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História Redtale - Capítulo 15 - Desespero


Escrita por: Usagi17 e cecifrazier

Notas do Autor


cecifrazier - OE

Boa leitura <3


Usagi17- Heeey

Mais um capítulo

Espero que gostem, boa leitura.

Capítulo 16 - Capítulo 15 - Desespero


 

No dia seguinte, levantou junto com Frisk e antes do rapaz sair, escutou novamente o aviso. "Feche as cortinas, tranque a porta e a janela, não abra pra ninguém", após prometer isso, Frisk saiu de casa, deixando-a sozinha.  

 

  Chara trancou a porta e as janelas, então fechou as cortinas e respirou fundo, ele não demoraria muito, ela sabia disso.  

 

  Pegou um dos livros que Frisk lhe deu de presente e aconchegou na poltrona, trazendo consigo um pote de biscoitos que ele mesmo fizera. Por um momento, lembrou de quando os provou pela primeira vez e levou uma bronca, soltou uma risada baixinha e deixou sua atenção prevalecer no livro.  

 

  Algum tempo depois, ouviu alguns passos vindo do lado de fora, mas não deu grande importância, pois achava que era o mais alto voltando da caçada, como ele disse que tinha outra chave, afundou o corpo no móvel e ergueu um pouco o rosto. 

 

Sentiu o corpo estremecer quando ouviu batidas fortes da porta. Se Frisk tinha a chave, por que bateria?  

 

As batidas cessaram por alguns segundos, até ouvir um barulho alto de fechadura se quebrando.  

 

Seu coração disparou, não moveu um músculo sequer e temia por quem fosse, mas no fundo, tinha uma sugestão. 

 

— Vejam só, se não é a minha irmãzinha querida. — Asriel disse em um tom sarcástico enquanto segurava uma espingarda na mão. — Sabia que aquele miserável estava mentindo assim que vi sua deliciosa torta de caramelo e canela, Chara.  

 

A garota ficou em silêncio, não se movia e nem piscava, apenas olhava para um canto fixo na sala. 

 

— O lobo comeu sua língua? — Asriel perguntou e olhou para o pescoço de Chara. — Ou deveria dizer, aquele miserável?  

 

Ele apenas soltava gargalhadas contidas, a garota já sentia lágrimas escorrendo por seu rosto e torcia para que Frisk chegasse logo. 

 

— Desfaça essa cara de mosca morta e venha comigo. — Ele falou autoritário e puxou o braço de Chara, fazendo-a levantar e quase tropeçar nos próprios pés. — Espero que tenha aproveitado a noite anterior muito bem, pois foi a última. 

 

Ela estava muito perplexa e assustada para reagir, mas mesmo que fizesse algo, Asriel provavelmente lhe daria um tapa ou qualquer outro tipo de agressão. 

 

— ... Asriel, me deixa ficar.— Ela sussurrou, chamando então a atenção do irmão.  

 

  Asriel apenas puxou a menina pelos pulsos e a arrastou para fora de casa, então amarrou-lhe os pulsos com uma corta a apertou seu rosto pálido com a canhota.  

 

— Você sempre foi estúpida, mas não achei que entregaria seu corpo tão facilmente... O pai vai adorar saber disso, imagina só a cara da mãe quando souber que a donzela amada dela foi corrompida?  

 

   Chara não disse nada, apenas olhava para os lados na esperança de encontrar o mais alto, porém, nem via sinal dele.  

 

Arrumou um pouco de coragem e fechou os punhos.  

 

— Frisk, Frisk! — Ela gritou, fazendo então o irmão cobrir seus lábios com a mão.  

 

— Está louca?! Quer que o lobo venha te matar? Eu não protejo prostitutas.  

 

— Eu preciso não temer aquela fera, a verdadeira besta está aqui na minha frente. — Ela disse enquanto mexia os braços com certa força.  

 

  Asriel estalou a língua no céu da boca e arqueou a sobrancelha esquerda, então puxou a garota pelo ombro e bateu com o cabo da espingarda em sua testa, fazendo-a então desmaiar.  

 

  Levou Chara para casa e a trancou em seu quarto, pois assim que seu pai chegasse, ele veria a nova caça que Asriel trouxe para casa. 

 

Algumas horas mais tarde, Asgore chegou em casa. Sua expressão era melancólica desde que sua amada filha desapareceu, mas ele com certeza teria uma surpresa naquela tarde.  

