Ofegantes e assustados com o cenário destruído causado por Taliyah; Nasus, Sivir e Renekton ficam perplexos com o que viam. Dezenas de pedras de diversos tamanhos estavam espalhadas por todo o local, uma enorme muralha separava a Tecelã do enorme exército Noxiano. A morena estava de pé sob um alto pilar de pedra, seus olhos fechados enquanto mais e mais rochas rodeavam seu corpo. Próximo dali estava uma espadachim de cabelos brancos, junto de uma mulher que Sivir conhecia muito bem. Ela olhou para Cassiopéia e sacou o seu bumerangue, ficando séria. Ela deu um olhar para Nasus e Renekton, mostrando o que queria. Estava prestes a começar uma luta com a pessoa na qual quase a matou, quando questionou o que fizeram para que Taliyah estivesse daquela maneira. Olhou ao redor e logo fez uma expressão triste e sussurrou um ''não'' inaudível ao ver o corpo de Yasuo.
— ...Nós chegamos tarde. — falou Renekton.
— Ainda não! — gritou Nasus — Precisamos tirar ela de lá!
— Olhe... — ela disse assustada, apontando para Yasuo.
— Ele está...? — perguntou Nasus, nervoso.
— ...Espero que não. — Falou firme enquanto andava em passos rápidos.
Sivir esqueceu de Cassiopéia e de tudo que acontecia ao seu redor, correndo até Yasuo. Sabia que ele era uma pessoa importante para Taliyah e que isso com certeza levou ao seu estado atual. Deu um suspiro e ajoelhou-se de frente ao homem, deixando seu bumerangue ao seu lado. Haviam alguns cortes pelo seu corpo, junto de um dardo preso ao seu peito. Prendeu seus dedos ao redor do dardo e o retirou de uma vez só. Notou também que estava desarmado. Talvez isso tivesse influência no jeito em que estava. Levou seu ouvido até o peito do homem, procurando ouvir batimentos. Não acreditava em Deuses, mas daquela vez rezou para que o mantivessem vivo. Um choque tomou conta de seu corpo ao ouvir nada. Estava morto, pensou por fim. Deixou a sua mão no coração dele enquanto olhava para Nasus com uma expressão triste.
— Não pode ser... — Nasus fechou seus olhos por um momento, sentindo grande vergonha de si mesmo. Não conseguira proteger Taliyah dos grandes poderes que possuíra. Assim como aconteceu com Nayla no passado.
— Nós não podemos desistir agora. — Renekton colocou a mão sob o ombro de Nasus, demonstrando que ainda tinha esperança. — Ainda podemos salva-la.
Sivir manteve sua mão sob o peito do homem , suspirando. Pensou no grande sofrimento que Taliyah deveria estar passando ao saber que o seu mestre estava morto. A ex-mercenária sempre esteve sozinha, então nunca soube como era a sensação de perder alguém importante. Sentia-se angustiada com a possibilidade de Taliyah não resistir a tudo aquilo. Arregalou seus olhos ao sentir os batimentos de Yasuo voltarem, não acreditava que aquilo estava acontecendo. Levou a sua mão rapidamente até o nariz dele, ouvindo sua respiração voltar aos poucos.
— E-Ei! Aguente firme! — gritou, surpresa por ele ter resistido ao veneno de Cassiopéia.
Yasuo deu uma respiração pesada e se forçou a abrir os olhos. Sentou-se e levou a mão ao peito, confuso. Havia dado a sua vida para proteger Taliyah. Devia estar morto.
— Você está bem?! Consegue se mexer?
Abriu a sua boca e tentou dizer algo mas nenhum som conseguiu sair, então ele respondeu apenas com um grunhido angustiado. Ainda respirando com dificuldade, Yasuo arregalou os olhos ao inclinar sua cabeça e ver Taliyah naquele estado. Tentou colocar força em suas pernas para levantar-se.
— Espera aí, cabeça de nabo. — Segurou os ombros de Yasuo e o forçou até o chão novamente, suspirando antes de dizer as próximas palavras. — Seus poderes estão descontrolados por conta das suas emoções. Ela acha que você morreu.
