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História Reflection - Não perca.


Escrita por: BubbleTeaPark

Notas do Autor


Olá <3

Estão preparados?
Obrigada pelos comentários dos últimos capítulos, é muito bom saber que vocês estão gostando tando da história, porque eu to amando escrever ela, espero que ainda os surpreendem bastante.

Boa leitura ^~^

Capítulo 15 - Não perca.


Fanfic / Fanfiction Reflection - Não perca.

Você será uma vítima? Você vai se perder, procurando por uma saída fácil? 

Um único tiro! 

Vire seu rosto para o mundo duro e colida e lute 

Mesmo se os muros altos tentarem te barrar 

Pule por todos eles, mesmo se você cair todas as vezes 

Todos já sabem? 

One Shot – B.A.P

 

 

 

 

Eu fui para casa do mesmo modo que Baekhyun me deixou. 

Mesmo do curto caminho de um prédio para o outro, mesmo naquele estado, eu tentei não chamar a atenção de ninguém. Engoli minhas lágrimas, mas estava sendo tão difícil.  

— O que aconteceu com você? — foi a pergunta de Momo quando entrei em casa. 

Ela parecia surpresa e preocupada. 

Eu apenas fui direto até o meu quarto, sem falar nada, joguei a mochila em qualquer lugar e me deitei na cama. Me encolhi todo e fiquei ali, livre para chorar tudo o que eu quisesse chorar.  

Não demorou para Momo aparecer no meu quarto, só ela, eu sabia que ela viria. Seu olhar mostrava muita preocupação. Ela se ajoelhou ao lado da cama, me encarando, e colocou a mão no meu cabelo. 

— Chan, o que aconteceu? Por que está machucado? 

Eu a encarei nos olhos, mas não consegui ficar olhando por muito tempo. 

— O Baekhyun terminou comigo. — eu murmurei, com a voz fraca e chorosa. 

Apenas falar aquilo doía. 

— E ele bateu em você?  

— Não, foi o Jongin. O irmão dele. 

— Por que ele fez isso?  

Eu neguei com a cabeça, tentando dizer que eu não sabia. Tentei falar, mas ficou preso na garganta, em vez disso, eu apenas chorei.  

Momo se levantou do chão e sentou na cama, colocando minha cabeça em cima de suas coxas, fazendo-as de apoio, e me abraçou enquanto me fazia carinho.  

Eu não conseguia dizer mais nada, mas de certo modo não queria ficar sozinho, mesmo que eu preferisse ficar sozinho. Talvez eu só quisesse me sentir importante. Então apenas continuei chorando no colo da minha amiga, sentindo o seu carinho e ouvindo o seu silêncio. 

Só o meu choro fazia barulho. 

Eu não saberia dizer como é a dor de um coração partido. É algo realmente diferente de tudo, sabe? Sentir que aquilo que você ama não existe mais, e que não há nada que você possa fazer para concertar isso. Ver a pessoa que você ama e confia partindo da sua vida, dando um adeus.  

Nunca consegui lidar com nada disso, doí demais. Como uma pessoa que te faz sentir importante consegue se afastar como se não fosse nada demais? Isso é tão cruel.   

O coração dói de verdade, não figurativamente falando, realmente doí. Fica apertado. Sua cabeça doí de tanto chorar e você só quer que seja mentira. E no meio de todas essas dores, sua mente só consegue reformular uma coisa: "Por que?" Enquanto lágrimas continuam descendo, de um modo como se não fosse acabar. E tudo continua doendo, como se não fosse terminar.  

Se fosse para explicar a dor de um coração partido, seria mais ou menos assim. 

É a dor de perder alguém. E mesmo que tenhamos sentido isso mais vezes na nossa vida, quando acontece de novo, doí de novo. Você sempre acredita que com a nova pessoa as coisas serão diferentes, mas isso não acontece. 

E depois de tanto choro, tanta dor, você se acalma. Porque chorou tanto que sua cabeça não aguenta mais de dor. Ela lateja e você se acalma. A dor ainda está presente mas você começa a dar o primeiro passo para se acostumar com ela. 

De novo. 

— Está tudo bem. — Momo sussurrou — Vai ficar tudo bem. 

Ficamos ali por mais algum tempo, mesmo que eu tenha parado de chorar. Não queria falar, então ela também não falou. Meu rosto estava molhado, o moletom dela estava molhado e comecei a sentir ainda mais dores. 

Me lembrei que eu havia sido espancado, mas eu não estava nem aí para isso. Sinceramente, ele ter batido em mim não foi nada perto do que Baekhyun me falou. Eu não estava me importando com a dor física. 