 

— Cheguei Asriel, onde está sua mãe? — Asgore perguntou cansado, sentando-se na cadeira. 

 

— Pai, eu trouxe uma nova caça, tenho certeza que o senhor irá gostar. — Asriel disse com um sorriso tenebroso no rosto. 

 

O mais velho o olhou confuso, então apenas o seguiu para o quarto que antes era ocupado por sua irmã. 

 

Quando Asriel abriu a porta, Asgore quase teve uma parada cardíaca: Chara estava deitada em sua cama, com o rosto escondido entre os travesseiros. 

 

— Chara! — Asgore exclamou enquanto se aproximava da filha. — Aonde você esteve? 

 

— Olhe o pescoço dela, pai. Onde acha que ela esteve?  

 

Asgore afastou o cabelo da filha e viu marcas roxas em seu pescoço, resultado de uma troca de carinhos com Frisk na noite anterior.  

 

— Sua prostituta... — Falou raivosamente, olhando com ódio para Chara.  

 

A garota não dizia nada, apenas deixava que lágrimas escorressem por sua face. 

 

— Mas isso não é tudo, pai. Veja. — Asriel tirou a coberta de cima da irmã, deixando sua barriga à mostra.  

 

— Quem é o pai? — Asgore perguntou, quando percebeu que não obteria resposta, desferiu um tapa no rosto de Chara. — Quem é o pai?! 

 

— Eu não sei! — Por impulso, ela gritou. 

 

— É o garoto da cabana, mas ele foi embora, pra que iria querer uma prostituta com ele?   

 

  Asgore puxou a menina pelos cabelos e mesmo com os gritos de protesto, ele não teve misericórdia. Asriel apenas o seguia, a expressão estava sombria e serena, era como se tudo aquilo fosse certo, mas no fundo, ele sentia era ciúme do homem, pois aquela era sua irmã amada que nunca deveria ter sido tocada por ninguém.  

 

— Papai, para! — Ela gritou, chamando então a atenção de Toriel, que descansava no andar de cima.  

 

— O que está acontecendo aqui? — A mulher de cabelos brancos arregalou os olhos e correu até a filha, mas foi empurrada pelo marido.  

 

— Veja o que sua filha se tornou! Uma meretriz, prostituta!  

 

— Minha filha nunca seria prostituta! Chara, meu anjo...Quem é o pai do bebê?  

 

  Antes mesmo que Chara pudesse responder, Asgore a arrastou para fora de casa em meio aos berros, chamando então a atenção de todos os aldeões que ali estavam.  

 

  Amarrou com força a menina em algo parecido com uma estaca de madeira, então rasgou a saia de seu vestido até os joelhos, mostrando então do que se tratava:  Uma donzela que largou a família para virar prostituta.  

 

— Vejam todos! — Ele gritou enquanto segurava o rosto de Chara e mostrava as marcas em seu pescoço. — Essa meretriz nem mesmo sabe quem é o pai dessa criança!  

 

— Com esses olhos vermelhos, sempre desconfiei dessa garota! — Um deles gritou.  

 

— Dêem a garota ao lobo!  

 

— Vejam as marcas em seu pescoço! — Um homem gritou enquanto olhava a menina.  

 

  Chara abandonou a expressão, sentia lágrimas escorrendo pelo seu rosto e pânico percorrendo sua espinha, pôde ver Sans e Papyrus a distância observando-a e por um segundo, perguntou a si mesma se cuidariam novamente de Frisk caso morresse.  

 

  Viu o irmão se aproximar com a faca e fazer um corte em seu braço, soltou um grunhido baixo e o olhou com tristeza.   

 

— Se o pai aparecer, eu posso até pensar em soltar a prostituta, mas... Ela vai ficar aqui, até o homem se apresentar...Ou morrer de infecção. — Asriel disse enquanto sorria. — O que for mais divertido, é claro. 

 

Sans e Papyrus se entreolharam e na hora, entenderam o que tinham que fazer. 

 

Eles desviaram rapidamente da multidão e correram em direção à floresta, mais especificamente para a casa de Frisk.  

 

Quando chegaram, encontraram a porta arrombada, objetos quebrados e a mesa derrubada. Frisk estava na poltrona, com a cabeça abaixada e as mãos sobre o rosto, seus dedos estavam sangrando, como se acabasse de socar uma parede.   