Yasuo levou a mão até a sua testa, arrependido de ter tomado uma decisão tão repentina como aquela. Não havia pensado nas consequências disso e sabia muito bem que os poderes de Taliyah eram movidos por suas emoções. Sentiu que conseguiria falar e sussurrou algumas palavras.
— ...Eu preciso ir até ela. — deu um olhar determinado para Sivir, mostrando que sentia a mesma preocupação da morena.
— Não agora. Descanse. — falou por fim, pegando seu bumerangue e levantando-se.
— Como quer que eu descanse sabendo que ela está desse jeito?! — perguntou, angustiado.
— Eu sei muito bem como você se sente. Espere e descanse até que eu consiga a sua arma de volta, apressadinho. — respondeu enquanto voltava para Renekton e Nasus.
Nasus e Renekton deram um suspiro aliviado ao verem que Yasuo estava bem. Nayla não conseguiu se salvar quando perdeu o controle, seu pai já estava morto e não havia nada que pudessem fazer em relação a isso. Suas esperanças aumentaram com aquilo, mas não podiam baixar a guarda. O Chacal olhou ao redor e além das duas mulheres, viu também uma maga de cabelos púrpura que apontava um cajado na direção de Taliyah. Pensou que em Noxus pudesse haver magos fortes o suficiente para controlar a mente das pessoas assim como Xerath fazia.
— Você também reparou naquilo? - Renekton seguiu o olhar de Nasus, vendo Le Blanc.
— Sim. Eu irei cuidar disso, preste atenção naquelas duas.
Nasus levantou seu machado pesado e correu até a farsante, pronto para dar um golpe final. Notou que ela já estava ferida ao ver a sua postura inclinada e a mão apertando sua costela. Seria fácil e rápido.
Cassiopéia deu um sorriso satisfeito ao ver Sivir. Não conseguia acreditar como que ela sobreviveu ao golpe que havia dado na tumba de Azir, havia subestimado-a. Não tentou assassina-la por motivos pessoais, nada disso. As relíquias que se encontravam naquele lugar deveriam pertencer somente a ela, mais ninguém. Graças a sua ambição que seu corpo se encontrava num estado tão deplorável. Foi naquele dia que o imperador maldito ressurgiu e atrapalhou a economia de Noxus. Queria logo iniciar um combate e descontar a sua angústia em Sivir, mas tinha coisas maiores para se preocupar. Como o Ascendente que notara que Le Blanc estava controlando a mente de Taliyah. Trocou olhares com Riven, sem saber exatamente o que fazer. Ela não era tola, sabia que não tinha chances contra o Chacal e o Crocodilo que estavam ali. O mínimo que poderia fazer era atrasa-los até que os reforços chegassem.
— Você já sabe o que deve fazer. — Falou em tom dominante, pronta para intervir Nasus.
Um arrepio tomou a espinha de Cassiopéia ao ver a expressão sem vida no rosto de Riven. Olhou rapidamente para Le Blanc e viu o estado deplorável que ela estava. A mente de Riven estava voltando ao normal, sabia muito bem.
— ...Não. — Sussurrou Riven, levando a mão até a testa. Aquela dor de cabeça insuportável havia voltado. — Não!
— Quieta! — ameaçou — Você não tem escolha aqui. Me ajude ou eu mesma faço questão de te matar aqui e agora.
— Argh! — Riven gritou de dor ao sentir sua cabeça latejar cada vez mais, caindo de joelhos e sussurrando palavras inaudíveis. Era como se a voz de Le Blanc ecoasse pela sua cabeça dizendo que devia seguir Noxus, enquanto seu coração dizia para se livrar daquela ilusão.
— Você é uma inútil... — Levantou um de seus dardos, o que possuía o veneno mais letal.
Estava prestes a acabar com a vida de Riven de uma vez por todas mas deixou isso para mirar em Sivir que se aproximava numa velocidade impressionante. Não pensou muito no alvo e atirou no mesmo instante. A ex-mercenária notou rapidamente e levantou seu bumerangue, defendendo-se. Apontou a arma ancestral na direção de Cassiopéia e atirou. Um corte rápido e preciso no ombro da víbora. Ela gritou de dor e rastejou para uma direção que a arma não voltasse e a ferisse mais.