Suspirei e fechei os olhos pelo o que pareceu ser um segundo, quando abri de novo, Junmyeon estava sentado na minha frente. 

— Você está sangrando. — ele disse — Não está nada bonito. 

Eu não ligava para a minha aparência no momento. 

— Vamos ver como está isso aí... — ele se aproximou e me ajudou a levantar do colo da Momo — Já está mais calmo? 

— Ele parou de chorar faz um tempinho. Pegou no sono, foi bem rápido, você logo chegou.  

Eu peguei no sono? 

— Esse machucado na testa está bem feio, Chan. — ele suspirou — Acho que vai precisar levar pontos, mas é melhor lavar primeiro. O que acha de um banho? Eu sei que nada nesse momento vai fazer passar o que está sentindo agora, mas um banho é sempre um jeito de relaxar mais. Vai fazer você se sentir mais calmo. 

Eu dei de ombros, realmente não me importava. 

— Tudo bem, eu vou leva-lo ao banheiro e ajuda-lo a tomar banho. — Momo se levantou, me puxando com ela. 

— Não quer que eu faça isso? — SuHo questionou — Não vai ficar constrangida em vê-lo sem roupa?  

— Não. — negou, me puxando com ela. — Eu não quero sair de perto dele. 

Momo me levou ao banheiro e pediu para que eu tirasse as roupas, eu fiz e entrei no chuveiro. O que mais eu podia fazer? Senti a água quente e logo meus machucados começaram a arder, o sangue se misturava com a água. 

— Está doendo, não é? — ela perguntou. 

Sim, estava doendo muita coisa.  

Não foi um banho de verdade, foi rápido, foi só para lavar os machucados e para eu me sentir um pouco melhor. Ajudou um pouco, estava frio e a água era quente. Foram segundos de relaxamento.  

Quando saí do banho, Momo me entregou a toalha e falou para eu me secar enquanto ela pegava uma roupa quente no meu quarto. Eu me sequei e a esperei, quando voltou, eu me vesti.  

Voltamos para o quarto, eu me sentei na cama e ela sentou atrás de mim, usando a toalha para secar o meu cabelo molhado. Enquanto isso, Junmyeon voltou a se aproximar para analisar de novo os machucados. 

— Parou de sangrar, não vai precisar de pontos. — sorriu — Vamos apenas cuidar de seus machucados, eu comprei pomada e band-aid. 

E os dois cuidaram, com delicadeza e carinho, eu nem precisei fazer nada.  

— Você não quer conversar, Chan? 

Eu neguei com a cabeça, suspirando. 

De certo modo, eu me sentia melhor, por causa deles.  

— Obrigado. — eu murmurei. 

Eles sorriram para mim e Momo me deu um beijo no rosto antes de saírem do quarto para me deixarem sozinho. Eu me deitei na cama e fiz o que eu sempre gostava de fazer quando estava triste, e também quando não estava: dormir. 

Dormi o resto do dia, ás vezes acordava, mas preferia voltar a dormir do que fazer qualquer outra coisa.  

Só voltei a acordar de verdade quando Momo apareceu na minha cama. 

— Vamos comer. — ela me chamou, animada. 

— Não estou com fome.  

— Mas você nem almoçou hoje, você não comeu nada. Precisa comer algo. 

— Eu realmente não estou com fome. — eu bocejei, sentando-me na cama para encara-la.  

Foi aí que notei que ela estava com o lanche do McDonalt's com ela. É claro que ela faria isso, é o melhor jeito de me fazer comer algo.  

— Mas olha só esse lanche maravilhoso de cheddar... Você sabe que eu estou de dieta, não vou come-lo... E Junmyeon não gosta de cheddar. Devemos jogar o lanche fora? 

Eu revirei os olhos, suspirando. 

— Não é certo jogar comida fora. — eu estendi a mão, e ela me deu o prato com o lanche e batata. — Você jogou bem baixo. 

— Na verdade, você deveria comer algo saudável. 

— Talvez eu devesse mudar minha alimentação? 

— ChanYeol, a única coisa saudável que você come de verdade é tomate. O resto você dispensa. 

— É, tem razão.  

Eu dei de ombros, começando a comer.  

— Quer fazer algo hoje à noite? Um filme?  

— Não sei. Talvez eu vá só dormir. 

— Não, vamos assistir algum filme. Quero assistir um que eu ainda não tenha visto. Vai ser divertido, Chan.  

— Assiste com o SuHo. 

— Quero assistir contigo. Por favor. — ela pediu — Eu deixo de acordar cedo durante essa semana para fazer caminhada e te acompanho para a faculdade. 

— Ah tá, você não faz isso.  

— Faço sim, prometo.  

