redingray - Inverso e Intenso


Escrita por: AnTenshii

Notas do Autor


Heey, people!! \o

Consegui voltar um pouquinho mais cedo ~aleluia E bom... acho que nem preciso falar nada sobre o cap porque o título já diz tudo -v- ~adooooro

Boa leitura! <3

Capítulo 23 - Inverso e Intenso


Fanfic / Fanfiction Redingray - Inverso e Intenso

O salão no andar superior do prédio de DongDaeMun fervia naquele fim de tarde. As mais diversas pessoas se ocupavam das cadeiras espalhadas pelas laterais do local, as quais davam visão a passarela que o dividia ao meio.

A atmosfera elegante se estendia pelo ar, contagiando a todos que aguardavam para o início da apresentação da nova coleção que as principais lojas se propuseram a criar.

Inovação era a palavra chave. O lúdico e o surreal vinham acompanhados dela num conjunto perfeito. Criação era isso: a viagem da imaginação ultrapassando limites, conceitos e o senso comum. Era juntar ideias psicodélicas num contexto que fazia sentido na complexidade de um mundo desordenado.

HyoMin e Mino se acomodaram numa das últimas fileiras de assentos para assistirem ao desfile, embora o alvo de real interesse estivesse sentado algumas fileiras a frente. Apenas precisavam de uma deixa, um pretexto para a aproximação assim que o evento terminasse.

Uma mulher de elegância irrevogável trazia a tiracolo um homem vestido de branco dos pés a cabeça. O cabelo arrepiado atribuía-lhe um aspecto jovial, escondendo muito bem os 34 anos que carregava nas costas. Aos olhos de Mino, o companheiro de sua irmã continuava exatamente do mesmo jeito do qual se lembrava.

- Ele não parece preocupado em ser pego.- HyoMin sussurrou ao pé do ouvido, discreta.

- É um lugar seguro para ele. Serins dificilmente vem a DongDaeMun.- explicou enquanto os olhos desviavam para a passarela. O desfile havia começado.

- Qual é o plano?

- Não tenho.- ele deu de ombros, passando o braço por trás do encosto da cadeira da garota. HyoMin queria estar tão relaxada quanto ele.

A mente conturbada não parava de dar voltas. Perdia-se ao analisar os próximos passos a dar em direção a MinSeok e se encontrava ao se deparar com a cena vivida horas atrás. Não fazia sentido buscar lógica na semiótica da pele e tê-lo tão perto assim a deixava ainda mais bagunçada. As bochechas coravam só de lembrar o que estavam prestes a fazer no estacionamento. Uma completa loucura.

Assistiram ao desfile até o final. E à medida que os aplausos de encerramento e agradecimentos se sucederam, a adrenalina crescia, retumbando no peito em expectativa. Era tudo ou nada, seja lá o que fosse que Mino houvesse planejado.

Os convidados começavam a se retirar pouco a pouco. Alguns ainda se continham em conversas de negócios com outros comerciantes e fornecedores, comentavam sobre quão maravilhosa era a coleção, e é claro que os olhos cresciam para cada detalhe das peças que lhes serviam de referência. O que seria tendência deveria ser estudado, para então dar vida a boa e velha concorrência de mercado.

 Uma guerra disfarçada de glamour.

A mulher acompanhada por MinSeok participava de uma dessas discussões, enquanto o rapaz se distraía com o celular alguns metros atrás, como se quisesse evitar o contato com as pessoas. De longe era possível ver o muro e o letreiro em neon que dizia “não se aproxime”, mas Mino apenas ignorou e avançou em sinal vermelho.

- Kim MinSeok?- ele questionou, como se tivesse o reconhecido casualmente no meio da multidão.

O olhar do mais velho se dirigiu ao rapaz a sua frente com curiosidade, mas logo o semblante foi dominado pela ligeira surpresa e relutância enrustida. Um sorriso torto e pouco apático curvou-lhe os cantos da boca.

- Oh, olá! Há quanto tempo não o vejo.- o cumprimentou com um aperto de mão.

- Digo o mesmo, hyung.  Que coincidência nos encontrarmos aqui, num lugar tão improvável.- Mino mostrava uma simpatia fora do comum, o que fez HyoMin torcer as feições numa careta. Não sabia se era pura falsidade ou uma das facetas que ela não conhecia.

MinSeok desviou a atenção para a garota ao lado de Mino com um sorriso e a cumprimentou de forma semelhante.

