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História Reencarnación - Terceiro ato - Prefiro a morte à uma vida sem ela


Escrita por: Miss_Amelie

Notas do Autor


Saudações, leitores lindos de my unbroken heart

No capítulo anterior, eu fiz uma pequena introdução parar apresentar os protagonistas naquele período histórico. A apresentação foi curta. Só para que o leitor pudesse identificá-los de imediato.

Não havia necessidade de dar mais detalhes, já que eu precisava descrever essas minúcias sobre Bruce e Diana no capítulo. Narrar o primeiro contato, o primeiro amor, o que os fez se apaixonar, detalhando os sentimentos deles dentro do contexto histórico.

Como vocês são inteligentes e captaram a proposta da fic, acredito que posso me debruçar mais nas cenas da dinâmica entre eles, seu amor à cada vida, os obstáculos de cada vida. As pessoas que se ligam a eles em cada existência.

Então, neste capítulo, a apresentação deles tem mais informações sobre ambos. Assim vocês entenderão o desenvolvimento do capitulo com facilidade.

Boa leitura!

#PrayForBarcelona

Capítulo 3 - Terceiro ato - Prefiro a morte à uma vida sem ela


Fanfic / Fanfiction Reencarnación - Terceiro ato - Prefiro a morte à uma vida sem ela

Bruce: Bhaegnar de Wallnyor, o conquistador. Filho primogênito do rei Thomion, o justo. Soberano dos bárbaros nórdicos. Nascido pelas mãos do poderoso Thor – que o trouxe à vida com o impulso forte de seus raios.

Segundo a lenda, contada pelos anciãos de seu povo, quando Mhaeva, sua mãe, sentiu a dor cortante do parto, ela estava longe da morada do rei, seu esposo. Impedida de caminhar até lá, ela deitou-se aos pés da árvore de Thor (1) e orou aos seus deuses. Uma tempestade jamais vista em Wallnyor se formou naquele dia e a força dos raios, o grito dos trovões, nunca fora novamente testemunhada.

A rainha chegou com o menino nos braços horas depois. Seu estado era tão debilitado que ela morreu três dias após o nascimento do príncipe. Não se sabia como ela chegara até o castelo com a criança, até que ela revelou, em seu leito de morte, que Thor fizera seu parto. Que ela estava fraca demais para dar a luz ao seu menino, mas o filho de Odim o abençoara com a força do relâmpago, que a fez parir. Seu filho, hoje rei, é o maior guerreiro viking da historia de seu povo. Saqueador dos povos do novo mundo. Fez sua terra prosperar até a chegada dos ingleses.

Diana: Amazona, filha de Hipólita. Campeã dos deuses. Deixou Esparta após a morte de Bégalo e a derrota dos 300 soldados do rei Leônidas. Vive desde então como nômade. Por décadas, explorando regiões que chamados de Ásia, Oriente Médio, Europa ocidental e oriental. Conhece o rei viking durante uma de suas ações para saquear outros povos. Ele faz dela sua rainha, mesmo sem saber toda história por trás de sua origem.

 

♣♣♣

 

Pobre coração o dos apaixonados,

Que cruzam o deserto em busca de um oásis.

Arriscando tudo por uma miragem,

Pois sabem que há uma fonte oculta nas areias

Bem aventurados os que dela bebem,

Porque para sempre serão consolados.

(Marcus Viana - A miragem)

 

 

 

 

 

 

TERCEIRO ATO -

Prefiro a morte à uma vida sem ela

 

♣ Wallnyon || Escandinávia || Século X d.C. ♣

|| Salão do trono || Dependências do rei ||

 

As diferenças entre os povos nórdicos, nomeados pelos ingleses de bárbaros – em virtude da invasão (bárbara) para saquear, escravizar, matar e/ou violar outros povos, eram gritantes. Se não a mais significativa, suas diferenças culturais do ocidente eram gritantes.