Seu sorriso fofo e seu olhar me fez sorrir, então eu aceitei.  

Eu sabia o que ela tentava fazer, era típico da Momo. Não aguentava ver ninguém triste perto dela, ainda mais eu. Ela não ia aguentar até que tirasse um sorriso do meu rosto e fizesse eu fazer qualquer outra coisa que não seja lamentar. 

Eu estava triste, mas tinha consideração pelos seus esforços. 

Então aceitei o filme, nós usamos a Netflix pelo meu notebook e ela deitou comigo na minha cama. Ficamos em baixo da coberta boa parte da noite, aquecidos e confortáveis. 

Sinceramente, por mais que eu tentasse prestar atenção no filme, era bem difícil. Minha mente sempre vagava para o que aconteceu de manhã, para o que Baekhyun havia feito. Eu repetia a cena na minha cabeça, suas palavras, suas ações, tudo. 

No começo, evitei pensar, porque pensar naquilo me fazia ter vontade de chorar. Mas depois eu quis revisar tudo na minha cabeça para realmente tentar entender. Por que ele havia feito aquilo? Byun Baekhyun era realmente aquilo que me mostrou? Ele mentiu e fingiu ser alguém que não era por tanto tempo?  

De tanto pensar em alguma resposta, cheguei a pensar em uma conclusão. 

Haviam duas coisas que poderiam ser consideradas. O Byun devolveu a aliança, mas ele não devolveu a pulseira do Yang que eu lhe dei. Até cheguei a pensar que ele havia jogado fora, mas me lembro perfeitamente dela em seu pulso quando ele levantou a arma para mim. Provavelmente, se ele fosse aquilo que mostrou ser, teria jogado fora. 

Porém, é claro, há a possibilidade de ele já ter jogado fora a essa hora. 

E a outra coisa a ser considerada é que ele mandou Jongin me bater, em vez dele próprio me bater. Obviamente, ele não me mataria, não havia motivos, chamaria atenção, não seria bom. Mas eu sempre vi como o temperamento de Baekhyun pode ser explosivo e seus reflexos são rápidos para atacar qualquer um que chegue perto ou o desafie.  

Não havia motivos para ele não me bater naquele momento. Não faz sentido ele pedir a Jongin fazer um serviço que ele tem habilidades de sobra para fazer. 

Quando Momo acabou dormindo no meio do filme, eu parei de assistir e fiquei pensando nisso. 

E fiquei mexendo na aliança de Baekhyun que ainda estava comigo, colocada no meu dedo mindinho. Eu não iria descartar aquilo, muito menos vender. 

— Ela gosta mais de você do que de mim. — SuHo entrou no quarto, indo até a sua cama.  

— Está com ciúmes? — eu sorri — Amigos são melhores do que um namorado. 

— Como você está? Parece melhor. 

— Eu estou melhor, obrigado. 

— Por que Baekhyun terminou com você? Vai falar disso alguma hora? 

Eu suspirei. 

— Não tem o que dizer. Eu não saberia o que dizer. Apenas... Terminou. 

— Eu sinto muito, Chan. 

— Tudo bem. — me levantei da cama, pegando o notebook. — Eu não quero acordar a Momo e a cama é pequena demais para nós dois. Eu vou dormir no quarto dela. Boa noite. 

— Boa noite. 

Eu fui para o quarto ao lado, deitando na cama. 

Está certo, a gente terminou. Mas não era o fim, ainda não. 

Eu poderia estar sendo o cara mais esperançoso ou apenas o rei dos idiotas, como Jongin falou, o maior dos idiotas. Mas eu não conseguia acreditar que todo esse ano Byun Baekhyun era diferente daquilo que ele me mostrou. 

Não podia ser verdade. Seus ciúmes, seus sorrisos, seus beijos. Tudo era verdadeiro.  

Eu sou inseguro e mais da metade de mim diz que eu estou me iludindo e que é óbvio que Baekhyun nunca me amou. Meu Deus, por que ele me amaria? Mas uma pequena parte de mim confia em tudo aquilo em que vivemos. Não foi pouca coisa.  

Eu estava confuso, por mais que eu acreditasse nas coisas que o Byun falou, eu preferia acreditar que tudo aquilo que aconteceu foi uma encenação. Assim como ele pretendia terminar com o SeHun, de um jeito ruim, ele escolheu terminar comigo. Porque não deu para salva-lo, mas ele estava tentando me salvar agora. 

Byun Baekhyun estava me protegendo. 

E eu poderia quebrar a minha cara e meu coração mais uma vez se eu estiver errado, mas eu não sou capaz de aceitar que todo esse tempo nosso relacionamento foi uma mentira.  