- É um prazer.- disse a ela, cordial, e voltou-se ao rapaz.- Sua namorada?

Mino assentiu com um sorriso vitorioso, ignorando o olhar dela que exigia explicações.

- Lá vamos nós de novo.- ela resmungou baixinho para que apenas ele a ouvisse. Em contrapartida, Mino envolveu a cintura alheia com um dos braços na tentativa de mantê-la calada e seguir o plano. Detalhes ficariam para mais tarde.

- E você, como tem passado? Começou no ramo têxtil?- Mino prosseguiu.

- Sim. Alguém próximo abriu uma loja e precisava de colaboradores. Com o que ganhei como investigador, consegui levar o negócio adiante.

- Mesmo? E não pretende voltar a carreira anterior?- fez-se de desentendido.

MinSeok soltou um suspiro frustrado e pesaroso. Alguma memória lhe cruzou a mente, resultando num semblante entristecido e culpado.

- Depois que sua irmã morreu, nunca mais consegui encostar em nada que remetia àqueles tempos.- explicou.- Acho que sabe como me sinto, não é?

- Não é fácil. Cada um lida com a perda de um jeito.- lamentou.

Um brilho de desconsolo cruzou o semblante de Mino, e HyoMin se perguntou se era parte da atuação. Era muito intenso. Tão profundo que a tocou assim como MinSeok.

- Estou trabalhando no caso dela desde então. É uma forma de aliviar essa culpa...

- Isso é bom, Mino.

- Não tivemos muito progresso ainda, mas acredito que a verdade será revelada.- ele continuou, induzindo o outro a proferir a resposta aguardada. Muito pelo contrário, MinSeok pareceu se retrair e tomar uma postura de defesa.

- Espero que sim. Boa sorte.- disse rapidamente. O desconforto demonstrado na forma como olhava o celular, querendo fugir de tudo e todos mais uma vez.

MinSeok carregava traumas e não eram poucos. Todo o caos causara sequelas que dificilmente poderiam ser revertidas. HyoMin se sentiu parte daquele desconsolo emocional calado pelas máscaras do dia a dia. Não eram as únicas vítimas do caos implantados por outrem, e sabe-se lá quantas mais existiam por aí.

- Hyung...- Mino o tirou do inferno aural que o cercava.- Você ainda possui os artigos de HyeJin? Será que pode nos ajudar?

- Todos os artigos, relatórios e anotações foram queimados.- revidou, ríspido de repente. MinSeok os olhava como se tivesse visto um fantasma.

- Ela possuía cópias digitais.

- E-eu não tenho.- a perturbação transcorreu suas feições e refletiram no movimento ligeiro das pernas. MinSeok caminhou em direção a saída, e Mino teve de apressar o passo para acompanhá-lo.

- Por favor, é algo que nos ajudaria muito.

- Já disse que não tenho! Me m-me deixe em paz!- vociferou, colocando as mãos de cada lado da cabeça, como se pudessem impedir os flashes de memória que insistiam em atormentá-lo.

 Mino pretendia insistir um pouco mais, contudo, HyoMin o freou com uma das mãos.

- Deixe ele. Dá pra ver que isso é algo que ainda o apavora. Não vamos forçar a barra.- ela aconselhou, cautelosa, ganhando um suspiro em troca e aquele olhar profundo.

- Agora que ele sabe que estamos atrás dele, ele vai sumir do mapa de novo. É isso o que você quer?

- Não, mas...

- Então vamos logo.- brigou, disparando atrás do rapaz fujão.

Discrição passou longe das atitudes de ambos, porém ninguém percebeu –e se o fizeram, não tiveram interesse em descobrir o que se passava. Era a última chance e não podiam deixar passar.

Mino o alcançou e tentou acalmá-lo novamente, voltando a atuação gentil e tranquila, até mesmo um pouco ingênua. MinSeok cedia ao passado mal resolvido e o punhado de falhas e sentimentos ruins que remoera por tanto tempo em relação ao caso e a morte de HyeJin. Ainda era um baque ouvir o nome dela, e foi um choque ainda maior encontrar um pedaço dela ali, seu irmão. Sangue do mesmo sangue, mesmos princípios, mesmos trejeitos e o mesmo sorriso afetuoso.

- Me dêem um tempo, por favor. Conversemos outrora, hm?- sugeriu ele, bagunçado.

 - Entre em contato se mudar de ideia. Estaremos esperando.

