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História Reflexões da Alma - Revoada de sentimentos


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá, queridos!
Semana de entrega de notas finais,
e férias, em todos os sentidos, a partir de sábado!
Assim, poderei revisar os capítulos para postar,
pois escritos completos estão até o 22
e os finais para completar e revisar.
Obrigada a todos que estão acompanhando!
Boa leitura. Bjs!

Capítulo 15 - Revoada de sentimentos


Sentia o quando o amigo estava tendo dificuldades em digerir as informações que recebera e os acontecimentos dos quais fora protagonista naquela tarde fria em Irkutsk. Agora, sentia, em seu âmago, a certeza de que seguir sua intuição fora o melhor que fizera, independente da punição que poderia advir de se ausentar do Santuário sem a anuência de Shion. Sua certeza por saber que poderia auxiliar seu amigo e seu kerub era como aquele fogo que queimava na lareira, iluminando sua mente e aquecendo seu coração naquela noite fria da Sibéria russa. Como uma calmaria antes de uma iminente tempestade.

-----*-----

O aroma de comida quente espalhava-se pela espaçosa cabana. Na verdade, melhor seria chamar de casa, devido à amplitude dos ambientes, ao número de quartos e infraestrutura. Realmente, era um local preparado para receber quem se aventurasse em missão ou em treinamentos naquela região.

Para os cavaleiros de gelo, talvez fosse melhor chamar de lar. Tantos por ali passaram, sofreram e se recuperaram, que a energia pairava no ambiente de forma familiar para Camus e Hyoga, que ambos se sentiam tão à vontade como em nenhum outro lugar.

Naquela morada tão antiga, podiam ser livres para demonstrar os verdadeiros sentimentos, que possuíam o costume de controlar, e permitir que se extravasassem sem receios.

O dourado de Aquário sentia-se seguro para conversar com o amigo sobre o quanto estava impressionado com as cenas que presenciara mais cedo e o quanto não entendia o que havia acontecido. Praticamente falara sem pensar, esperando que, ao ouvir a própria voz, seus pensamentos fossem colocados nos devidos lugares. Ainda assim, continuava sem compreender o que acontecia.

Será mesmo que ainda encontraria algum Guerreiro Azul em Bluegraad?

Seria mesmo Alexer, sozinho, a origem de tamanho mal?

Algumas peças pareciam não se encaixar no quebra-cabeças...

Ambos os dourados continuavam sentados em frente a lareira, imersos cada um em suas reflexões. Os acontecimentos pareciam realmente estranhos. Camus não entendia as habilidades do companheiro de missão, enquanto Afrodite tentava manter-se equilibrado, exercendo função que, tradicionalmente, era do amigo: a da organizar e auxiliar a todos sem afetação.

O pisciano já havia percebido pelo menos quatro quartos e a ampla cozinha. Sua mente vagueava, talvez tanto quanto a de Camus, contudo, o assunto era analisar o local. O ambiente rústico era a única característica que fazia lembrar uma cabana, que nada tinha de simplória. Sentado naquele grande e felpudo tapete de pele, em silêncio, de pernas cruzadas em posição de lótus, fitava a madeira em brasa, que aquecia o ambiente e iluminava o rosto alvo ao seu lado.

A fisionomia do aquariano modificava-se a todo momento, como se refletisse seus pensamentos. Ora as ruivas sobrancelhas arqueavam-se franzindo a fronte, demonstrando preocupação, ora  suavizavam o olhar, que marejava como revolto mar em ressaca, tentando romper a península.

Mesmo percebendo a angústia do amigo, Afrodite esperava, com paciência. Já havia levado seu pupilo para o merecido descanso.

Agora, faltava o reiniciar do diálogo interrompido há quase uma hora. Estavam em frente àquela lareira, sentindo o aroma acolhedor do alimento que Hyoga preparava, quando Camus parecia voltar a raciocinar equilibradamente, quando Camus pronunciou-se, novamente.

– Lamento por... 

– Eu entendo, Camyu. Aconteceu o mesmo com Kanon, há alguns meses.

– Aquele que se tornou General de Poseidon...

– Ele mesmo. Nosso amigo estava muito revoltado, desde que retornara a esta vida pela dádiva dos deuses. Julgava que Saga deveria ter sido escolhido em seu lugar e culpava a Shun por ter sido revivido no lugar do irmão...