Entrei na internet e resolvi procurar técnicas de auto defesa. 

Eu não sabia lutar, mas eu deveria ao menos saber me proteger. Por mais que eu ache que não vão vir atrás de mim agora, eu preferia ficar preparado. Era tudo o que eu poderia fazer no momento em que eu estava. 

Além de confiar em Baekhyun. 

Talvez eu estava cego de amor, mas algo dentro de mim dizia que assim que ele resolver tudo, ele voltaria. Talvez ele acredite que eu não irei perdoa-lo. 

Mas na verdade eu vou estar o esperando. 

Porque eu entendi o que ele fez. 

E porque eu o amava. 

 

~ ~  

 

Momo cumpriu o que prometeu e não saiu mais cedo para caminhar no dia seguinte, então fomos para a faculdade juntos. Por questão de hábito, eu continuei observando ao redor para ver se estávamos sendo seguidos ou coisa parecida. Mas de certo modo, eu estava mais tranquilo.  

Quando acordei, no café da manhã, olhei pela janela e vi que Baekhyun já não estava mais lá. A placa de "aluga-se" voltou a ser colocada. Então ele provavelmente já voltou para a Coreia.  

Seria certo eu desejar boa sorte para ele? 

Passei a deixar a aliança dele comigo, a deixei no dedo mindinho. E na faculdade tentei evitar todos os colegas que Baekhyun havia feito enquanto trabalhava lá, pois a maioria sempre me parava em algum segundo do dia para perguntar como estávamos.  

Quando a aula terminou, eu voltei para casa e me tranquei em meu quarto. Voltei a pesquisar sobre defesa pessoal, até pesquisei na internet de como atirar com uma arma. Mesmo que minha mira seja ruim até em jogos FPS. 

Tudo bem, talvez eu esteja exagerando demais e levando tudo muito a sério. Mas eu sabia que as coisas eram bem sérias, muito além do que o Byun me explicou. Afinal, o que mais será que ele mentiu?  

Além de toda a sua vida e a morte de SeHun, haviam ainda mais segredos que isso? 

À noite, eu fui trabalhar como sempre, junto com a Momo. Foi um dia normal, como todos os outros, não houve nada de diferente.  

A não ser na hora da saída, quando Junmyeon veio nos buscar. 

— Oppa. — Momo foi até ele, lhe dando um abraço. — Você veio nos buscar? 

— Sim. — ele sorriu. 

— Por que? — eu questionei. 

— Bem, o Baekhyun fazia isso, não é? Eu sei que não sou ele, mas vocês gostavam. Por que não buscarem vocês de vez em quando, certo?  

—Bem, certamente, você é melhor que ele. — ela comentou. 

Momo ficou feliz com a surpresa de Junmyeon, é óbvio, mas eu pela primeira vez de verdade senti falta de Baekhyun. 

Antes disso eu apenas estava pensando nele resolvendo suas coisas e depois voltando, foquei muito nisso para me fazer acreditar nessa possibilidade. Mas oficialmente, nós não estávamos mais juntos agora. Não éramos mais namorados. 

Não tinha passado nem dois dias direito e eu já sentia falta do seu sorriso, dos seus olhos, dos seus beijos. Saudades de sair do trabalho e ir para casa dele depois. Não existia mais isso. 

Pelo menos por agora. 

Me lembrei do nosso último beijo, que eu não sabia que seria o último, mas se eu soubesse teria feito valer mais a pena, se eu soubesse teria sido algo inesquecível. 

— Chan, tudo bem? — SuHo me perguntou, enquanto voltávamos. — Está quieto. 

— Eu sou quieto. 

— Desculpa ter comentado sobre o Baekhyun, o melhor agora é não lembrar dele, certo? O esquecer.  

— Não... 

Eu parei de falar, ia dizer que eu não pretendia esquece-lo nem deixar de lembrar. Mas eu seria imprudente, talvez estaríamos sendo observados nesse exato momento? Evitei de olhar ao redor, porque era bem possível. 

Eu precisava agir como se o meu término com o Byun tivesse sido verdadeiro, mesmo que eu não saiba se foi ou não.  

Então, eu estava ferido, magoado e bravo. Sentimentos quebrados. 

Na real, eu estava. Mas eu queria acreditar na minha teoria. 

— Não se preocupa... — eu corrigi a frase — Está tudo bem, eu vou esquece-lo.  

 

~ ~  

 

— Fale a verdade. — Momo se aproximou de mim na tarde do dia seguinte.  

Eu estava deitado no sofá, assistindo televisão.  

— O que? — eu a encarei, vendo-a tirar as minhas pernas do sofá para lhe dar espaço para sentar. — Algum problema?  