MinSeok assentiu e trocaram números de telefone. Uma parte sua reconheceu que era uma oportunidade de suas dívidas serem quitadas e então ficaria com a consciência menos pesada em relação ao que considerou ser o fim de seu mundo.

As peças finalmente se encaixariam.

 

- - -

 

- Você não se cansa mesmo dessa história, não é?- ela reclamou, concentrada em tirar as sandálias de salto e dar alívio aos pés que clamavam por libertação.

Assim que terminou de desatar as cordas, encolheu as pernas para cima do banco estofado e desfrutou da brisa morna que entrava pela janela do carro em movimento e brincava com os fios soltos da trança em seus cabelos.

Mino permanecia dirigindo, descontraído e satisfeito com o dia de sucesso que tiveram. MinSeok entraria em contato, ele tinha certeza. E, de quebra, ainda tinha planos para aquela noite.

- Daqui a pouco todo esse feitiço vira realidade.- continuou resmungando. Um beicinho quase imperceptível moldando-se nos lábios dela, já ausentes do batom rosado.

- Não preciso de feitiço pra fazer acontecer.- brincou, cheio de si.

Ele desviou a atenção das ruas para fitá-la e encontrou o mar castanho brilhante o mirando com indignação na escuridão do veículo. Apenas as nuances amareladas provocadas pela iluminação pública permitiam a visão um do outro, e ainda assim ele notou o leve rubor no rosto alheio.

- Como pode ter tanta certeza?- provocou.

- Você sentiu vontade de me beijar. Não sou eu quem controla seus sentimentos. Você deveria saber.

- Sem chance!- protestou de imediato.

 - Você morde o lábio e toca o queixo quando está blefando.- observou. O sorriso aumentando ainda mais quando HyoMin deixou a mão cair sobre o colo, perplexa.

- Que absurdo.

O sorriso indolente de Mino se abriu, ponderando se deveria revelar um pouco mais.

- Finge estar indignada, mas sabe que é verdade. É uma péssima mentirosa.

HyoMin bufou com irritação. Faltavam-lhe argumentos para rebater toda aquela baboseira que saía pela boca dele. Desde quando Mino a conhecia tão bem a ponto de saber até suas manias? Então todas as vezes em que o pegou a fitando não era por causa do trabalho, e sim por tentar desvendá-la.

- Por que não fez?- as palavras pularam, sem que ela pudesse contê-las.

- Não quis parecer atrevido.

HyoMin duvidou. Dentre todas as facetas de Mino, o lado atrevido e provocativo era o que mais tinha conhecimento. Só não sabia desde quando passaram a nutrir aquela atração um pelo outro. Era algo assustador, inexplicável e completamente estimulante.

- Ainda mais depois de tudo o que aconteceu.- ele completou, e HyoMin sabia ao que estava se referindo.

Nunca haviam conversado sobre SeungHyun e também não se preocuparam em falar sobre o término ou quando Mino lhe devolveu a aliança esquecida em sua casa. Naquele momento, não queriam pensar no passado e nem no que viria depois.

Poucos minutos mais tarde, Mino estacionou em frente ao apartamento da garota. Antes que HyoMin abrisse a porta, o rapaz segurou seu pulso com certa firmeza, num pedido mudo para que ficasse um pouco mais.

- Te pego as oito amanhã?- ele perguntou, mas não pareceu interessado no assunto. Os olhos variavam entre ela e o retrovisor.

- Tudo bem. Até amanhã.- concordou e abriu a porta.

Mino fez o mesmo e saltou do carro, dando a volta até que a calçada estivesse abaixo de seus pés. HyoMin o olhou, um pouco confusa, mas os olhos dele miravam algum ponto distante no final da rua. Ela seguiu a mesma direção. Não havia nada demais além de alguns poucos carros que passavam por ali.

Num gesto calmo e preciso, Mino enlaçou a cintura feminina com um dos braços, a conduzindo para mais perto de seu corpo. Pega de surpresa, HyoMin colocou a ponta do dedo nos lábios do rapaz quando este se inclinou para beijá-la.

- Acho que estou gostando de desvendar seus segredos.- disse, travessa.

- Você tem muito mais a descobrir.

Mino sorriu com as intenções da garota, tão semelhantes as suas. Ela abaixou a mão e então os lábios se encontraram num selar suave e sem pressa, como num teste. HyoMin não apresentou resistência, o que deu liberdade para ousarem um pouco mais.