 

— Frisk. — Sans chamou a atenção do garoto mas não obteve resposta. — Vimos Chara na praça e... 

 

— Eu vou até lá. — Falou firme, levantando-se e indo em direção à porta.  

 

— Não, é muito perigoso, você não pode...  

 

— Sai da minha frente! — O garoto exclamou empurrado Papyrus para o lado. 

 

Frisk foi preenchido por ódio e culpa, não deveria tê-la deixado sozinha, deveria ter matado Asriel quando pôde.  

 

Foi correndo em direção à praça e ficou atrás de uma árvore. Viu algo que nunca mais sairia de sua cabeça: sua princesa amarrada em uma estaca e Asriel gritando ofensas ou provocações.  

 

O ódio tomou conta de seu corpo, não pensou duas vezes em transformar-se em lobo e adentrar a multidão. Foi derrubando e machucando cada pessoa que estava em seu caminho.  

 

Aos poucos, todos entraram em pânico, gritos foram ouvidos em todos os cantos da aldeia, pessoas corriam para dentro de suas casas e sem demora, a praça ficou deserta, restando apenas Chara e Asriel.  

 

Chara encarou o lobo a sua frente com olhar de tristeza, não queria que ele tivesse ido atrás dela naquela hora, jamais se perdoaria se algo acontecesse a ele.  

 

— Saia daqui... — Ela sussurrou, usando todas as suas forças para fazê-lo.  

 

Asriel não movia um músculo, apenas encarava o animal que rosnava para ele. Se impressionou ainda mais ao ver que aquela fera que caçava durante anos, acabara de assumir uma forma humana.  

 

— Solte-a. — Frisk se aproximou de Asriel, sem medo. — Agora.  

 

— Pensa que seria tão fácil assim, lobo? — Ele sorriu. — Apenas solto-a se você se entregar, caso contrário... Ela morre. 

 

Assim que viu Asriel apontar a espingarda para Chara, não pensou duas vezes em erguer as mãos ao alto em sinal de rendição. 

 

— Frisk! — A garota exclamou. — Por favor, não faça isso! 

 

— Apenas... Volte para casa. — O rapaz murmurou. — Agora, solte ela.  

 

Asriel sorriu de forma assustadora, pegou cordas que estavam no chão e amarrou os pulsos de Frisk para trás. Logo em seguida, pegou sua faca e cortou as cordas de Chara, que correu até seu amado.  

 

— Princesa, por favor, vá para casa. — Disse com um sorriso forçado no rosto. 

 

— Não! — Lágrimas apenas desciam e desciam por seu rosto. — Eu não posso te deix... 

 

— Não ouviu o que o lobo disse? — Asriel interferiu. — Vá embora. 

 

— Eu não quero te perder de novo! — Ela gritou.  

 

— Cuida bem do nosso filhotinho. — Frisk beijou a testa da amada e foi arrastado por Asriel para longe dela.  

 

  Chara não sabia pra onde ir, então lembrou de Papyrus e Sans correndo em direção a floresta. Ela fez o mesmo, correu em direção a sua casa e viu os dois lenhadores andando de um lado para o outro.  

 

— Façam algo, eu...Eu... Eu quero meu Frisk! — Ela gritou.  

 

  Os dois se entreolharam com a expressão triste e tocaram o ombro da menina.  

 

— Vamos fazer o que pudermos, Chara...Mas descanse, o bebê precisa que você se mantenha calm...  

 

— Por favor, eu não posso viver sem ele, não consigo!   

 

—... Vamos, Papyrus... É o nosso garoto que está lá!  

 

  Sans e Papyrus saíram apressados enquanto a menina ficou sozinha e dessa vez.... Ela não sabia se seria para sempre.  

 

  Na aldeia, Frisk foi jogado em uma sala, tinha grandes barras de metal na parede e o cheiro era tão podre que mal conseguia respirar.  

 

— É engraçado... Você achou que poderia se casar com a minha irmã, chega a ser... Irônico

  

 

  Frisk não disse nada, apenas abaixou a cabeça e ficou em silêncio sabendo que sua amada estaria bem.  

 

— Eu volto em breve... Vamos ter um tapete novo, prefere estar na forma de lobo ou de homem na minha sala de jantar? — E Asriel saiu da sala com um sorriso macabro, deixando Frisk sozinho. 

 


Notas Finais


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