— Cassiopéia... — Sivir falou o nome da mulher lentamente, erguendo seu braço direito para pegar o bumerangue. — É bom te ver de novo.
— Pensei que viesse sozinha. Mas parece que trouxe amiguinhos novos. — Comentou a víbora, angustiada com a dor que sentia. — A ladra de tumbas andando com Ascendentes? Que piada!
— Eles não vieram por sua causa. Eu mesma consigo acabar com você sozinha. — Sorriu debochadamente, ficando séria logo em seguida.
— Foi uma péssima ideia querer acabar comigo naquele dia. Eu sou uma pessoa vingativa.
— Te matar pela segunda vez será mais divertida que a primeira!
Abriu suas presas e atirou veneno por todo o redor de Sivir. Ela se viu obrigada a andar para trás, segurando o bumerangue com mais força. Cassiopéia deu uma risada alta e Sivir olhou para o rosto da Noxiana, arrependendo-se amargamente de ter feito isso. Os olhos da víbora estavam num tom púrpura e no momento que Sivir olhou para eles, soube que fez uma horrível decisão. Seu corpo paralisou por completo, duro como uma pedra. Não conseguia falar ou se mexer.
— Garota tola... — Sorriu — Eu tenho belos olhos, não? Está completamente perdida neles...— Rastejou até ficar bem próxima da ex-mercenária, rodeando a sua cauda em seu pescoço. Apertou o toque, deliciando-se com o desespero expresso no rosto de Sivir. — Morra novamente, minha cara Sivir...
Riven levantou seus olhos e viu a cena que acontecia na sua frente. Uma angústia tomou conta do seu peito e a sua cabeça latejava sem parar. Todo esse tempo ela havia lutado por uma nação que só pensava em guerra e morte. Suas mãos estavam manchadas de sangue inocente. Quando escolheu nunca mais voltar para Noxus, ela fora controlada como uma arma. Sentiu lágrimas indesejadas escorrerem pelo seu rosto e ainda de joelhos, colocou a mão sob a sua espada quebrada. Noxus não era o seu lar, agora ela sabia. Deu um suspiro aliviado e apertou o cabo da arma. Ficou de pé de uma vez só e serrilhou os olhos, as runas na lâmina brilhando num tom que nunca vira antes. Não fora preciso andar ou correr. Cassiopéia estava próxima o suficiente dela. Silenciosamente, ela levantou a sua espada e fez uma enorme corrente de vento nas costas da víbora. O impacto a empurrou para frente e se viu forçada a soltar Sivir, que caiu metros depois dela. Cassiopéia deu um gemido de dor com a ferida recém-feita. Ardia como se tivesse sido queimada. A ex-mercenária ainda não conseguia se mexer, mas levou o seu olhar até a espadachim de cabelos brancos que estava com uma expressão determinada. Conseguia ver as algemas invisíveis feitas por Noxus que controlavam a mente daquela mulher sendo quebradas naquele mesmo instante.
Riven trocou olhares tristes com Yasuo, vendo perto de si a espada que pertencia a ele. A pegou e andou em passos lentos até ele. Estava aliviada por ele estar vivo e culpada por tudo que havia feito até agora. Deu um suspiro pesado, sem saber por onde começar a se explicar.
Então só deixou a espada ao lado dele e virou-se de costas.
— Eu sinto muito por tudo que aconteceu. — Falou de uma vez só, a tristeza expressa em suas palavras. — Você tem todos os motivos pra não confiar em mim... mas saiba que o meu espírito não está perdido.
Yasuo olhou a silhueta de Riven, notando que estava diferente. Repentinamente, lembrou-se da noite na qual a conheceu. Estava apenas procurando alguma distração, algo que preenchesse o vazio em seu coração. E de fato, Riven conseguiu trazer alegria quando ele apenas pensava em se redimir. Era uma mulher forte, divertida e determinada. Observou a Riven de agora e não viu diferenças com a do passado.
Soube então que aquela era a mulher na qual havia amado um dia.
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