O beijo foi se aprofundando aos poucos. Conhecendo-se, explorando-se. Mino levou uma das mãos à nuca dela, buscando por mais contato. HyoMin se deixou levar pelo calor alheio, pelo sabor adocicado de seus lábios e a ternura de seus toques. A mente apagou as luzes do mundo que os rodeava. Pensou nos cheiros e sabores, nos olhares vadios, na malícia e tudo se entrelaçava. A dança das línguas acompanhava as mãos soltas, curiosas. Era essência, era o pecado, era o corpo querendo corpo.

As mãos dela desciam pelo peitoral masculino numa carícia terna, causando arrepios ao outro. Desconectados da lógica, as vontades ganhavam vida.

Afastaram-se quando o ar faltou aos pulmões. Alguns selares finalizaram o beijo, embora relutantes pela distância. Os olhos se encontraram no instante seguinte, um pouco entorpecidos pela nova droga que descobriram na boca um do outro.

Mino esboçou um sorriso pequeno, afetado pela delicadeza de menina e o ímpeto voraz de mulher. Em contrapartida, HyoMin se encontrava um pouco ambígua, tentando organizar a bagunça que o rapaz lhe causara por inteiro. Soava tão errado e tão tentador ao mesmo tempo.

No fundo, ela sabia que as coisas sairiam de controle se continuasse ali, imersa na imensidão castanha do olhar dele. Conseguia enxergar o universo, todas as constelações refletidas ali e as mais bonitas estrelas.

Encantou-se pelo perigo.

- Tudo bem ficar sozinha?- a voz soou rouca, arrepiando-lhe a pele.

- Ficarei bem. Amanhã, às oito?- reforçou, tentando manter a voz com certo teor de indiferença. Mino sabia que ela estava mais afetada que ele.

O rapaz parou por um instante, pensativo. Apertou um botão para acionar o alarme do carro e travar as portas, e então indicou a entrada do prédio com o queixo.

- Vamos. Está tarde.

Alarmada com o que ele pretendia, HyoMin o acompanhou, sem se importar em estar descalça e segurando as sandálias nas mãos. A gelidez do asfalto serviu para refrescar o calor que havia se alastrado por todo o corpo.

- Onde pensa que está indo?

- Para sua casa.- revirou os olhos, como se fosse óbvio. Ele fez um gesto sutil, e o porteiro liberou sua entrada e a de HyoMin, quem quase corria atrás dele para acompanhar seus passos.

- O que? Isso é uma invasão?!- vociferou, indignada com a ousadia alheia.

Mino freou os passos num rompante e sentiu o corpo dela se chocar com suas costas. Ouviu um resmungo irritado e virou-se para encará-la, sabendo que todos os pensamentos dela se dirigiam numa única direção. Ele se sentia da mesma forma, não podia mentir, mas não era essa sua prioridade.

 JunHoe havia viajado e Mino se sentiu desconfortável com a ideia de que a garota ficaria sozinha.

O rapaz apertou as bochechas dela com ambas as mãos e depositou um selar no biquinho fofo que se formou. HyoMin o fuzilou com o olhar, mas sua falsa raiva não era tão convincente quanto imaginava.

- Para com isso!

- Com o que?- fez-se de desentendido, já entrando no elevador com ela em seu encalço.

- Com... isso!- gesticulou, impaciente.- Não te dei essa liberdade.

- Eu já tenho essa liberdade.- disse, convencido, arqueando a sobrancelha num desafio para que ela provasse o contrário.

 - Argh, que detestável.- reclamou, rezando para que o elevador andasse mais rápido.

Sentia-se ridícula por ter derretido aos toques dele tão facilmente e um pouco ansiosa por ter beijado outro alguém.

Há cinco anos conheceu apenas a boca de SeungHyun. Era apenas pelos toques dele que estremecia, que se doava e lhe causava aquelas borboletas no estômago. Sentiu-se culpada por um momento, mas já não havia mais nada que os ligava. Com Mino se sentia quase uma garotinha conhecendo territórios estrangeiros. Despertava curiosidade e a instigava a abandonar o raciocínio lógico, a consciência pesada e meter os pés pelas mãos.

Era um erro. Intenso, inverso e bagunçado. Um delicioso erro.

Ela não soube como trancara a porta ou onde foram parar suas chaves depois disso. Os lábios de Mino grudados aos seus eram sua única certeza.

Os braços fortes envolviam a cintura alheia a fim de mantê-la suspensa no ar e HyoMin logo enlaçou os quadris dele com as pernas, buscando por mais contato. As línguas acariciavam-se com luxúria, provocativas. Descobriam-se, desvendavam-se a cada toque, cada cheiro, cada sabor.