Havia um soberano, uma espécie de rei – em nosso conceito – porém, a semelhança termina aí. A regência viking era diferente da monarquia à qual nos acostumamos. A figura de um rei forte não era política (como explicara Maquiavel). Era mais próxima da concepção de Esparta: um rei guerreiro. Um líder. Que saiba conduzir seus soldados na guerra, dar segurança a seu povo (nessa época havia muitas invasões... um rei forte era temido. Afugentando saqueadores), ser temido e amado.

Podia-se ver uma fina linha de dentes amarelados, mas fortes, se formando no rosto do rei que exudava masculinidade, força e poder, que observava a cena diante dele, com atenção quase hipnótica. O rastro de um meio sorriso que, embora sugerisse cinismo, desde sua primeira aparição, quando ele a conhecera, até os dias atuais, torna-se cada dia mais visível e permanece por um pouco mais de tempo em seu semblante – mas é uma visão compartilhada por poucos.

Seu fiel amigo, segundo na escala de comando bélico, viu a satisfação do rei em sua expressão, quando decidiu olhar para o trono pelo canto dos olhos. Era o máximo de entusiasmo que o regente ostentava publicamente – para um público restrito à meia dúzia de guerreiros de sua confiança, alguns poucos que faziam parte de sua família e servos de sua máxima confiança.

Seus olhos captaram também a insatisfação, ainda que sutil, de outras duas figuras próximas. O tilintar das espadas parecia incomodá-los. As faíscas acesas quando as lâminas de aço se chocavam, parecia aborrecê-los, entendia-los.

As duas únicas vezes que os vira interessados fora quando sua adversária, não intencionalmente, o feriu gravemente e no dia em que ela se machucou para evitar que uma criança – que corria despreocupadamente pelo salão – recebesse o golpe de espada.

Eles passaram de total desdém à expectadores atentos, pela primeira vez. Calehw, filho de Jorehw, pode ler a realização nos olhos deles. Contudo, as diferentes reações pareciam mostrar que haviam outras diferenças.

A mulher, cujas afeições pelo rei eram sabidas, mostrara-se incapaz de camuflar a satisfação ao ver Diana ferida. Não era um prazer medonho, doentio. Ela não parecia sorrir pela gravidade do ferimento em si...

Cal, como sua adversária o chamava, era capaz de jurar que a ‘prometida do rei’ não se importava com a ferida. Apenas com a dor de Diana. Como uma espécie de justiça divina em seu favor. Por Diana ter-lhe causado dor e vergonha. Usurpando um lugar que era seu, por direito.

Savinah fora prometida ao rei antes mesmo de nascer. Seu pai, um dos anciãos do conselho, acordara a união entre o primogênito do rei Thomion à primeira fêmea nascida da esposa de um dos mestres conselheiros. Quando ela nasceu, linda, forte e com olhos de esmeralda, seu pai a levou à presença do rei, que a colocou nos braços de seu filho – então com 5 anos – e disse-lhe “eis a sua esposa”.

Eles cresceram juntos. Tornaram-se grandes amigos. Savinah sabia que ele a amava como ela o amava... Até a chegada de Diana. Que o enfeitiçara!

O homem detestável era diferente, ele amava o sangue, a dor, queria vê-los gritar. Era um sádico. Que constantemente pedia para estar presente nos rituais de sacrifício, sentenças de morte e punições físicas. Ele era primo do rei. Filho de um irmão bastardo que o rei Thomion acolhera.

Diziam que seu pai não era irmão do rei. Mas por generosidade, o rei os trouxe para as dependências reais e os deu honras dispensadas apenas à família real. Napyhelior era um homem magro, de olhos assustadores, e risada demoníaca costumeira, que ele soltava nos momentos mais macabros. O que lhe renderam a alcunha de o Palhaço de Loki

Antes que precisasse verbalizar a ordem que encerraria o embate entre Diana e Calehw, a luta deu-se à suspensão quando Bhaegnar levantou-se do trono – adornado não por ouro e pedras preciosas, mas moldado por inúmeras armas, talismãs e honrarias de guerreiros abatidos por ele e seus ancestrais. Era semelhante ao trono de ferro.

