História Reencontro - Body and Soul - Lagrimas

Com os olhos ainda fechados pude ouvir os pássaros que gorjeavam, senti o peso de seu braço me envolvendo,  Andrew estava com seu corpo colado em minhas costas tentei levantar-me sem acordá-lo, ao que fui afastar seu braço senti que o mesmo ficou mais pesado.  

"- Onde pensa que vai?"  Uma voz rouca ecoava próximo ao meu ouvido,  

"- Bom dia pra você também!"   Respondi já desistindo de afastar seu braço que pesava sobre mim.
              "- Por que não fica quietinha e dorme, não precisa se levantar agora."    Repreendeu-me afundando seu rosto em meus cabelos.
               "- Porque tenho fome e o café não se faz sozinho,  sabia!?"   Exclamei virando-me dando-lhe um beijo rápido,  afastei seu braço que não mais pesava e sentei-me na cama. 

  "- Isso não é justo!"  Falou indignado tentando me puxar de volta pela cintura, mais que depressa me levantei seguindo nua até o armário para pegar um vestido, quando me virei o mesmo me admirava ainda deitado aboiado sobre o braço bateu na cama me chamando.
               "- Vem aqui!"
                "- Não. "   Falei me inclinando um pouco e segui em direção da porta, ouvi ele despencar sobre a cama bufando indignado.
                 "- Você é muito má Suzan!"   Gritou.
                   Apareci de supetão na porta assustando,   "- Não sou não! "   Falei sorrindo me retirando novamente,  percebi que o mesmo se levantava, já estava na cozinha preparando o fogão para ser acendido, foi que percebi que o mesmo saía do quarto completamente nu em direção ao lavabo, suspirei profundamente ao presenciar tal cena, meneei e cabeça  afastando pensamentos luxuriosos voltando aos meus afazeres. 
                  Preparei o café, arrumei a mesa pra o desjejum,  Andrew se dispôs a ir a cocheira para buscar leite, (possuía uma vaca e um bezerrinho quase não á ordenhava  pois não tinha paciência mas quando o fazia sempre preparava queijo ou manteiga, como foi um presente de Ian não a pude  recusar) após um tempo Andrew retornava com um balde de leite, fervi um pouco levando a mesa em seguida, tomamos nosso café juntos ao que Andrew terminando o seu se levantou seguindo em direção da pequena ponte.
                  Arrumei a cozinha e pus-me a cuidar da casa e de meus afazeres cotidianos, o dia transcorreu tranquilo como o restante da semana.

     Andrew já avia terminado a pinguela faltando somente alguns detalhes, notei que em minha dispensa faltava alguns itens, convidei Andrew para ir comigo a vila já que o mesmo ainda não á conhecia, chegando em frente ao armazém ouvi uma voz familiar, adentrando notei que Ian avia retornado se sua viagem.
                  "- Bom filho a casa torna!"   Segui até ele abraçando com ternura, 
                  "- Pensei que avia dito que se ausentaria por mais de uma semana?"   Ouvi Andrew  limpar a garganta chamando minha atenção.
                  "- Ah, desculpe minha indelicadeza, Andrew este é Ian meu amigo de infância!"   Segui até Andrew conduzindo até meu amigo, ele  expressava uma face seria ao olhar pra Ian, deram as mãos e Andrew pediu licença seguindo até a prateleira de ferragens a procura de pregos, Ian se aproximou de mim e perguntou-me.
                   "- Quem é seu amigo, nunca o vi aqui na Vila?"   Comecei a explicar-lhe do modo mais claro possível, ocultando os detalhes.
                   "- Tomé cuidado Suzan, você tem esse hábito de confiar de imediato em pessoas que mal conhece, deveria ter o conhecido melhor antes de lhe dar abrigo em troca de reconstruir sua ponte."   Expressou-se com preocupação.
                      "- Não precisa se preocupar Ian ele é inofensivo, não faz nada que não é lhe permitido fazer e até o momento respeitou todas as minhas vontades!"  Falei com calma e confiança, não estava mentindo só omitia os detalhes.
                       Andrew retornava já com alguns itens em mãos,  "- Vamos, se não vai ficar tarde, pois pretendo terminar ainda hoje a ponte!"   Olhei-o surpresa com tal afirmação, mas não discuti somente assenti com a cabeça e entregando a Ian a lista de produtos que precisava, o mesmo separou tudo colocando em minha sacola e entregando-me em seguida.
                        Me despedi de Ian já saindo pela porta. 
                        "- Mande lembranças minhas para Sarah!"   Acenei com a mão me virando indo em direção a Andrew que estava um pouco mais a frente, percebi que o mesmo encarou Ian se virando logo em seguida, passou a mão em volta de minha cintura me puxando junto a si, o olhei e vi em seus  olhos que estava com ciúmes o mesmo nem sequer me olhou.
                          