Os passos cegos os guiavam rumo ao sofá, onde Mino se sentou, deixando que a garota se acomodasse em seu colo. Não se importaram com os tropeços ou com os obstáculos no meio do caminho.

- Isso é loucura.- ela murmurou, roçando os lábios nos dele.

HyoMin não acreditou que a noite tomaria aquele rumo e assustou-se com o fogo repentino, mas nenhum dos dois parecia disposto a apagar aquele incêndio. Não depois de trocarem aquele olhar cúmplice, transbordando desejo.

- Você só precisa relaxar... Vou te fazer esquecer de tudo.- a voz rouca arrepiou-lhe por completo e a mente viajou diante daquelas palavras tão instigantes.

Buscando provocá-la, principal característica dele, os lábios de Mino desviaram o caminho e trilharam da bochecha ao pescoço, deixando a pele arrepiada por onde passava. Adorou ouvir o suspiro involuntário e tímido escapar dos lábios entreabertos dela quando sugou a pele sensível, numa promessa de que ansiava por mais. O primeiro de muitos naquela noite.

 Deu vazão a vontade que vinha aprisionando desde que a viu vestida com suas roupas e deitada em sua cama. Uma fantasia que o tirou dos eixos naquele dia e que vinha atormentando-o desde então.

Mino não perdeu tempo em gravar com a ponta dos dedos a textura das coxas dela expostas pelo vestido que agora se mostrava um pouco mais curto devido à posição em que estavam. A pele se arrepiou ao toque, e ele não pôde se sentir mais satisfeito com o efeito que causava nela. Queria ouvi-la gritar seu nome e ceder completamente àquele pecado tão delicioso.

Faria sua menininha ofegar como mulher.

 Os toques ávidos não escondiam o anseio de ambos. Mino era voraz, mas também delicado. Tomava seu tempo para brincar com os extremos, enquanto HyoMin tinha pressa, consumida pelas sensações deleitosas que ele lhe proporcionava com tão pouco.

Sentada em seu colo, HyoMin percebia o volume crescer embaixo de si e aproveitou a breve distração de Mino para ousar um pouco mais. Ela sentiu o sorriso sacana contra a pele sensível de seu pescoço quando se movimentou lentamente, aumentando o contato íntimo ainda cobertos pelas vestes. As mãos atrevidas também já passeavam por baixo da camiseta dele na intenção de retirá-la, e ele a ajudou com a tarefa.

HyoMin apreciou a visão diante de si. Sob a luz de uma única luminária no canto da sala, o tronco desnudo reluzia um tom dourado, destacando os músculos firmes e definidos adornados com várias cicatrizes, bem como as feridas recentes e hematomas que começavam a sarar. Era diferentemente belo aos olhos dela. Linhas de histórias que ela adoraria ouvir.

Percebendo o breve devaneio, Mino afastou-se minimamente na intenção de fitá-la. Mesmo ainda vestida, HyoMin transbordava luxúria, a pele queimava por sob seus dígitos. Ele sabia que sua situação não deveria estar muito diferente.

- Essas são novas.- comentou assim que se deparou com os novos desenhos gravados na pele. Uma coroa invertida e a palavra “Oxygen” um pouco acima cobriam parcialmente a cicatriz que obtivera em Busan.

- Fiz há alguns dias.

Os dedos delinearam as tatuagens com admiração e Mino achou fofa e sexy aquela atitude. HyoMin era uma caixinha de surpresas.

Ele levou as mãos às costas dela e se ocupou em deslizar para baixo o zíper do vestido alheio. O tecido deslizou pelo corpo de HyoMin com a ajuda das mãos masculinas e então encontrou o chão. Nada mais do que desejo crepitou no modo como Mino a analisou naquele momento. HyoMin sentiu que seria devorada por seu predador favorito, e isso só a deixou ainda mais excitada.

- Gosta delas tanto quanto de bolinhas?- ele brincou por entre beijos que agora trilhavam um caminho pela clavícula.

 - Você me pegou desprevenida.- resmungou, mas não envergonhada pela lingerie de bolinhas que usava.

- Espontâneo é mais gostoso.- sibilou, achando graça no semblante da outra, tão ansiosa e erótica.

