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História Reencontros, memória e conselhos - Lar desfeito


Escrita por: Raven_Clau

Capítulo 3 - Lar desfeito


Fanfic / Fanfiction Reencontros, memória e conselhos - Lar desfeito

                               Capítulo 3

 

 --No fim, depois de dois anos daquele inferno gelado, resolvi voltar. Já tinha conseguido juntar um pouco de dinheiro e não suportava mais o norte. Então me estabeleci em Logres, entrei numa pequena guilda, a Dullahan Head. Fiquei por lá durante uns dois anos, foi interessante estar numa guilda novamente, fiz uma boa amizade com um cara chamado Chrisack, um mago do vento, fizemos muitas missões juntos. Numa dessas missões, encontrei com Sol, passamos uma noite conversando, foi então que descobri que Aria… Ele desapareceu durante uma viagem. Disseram-me que estava num navio rumo a outro continente. Eu quero acreditar que ele ainda está por aí, um cara como ele não iria morrer tão facilmente.

  -- Fica tranquilo, foguinho! O chorão não ia cair tão fácil. A gente não apareceu? O cara deve estar viajando por aí! - Gajeel tenta aliviar a tensão que apareceu entre eles- E o terroso? Continua com aqueles “Non, non,non”? Cara, odiava aquilo!

-- Ha,ha, eu também odiava aquilo e aquelas torções nervosas, era irritante! Ele continua o mesmo, que eu saiba, está na guilda Gramlush. Não sei nada sobre eles…

Um minuto de silêncio caiu sobre eles, quebrado pela voz da maga.

--Toto-kun, se você estava numa guilda, como veio parar aqui?

O rapaz levantou-se do sofá, parecia algo nervoso, deu as costas aos colegas e suspirou. Ao encará-los novamente, uma sombra de tristeza e nostalgia podia ser notada em  seu rosto.

--Eu estava numa missão perto daqui, um bando de ladrões estava atacando casas e viajantes, eram apenas um bando de vagabundos, nem cansei ao enfrentá-los, mas quando cheguei no esconderijo deles, encontrei uma moça, ela estava amarrada e inconsciente. Logo que os guardas vieram prender os idiotas, a levei para a cidade mais próxima, esta aqui.  Não sei bem porquê, mas fiquei no hospital, esperando que ela acordasse e assim que pude conversei com ela. Chamava-se Yassamina. Contou-me que fora atacada pelos ladrões, tentou se defender e acabou desmaiando por ter recebido uma pancada na cabeça. Se eu não tivesse chegado a tempo, nem quero pensar no que ela teria passado nas mãos deles - as mãos do mago apertaram-se em punhos, até os nós embranquecerem - Conversamos durante algum tempo e descobri que ela era a secretária da escola de magia, ela mesma era uma maga da areia, mas não muito forte, por isso mesmo, nem teria ocorrido a ela juntar-se a uma guilda, mas para o ambiente escolar, era perfeita… Yassamina era… Era uma mulher muito doce, gentil, a maneira como cuidava das crianças era muito amável… Comecei a visitar a escola sempre que tinha algum tempo livre, passava por aqui sempre que conseguia uma missão aqui perto, fomos nos conhecendo bem. Enfim… Acabei me apaixonando por ela.

 Totomaru aproximou-se de um armário e de uma gaveta tirou um porta-retratos, nele estava a foto de uma jovem mulher. Ela tinha longos cabelos de uma tonalidade violeta, olhos castanhos, quase dourados, uma pele levemente morena e um sorriso extremamente caloroso, com covinhas nas bochechas. Dava a impressão de ser uma mulher muito enérgica e carinhosa, principalmente pela forma que abraçava o homem ao seu lado, um Totomaru mais jovem e muito mais feliz.

 --Em pouco mais de quatro meses eu já havia decidido, larguei a guilda e vim atuar como professor, aluguei esta casa e logo em seguida… Pedi para Yassamina morar comigo. Eu sei, foi tudo muito rápido, mas eu realmente a queria como minha mulher e a família dela nos apoiou, assim que, nos casamos dois meses depois que me estabeleci aqui em Acácia.

 Juvia então compreendeu porque aquela casa tinha um ar tão familiar, tão aconchegante. Este era um lar de um casal feliz, mas onde estava a senhora da casa? Antes que ela pudesse devanear muito a respeito, o rapaz continuou a contar sua história.

 -- O que nunca poderíamos adivinhar era o pouco tempo que nos restava… Tivemos um ano de felicidade. Pensamos realmente em termos filhos, mas Yassamina começou a sentir-se mal, ficava fraca repentinamente e desmaiava sem qualquer motivo… Quando procuramos um médico, o diagnóstico foi devastador, a doença havia se espalhado por todo o corpo e nem mesmo as poções mais fortes faria mais do que prolongar o seu sofrimento. Ela então decidiu que, se tinha pouco tempo de vida, o viveria profundamente. Discutimos muito, brigamos muito, porque eu queria que ela ficasse num hospital, esperimentaríamos todos os tratamentos possíveis, eu estava disposto a vagar pelo mundo inteiro atrás de uma cura, mas ela não quis. Queria passar cada momento possível comigo e não tinha condições de viajar. Por ela, fiquei. Cuidei dela até o fim, fiz cada uma das vontades dela, realizei todos os sonhos que foram possíveis para mim fazê-lo, mas chegou o dia em que ela disse adeus… Me pediu que ficasse aqui, que cuidasse da casa e, principalmente, das crianças. Não vou dizer que foi fácil, a vontade de sumir no mundo era enorme… Foram os pais dela que mais me ajudaram a aguentar a solidão. Até hoje, é difícil para mim voltar todos os dias para cá e não tê-la por perto, mas sei que ela olha por mim de onde quer que esteja… Então, vou vivendo, um dia de cada vez. Meus alunos ajudam muito. Vocês disseram que foi o Conbolt quem me dedurou, não é? É um ótimo garoto, cresceu muito durante o tempo que passou, nunca perdeu as esperanças de que vocês retornassem e ele estava certo…

 Gajeel desviou o olhar,para dar certa privacidade ao mais velho, engolindo em seco, tratou de evitar que algumas lágrimas traiçoeiras caíssem, enquanto que Juvia correu para abraçar novamente Totomaru, dando a este um ombro amigo em que pudesse chorar, coisa que não demorou muito a acontecer. Era tudo o que ela podia fazer para amenizar a dor de um amigo querido.

 



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