– Ele sempre foi um peu confus...

– E como! Tão confuso que atacou o Ikki com Satã Imperial em pleno treino com Aiolia. Foi necessário prendê-lo no calabouço do Santuário. Semanas depois, levei Shun à cela dele, e por meio do cosmo de meu pupilo, ele se pacificou e voltou à si, em paz. Parecia outra pessoa, como se toda revolta dentro dele nunca tivesse existido.

– Como esse menino conseguiu fazer isso? Ce cosmos é esse que ele possui? Está diferente do que eu conhecia.

– O cosmo de Shun e o cosmo do imperador do submundo sofreram uma fusão, são praticamente um só... Ainda estamos aprendendo detalhes de como isto se processa e como ele pode controlar este poder.

– Por isso, ele transmutou o Angara como somente o cosmo dos deuses poderia fazer...

– Em parte, é isso mesmo. Sabemos que ele consegue transmutar energias nos dois sentidos, se assim posso dizer. De ruins para boas e vice-versa...

– Então, o menino é um risco para os que estão ao seu redor, se pode emitir energias negativas com tanta força como as positivas no Angara..

– Não exatamente... Por isso, Shaka e eu fomos indicados para seu treinamento. Hoje, ele já consegue dominar seu poder com foco no bem. O que ainda não consegue é saber quando deve parar... Isso provavelmente é influência de sua constelação guardiã, essa característica de se doar em prol de um ideal ou de alguém pode trazer risco para ele mesmo. Na verdade, foi o que ocorreu hoje. Ele ia queimar seu cosmo até se desfazer, se nossa intervenção não acontecesse no momento certo...

– Como pôde cette enfant administrar o cosmo d'un dieu? 

– Ah, meu amigo... Foram meses de treinamento para ele conseguir controlar esse cosmo deificado. Ele sofreu bastante... Lembre que Hades somente escolhe para seu hospedeiro o ser mais puro e bondoso à época de sua batalha com Athena. Nesta nossa época, este ser é o Shun. E nunca alguém havia sobrevivido à possessão do deus dos mortos... Por isso, as situações são tão inéditas, como este cosmo divino e poderoso...

– Então, podemos ficar tranquilos com relação à ele nesta missão?

– Há um ponto ainda obscuro sobre o qual não lhe falei... Seria bom saberes...

– Oui. Estou ouvindo.

– Ele foi capaz de criar uma espécie de material com poder de cura durante os treinamentos com Shaka. Contudo...

– Parlez!

– Vou falar! Nossa, Camyu, nem parece você mesmo... Não precisa ficar apressando, a janta nem está pronta, temos tempo para...

– Allez!

– Fica frio, Camyu!

– Merde! – Dizia o aquariano, irritado, enquanto passeava os dedos pelas têmporas, tentando manter-se o mais calmo que conseguia.

– Seu boca suja! Escute... Para produzir esse material de cura, percebemos que Shun precisa ser motivado por um sentimento de medo ou tristeza profunda, um sentimento ruim, como aconteceu no dia que você e Hyoga chegaram no Santuário para o equinócio de inverno. Lembra-se da confusão?

– Oui, oui! Fênix estava feito um louco queimando miasmas acumulados nas escadarias e no salão das casas. Senti o cosmo de Hyoga elevando-se, mas não conversamos depois sobre aquele dia.

– Pois então! Esses miasmas mortíferos foram criados pelo Shun!

Ao dizer isto, o pisciano percebeu o olhar sério e preocupado do amigo desviando novamente ao fogo, como a tentar decidir se o virginiano seria realmente útil na próxima etapa da missão ou se, apenas os dois cavaleiros de ouro deveriam prosseguir. Logo Afrodite se apressou em oferecer mais informações, para que Camus pudesse entender o que acontecera.

– Shun já consegue controlar bem suas emoções, sem deixar-se levar pela tristeza. Isto foi um fato isolado. Me parece que ele está só um pouco cansado, ainda... O golpe acidental do irmão feriu sua alma doce muito profundamente, quase o perdemos, ele realmente quase morreu pelas mãos do próprio irmão... Assim como o guerreiro que acabou matando a própria irmã... Acho que Hyoga deve ter visto um filme se repetindo em sua mente...

