História Reencontro - Body and Soul - Descobertas

       Tudo começou a mais de 100 anos antes deste tempo, eu era somente um camponês que residia em um vilarejo próximo à mansão ao qual você vivia, eu era marceneiro e sempre requisitavam meus serviços na mansão, naquela ocasião fui chamado para construir um gazebo em um dos jardins, até que eu a vi passeando, você passou ao meu lado, o perfume  que vinha de você era inebriante uma suave fragrância de Lavanda.
                      Percebi que não fora somente eu que notou sua presença, seus olhos também pousaram sobre mim, após aquele dia enquanto eu fazia meu trabalho no jardim notava que sua presença era constante por perto, até que um dia veio se aproximando querendo conversar, você perguntava sempre coisas ligadas a minha profissão, não sei se para disfarçar, já que sempre estava acompanhada por uma moça, até que um dia parou próximo a mim,  mirou a mocinha que a acompanhava e pediu para ela buscar um leque especifico que você tinha esquecido, a mesma meneou a cabeça e foi mais que depressa buscar em seus aposentos, ao que ela se afastou você retirou um leque da manga do vestido abrindo-o e falou
                        "- Ela vai ficar horas procurando." Falou em deboche
                        Percebi que sua intenção era ficar a só comigo para conversar mais abertamente, e logo começou a perguntar.
                        "- Qual seu nome?"
                        "- Andrew Eldrith, madame!"
                        "- Meu nome e Sophia,  mas pode me chamar de Sophi, e prefiro que não use a palavra madame junto, eu não gosto, me sinto velha!"
                        Enquanto eu trabalhava para não levantar suspeitas, você ficou ao meu lado a conversar, falamos de assuntos variados, nos conhecendo um pouco mais a cada palavra, ao que ao longe viu retornar a mocinha a passos rápidos, jogou o leque nos arbustos e curvando-se falou.
                        "- Me encontre no bosque após o horário do café da tarde de hoje!"
                        Olhei de soslaio, você se afastar em direção da menina que arfando pedia desculpas por não encontrar o leque que avia pedido.
                        Após o horário combinado, lá estava eu no bosque me perguntando o porque estava  fazendo àquilo, já deduzindo que você não apareceria, ao que ao longe ouvi uma voz doce me chamando, virei-me e vi você vindo em minha direção estava sozinha, ao se aproximar pegou em meu braço e falou.
                        "- Vamos sair logo daqui, antes que ela nós encontre!" 
                        A passos rápidos nos afastamos em direção de uma queda d'água  que ficava um pouco mais adentro do bosque, sentou-se em um pedra próximo a água arfando de cansaço e começando a rir.
                        "- Do que está rindo?"  Perguntei.
                        "- Do que eu sou capaz de fazer para ter uns momentos de liberdade, com pessoas mais agradáveis do que aquelas que só sabem me bajular e paparicar!"
                        "- Então deduzo, que eu seria esta pessoa mais agradável!?"
                        "- Sim, seria!" Falou com sorriso nos lábios se levantando e vindo em minha direção.
                        Só que no meio do trajeto tropeçou e antes de cair fui ao seu auxílio lhe amparando em meus braços, foi neste momento que senti algo diferente meu coração acelerou e percebi que sentia algo diferente, seus olhos estavam tão próximos dos meus que podia sentir sua respiração, ao que você se adiantou e me deu um beijo rápido, falando.
                        "- Desculpe, não consegui me segurar, você me passa esta sensação tão boa de liberdade que quando senti seu rosto tão perto não pude me conter ...."  Interrompi seu  rompante tagarelar segurando-te pela cintura e dando-lhe um beijo, suas mãos ao invés de me afastar enlaçaram meu pescoço aprofundando mais o mesmo.
                        Estávamos tão entretidos em nosso beijo que nem nos demos conta da aproximação da mocinha que nos olhava com olhos arregalados, ao se deparar com a cena somente limpou a garganta ruborizada, quando você percebeu se afastou e seguiu em direção da menina falando.
                        "- Mellani, você não viu nada esta bem, este e o nosso segredo!"
                        "- Mas e ele madame?" 
                        "- Entenda uma coisa, eu gosto dele e por isso vou precisar que me ajude!"
                        A menina emboçou um sorriso de aprovação ao ouvir você falar que gostava de mim.
                        "- Pode contar comigo madame!"  Sorriu dando saltitos.
                        Você pediu para a menina se afastar e ficar de olho, a mesma assentiu com a cabeça e cumpriu com a ordem.
                        "- As pessoas sempre fazem o que você quer?" 
                        "- Nem sempre, e que eu já avia comentado com ela sobre meu interesse em você, só não esperava que ela nos flagra-se." 
                        Começamos a rir da situação, ao que nos abraçamos, senti seu corpo junto ao meu era uma sensação tão boa, eu a afastei e te perguntei.
                        "- E agora, o que nos vamos fazer?"
                        "- Continuar nos encontrando oras, agora que temos o respaldo de Mellani, podemos nos ver sempre após o café da tarde!" Falou se aproximando dando-me um beijo, que ao final arfou em satisfação.
                        "- Preciso ir, mas amanhã irei visitá-lo em seu trabalho e te encontro aqui!"  Você falou com um sorriso tão vívido.
                        Se afastou ainda a segurar minha mão me olhando até que as mesmas se separaram.