Entre carícias, beijos e provocações, despiram-se pouco a pouco. Não se importaram com o local ou com a possibilidade de serem pegos por uma visita inoportuna. Muito pelo contrário, servia de combustível para a excitação que crescia de forma descomunal.

Era apenas desejo, a essência, a sede um pelo outro. Era visceral.

HyoMin borbulhava com a imagem do rapaz a sua mercê, mordendo o lábio para reprimir os suspiros que escapavam vez ou outra devido a carícia que ela realizava em seu membro. Pulsava nas mãos dela, rijo, clamando por alívio.

Mino, por sua vez, concentrava-se em estimulá-la com os dedos enquanto a boca ocupava-se com os seios, onde sugou sem pudor algum.

HyoMin delirava com toda a provocação, sentia que iria enlouquecer a cada vez que Mino acelerava os movimentos de seus dedos apenas para fazê-la se encher de prazer, e então voltava ao ritmo lento apenas para mantê-la ali, na borda entre a razão e a insanidade. E assisti-la daquela forma, tão necessitada e frustrada, só fazia com que Mino ficasse ainda mais excitado. Nunca imaginara que sentiria tanto prazer com alguém como ela e surpreendeu-se com o lado dominador que esta escondia até então.

Os toques despudorados compunham juntos aquele poema obsceno.

Num movimento rápido, Mino a deitou no sofá. Tomou um instante para vestir a proteção que retirou da carteira abandonada na mesinha de centro e se posicionou entre as pernas dela. Não aguentaria muito mais naquele jogo, embora descobrira nele seu novo vício.

HyoMin levou as mãos as costas dele e o olhou nos olhos, cúmplices, loucos de desejo e completamente entregues. Um beijo antecedeu o momento que tanto ansiavam.

 Mino encaixou o membro na entrada alheia e HyoMin arfou com o contato superficial. Então ele a segurou pela cintura para conduzir a penetração e sentiu a dor lasciva das unhas dela rasgando sua pele quando a penetrou de uma só vez.

O gemido arrastado chegou aos ouvidos dele como música, tão erótico e provocante que o fez perder a linha de seus pensamentos. Teve de respirar fundo para não perder o ínfimo controle que ainda possuía. A sensação de preenchê-la era indescritível e Mino também não evitou um gemido contido, em puro deleite. Testemunhavam nas feições um do outro um desejo desenfreado que viera sendo fermentado há tempos.

Mino seguiu um ritmo lento a princípio. O membro saia quase por completo, para depois a invadir em estocadas intensas. HyoMin arfou com a lentidão aterradora e moveu os quadris em direção ao dele, mas Mino a segurou com mais firmeza. Queria provocá-la um pouco mais e certamente o faria se não estivesse próximo ao limite. Ela o deixava alucinado.

  HyoMin enlaçou as pernas ao redor da cintura dele num pedido mudo para que fosse mais rápido, e então Mino perdeu qualquer resquício de lógica que ainda habitava seu corpo. Era o lado bicho e o instinto primitivo tomando conta de ambos, era o corpo querendo o corpo, e as vozes compondo a mais bela das músicas.

Os corpos moldavam-se um ao outro num encaixe perfeito, as peles brilhantes de suor se misturavam e os movimentos do rapaz se tornavam cada vez mais ligeiros, intensos, profundos. Um vai e vem gostoso que os faziam estremecer de prazer.

Os lábios se encontraram com urgência num beijo promíscuo e obsceno e as respirações ofegantes mesclavam-se. Naquele momento, HyoMin fazia parte de Mino e vice-versa. Tinham fome da boca um do outro, do cheiro, do gosto doce –amargo de ser. Tinham pressa do que os aquecia, tinham desejo de pele, dos pelos arrepiados, dos sonhos mais delicados que detectavam com apenas um olhar. Apenas o encontro entre as essências e as almas desnudadas.

HyoMin sentiu os espasmos percorrerem seu corpo, as costas se arquearam, e Mino aproveitou para passar um dos braços embaixo dela a fim de manter um novo ângulo e investiu ainda mais rápido, não conseguindo conter os gemidos roucos aqui e ali. O nome do rapaz veio acompanhado de um último gemido de puro êxtase e as mãos se agarraram a ele quando HyoMin transbordou.

Mino manteve o ritmo frenético até alcançar seu próprio limite, derramando-se pouco depois. Ele arfava, buscando pela consciência que lhe faltava assim como o ar nos pulmões. Estava extasiado, mas não era o único naquele estado agradável de letargia.