– Fizemo-lo satisfeito, meu rei? – A pergunta retórica veio da voz melodiosa da morena com a longa crina negra, trançada com pequenas tranças no topo da cabeça. Um estilo visual que conferia agressividade às guerreiras vikings. Destoando da singeleza dos penteados das mulheres do ocidente, tratadas como inferiores aos homens.

– Eu seria um estúpido rei saxão se não, minha senhora. – Ele a olhara com a expressão imperiosa de sempre e o olhar faminto que só ela poderia reconhecer. – Seu rei goza da lealdade de dois guerreiros extraordinários, que valem por um exército bretão; e seu marido, a honra de desposar uma Valkíria, cuja beleza e força poderia ser comparada à Sif, dona do coração de Thor.

Sem desviar os olhos do sorriso de sua esposa, Bhaegnar acenou com a cabeça para ela. Uma comunicação sutil entre ambos para que ela o esperasse em seus aposentos. Não era costume a troca de carinho em público, nem entre casais, filhos ou amigos. Tampouco havia, especialmente na cultura viking, uma etiqueta que reprovava o comportamento agressivo dos homens com as mulheres, estabelecendo a gentileza para com elas como padrão aceitável.

Sendo assim, não seria exagero dizer que, a forma como ele tratava sua rainha em público, embora nos pareça distante, era o máximo do respeito, admiração e amor que um homem viking, ainda mais um rei, poderia agir.

 

♣ Aposentos do rei ♣

 

Bhaegnar apreciava observá-la momentos antes de tornar sua presença conhecida. Como quem contempla uma obra-prima de arte; satisfeito pelo simples privilégio de tê-la diante dos olhos; hesitante de se aproximar e ‘macular’ a perfeição com suas imperfeições.

O que despertara sua adoração era vê-la banhar-se – um costume pouco comum para o povo escandinavo. Os banhos diários sempre foram uma prática da população de regiões tropicais, onde o clima é quente. Para um povo ‘bárbaro’ do século X, onde as temperaturas poderiam chegar à 30º negativos no inverno, banhos eram raros.

Ele se deleitava percorrendo com o olhar cada centímetro do corpo nu de Diana, que estava de pé, de perfil em seu raio de visão, banhando-se no canto oposto à entrada.

Os aposentos do rei viking não era luxuoso, ou confortável, mas para um viking, seria digno de seu rei. A cama, que tinha pêlo de ovelhas e peles de ursos sobre a pedra, era imensa e confortável, comparada a de um homem sem títulos. Era uma câmara esculpida a maior parte pela natureza, que entalhou a rocha semelhante ao mármore, deixando-a oca. Como uma imensa caverna.

Bhaegnar resmungou ao vê-la sorrir, consciente de sua presença. Ele não conseguiu impedir-se de emitir um rosnado baixo, quando sua excitação se elevou violentamente, ao ouvir os gemidos dela – que para ele eram um canto de acasalamento e para ela, o relaxamento de seus músculos cansados.

Indo ao encontro daquela que o enfeitiçara, ele a tomou em seus braços, desnuda e molhada, e a despejou em sua cama da forma mais branda que poderia. À seu modo, ele queria mostrar o quanto a amava tentando não machucá-la, tentando domar seus instintos masculinos ao fazê-la sua.

Tentando não ser o homem grosseiro que foi nas primeiras vezes, irascível de paixão e faminto de desejo por ela. Só quando viu os lábios dela feridos por seus beijos, marcas de seus dedos bárbaros nas coxas, seios, de seu aperto para tê-la. Não foi violência por vontade e Diana sabia. Fora urgência. Saudade que ele desconhece a nascente, mas ela compreendia. Fora a necessidade física e emocional guardada por séculos, nas ações de um homem criado para ser rei e dominar, não servo de suas paixões por uma mulher.

O rei viking despiu-se de cada peça do vestuário sem desviar o olhar da morena desnuda em sua cama. Ele respirou fundo e encheu os pulmões, para agigantar ainda mais sua imagem de proporções naturalmente colossais. Bhaegnar era um homem grande entre vikings... Uma qualidade que torna a afirmação de que sua forma física só poderia ser extraordinária, a fim de se destacar.