— Quando você vai me contar o que realmente aconteceu entre você e o Baekhyun? 

— Acho que eu já contei. 

— "Terminamos." Foi muito vago. — suspirou — Eu estou muito confusa. Foi domingo e hoje já é terça, e não consegui pensar em nada que justifique isso, já que não quer me contar.  

— Relacionamentos acabam. 

— Olha só, tem isso também, parece que você não dá muito a mínima. É claro que eu não quero te ver chorando e sofrendo pelos cantos, mas você o amava tanto, e eu sempre tive certeza que ele o amava também.  

— Ás vezes o amor não é tudo.  

— É sério? — me encarou, séria. — Por que não quer me contar? Eu sou sua melhor amiga, sempre contou tudo para mim. Eu sei que sou chata querendo me intrometer, mas vocês eram o meu casal preferido. Fui eu que consegui o nome dele para você, lembra? Por que não pode me contar o que aconteceu? 

Eu suspirei. 

— A gente estava meio que discutindo frequentemente, por coisas bobas, mas chega uma hora que brigar por coisas bobas cansa. Ele precisava voltar para a Coreia, então resolveu terminar. E sabe, eu estava triste, mas entendi que foi melhor assim. Acho que a gente precisava de um tempo, quem sabe depois que eu termine todos os estudos aqui, eu tente encontrar ele de novo, sei lá. Isso se ainda existir algum sentimento. 

— É difícil acreditar que as coisas acabaram. — ela murmurou triste. — Eu sinto muito. 

— Tudo bem, não fica triste, essas coisas acontecem. Eu apenas prefiro seguir em frente, é melhor.

— E por que o irmão dele bateu em você?

— É porque eu não aceitei o término na hora. — eu a encarei — Olha, eu sei que quando você termina com alguém, é comum e até idiota você reclamar, falar mal dela e relembrar todos os seus defeitos, só para não se sentir tão mal por tudo ter acabado de um jeito que você não queria, muitos fins de relacionamentos são assim, não todos. Mas eu ainda não cheguei nessa fase.  

— Tudo bem, me desculpa. Não vou mais falar sobre isso, prometo. 

Eu sorri para ela e baguncei o seu cabelo. 

— Eu não sei se vou conseguir buscar vocês no trabalho hoje à noite. — Junmyeon apareceu, já vestido — Eu tenho trabalho e preciso estudar também,. 

— Tudo bem, oppa, não precisa.  

— Vou tentar não dormir, mas quando estiverem quase saindo, me liguem.   

— A gente sabe o caminho de volta, oppa. — eu brinquei, rindo, mas levei um tapa dos dois em seguida.  

— Me liguem. — o hyung avisou, antes de se despedir e ir trabalhar. 

— Por que será que ele está insistindo em nos buscar agora? — Momo me perguntou, curiosa. — Ele nunca fez isso. 

— Não sei. — dei de ombros. 

Na verdade, eu tinha uma teoria. 

Acredito que o SuHo esteja tentando "preencher" o lugar que Baekhyun deixou, mesmo que isso não fosse algo possível. Acho que ele só queria me mostrar que eu tinha amigos que se importavam comigo mais do que qualquer namoradinho poderia se importar. 

Mas isso eu já sabia, ele não precisava se esforçar. 

 

~  

 

Aquele turno havia sido cansativo, o mais cansativo nas últimas semanas.  

Teve tanta pizza para entregar e eu fiquei tão ocupado dirigindo pela cidade, que esqueci sobre o caso de Baekhyun, esqueci da possível perseguição. Apenas trabalhei sem parar e saí de lá cansado, quase morrendo. 

— Nós nos esquecemos de ligar para o Jun. — Momo disse, quando saímos. 

— Já está tarde, ele deve estar dormindo, vamos embora logo. 

A única coisa que eu queria era deitar na minha cama e dormir. 

Pegamos o caminho de volta, em silêncio, não totalmente em silêncio porque Hirai sempre tinha coisas para falar, mas só ela falava, eu apenas ouvia e concordava quando me parecia certo concordar, e ficava quieto quando discordava, porque eu não queria explicar o por que da discordância. 

— Eu também estou cansada, não sei se vou conseguir acordar com o despertador amanhã. Talvez eu falte na aula. 

— Pode me esquecer amanhã, porque eu vou ficar dormindo. 

— É, também acho que a gente merece esse descanso. — sorriu. 

Me senti aliviado quando atravessamos a rua para chegar na calçada do nosso prédio, não me sentia exausto daquele jeito a bastante tempo. 