À estas palavras, o aquariano volveu novamente o marinho olhar ao celeste do amigo, percebendo o tom melancólico da última frase.

Quase o perdemos, ele realmente quase morreu pelas mãos do próprio irmão...

Como se sentiria se estivesse a ponto de perder Hyoga para os braços de Thanatos? Ainda lembrava-se da batalha entre os dois na décima primeira casa, quando ensinou o jovem a dominar o zero absoluto, atingindo o cosmo máximo.

Desejava que o discípulo enfrentasse os cavaleiros de ouro de igual para igual, abandonando sentimentos banais, quando dissera para o jovem abandonar a mãe no abismo profundo em que o navio, no qual jazia seu corpo, afundara. Preferiu acabar com a vida do jovem a vê-lo morto por outro cavaleiro de ouro.

Agora, a dúvida pairava sobre sua mente. Será que havia sido o certo a fazer? Diante das palavras doloridas do amigo ao seu lado, parecia colocar em cheque suas próprias atitudes. Será agira corretamente ao ensinar Hyoga, fazendo os dois pagarem com as próprias vidas?

Não. Não havia o que questionar.

O que acontecera estava no passado.

O passado não mudaria.

Nunca muda.

Poderia, contudo, tentar enxergar os fatos por outra perspectiva.

Afinal, ali estava ele, naquela situação inusitada. Condoído e sendo consolado.

O que estaria acontecendo com sua alma contida?

Algo o menino de Andrômeda fizera a ele, mesmo sem perceber, que abrira a guarda de seu coração.

A revoada que abrigava suas emoções em formação elegante estava novamente dispersa. Poderia ser algo benéfico, nessa nova vida com a qual Athena lhe presenteara, contudo...

Seria algo bom antes de uma missão cheia de pontos obscuros como a que enfrentariam?

Não havia mais o que ser feito. Sua alma acalmara-se com o cosmo do virginiano e transbordava de novas sensações.

O melhor seria aceitar e lidar com essa nova imagem que se formava de si mesmo. Começaria entendo o que acontecera com o jovem que proporcionara tantas mudanças em seu modo de sentir. Quebrou o silêncio que, novamente, se fazia, para oferecer a Afrodite a chance de contar-lhe mais detalhes.

– Se non for incômodo, Dite, pode me contar melhor o que aconteceu no dia que chegamos para o Solstício de Inverno?

O pisciano tomou um suspiro profundo antes de falar. Relembrar daquele dia em que Ikki atacara o irmão com o Golpe Fantasma de Fênix era muito angustioso, ainda podia sentir a vida de seu kerub esvaindo-se sob sua mão sem que nada conseguisse fazer.

Contudo, seu amigo desejava saber dos fatos e concluiu que, se a deusa havia enviado Camus e Shun juntos em missão, haveria um motivo mais além do que pudessem imaginar. Talvez, contar a história recente do garoto ao dourado pudesse servir para aproximá-los e auxiliar no sucesso da missão da qual foram incumbidos.

Enquanto os dourados conversavam na sala, Kiki inquietava-se no quarto. Shun dormia calmamente, mas o aroma de caldo de legumes com carne fazia estômago do infante embrulhar, não o deixando dormir. Logo teve uma ideia traquinas, daquelas que somente as crianças conseguem ter.

Na cozinha, Cisne mantinha-se concentrado em seus pensamentos e na comida que preparava. Em silêncio absoluto, o ruivinho transportou-se para a lá, aparecendo subitamente na frente de Hyoga, quando este virou-se para procurar uma larga colher de madeira para misturar o caldo de legumes com a carne quase cozida.

Tamanho susto que o jovem aquariano levou, que sem pensar, em um ato instintivo de defesa, atirou o menor contra a parede, deixando coberto de cristais de gelo.

Mesmo aborrecido com o susto, se aproximou do pequeno para ajuda-lo, resmungando.

– Seu pirralho! Por que me assustou assim?! Podia ter te machucado!

– Você é que não presta atenção no que faz! Olha só para mim, tô cheio de gelo!

– Não queria neve? Pois então! Use como aperitivo!

– Seu chato!

– Não era para você estar com o Shun?

– É que o cheiro da sua comida é horrível! Eu não como carne! Tenho certeza que Shun também não, nem o Dite! Como cozinheiro, você é um ótimo cavaleiro!