          Ficamos a nós encontrar as escondidas durante uma semana, mas naquele dia você não avia encontrado a garota e decidiu vir se encontrar comigo sem ela estar por perto para nos avisar se alguém se aproximava, estávamos tão envolvidos que valia o risco.
                        Quando cheguei você já estava a me esperar, me aproximei lhe abraçando por trás  afundando meu rosto em seu pescoço sentindo seu cheiro, você passou seus braços por sobre os meus, o que eu mais queria era que aquele momento se eterniza-se
                        Mas alguém se próximo furtivamente.
                        "- O que temos aqui, o que pensa que está a fazer Senhorita?"
                        Após ouviu a voz daquele homem senti seu corpo tremer em meus braços, e mais que depressa se desvencilhou dos mesmos.
                        "- Professor, não é o que o senhor está pensando ele e meu amigo!
                        "- Amigos não ficam abraçados escondidos no bosque, Senhorita Sophia!" Ao que continuou.
                        "- Então é este o jovem que esta a fazer a Senhorita chegar atrasada às minhas aulas nesta última semana, fiz bem extorquir informações daquele sua serviçal inútil."
                        "- Não a julgue assim, ela e de extrema avalie pra mim!"
                        "- Não mais!"  Percebi que ele falou com um ar de satisfação.
                        "- O que fez a ela professor?"
                        "- Não mais o que ela merecia por tentar esconder as coisas de mim!
                       

            *********
                       
                         Ao que em rompante Suzan interrompeu.

           "- Andrew, quem era este homem?"
                        "- Este homem e o Ian, Suzan!"
                        "- O Ian!?"   Parei por um momento para pensar de cabeça baixa ao que um flash de lembrança veio a minha mente me dando uma pontada na temporã direita fazendo-me levar a mão.
                        "- O que foi Suzan, você esta bem?"
                        "- Estou bem sim, foi sou um fragmento de sonho que me veio a mente!"
                        "- Não são sonhos Suzan, são lembranças de sua vida passada!"
                        Olhei-o com olhos assustados, meneando minha cabeça em sinal de estar confusa.
                        "- Se você quiser descansar, depois nós continuamos!?"
                        "- Não, já que você começou agora termine, não vou esperar mais nenhum minuto para entender tudo que está acontecendo comigo!"  Falei determinada. 

           - E mais uma coisa ...., o que aconteceu com a menina Mellani?
                        "- Eu não sei, depois do ocorrido ela não foi mais vista, alguns disseram que ela tinha sidos mandada embora mas nem no vilarejo foi vista!"
                        Vi que Suzan franziu a testa com sua mão ainda a massagear a temporã ao que me mirou seria, assentiu com a cabeça.
                        "- Continue!"