O brilho que ele via nos olhos dela, só para ele, mostrando-lhe ao mesmo tempo desejo e amor por ele, atiçavam sua vaidade, seu orgulho. Ela era sua. Ela entregara-se a ele. A única mulher que desejara possuir desesperadamente, mas que não poderia tomar para si. A menos que ela o quisesse.

Diana ficou de joelhos sobre a cama, na altura do queixo do esposo de pé à sua frente, vestindo apenas um meio sorriso lascivo. Ela deslizou as pontas do indicador e do dedo médio sobre as cicatrizes de seu amado. O olhar de devoção sobre elas não tinha vestígios de luxúria... Todavia, o que levaria um homem qualquer ao aborrecimento – pela quebra da excitação. Mas o predileto do deus do trovão não tinha nada de ordinário.

O toque de seda dos dedos de sua deusa sobre a pele enrugada de suas feridas costuradas, queimaduras e calosidades causava-lhe sim uma excitação em princípio, mas seus olhos devotados e seus lábios arqueados em um leve sorriso compassivo, transformavam a excitação sexual em prazer pessoal.

Ela o ensinara a amar esse momento de devoção, onde ela mostrava-lhe seu amor pelo homem, seu orgulho do guerreiro e prestava suas homenagens à bravura dele, beijando-lhe as cicatrizes – que ele considerava prova de sua fraqueza – que ela reverenciava como provas de sua bravura.

Após o último beijo do ritual de sua esposa, as duas mãos calosas e ásperas do rei ergueram o rosto dela, inclinando os lábios até os dela. As invasões bárbaras do soberano viking começaram com a língua. Seus lábios finos abraçaram a boca carnuda de Diana, obedecendo o mesmo movimento de seus braços, que a envolveram. Ela deixou-se conduzir por ele, hipnotizada pelo calor e intensidade de seus beijos, que se aprofundavam cada vez mais, a medida que ela sentia a língua de Bhaegnar se apossar do interior de sua boca ou dar-lhe um pouco de alívio sugando seus lábios.

Não era incomum para a amazona sentir sobre o útero, o latejar cadenciado e acelerado do falo dele, no ápice da dilatação, expondo claramente que seus beijos eram suficientes para fazê-lo pronto... Na verdade, ele exibia sua natureza vigorosa disposta mesmo antes de beijá-la.

O guerreiro viking erguera seu corpo sobre o dela, apoiando a palma das mãos em cada lado dela. Ele queria dar-se o prazer de saber-se desejado, se sentir-se amado por uma semi-deusa. Queria permitir-se um instante de felicidade.

Bhaegnar voltou a cobri-la com o peso de seu peitoral extenso, beijando e lambendo o pescoço de Diana, ao contemplar seu olhar mendigando seu toque. Ela soltou um gemido vigoroso – como o rugido sensual de uma leoa no cio – quando seu corpo reagiu com um leve tremor, assim que o calor aconchegante dos lábios dele beijaram seus mamilos, alternadamente. Em seguida, os levara ao interior da boca, usando a língua como ferramenta de tortura, deslizando – graças à umidade da saliva – o músculo áspero sobre eles, suavizando a aspereza ao ponto exato de dar prazer, o invés de desconforto.

Ela sabia que ele a desejava com igual urgência. O formidável obelisco pulsando da entrada de sua intimidade à altura do umbigo, não deixava dúvida. Diana fechou os olhos e abriu a boca, orando à Afrodite da maneira que apetece a deusa em demasia: entoando seu nome com gemidos melodiosos.

Bhaegnar abafou o som de um “Oh... minha doce Afrodite...” com um beijo demorado. Que ele interrompera ao olhar para ela:

Diz-me o que desejas, mulher”, ele sussurrou baixinho. Os olhos cinzentos de Bhaegnar pareciam incendiados por uma chama intensa de paixão, saudade, amor.