– E um cavaleiros dos melhores! Quantas vezes salvei Athena? Hein?! E você, pirralho? Só atrás da capa do Mu ou carregando urna de armaduras!

– Além de chato, você ainda é metido!

– Você devia aproveitar e ir tomar banho enquanto tem água quente!

– Mas eu já tomei banho ontem!

– E ainda é um porquinho! Deixe Mu saber disso!

A discussão começava a ser ouvida da sala, pois pareciam duas crianças em guerra.

Os amigos se levantaram do tapete e, rindo do que escutavam, logo encontraram os dois praguejando na cozinha.

– O que está havendo aqui, podem me dizer?! – Solicitava o pisciano,  fazendo uma fisionomia séria, assim como a de Camus.

Ambos haviam ouvido um pouco da conversa, e precisaram se conter para não rir daquela atitude infantil dos meninos. Era necessário que tentassem colocar alguma disciplina na situação.

– Na-nada, Dite! Eu só...

No momento em que Kiki ia responder à pergunta, Hyoga aproveitou a distração criada pela chegada de Camus e Afrodite, e derramou sobre o pequeno uma panela cheia de água morna, que estava em cima do fogão, molhando a criança por completo, inclusive os sapatos dos mestres à porta.

– Ah! O pato estúpido me molhou! – Esbravejava o ariano, com os cabelinhos ruivos cor de fogo apagados pela brincadeira.

– Kiki! Olha como fala!

– Mas Dite, foi ele que começou!

– Mestre! Afrodite! – Curvava-se Cisne, a cumprimentar os dourados encostados no batente. – Nosso pequeno convidado já tomou banho, não precisam se preocupar.

Mesmo com o chão e os sapatos molhados, não puderam deixar de rir daquela cena. Um momento de descontração no meio do turbilhão de acontecimentos estressantes que haviam ocorrido naquele dia. Até o mais contido deles sorria. Um verdadeiro milagre.

– Daqui a uma hora ou menos termino nossa janta. Se quiserem tomar um banho, o boiler está aceso e tem água quente nas tubulações.

– Tem diesel suficiente para quantos dias de gerador, Hyoga? – Perguntava o prático Camus, ainda em meio a um sorriso.

– Fique tranquilo, mestre. Tem o bastante para mais uma temporada inteira.

– Ah! Estou morrendo de frio e vocês ficam rindo! – Continuava esbravejando, o inquieto ariano, quando avistou do outro lado do corredor sua possível salvação.

– Até que enfim você acordou, Shun! Olha só o que fizeram comigo!

– Ah, meu querido! Por Athena! Só assim para você tomar banho, né?

– Até você!

Depois de acariciar os cabelinhos revoltos da criança, fitou as íris intrigantes de Hyoga, que se mantinha à espera e, atravessando o corredor com a criança abraçada às suas pernas, molhando sua calça dos joelhos para baixo, caminhou até onde estavam os dourados e o amigo.

Contudo, uma leve vertigem o fez empalidecer, como seria esperado, depois de tanto esforço e jejum prolongado, sendo amparado pelo mestre de Aquário e pelo pequeno ariano, carinhosamente.

– O que está fazendo aqui? Era para estar descansando.

– Acordei com os risos de vocês e com esse maravilhoso aroma! Mas, onde estamos? O que houve? – Questionava, um tanto surpreso ao olhar em volta.

– Na maravilhosa cabaninha de inverno de Camus, querido! – Afirmava Afrodite, contente em ver seu pupilo bem, ainda apoiado pela mão firme do ruivo.

Sabia que aquele leve mal-estar era passageiro, nada que um pouco de sono e comida quente não resolvesse.

– Você transmutou os cristais de gelo de todo o rio Angara! Por isso, te enviaram em missão comigo, non? Mas ainda não aprendeu a dosar seu cosmo. – Afirmava, categórico, o mestre do gelo.

– É... Acho que sim, senhor Camus... Mas Dite, Hyoga e Kiki! É tão bom vê-los! O que vocês estão fazendo aqui?

– Vieram a pedido de Athena! – Esclarecia o aquariano dourado, convicto. Os demais nem fizeram menção de contradizê-lo. Talvez fosse melhor assim.