          **********

          Ian veio em nossa direção agarrando seu pulso a puxando com violência.
                        "- Venha comigo Sophia, temos que conversar!"
                        Quando o vi tratando-a assim meu sangue ferveu, fiz com que ele lhe solta-se o pulso dando-lhe um soco logo em seguida, o mesmo caiu no chão levando a mão ao queixo, ao que você se pôs a minha frente.
                        "- Não Andrew, não faça mais nada eu vou com ele é depois conversamos, ele pode complicar as coisas pra você, e não quero que aconteça nada contigo!"
                        "- Mas ele não é de confiança Sophi, vai saber o que ele pode fazer com você....
                        "- Sshhh... Não precisa se preocupar comigo, ele não vai me fazer nada!" Falou-me em um tom mais baixo de voz. 
                        "- Prometo que vou encontrar um jeito de lhe contatar, está bem!"  Após beijar as pontas de seus dedos depositou os sobre meus lábios em despedida.
                        Fui em direção oposta me afastando a observar aquele infeliz se levantar a encarando, tomando seu pulso e a puxando, levando em sentindo da mansão.
                        Naquela noite estava apreensivo por notícia suas, ao que ouvi baterem a porta, abri e era uma senhora já idosa vestida com roupas de cozinheira, eu a conhecia ela trabalhava na mansão.
                        Coloque-ia para dentro de casa, ao que ela me estendeu um carta.
                        "- A menina Sophi me pediu pra entregar isso é você, agora eu preciso ir antes que sintam a minha falta!"
                        "- Senhora, como ela está?
                        "- Ela está bem meu rapaz, só não poderá sair do quarto até segunda ordem!"
                        "- O homem que a levou de volta a mansão, quem é ele?
                        "- Meu filho não mexa com aquele homem ele é perigoso, parece um professor comum e zeloso mas no fundo gosta de lidar com as forças ocultas e perigosas."
                        "- Ele é um feiticeiro?"
                        "- Sim, ele é um mago Necronomicon!"
                        Ela se virou e saiu pela porta sumindo na escuridão, abri a carta mais que depressa e percebi que estava manchada por lágrimas.
                       

          ♦♦♦♦♦ 
                       Meu amor, sinto por ter feito passar pelo ocorrido nesta tarde, mas se eu não tivesse intervindo às coisas poderiam ter ficado piores, este homem é  um conselheiro de minha família que por conveniência de meus pais me dá aulas vespertinas, ele e uma pessoa muito influente e obcecado, por isso vou pedir-lhe que abandone o serviço que vinha prestando a minha casa, pois eu o ouvi perguntar aos outro empregados sobre você.
                       Não aguento mais viver esta vida pela metade, eu te amo e quero estar contigo por isso eu vou fugir e quero que você esteja comigo, vou ficar alguns dias sobre os olhos deles até que tudo se acalme mas em breve lhe enviarei uma nova mensagem através da senhora que lhe entregou está.
                        Eu te amo!
                        Sophi.
                       ♦♦♦♦♦
                       

          Mesmo você  me pedindo para ficar longe, não tinha como evitar, sempre no início das noites ia até a mansão, pelo bosque que dava acesso a mesma, ficava a observá-la ao longe, via você sempre à janela a admirar os jardins, naquela noite o céu estava enluarado proporcionando uma bela luz prateada.
                        Fui em direção para fora do bosque ficando assim mais aparente, vi que você olhou em minha direção percebendo minha presença, mais que rápido abriu a janela e ficou a me olhar, quando comecei a caminhar indo em sua direção vi que você foi puxada para dentro e na janela apareceu aquele homem, notei que ele ficou a olhar pela mesma tentando encontrar o que você observava,  me afastei evitando ser visto.
                        Três dias se passaram após aquele, foi que a minha porta novamente a velha senhora surgia me trazendo uma nova carta, ao me entregar pediu para que eu lê-se de imediato, pois precisava retornar com uma resposta.
                       

          ♦♦♦♦♦
                       Minha decisão esta tomada, irei fugir hoje a noite após todos forem dormir, depois da meia noite estarei lhe esperando no bosque próximo a queda d'água aonde nos encontrávamos.
                        Te amo!
                        Sophi.
                       ♦♦♦♦♦
                       

         Virei em direção de minha mesa onde jazia papel e tinteiro, escrevi poucas palavras para que ela soube-se que estava de acordo com seu plano, dobrei colocando em um envelope entregando para a senhora.