Encontrou a imagem da perfeição á sua frente. HyoMin também o olhava com um brilho diferente no olhar, as bochechas coradas, os lábios entreabertos que pediam por mais um beijo. Mino não resistiu. Todo o seu controle havia se perdido nas mãos dela e ele não se importou.

Entregou-se a mais um beijo. Estava enfeitiçado.

 

- - -

 

As luzes da rua combinadas com a da lua iluminavam o fluxo quase inexistente de carros e pessoas naquele horário. Os olhos de águia observavam tudo pela janela, analisando todos os cantos e frestas a fim de encontrar a figura anônima que os seguiu desde que deixaram DongDaeMun.

Mino se lembrava do modelo do carro, mas não do rosto do motorista. Presumiu que fosse um serim ou até mesmo um arcanjo querendo contatá-lo, uma vez que possuía uma espécie de aliança com Hoon. Todavia, com as informações colhidas por Bobby, nenhum membro do exército da raça precisaria segui-los, pois já possuíam um dossiê sobre a vida de HyoMin. Não desperdiçariam tempo.

As lacunas permaneciam vazias e tudo o que ele podia fazer era aguardar.

Olhou para o celular e releu a mensagem de MinSeok. Um pedido para se encontrarem e o endereço escrito logo abaixo. Tinha certeza que as provas colhidas pelas mãos de sua irmã eram tão preciosas como ouro e tão importantes a ponto de dar a vida para mantê-la fora de alcance de outrem.

O dia seguinte. Estavam chegando cada vez mais perto. Ele conseguia sentir que poderia alcançar o troféu se esticasse um pouco mais o braço.

- O que está fazendo?- a voz feminina soou atrás de si, quebrando-lhe os devaneios.

Sentiu as mãos pequenas se apoiarem em seus ombros nus, usando-os como apoio para ver para além destes. O cheirinho de shampoo de coco e amêndoas se desprendia dos cabelos dela devido ao banho recém tomado. Mino não resistiu. Virou-se para HyoMin, recostou-se no parapeito da janela e a puxou pelas mãos em sua direção.

HyoMin lhe dirigiu um olhar questionador, mas não refutou as ações do rapaz. Deixou que ele envolvesse sua cintura enquanto ela ocupava-se em afastar algumas mechas úmidas do cabelo dele para trás, afagando os fios sem pressa.

- A vista daqui é bonita.- ele comentou, os dedos afagando inconscientemente as costas dela.

- Sua paixão por paisagens é inegável.- respondeu, ganhando uma expressão um tanto surpresa e duvidosa do outro.

- JiYong realmente lhe contou muitas coisas. Já não sei mais se quero saber.

 - É melhor mesmo.- alfinetou com um ar sapeca, deixando que as mãos descansassem nos ombros largos.- Mas sobre isso ele não precisou me contar. Sua armadura não é tão resistente e robusta quanto você pensa. Dá pra ver por entre as rachaduras.

- Você anda me observando demais.- provocou, ganhando uma careta em troca. HyoMin ainda estava um pouco tímida depois de tudo, e Mino achou uma graça aquela reação.

O clima era leve, gostoso, apenas curtiam a companhia um do outro. Viviam o momento sem se preocuparem se duraria uma noite, alguns dias ou meses. Era apenas o momento puro e poético na forma crua que era.

- Preciso conhecer meu parceiro no crime, certo?- rebateu, escapando dos braços dele após roubar um breve selar e indo em direção à cozinha.

Mino deu uma última olhada pela janela antes de segui-la. Não queria alarmá-la ou quebrar o clima, mas talvez fosse mais seguro para ambos que ela soubesse. Pela primeira vez sentiu a urgência de comunicar a HyoMin algo que certamente ele esconderia.

- Por falar nisso... O encontro com MinSeok amanhã, você vem?- começou, estudando as reações dela.

- Claro. Demos duro para chegar onde chegamos.

 - MinSeok escolheu um esconderijo inusitado. Serins nunca suspeitariam.- continuou, pensativo.

HyoMin parecia tranquila conforme vasculhava a geladeira e os armários em busca de algo bom para comerem.

- Você acha que eles ainda o procuram?- ela parou o que fazia para fitá-lo.- Uma coisa passou pela minha cabeça quando estávamos lá. Pode parecer maluquice, mas sinto que os serins poderiam nos usar para encontrá-lo. Eles sabem que uma hora ou outra iríamos atrás das informações que ele contém.