Que me tomes mais uma vez, meu rei”, Diana respondera com a voz macia, olhando em seus olhos, sorrindo. O que não o deixara satisfeito. Não era seu sorriso que o livraria dos demônios de suas dúvidas e inseguranças. Ele precisava ouvir a necessidade da paixão na voz dela. Algo que o fizesse sentir que ela também se apaixonara por ele, como ele se apaixonou por ela.

Diz-me o que quereis...”, era o bastante para Diana saber o que dizer-lhe.

– Diz-me tu, meu senhor, quais desejos de tua rainha quereis ouvir... – ela elevou-se sobre ele, tomando uma posição sentada sobre os joelhos, empoderando-se – Seus desejos carnais? Suas vontades inconfessáveis? Ou pedidos fúteis? Diz-me se meu rei se dispõe a atender um desejo que seja?

– Eu faria qualquer coisa... por ti, Diana – ele se arrependera de mostrar seu amor, sem ter certeza sobre o dela.

– Qualquer coisa... ? – Ela sorriu novamente. Exibindo um sorriso ingênuo de menina, que tinha tudo, menos ingenuidade, e um olhar de predadora prestes a se alimentar da presa. Quando ele assentiu, ela prosseguiu. – Sua rainha deseja domá-lo, meu rei... Um macho escandinavo se entregaria a uma mulher? Tu o farias? Tu renunciarias o domínio por amor? – Ela o desafiou a cumprir suas palavras com o olhar e não escondeu a satisfação quando o ouvira dizer sim.

Diana o beijou com entusiasmo, reacendendo a chama da excitação de ambos rapidamente. Ela o deitou na cama, sentou-se sobre o falo em processo de expansão – deixando a pelves do rei entre suas coxas – e inclinou-se para beijá-lo, roçando os seios contra o peito dele.

Ele perdera a noção de como chegara aquele momento. Tudo que fora capaz de fazer foi fechar os olhos por um minuto, respirar fundo e disciplinar-se para não emitir um grito ou som constrangedor. Bhaegnar já havia emitido o triplo de gemidos de prazer ao final de cada expiração – deixando ambos conscientes do aumento de sua satisfação. E o dobro de rugidos habituais.

Voltando à realidade, abrira novamente os olhos para desfrutar da visão majestosa diante dele – ou melhor, sobre ele. O prazer físico era ainda maior quando somado à excitação visual: vê-la cavalgando, seu corpo parcialmente iluminado pela luz da lareira acesa, as coxas grossas ladeando o corpo dele, o quadril na largura exata – ele virou a cabeça de lado para ter uma vista razoável da ‘suas nádegas pequenas, arredondadas e lindas’ quicando sobre uma das coxas dele.

Quando voltou a encará-la de frente, percebeu que a luz não alcançava a vulva, sombreando o espaço entre o abdômen dele e uns dois centímetros abaixo do umbigo dela. Não que o rei não quisesse ter a visão completa do momento, mas mesmo a sombra dela tinha beleza...

Ele jamais esqueceria a imagem dos seios desenhados à perfeição – a medida precisa de volume, formato e firmeza. – Depois de vê-los, tocá-los e saboreá-los, ele perdera o interesse (que parecia comum a todos os homens) em peitos grandes, muito grandes e enormes. Não eram lindos como os de sua esposa: não eram dois montes esféricos, de tamanho médio, arrebitados, com mamilos coloridos pelas cores do sol e de sua morenice, num tom entre canela e salmão rosado.

Seu amante observou-a fechar os olhos, acelerando o movimento de cavalgada, preenchendo-se e esvaziando-se dele com um ritmo mais forte e mais veloz. Ele sabia que ela estava perto da satisfação e permitiu-se relaxar para atingir seu limite orgástico com ela. Ele sentiu o aumento da umidade escorrendo em trilhas finas sobre sua pélvis, até a manta que cobria a cama. Diana sentiu a força do janto dos líquidos dele dentro dela, pouco depois de sua liberação, encorpando o líquido viscoso que manchava a colcha embaixo deles.