No entanto, todo o meu cansaço sumiu por um segundo quando ouvi um carro virar a esquina de repente, para a nossa rua. Só pelo barulho, eu fiquei um pouco mais atento. Torci para que o carro nos passasse e continuasse o seu caminho, mas não foi isso que aconteceu. 

Ele começou a andar devagar ao nosso lado, até acelerar um pouco mais e parar alguns metros de distância à nossa frente.  

Eu engoli em seco e senti meu coração batendo rápido, em desespero. Principalmente porque depois que o carro parou, ninguém saiu de dentro dele. Estavam esperando pela gente. 

Parei de andar e segurei o braço de Momo para que parasse também. 

— O que foi? — ela se virou e me encarou — Você está bem? Parece que viu um fantasma. 

— Sem perguntas, apenas corra para o prédio, entra dentro do apartamento e tranque a porta. 

— O que? Por que?  

— Apenas vá, sem hesitar, não olhe para trás. 

— O que você está falando? 

Eu ouvi a porta do carro se abrir e me desesperei ainda mais. 

— Agora, CORRE.  

Eu a empurrei, para que ela corresse, e ela fez, sem entender nada. 

Vi alguns caras se aproximarem de mim, bem rápido, me cercando. Pensei em tentar lutar, mas seria idiotice, já que logo notei que eles estavam armados. Eu não pude nem sequer fazer nada, meu medo não deixou nem que eu me mexesse. 

Um deles levantou a arma e bateu na minha cabeça com ela, com bastante força. 

Eu me desequilibrei pela pancada, me ajoelhando no chão pela dor e a tontura. E assim que eu me abaixei, recebi outra pancada por trás.  

Com a visão embaçada, a última coisa que consegui ver foi Momo, parada no meio de seu caminho, hesitando em correr para se preocupar comigo. 

 

~  ~    

 

Acordei com a cabeça latejando, já conhecia aquele tipo de dor. 

Minha cabeça doía e os últimos socos que levei de Jongin nem haviam desinchados completamente. Se continuasse assim, eu iria me acostumar com aquele tipo de violência mais rápido do que deveria. 

Abri o olho devagar, minha cabeça estava encostada em uma janela. Quando abri totalmente os olhos, vi que era uma janela de avião. Ok, tudo bem, o certo era eu não me desesperar, seria bem pior.  

Senti minhas mãos presas com um tipo de corda que estava dolorosamente apertando minha mão contra a outra. Eu mexi para ver se conseguia me soltar, mas seria impossível sem alguém cortando.  

Virei meu rosto devagar para ver o resto.  

Momo estava do meu lado, com a cabeça encostada em meu braço, suas mãos estavam amarradas também e ela estava desacordada. Droga, eles a pegaram também. Tudo bem ME sequestrarem, eu sabia que estava me arriscando deste que resolvi continuar com o Byun, mesmo ele terminando comigo depois.  

Mas Momo não tinha nada a ver com aquilo, ela nem sabia o que acontecia. 

Olhei ao redor, não era necessariamente um avião, era um jatinho particular.  

— Ah, ele já acordou.  

Um dos caras apareceu, atravessando uma cortina e entrando na minha área de visão. Depois, outro apareceu logo em seguida. Os dois sentaram em outro lugar, um pouco longe da gente, e pegaram um tipo de bebida de dentro de um frigobar pequeno para beber. 

Eles ignoraram a minha presença e o fato de eu já estar acordado. 

Eu até pensei em falar algo, fazer perguntas. Mas desisti, eu sempre preferia ficar calado, e ás vezes essa era a melhor opção.  

Fiquei olhando a paisagem pela janela, lá em baixo, pensando no que fazer. 

Eu estava com medo, mas precisava ser inteligente em uma situação como aquela. Eu precisava não mostrar que eu estava morrendo de medo, isso lhe dariam mais motivos para me assustar. 

Alguns minutos depois, Momo se mexeu ao meu lado, eu a encarei e a vi despertando devagar, aos poucos, ela abria os olhos. Quando recuperou totalmente a consciência, se assustou ao notar que estava presa e em um lugar desconhecido. 

— Chan? — ela murmurou, olhando ao redor — O que está acontecendo? Por que estamos aqui? Estamos em um avião? Estamos indo para onde? 

Eu suspirei, sabia que ela não ficaria quieta. 

— Para a Coreia, estamos indo para a Coreia. 

— Por que? — ela tentou soltar suas mãos, mas sem sucesso. — I-Isso é um sequestro? 

— Sim. 

— Mas por que nos sequestrariam? 

Eu não respondi, virei o rosto e voltei a encarar a janela. 

— Ei, vocês... — ela chamou os caras que estavam mais à frente, provavelmente nos vigiando, e onde também jogavam um jogo de cartas. — Por que vocês nos sequestraram?  

