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História Reencarnada - A maldição do tigre - Tigres, maldições e príncipes


Escrita por: AnnieBells

Capítulo 10 - Tigres, maldições e príncipes


Fanfic / Fanfiction Reencarnada - A maldição do tigre - Tigres, maldições e príncipes

A noite passada foi uma das melhores, eu dormi tranquilamente, sem a visita do homem de olhos dourados nos meus sonhos.

Aquela cama era tão macia quanto o carpete rosado do quarto. Então, foi só deitar pra logo pegar no sono.

Naquela manhã eu acordei com os raios de sol que batiam no meu rosto através da sacada.

Meu corpo escorregou para fora da cama, senti o estômago roncar alto.
Que fome!
Antes de tudo, preciso de um banho bem tomado.

Caminhei em direção ao banheiro do quarto. Ali dentro daquele cômodo, não muito maior como o quarto, Mas ainda assim consideravelmente grande para um banheiro normal.
Meus olhos brilharam quando vi uma banheira de mármore branco no chão, tão grande e bonita quanto o chuveiro elétrico do outro lado do banheiro. Eu vi sais de banho, toalhas limpas em um armário, e uma cesta de shampoos e condicionadores que eu não conheci ler o rótulo, estava posta em cima de uma das várias prateleiras de vidro da parede. Além de uma cesta extra de cremes de cabelo, esses eu logo reconheci por serem americanos.
Havia dois roupões brancos estendidos em uma espécie de cabide na parede.

Me despi, entrando embaixo do chuveiro, a água estava fria, tudo que eu precisava naquele clima absurdo.
Fechei meus olhos deixando a água levar todo a sujeira do meu corpo e cabelo. Usei um dos muitos shaampos e cremes para finalizar e logo que depois que toda espuma sumia ralo eu desliguei o chuveiro, fazendo de tudo para não demorar.

Dentro do guarda-roupa havia roupas femininas, de um lado típicas indianas, vi um sari indiano vermelho com detalhes dourados estendido em um cabide. Do outro lado, roupas com as quais eu estava familiarizada: Shorts, calças, blusas, regatas e vestidos.
Mas nenhuma era minha. Decidi não tocar em nada e peguei uma camiseta cinza florida da minha mala, junto com uma calça jeans azul.
Calçei uma sandália de tirinha e sai do quarto rumo as escadas, foi difícil achar o caminho, a casa era muito grande.
Não seria difícil me perder ali.

Meus pés faziam barulho no piso de madeira, em contraste com o silêncio do andar de baixo. O único som que se ouvia era de panelas batendo e o chiado de comido sendo feita.

Segui em direção ao barulho, entrando na cozinha, encontrei Sr. Kadam e Nilima.
Ele segurava um jornal na mão enquanto Nilima virava o que parecia ser bacon numa frigideira.

Assim que entrei no lugar, eles levantaram o olhar para mim. Olhar perturbado do velho homem sendo substituído por um sorriso sútil.

- Bom dia Isabell! - Disseram em conjunto.

- Bom dia! - sentei a mesa, de frente para ele. Logo Nilima trouxe um prato com panquecas carameladas para mim.
Serviu Sr. Kadam com bacon e ovos.
Sentou-se a mesa com um pouco do que parecia ser um pedaço de torta.

- Dormiu bem Isabell? - Perguntou o senhor em minha frente, tirando os olhos do jornal.

- Como uma pedra. - soltou uma risada anasalada.

Me pergunto onde estaria Ren agora. Será que ele ainda estava dormindo?

Meu estômago roncou baixinho, lembrando-me do que eu precisava, então rapidamente tratei de começar a comer, agradecida por Nilima ter optado pela culinária América naquela manhã.

Senti um arrepio na nuca, meus pelos se eriçaram quando eu senti uma respiração próxima à minha orelha. Tive um pequeno susto quando vi olhos azuis cobalto atrás de mim. Seu olhar brilhou com uma espécie de divertimento.

- Tão cheirosa! - Aquilo me pegou completamente de surpresa. Meu rosto esquentou na mesma hora. Corei violentamente. Eu com certeza não estava acostumada com isso a essa hora da manhã.
Não estava acostumada com isso a qualquer hora do dia!

- B-bom dia! - Minha voz falhou miseravelmente, entregando o quão nervosa eu fiquei naquele momento.
O que há de errado comigo?

Seus lábios se esticaram em um sorriso de canto. Ele simplesmente passou direto por mim e cumprimentou Kadam e Nilima.
Foi em direção a bancada da pia pegou um prato, enchendo-o de pedaços de torta. Puxou uma cadeira e se sentou de frente para Nilima. Dando agora atenção para seu café da manhã.