                     Ian ainda a nos observar se afastando franziu a testa em descontentamento e deduziu ao ver a cena, que eu não estava lhe contando tudo que avia acontecido nesta semana que se passou.
                       

        No caminho para casa Andrew não pronunciou sequer uma palavra, isso me incomodava, respirei fundo e perguntei se estava tudo bem.
                     "- Claro que esta, por que não estaria?"   Falou seco com certa frieza na voz.  

        "- Pois não parece,  desde que saímos do armazém não pronunciou uma palavra se quer e quando lhe pergunto se aconteceu algo me responde com frieza!"   Retruquei indignada com sua resposta a minha pergunta.
                     O mesmo me encarou sério soltando minha cintura e, pois se a falar.

        "- Quer mesmo saber o que aconteceu, eu vou te dizer o que aconteceu, não gostei do jeito que você abraçou seu amigo, e ele, não gostei dele também, quem ele pensa que é para abraçar a minha mulher assim!"    Ficou a me encarar,  vi em seu olhos uma raiva que me deixou amedrontada de início mas não me deixei abater, e retruquei com indignação.
                       "- Sua mulher?"   Desde quando sou sua propriedade para você me tratar assim, eu sempre tratei Ian deste jeito e ele sempre foi respeitoso comigo, e você... você que fica aí fazendo ceninhas de ciúmes, parece até... até uma criança mimada que acha que pode mandar em todo mundo!"   Gritei já com a voz embargada e olhos marejados, me virei e sai correndo sem ao menos olhar pra trás, minha visão estava turva por causa das lágrimas que não conseguia mais segurar, tropecei em uma raiz caindo no chão ralando meus joelhos, Andrew ao ver tal cena correu em disparada ao meu auxílio quando se aproximou o empurrei ao que o mesmo não  recuando me agarrou puxando-me contra si e me abraçando forte.
                        Chorava copiosamente por tudo que avia ouvido e dito, não queria ter dito aquilo estava com raiva por causa de suas palavras.
                        "- Shhhhh...  já passou, desculpe por ter dito aquilo não foi minha intenção fazê-la chorar, eu só não o conhecia como você o conhece e quando vi a cena senti ciúmes, não nego, mas por favor pare de chorar, por favor!"   Enquanto falava me abraçava cada vez mais forte, senti seu corpo tremer como se de medo e sua respiração estava ofegante."

Tentei controlar aos poucos minhas lágrimas fazendo-as cessar, o mesmo percebendo afrouxou o abraço agora me encarando e passando a mão em meu rosto secando minhas lágrimas.