(...)

Eles não conseguiram dormir, como se quisessem aproveitar o tempo que lhes restava, como se suas almas alertassem seu inconsciente de uma separação iminente. Já que não nos é permitido conhecer nosso futuro.

Eles ainda estavam nus, abraçados na cama, olhando nos olhos um do outro.

– Seus deuses a fizeram para mim, Diana... Um presente ofertado aos meus deuses, que honraram meu sacrifício em seu nome, enviando-a para mim.

– Vossa modéstia me comove, Oh, poderoso rei, filho do trovão, nascido pelas mãos do grandioso Thor... – Qualquer outro que usasse um tom de zombaria teria a língua decepada pessoalmente pelo rei. Mas ele amava demais o som daquela risada para se importar com qualquer outra coisa.

– Então, diga-me, que outro motivo explicaria o fato de que parecemos conhecer um ao outro profundamente, no entanto, sabemos tão pouco sobre nós? Eu não sei quase nada sobre você, Diana. De onde você vem? Nada...

– Grécia... e quanto ao motivo, você não me daria ouvidos.

– Por que você carrega duas espadas e só usa uma delas? De quem era a outra?

Ele pegou a espada sobre a mesa, ainda nu. O que a fez engolir seco. Era bem mais pesada que a dela. Feita para mãos fortes. Mesmo sendo forte, não parecia feita para ela.

– Ela pertence ao comandante Bégalo... Eu esperava reencontrá-lo um dia, para devolvê-la.

– Se tu buscas outro homem, mulher. Que fazes aqui comigo? Por que te deitas com um outro tão abaixo de tua afeição? Por que abandonastes a procura? – Definitivamente, esta encarnação o fizera ciumento e mais possessivo que antes. Ele sequer percebera que ao empunhar a espada, para disfarçar o ciúme, começou a simular ataques com o instrumento, como malabares, fazendo Diana sorrir.

– Porque eu o encontrei, meu rei.

– E por que não estás com ele? – o viking tentou dominar a raiva e frustração.

– Eu estou, Bheagnar... – Ele não esperava por isso... Não acreditava que seus deuses o permitissem outra vida, nem que alguém quisesse sair do paraíso viking para uma vida de dor e sofrimento. Mas não podia negar a familiaridade com aquela espada (que Diana o presenteara, mesmo tendo-lhe negado a crença de que lhe pertencera em outra vida); tampouco a sensação de conhecê-la e amá-la desde que pôs os olhos nela; nem mesmo a satisfação de saber que ela o amava, não outro. – Meus olhos estão postos sobre ele neste momento.

 

♣ Acampamento viking || Extremo sul de Wallnyon || Escandinávia ♣    

 

Savinah o alertara sobre o plano do exército saxão, que cercara o acampamento viking. Ainda que Bhaegnar fosse um estrategista brilhante, não haveria tempo para executar qualquer contra-medida para equilibrar as chances dos vikings. Eles estavam em um número pequeno (de exploração, não para saquear e/ou dominar) de 20 homens – contra um exército de 300.

Ela revelara como soubera da emboscada dos ingleses, omitindo-lhe o fato de que fora ela que entregara aos inimigos as rotas que o grupo seguiria para exploração – a procura de terras mais férteis e fontes abundantes de água.

Savinah o amava com verdadeira devoção e fervor. Ela se apaixonara por seu rei há tanto tempo, que mal poderia lembrar-se de quando sentira o estalo do amor. Ele foi sua primeira e única paixão. O menino bonito de 10 anos, que ganhara o primeiro afeto infantil da menina de 4 anos. O lindo adolescente de 16 anos, alto e de musculatura bem desenhada, por quem ela suspirava pelos cantos do palácio aos 10.

O jovem príncipe que roubara-lhe seu primeiro beijo, aos 15 anos. Savinah guardara cada detalhe daquele dia na memória. A voz dele, cada palavra que lhe dissera, os aromas, as cores no horizonte. Fora um beijo casto. Quando ele se aproximou dela, a fim de sentir seu perfume, ela fechara os olhos. Ele sorriu e levou os lábios aos dela... Ele era um homem diferente... Um sedutor. E ela aceitara resignada as migalhas de seu amor, esperando pelo momento da realização de sua união com o príncipe.