           "- Cuide bem da minha menina meu rapaz, ela é preciosa como um diamante e delicada, por assim dizer como uma flor!"
                        Assenti com a cabeça retribuindo com um sorriso.
                        "- Pode deixar, cuidarei dela com minha própria vida!"
                        O resto do dia transcorreu bem e os preparativos que fiz pra nossa fuga já estavam encaminhados, só me faltava aguardar a hora marca.
                        O vilarejo estava em total silêncio e já eram quase meia noite, comecei a me preparar pegando uma valise que estava por sobre a mesa e segui em direção da porta, sai seguindo pelas ruas vazias, como anunciado por nuvens cinzentas ao final da tarde uma tempestade se aproximou encobrindo as poucas estrelas que cintilavam no céu, ao longe uma grande nuvem reluzia com raios que cortavam seu interior, pus-me a passos rápidos até que apareceram dois homens estranhos bloqueando meu caminho.
                        "- Um viajante desavisado! O que será que ele tem a nos oferecer?" Falou o da direita.
                        "- Huumm... se ele não tiver nada de valor pelo menos vamos ter aonde extravasar nossa frustração!" Falou o da esquerda estalando os dedos.
                        Fiquei a olhá-los tentando adivinhar qual viria primeiro, ao que senti uma forte pancada em minha cabeça caindo ao chão desacordado.
                        Quando acordei já avia se passado uma hora, levantei-me rápido e comecei a correr, não foi coincidência aqueles caras terem me abordado do nada em tocaia, meu coração me avisava que algo não estava bem.
                        Adentrei no bosque correndo como um louco, chegando ao ponto combinado ao qual você não se encontrava, senti um medo me tomar o corpo e pus-me a correr por um caminho estreito próximo ao pequeno lago, relâmpagos iluminavam o caminho que estava mergulhado em uma escuridão sombria, cheguei próximo a uma ribanceira, não avia mais por onde seguir ao que meus olhos enxergaram o fundo do mesmo que um relâmpago iluminou, meus olhos se arregaram e meu coração gelou ao ver um corpo inerte.
                        Corri deslizando barranco abaixo me colocando ao lado de seu corpo que estava envolto em uma capa de veludo negro, tomei a em meus braços ao que não aguentei soltando um grito de dor e fúria, mais um relâmpago iluminou o céu e gotas começaram a retinir nas folhas das árvores próximas, afastei a um pouco passando a mão pelo seu rosto alvo afastando os fios de cabelos que o encobriam, até minha atenção ser desviava pela aproximação de passos
                        "- Que tristeza triste, meus olhos estão a presenciar!"
                        Um ódio tomou minha alma ao que ouvi aquela voz, desviei meus olhos observando de esguelha, com você ainda em meus braços.
                        "- O que você fez a ela seu desgraçado?"
                        "- Eu, não fiz nada, só mostrei a ela o que você é realmente , o resto foi ela mesma que fez, como você pode constatar!"  Falou com desdém e ar de riso.
                        Soltei seu corpo me virando de salto na direção de Ian que percebendo meu rompante, me jogou longe com um simples movimentar de sua mão, fui lançado em direção de uma árvore batendo minhas costas com força.
                        "- Eu a avisei tanto pra se afastar, não sei por que ela se aproximou de alguém feito você , se ela tinha a mim."
                        "- Ela não gostava de você, te achava um ganancioso obcecado, ela queria ser livre e não ficar presa a um pária feito você!"
                        "- Que pena!" Andou em direção do corpo abaixando-se e acariciando seu rosto.
                        "- Não toque nela seu crápula!" 
                        Não conseguia mexer meu corpo, uma força sobre humana me segurava fixo a árvore.
                        Afastou-se de você é veio em minha direção, me encarando falou.
                        "- Bem, vamos fazer o seguinte, senti por ela ter partido deste jeito tão trágico, eu a desejava também, não vou negar, por isso vamos começar um joguinho bem interessante,  por intermédio de minha magia vou fazer com que sua alma reencarne, mas advirto que nem eu vou saber aonde ou quando, quem a encontrar e a conquistar primeiro fica com ela!"

           "- Como você tem coragem de denegrir a memória dela, fazendo de sua existência um mero joguinho doentio!"
                        "- Não é um joguinho doentio, eu só fico entediado com o passar dos anos e gosto de criar coisas novas para não cair na mesmice, e como eu e você temos um tempo de vida bem longo, eu com minha magia e você com seu lado canídeo teremos muito tempo para procurar."
                        Ao que ele se afastou um pouco, eu caí no chão.
                        "- Então ficará combinado assim, um dia nos reencontraremos, e aí vamos saber com que ela vai ficar!"
                        Se afastou sumindo na escuridão como ao um demônio nas chamas.

           Depois que ele se foi, peguei seu corpo e levei o próximo da mansão deixando deitada sob um pergolado com flores despedindo-me com um último beijo, segui sem rumo por longos anos com minhas memória e sentimentos, e as palavras daquele homem enraizadas em minha consciência sobre sua reencarnação, mas o tempo e a dor distorceram meus pensamentos e minha mente até que decidi que iria vingá-la, estava a procurar pelo paradeiro de Ian, quando passei por perto desta cabana senti uma presença familiar ao me aproximar senti a fragrância que sempre me fazia lembrar você, não tive dúvidas avia te encontrado.

            Fiquei a observá-la até que constatei que Ian também avia lhe encontrado, mas não estava junto a ti, foi ai que decidi me mostrar, e aqui estamos nós dois conversando sobre lembranças de outrora.

           O silencio imperou no quarto por alguns minutos, que para Andrew pareciam horas, seu coração já angustiado só podia esperar, pelo que Suzan viesse a falar.