- Uma aposta inteligente.- ele concordou ao recostar-se na bancada. HyoMin ficou tensa de repente.

- Pensou o mesmo?

- Não foi só um pensamento. Um carro nos seguiu de DongDaeMun até aqui. Não tenho nenhuma ideia do propósito se não este.- ele estalou a língua num ato de nervosismo.

HyoMin arqueou as sobrancelhas, demonstrando certa incredulidade. Então não fora somente por sexo que Mino insistiu em passar a noite em sua casa, e ela evitou pensar se o que tiveram fora só conseqüência de uma razão maior.

- Ele ainda está aqui?

- Não. Deve ter cansado de esperar.- disse, juntando-se a ela na aventura culinária que estava prestes a ter início.

Quebrando todos os paradigmas do óbvio que a mente de HyoMin arquitetara, a noite com Mino fora caracterizada por uma única palavra: conforto.

Livre de qualquer constrangimento ou pensamentos excessivos que poderiam acarretar em arrependimento mais tarde, dividiram uma garrafa de chá gelado e alguns petiscos enquanto esperavam pelo fim da partida. Um jogo de basebol qualquer passava na TV, o qual nenhum dos dois pareceu muito interessado.

HyoMin se perdia nos dedos espertos do rapaz desenhando padrões aleatórios em suas pernas –que descansavam no colo dele-, sem pretexto ou insinuações mais audaciosas. Era suave, tranquilo e leve.

- No que está pensando?- ela perguntou, meio sonolenta.

O olhar de Mino encontrou o dela, um pouco aéreo e pensativo.

- Só em como as coisas mudam... e muito.

- Como assim?- se interessou.

- Tudo está em constante mutação. As pessoas ao nosso redor, os elementos, os lugares, os cheiros e gostos. Tudo se modifica.- refletiu, inclinando a cabeça para trás a fim de recostá-la no encosto do sofá.

- Está falando sobre HyeJin?- deduziu, e Mino negou.

- O que irá fazer quando o caso for finalizado?- perguntou de repente.

HyoMin titubeou, coçando a cabeça. Tudo em sua vida fora programado e organizado, funcionava perfeitamente antes de tudo virar de cabeça para baixo. Não tinha certeza de nada.

- Provavelmente vou voltar para meu cargo antigo.- demorou-se no pensamento. Não havia refletido sobre um futuro próximo, onde todas as coisas mudariam mais uma vez e retornariam para o ponto de partida.- E você?

- Acho que vou deixar TaGoon assumir as rédeas de novo.

- Vai voltar para o cassino e abandonar a vida de investigador?

- Certamente. Iniciei nesse caso por causa da minha irmã, mas as coisas viraram uma bola de neve e envolveu muito mais coisas do que deveria.

- Por isso disse que as coisas mudam o tempo todo.- ela concluiu, acompanhando a linha de raciocínio alheia.- Vai ser muito bom não trabalhar mais com você.

Capturou a atenção imediata do rapaz.

 - Está tão ansiosa assim pra se livrar de mim?- alfinetou, desgostoso.

HyoMin foi puxada pelas pernas em direção a ele até ficar completamente deitada no sofá. Num movimento ágil, Mino apoiou uma das mãos no braço do móvel a fim de encurralá-la. Os rostos a míseros centímetros de distância, detectando nas entrelinhas tantas coisas que não eram ditas.

A garota soltou um risinho de deboche, que logo morreu diante do olhar intenso, que pedia por explicações. As mãos dela não se contiveram e tocaram o rosto dele com delicadeza, num afago terno e carinhoso. Delineou as sobrancelhas com as pontas dos dedos, depois rumou para o nariz e, por fim as bochechas.

- Não quero que arrisque sua vida por minha causa.

- Eu faria mais mil vezes se fosse preciso.- um selar breve entrecortou a fala.- Prometi isso, não?

- Prometeu, mas...- outro selar a interrompeu, e dessa vez se estendeu por algum tempo.

- Você já me fez mudar de ideia no início. Não vai acontecer de novo.


Notas Finais


Ai, ai... como a vida é bela ~aquela carinha ahsuhauhsuahushua
Fazia um tempo que eu não escrevia hot, então tô meio enferrujada e acho que perdi um pouco a mão pra isso, maaaas espero que tenham gostado dessa doçura feat saliência -v-

E eis que menino MinSeok finalmente deu as caras e cheio dos mistérios. Só observo u.u -q

Eeeenfim, até a próxima, galere! \o
Kissus kissus ;** <3


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