Fitei o talher em minhas mãos, de repente percebendo que a comida do nada ficara sem gosto. Forcei mais alguns pedaços para dentro, optando por não desperdiçar e distraindo a minha mente para procurar não pensar no dono da casa. Aquele com as mesmas vestes brancas de ontem, músculos gritantes e olhos cor do mar.

Meus pensamentos voltaram para a noite de ontem, de quando ele me deixou na porta do meu quarto, com a palavra de que teríamos nós três, eu, ele e Sr. Kadam, uma conversa importante, e pelo seu tom sério aquilo não poderia ser adiado.

Naquele momento, em frente ao quarto eu estava deslumbrada demais para pensar com clareza. Mas aqui, agora, de frente para todos eles, eu senti a minha curiosidade aguçar.

- Sr. Kadam qual o assunto importante que vocês queriam falar comigo?

O barulho de garfos e facas que batiam nos pratos parou completamente. Repentinamente a tensão que se instalou na cozinha me deixou desconfortável.

Eu me perguntei se tinha falado algo errado.

Eles trocaram um olhar significativo, como se tivessem se comunicado apartir dali.
Vi Nilima levantar desajeitadamente e deixar seu prato na pia. E então ela saiu de minha vista, abrindo a porta que dava para o jardim e sumindo por ali.

Me voltei para aqueles que ainda estavam na mesa, seus rostos virados para mim não me permitiam ler suas expressões.
Kadam afastou seu prato pelo tampo de vidro da mesa e pôs de lado o jornal que estava em seu colo.
Ren fez o mesmo com as fatias de torta e eles logo levantaram me deixando mais confusa ainda.

Eles saíram para a sala me chamando em seguida. Entraram por uma porta que eu não tinha notado ali antes.

Lá dentro eu observei várias estantes repletas de livros, dois sofás capitonê de couro bordô e uma mesa de madeira rústica entre eles.
No chão ao lado havia um grande tapete de crochê em formato de flor de lótus.

Na parede tinha um grande desenho de cerâmica do Deus Ganesha que eu reconheci facilmente.

Não sabia que aqui tinha uma biblioteca.

Me acomodei no sofá olhando para os dois homens que agora pareciam apreensivos. Cada um procurou se sentar de frente para mim.

- Senhorita Isabell, precisa ter a mente aberta para oque vamos lhe contar. - O olhar cauteloso e o tom de voz que Kadam usou quando se inclinou em minha direção acabou me assustando.

Vi os músculos do braço de Ren enrijecerem quando o velho homem começou a falar.

Aquilo não fazia sentido para mim. Não consegui associar toda aquela informação a realidade.
Desejei imensamente que tudo fosse apenas fruto da minha imaginação ou uma piada vinda de um senso de humor muito estranho. Quis levantar daquele sofá, chamar todos eles de loucos e sair daquela casa o mais rápido possível.

Maldições, tigres, deuses, príncipes.
Do quê eles estão falando!?


O meu ceticismo e bom senso gritaram para que eu fugisse logo dali, mas quando Ren levantou e sabe lá Deus como, se transformou no mesmo tigre branco que eu achei ter deixado na reserva, eu não consegui me mexer, eu estava paralisada, os olhos arregalados no animal.

Abri minha boca na esperança de que saísse alguma coisa, qualquer coisa.
Mas nada além do silêncio.

Vi a metamorfose acontecer novamente e o tigre virar homem. Ele atravessou a mesa e sentou ao meu lado. Tentou segurar as minhas mãos mas eu não deixei.
Me afastei bruscamente dele, ficando de pé em uma distância que considerei segura.

- Não toque em mim! - Ignorei seu olhar ferido.
Eu precisava pensar com clareza, precisava de um tempo para absorver toda a informação. Era muita coisa para processar.

Saí dali sem pensar duas vezes, ouvi quando os dois chamaram meu nome mas não liguei, Não dei a mínima.
Subi as escadas pulando de dois em dois degraus. Corri pelos corredores do segundo andar. Entrei no meu quarto e tranquei a porta. Momentos depois incessantes batidas e vozes do outro lado não me deixaram em paz.

- Isabell, por favor, tente entender tudo isso, precisamos que seja compreensiva, não queremos que se assuste. - Levei as mãos aos ouvidos, evitando as súplicas da voz abafada de Ren.

Milhões de perguntas vinham na minha mente. O que está acontecendo? Como isso é possível? Será que isso é real? O que vou fazer agora?

Meus olhos arderam assim que afundei no chão e imediatamente novas dúvidas surgiram. Tão importantes quanto outras.

Por que isso está acontecendo comigo? O que eu tenho haver com isso?









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