        "- Me desculpe, por favor!"   Após ouvir sua voz olhei para seu rosto e vi que seus olhos também estavam marejados, estendi minha mão tocando sua face me desculpando pelo meu rompante, aproximei-me depositando  um beijo em cada olho e abraçando.
                      Andrew abaixou seus olhos em direção de meus joelhos e viu que os mesmo sangravam, levantou-se rapidamente me pegando em seu colo levando-me para casa abriu a porta da cozinha colocando-me sentada sobre a mesa, pegou um pouco de água e um pano limpo molhando.
                      "- Isso vai arder!"   Passou o pano no ferimento gritei de dor fechando meus olhos ao qual escorreu uma lágrima, Andrew continuou com a limpeza dos machucados tirando todo o resquício de terra, quando ele percebeu que eu não me queixava tanto  o mesmo respirou fundo e falou.
                      "- Desculpe por tela feito passar por isso, não queria que se machuca-se!"    Ainda de cabeça baixa prestando atenção no que fazia.
                      "- Pare de ficar se desculpando tanto assim, tendo em vista que também tive culpa por tudo que se sucedeu!"  Falei com calma passando a mão em seus cabelos afagando-os, após terminar de fazer os curativos nos meus joelhos levantou-se me abraçando com ternura.

        "- Prometo que não vai mais acontecer!"  Sussurrou  depositando um beijo em minha testa
                      "- Fique aqui, vou voltar pelo caminho é pegar as coisas que lá ficaram Ok!"   Assenti com a cabeça vendo sair pela porta a fora, abaixei minha cabeça e fiquei a pensar em tudo que avia acontecido, Andrew avia me mostrado um lado ao qual eu não conhecia, era difícil de acreditar que o homem ao qual me apaixonei e o que vi hoje sejam a mesma pessoa, respirei fundo fechando meus olhos por breves segundos, desci da mesa com certa dificuldade por causa da dor nos joelhos, mas nada que não pudesse aguentar.
                      Assim que meus pés tocaram o chão senti-me tonta, pensei que iria cair ao que me firmei escorando-me na cadeira, com a cabeça baixa respirei fundo  levante-ia em direção da porta e observei que já estava escurecendo, senti meu corpo ficar gelado e minha vista escurecer.
                     Andrew apareceu na porta e percebeu que Suzan estava desmaiada  próximo a ela, seu coração parou de bater por breves segundo em desespero, correu pegando-a em seus braços levando a para o quarto deitou e ficou a acariciar seu rosto que estava gelado e pálido.
                    "- Por favor, não me deixe novamente!?  Sussurrou já  com lágrimas nos olhos e  segurando minha mão fria abaixou sua cabeça em lágrimas , quando sentiu um suave toque sobre seus cabelos.
                     "- Por que está chorando?"  Falei com voz rouca ainda sentido meu corpo mole e um pouco frio.
                     Levantou seu rosto e mirou-me com olhos surpresos que ainda persistiam em derramar lágrimas. 
                     "- Você está viva!" 
                     "- E claro que estou! Por que não estaria, acho que desmaiei por que não comi nada!"   Tentei me levantar mas minha cabeça ainda rodava, permaneci deitada.
                      Notei que Andrew não desviava seus olhos de mim, me abraçou de modo desesperado me apertando em seus braços,  

        "- Prometa pra mim, prometa que nunca vai me abandonar, não aguentaria perde-la novamente!?"
                      Fiquei a pensar no que acabei de ouvir " perde-la novamente", como assim?  Não  entendia seu modo de se expressar,  como se já nos conhecêssemos, relevei, pois vi que estava abalado e deduzi que era por ter me visto naquele estado no chão.
                      Forcei-me a levantar novamente foi que Andrew me proibiu segurando-me.
                      "- Não precisa se levantar, descanse um pouco, vou pegar algo para você comer."
                      Ele saiu rápido pela porta, voltei a recostar minha cabeça no travesseiro sentido-me já sendo levada ao mundo dos sonhos.

         Andrew retornava com uma tigela com frutas picadas, mas ao adentrar no quarto notou que Suzan estava a dormir, abaixou-se levando a mão ao meu rosto e sentiu que não estava mais fria, respirou fundo, cobriu seu corpo com um cobertor e saiu fechando a porta atrás de si.