Eles deram risada. 

— Ela não sabe. — um deles falou ao outro, rindo. — Nós não iremos explicar nada para você. Seu amigo ai do lado sabe bem o motivo. 

— Chan? — ela se virou para mim, empurrando o meu braço — O que está acontecendo? Eles te contaram?  

Eu suspirei, virando-me para ela. 

Não havia mais motivos de esconder nada, eu só estava com vergonha de estarmos naquela situação por culpa minha. 

 — Eu sinto muito, Momo. A culpa é minha. 

 — Como assim? O que você fez? 

— Eu me envolvi com o Baekhyun, é por causa dele que estamos aqui. — ela me encarou ainda mais confusa. — Ele faz parte da máfia coreana, ele era um bandido... Quer dizer, ele ainda é. 

— Você não sabia disso? 

— Sim, eu sabia, mas eu resolvi ficar com ele mesmo assim. Ele meio que se rebelou contra a família dele, matou o próprio pai, que era o chefe, e depois fugiu para o Japão. Nós fomos sequestrados pelos seus inimigos, provavelmente seu irmão que está no comando agora. Eu não sei o que eles vão fazer com a gente. 

Ela abaixou o olhar, ainda meio confusa e muito chocada.  

— Eu não acredito que ele era assim. — ela murmurou — Por que você foi se envolver com uma pessoa assim, ChanYeol?  

— Me desculpa, você não deveria estar aqui, foi só eu que assumi esse risco. — ela me encarou — Eu estava apaixonado. 

— Mas ele não terminou com você?  

— Exatamente. — eu disse, passando a encarar os nossos sequestradores, que nos observavam agora — Eu não sei ao certo o que vocês querem, mas o Baekhyun terminou comigo, se querem me usar para o chantagear ou algo assim, não vai funcionar. Ele não se importa comigo, ele não me ama. Eu não sou nada comparado ao SeHun, fazer qualquer coisa comigo não vai afeta-lo. 

Eles riram de novo. 

— Park ChanYeol, você sabe de bastante coisa, mas não tudo. Baekhyun é só a ponta do iceberg. — sorriu — Já estamos quase chegando, não fiquem fazendo barulho. 

Eu sussurrei para a Momo ficar quieta, e ela só concordou com a cabeça. 

Ela estava com medo, é claro, e principalmente chateada e confusa. Chateada comigo e processando tudo o que eu havia acabado de falar. 

Voltei a olhar pela janela. 

Se Baekhyun era só a ponta do iceberg, o que era o resto? 

Caso a minha teoria sobre o nosso término estivesse certa, ele faria tudo e qualquer coisa para nos salvar.  

Mas se estivesse errada, quando tempo de vida eu e Momo tínhamos? 

 

~  ~    

 

Eles estavam certos, não demorou para chegar. 

Depois de algum tempo, o avião já estava aterrissando no chão e eles nos mandando levantar segurando firme em nossos braços para descermos do avião. 

Estava escuro, porque ainda era noite, então não dava para ver direito onde estávamos. Parecia ser um aeroporto comum, talvez um lugar reservado para jatinhos como aquele. De qualquer modo, não deu para ver muito, pois logo nos jogaram para dentro de um carro. 

— Foi difícil? — o motorista perguntou ao outro que entrou com a gente, logo quando ele ligou o carro. 

— Não, mas foi sorte. — ele respondeu. 

Eu não tinha ideia do que estavam falando, mas eu decidi não falar nada durante todo o caminho. Momo também decidiu fazer o mesmo, já que ela nem sequer me encarava direito. Eu estava mal por ela, entendia sua frustração. 

Provavelmente eles a sequestraram junto para não terem testemunhas do meu sequestro, mas talvez eu pudesse convence-los a solta-la? Afinal, ela não tinha nada a ver com aquilo, não teria motivos para tê-la presa também. 

Durante o caminho, teve uma hora que vestiram nossas cabeças com um pano preto, provavelmente para a gente não ver o lugar na qual ficaríamos trancados.  

Naquela situação, eu comecei a ficar mais preocupado com Momo. 

Sabe, fui eu que me meti naquela situação, eu que decidi correr o risco, eu que namorei com Byun Baekhyun. Eu poderia merecer estar naquela situação, mas a minha amiga não. Então, se eu conseguisse pelo menos salva-la, eu já ficaria melhor. 

Quando o carro parou, eles tiraram o pano de nossas cabeças e nos puxaram para fora do quarto. 

Estávamos em um tipo de estacionamento fechado, e quando entramos de verdade, parecia ser algo parecido com um armazém, um armazém pequeno com poucas prateleiras que eu não pude ver o que tinha. Depois, entramos por uma porta meio escondida.  