Aos 18, ele parecia encantado por ela. Dona de uma beleza exótica que, ainda que sua forma pettit tentassem escondê-la em meio à maioria viking de mulheres altas e longelíneas, suas inacreditáveis medidas de boneca, e o rosto lindo destacavam-na. E, para sua felicidade, ganhando as atenções de Bhaegnar.

Mas o mesmo destino que prometera-lhe uni-la ao seu amado, tramou contra ela. No ano de seu casamento, o rei morrera em batalha, de forma cruel e violenta. Inflamando o ódio de seu filho, sem deixar espaço para nada.

Os anos passaram e o príncipe jamais expôs qualquer palavra ou sinal de que manteria o desejo de seu pai de casar-se com ela. Para seu desgosto, pelo contrário, ele fazia questão de afirmar que uma rainha seria tão inútil para ele quanto uma lâmina não-afiada. “Uma esposa não me serviria para gerar príncipes, porque eu não desejo filhos. As candidatas são criadas com os mimos de rainha, virginais e pudicas... Não seriam úteis nem para dar prazer ao rei... Uma mulher me desviaria dos meus objetivos”... Ela sentiu o coração quebrar.

Outros beijos foram dele, mais aquecidos... mais famintos. Ele parecia desejá-la tanto. Mas dissera-lhe que não a usaria como qualquer uma. Que não a desonraria. Ela queria dizer-lhe que seria sua, seja amante ou concubina. Que não se importava com cerimônias. Que o amava...

Uma década após a morte do rei Thomion, aos 28 anos, conformara-se a estar ao lado dele, como a mulher que o rei confiava para cuidar dele e de sua casa. Ela sentia-se rainha em suas responsabilidades, ao menos, menos em sua cama... Quando novamente o destino tramara em favor de outra.

Bhaegnar costumava ausentar-se por meses, quando envolvia-se pessoalmente em batalhas difíceis, em lugares distantes. Ela lembrara-se do gosto do próprio sangue. Quando mordeu o lábio inferior com força, quando pôs os olhos na bruxa de cabelos escuros que ele trouxera consigo.

A estrangeira enfeitiçara não apenas o rei, como também a maioria dos anciãos do conselho, seus homens de confiança e muitos de seus guerreiros, que diziam tê-la visto lutar ao lado deles, como se por isso, ela ganhasse seu respeito. Mas Savinah sabia que feiticeiras poderosas podiam manipular a mente, colocando nela memórias de algo que nunca acontecera de fato.

Bhaegnar a amava, à ela, Savinah. O brilho de seus olhos revelava-lhe que ela era a única mulher capaz de capturar seu olhar, de roubar-lhe as atenções por um longo tempo, de trazer-lhe um pouco de alívio à mente constantemente bombardeada por imagens, memórias, ideias e sonhos que fizeram-na sombria, com um coração de gelo.

Todos estavam cegos... O modo como ele observava a estrangeira, escondendo-se como um ladrão, não era o comportamento de um rei. Desde a morte de seu pai, ninguém o vira sorrir, até ela enfeitiçá-lo para dar-lhe pequenos meios-sorrisos. Ela tramara para tornar-se rainha. Não havia outra explicação... E por amor ao rei, ainda que ele não merecesse sua lealdade, ela o livraria da bruxa. Por isso, se uniu ao palhaço de Loki.

Savinah pensou que ele fugiria com ela, para salvar sua vida. Mas ele preferia morrer como guerreiro honrado que viver com a vergonha de sua covardia. Ele iria morrer com seus homens.

Ela finalmente aceitou que o homem que amava dera seu coração a outra livremente. Não havia coação. Feitiço. Promessa. Ou dever... Seu coração, doutorado em amar, tirou-lhe a venda dos olhos, cobertos pela frustração, pelo ranço e pelo vitimismo, para que seus olhos, finalmente, vendo a imagem da realidade não pudessem mais negar o óbvio: Bhaegnar amava sua esposa. A estrangeira amava seu rei.