Percebendo que Shun já estava bem, Camus dirigiu seu olhar ao ruivinho ensopado, chamando-o.

– Venha Kiki, vou enxugar você antes que se resfrie. Mu ficaria aborrecido se algo de ruim acontecesse contigo.

O virginiano então aproximou-se de Afrodite, que o esperava de braços abertos, e aconchegou-se em seu abraço, sentindo o aroma calmante de rosas que dele emanava, buscando segurança e paz.

Seu coração juvenil palpitava, quase não acreditava na alegria que sentia ao ver seu mestre e seu melhor amigo ali.

Abraçado ao pisciano, que acariciava as madeixas castanhas do pupilo, com desvelo, dirigiu seu esmeraldino olhar ao jovem que cozinhava e disse, em voz carinhosa e melodiosa, que somente ele possuía.

– Desculpe-me por não avisar da missão... Athena me pediu...

– Não se preocupe com isso. Ver que você está bem já me deixa feliz. Amanhã, teremos uma importante missão pela frente.

– Quando chegamos próximos à fábrica, imaginei que aquele cosmo tão hostil tinha sua origem em outro lugar... Não sei como... Mas eu sabia...

– Não estamos longe da origem desse mal. Podemos dizer que já estamos em Bluegraad. Este local é imantado pela energia dos antigos cavaleiros e guardiões de Aquário.

– Por isso sinto tanta paz aqui...  

– O que acha de descansar mais pouco? Você ainda está pálido! Vamos nos aquecer perto da lareira.

Shun consentiu com a sugestão. Sua mente ainda estava vertiginosa, leve tontura inclinando as paredes da cabana. 

Algum tempo depois, após tomarem seus banhos, todos jantaram. Alimentados e com roupas confortáveis, se encaminharam para os quartos, para relaxarem e descansarem de forma a estarem prontos para o dia seguinte.

Nos quatro espaçosos ambientes, cada cavaleiro se acomodou confortavelmente, e Kiki acabou escolhendo ficar com Shun, naquela espaçosa cama, repleta de cobertores e mantas. O virginiano juntou o pequeno lemuriano em seu abraço, enquanto este ainda resmungava por causa do banho forçado, e acariciou os ruivinhos cabelos levemente úmidos até o sono invadir-lhes a alma e acalma-los para o merecido descanso.

Repousavam tranquilos e aquecidos pela grande lareira da sala, que esquentava o interior da casa inteira. Apesar o aconchegante ambiente, um dos cavaleiros demorou-se um pouco meditando em como seria o próximo dia.

Hyoga lembra-se da região onde estava afundado o navio no qual jazia descansando o corpo da pessoa a quem mais amou em toda a vida. Estavam próximo daquele mar de superfície congelada e agora, desperto seu o oitavo sentido, imaginava se conseguira alcançar as águas abissais a fim de visitar o túmulo mais uma vez, ainda. Lembra-se batalha na qual enfrentara os guerreiros azuis, na qual vira morrer a mulher que possuía o mesmo nome que sua mãe, Natássia. O lugar que lhe trazia tantas lembranças doloridas.

O cavaleiro de Cisne sempre tentara seguir os ensinamentos de seu mestre, mantendo-se racional diante das situações mais angustiosas, mas nunca conseguira abandonar seu lado emotivo. Acabou por adormecer, mesmo sem perceber, e num instante tão rápido quanto o piscar dos olhos, acordou esbaforido e ofegante, segurando fortemente a cruz dourada que sempre levava ao peito. Uma voz soprosa e fluida se fazia presente em sua mente.

Meu filhinho querido, por que me abandonaste tão solitária neste frio e escuro navio?  Onde estiveste quando mais precisei de ti?

(Continua...)


Notas Finais


Eu acho que tem coisa ruim mexendo com a mente dos nossos amigos cavaleiros...

Fanart da capa:
http://img00.deviantart.net/16e3/i/2013/172/b/f/hyoga_vs_camus_by_alonsoalatriste-d6a235l.jpg

Obrigada a todos que nos acompanham até aqui e que estão curtindo ler esta fic.
Bjs! ;-)

PS: Link para as fics que serviram de escopo para esta:
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--1a-temporada-5785039
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--2a-temporada-6074433
Obrigada pelo carinho! Como sempre digo, aceito opiniões e sugestões!
Beijos!!!


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