Passamos por um corredor e viramos à direita para outro corredor, mais curto e com algumas portas. Andamos por ele a base de empurrões, até nos pararem em frente a uma, onde um dos caras a abriu. 

— É aqui que você vai ficar. — disse, apontando. 

Eles empurraram Momo e ela andou até o quarto escuro, eu tentei seguir ela, mas me pararam. 

— Você não achou que iriamos colocar vocês dois juntos, não é? — o que me parou perguntou, meio sério. 

— Qual o problema? — eu questionei. 

— Você é engraçado, Park ChanYeol. — riu, depois me empurrou para frente. — Vamos, seu quarto é outro. É como um acampamento, meninos separados de meninas.  

O empurrão foi para eu andar, mas eu continuei parado. 

— O que vocês vão fazer com ela? Ela não tem nada a ver com isso, vocês nem deveriam ter trazido ela junto.  

Haviam quatro caras conosco, um deles cortou as cordas que prendiam as mãos de Momo e fechou a porta dela, trancando em seguida. 

Ele me encarou depois e sorriu. 

— Baekhyun te contou, não contou? Que ele destruiu o nosso bordel. — suspirou — Então, precisamos de garotas novas... E sua amiguinha japonesa é bem bonitinha. 

— Não encosta nela, senão... 

— O que? — riu alto — Isso é para ser uma ameaça? O que você é capaz de fazer? Você só tem altura, mais nada. Não assusta ninguém. 

Eu fechei os dois punhos e dei um soco na sua mandíbula, de baixo para cima. Provavelmente não havia sido forte o suficiente, até porque minhas mãos ainda estavam amarradas. Mas aquilo com certeza havia o pegado de surpresa.  

O cara me olhou bravo e veio para cima de mim, mas eu fui mais rápido e o empurrei com um chute no estomago. De novo, foi fraco, mas de novo ele se surpreendeu. 

Eu dei alguns passos para trás, respirando pesado. 

— Você quer brigar comigo, Park ChanYeol?  

— Eu vou te matar... Se você encostar um dedo nela... É bom você ficar longe. 

Tentei ser o mais real e ameaçador possível, mas eles apenas riram. 

De repente, senti algo gelado sendo encostado na parte de trás da minha cabeça.  

Era uma arma, eu tinha certeza.  

Todos ficaram quietos, inclusive eu. 

— Você não nasceu para o papel de predador, Park ChanYeol. — uma voz desconhecida falou atrás de mim — Você sempre parecerá a vítima, mesmo não sendo. Sempre será o cordeiro, então não tente vestir a fantasia de leão, não serve em você. 

Eu não mexi um músculo, apesar de estar todo tremendo, era nervosismo e medo, era algo incontrolável. Eu suspirava pesado e assustado. 

A arma saiu da minha cabeça e alguém me virou. 

O homem que apontava a arma segundos antes estava na minha frente, ele era praticamente da minha altura, até mais alto, sua expressão era séria e até mesmo assustadora. Não conseguiria dizer nada, mesmo se eu quisesse. 

Eu estava completamente intimidado, seu olhar era bem pior que o do Baekhyun. 

Então consegui imaginar quem pudesse ser, ainda mais pela postura dos outros. 

— É um prazer te conhecer, Park ChanYeol. — deu um sorriso de lado — Eu pensei que era fácil lidar com você, mas já chegou causando confusão?  

Eu desviei o olhar, não queria encara-lo, e quando fiz isso acabei pousando os olhos em outra pessoa que estava ali, um pouco atrás dele. 

Era Jongin. 

Nós nos encaramos, ele estava sério, não intimidador, apenas sério. Minha vontade de perguntar onde Baekhyun estava era gigante, mas não era isso que importava, era? Só era algo que fazia parte da situação. 

— Fale comigo quando eu estiver falando com você. — o que apontou a arma chamou minha atenção, quase gritando. — Alguém arrancou sua língua por acaso? 

— Não. 

— Então ótimo, seja bem vindo. — sorriu — Eu me chamo WooBin, já deve ter ouvido falar de mim. — guardou a arma no coldre da calça — Com certeza, depois da sua estadia por aqui, você vai se arrepender de ter nascido.

 

 

 

 

Grandes coisas são obtidas à custa de grandes perigos.

Heródoto


Notas Finais


Então é isso ae ~
Eu não consigo nem imaginar o medo que o Chan esta sentindo, ainda bem que o nosso menino está tentando ser forte apesar de tudo né <3 As coisas estão difíceis para ele agora

Enfim, gostaram do capítulo? :3
Comentem ai o que acharam, por favor <3

Até a próxima ~


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