(...)

Ele achava que podia ouvir o trote do cavalo dela há quilômetros... Mas essa era sua resposta racional para o sentimento em seu coração que sabia que ela estava indo até ele.

Não adiantou gritar com ela, mostrar que estava furioso. Que a odiaria para sempre por isso. E a deixaria, caso sobrevivessem.

Ela ficou, desembanhou a espada e lutou ao lado dele e de seus homens.

Sua ex-noiva, Savinah também, em um ato de coragem, morreu em seus braços, pedindo-lhe perdão e jurando-lhe amor eterno. Tendo o peito atravessado pela espada dos bretões.

 O comandante adversário, tendo chegado perto de seu esposo, prestes a sujar com o sangue de Bhaegnar sua espada, covardemente, o atingindo pelas costas, não viu quando a poderosa fêmea de cabelos da cor negra, como as asas de uma graúna, se lançou entre eles.

O grito de dor do rei viking, diz a lenda, ecoa até hoje pelas planícies nórdicas, toda vez que um amor se vai. Pode-se ouvir o gemido do vento, soprando e chorando, lamentando a partida de seu amor. Como se o espírito dele estivesse preso, rondando pelo lugar, vagando a procura de sua esposa morta.

O comandante bretão não viu a luz do dia nunca mais. Tendo sido decepado de todos os membros e cabeça, quando Bhaegnar viu o que ele fez à sua rainha.

(...)

Carregando o corpo morto de sua esposa, coberto do sangue inglês, fraco, cansado, ele orou a Thor que a trouxesse de volta. Oferecendo a vida dele em torça da dela.

Ele achou que lady Sif, esposa de seu deus Thor, o atendera, mas era Afrodite, que concedera-lhe a sorte de vê-la mais uma vez com o brilho em seus olhos, enquanto sua vida se esvaía.

“Por que preferes morrer, mortal? Por que darias tua vida por ela?”, perguntou a deusa.

“Prefiro a morte à uma vida sem ela”

“Por que? Por que não me deixastes te esperar nos portões dos Campos Elísios, meu rei? Meu amor?”, Diana disse com a voz fraca, ainda recuperando-se, sentindo a vida ser novamente soprada em seus pulmões.

“Meu amor por ti é um marco eterno e dominante, amazona. Que encara a tempestade com bravura. Minha vida estará ligada à tua por toda eternidade, princesa”, ele disse pela última vez vestindo as vestes do corpo que cobria o rei viking.

“Por quê, lady Afrodite? Por que precisa doer tanto? Nunca teremos descanso?”

A musa dos deuses, a deusa do amor responder-lhe: “A razão por que a despedida te dói tanto, minha menina, é porque tuas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham sido e sempre serão, Diana. Nós vivemos mil vidas antes desta, minha flor de Themyscira e, eu te prometo, em cada uma delas, tu acharás teu amor. Por que teus corações vibram em uníssono. Cada vez que vós tenhais sido forçados a vos separar pelos mesmos motivos, significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá. Mas um dia... eu te prometo, teus corações encontrarão descanso.

Agora ele deve partir para sua jornada pelo limbo, até que seja chegada a hora de sua alma vestir nova roupagem. Até a hora de encontrá-la novamente.

Espera, minha menina... ele te encontrará”.

Afrodite deixou a rainha com o corpo do rei morto envolto em seu abraço.

Banhado pelas lágrimas da saudade da princesa amazona e o calor de seu amor.


Notas Finais


Gente, eu me acabo de chorar escrevendo isso. Me acabo!! Acreditem... é catártico!

Mesmo que a música recomendada para a fic seja A miragem
Eu recomendo outra, que tem tudo a ver com esse capítulo.

Alex & Sierra "Você me encontrará"
https://www.youtube.com/watch?v=-oD5NPisFYw


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