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História Reflexões da Alma - Dores morais


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá, queridos!

Feliz ano novo! Mesmo já tendo desejado um brilhante 2017 para todos, é sempre bom falar novamente!
Finalmente chegando ao desfecho da batalha contra Alexer, ou seja o que for no que ele se transformou.
As vezes acho que reflito demais com os personagens... e parece que a luta não acaba...
Mas, afinal, o nome da fic é reflexões... Rsrsrs
Bjs!

PS 1: alguns pequenos spoilers de Saint Seiya - Saga Hades - Inferno e do mangá SS Clássico volume 13 do mangá original, que deu origem ao segundo filme de Saint Seiya, "A Grande Batalha dos Deuses" ("Kamigami no atsuki tatakai") na década de 90.

PS 2: por engano, postei a vinte minutos um capítulo inacabado. Este é o capítulo 20, na sequencia de 'Pesadelos torturantes'

PS 3: Tradução da caixa de texto da figura:
"E então... Eu perdi minha mãe uma vez... O nome dela era Natassia..."

Capítulo 20 - Dores morais


– Hyoga, por favor, fique aqui e proteja eles. Ainda estão sob os efeitos do disfarce daquela criatura.

– Não posso deixar que enfrente ele sozinho. É minha responsabilidade também.

Ele, Oga? Como assim? Você conhece aquilo?

– No interior daquela energia maligna, está Alexer, o líder dos gerreiros azuis de Bluegraad...

-----*-----

Ante as palavras resolutas do amigo, Shun surpreendeu-se, não esperava que enfrentassem um antigo inimigo. Aquilo poderia ser uma vingança pessoal. Talvez estivessem lidando com forças além daquelas que eram capazes de suportar.

– Como pode ser, Oga?! Você está falando dos guerreiros que enfrentou depois da nossa batalha nas doze casas do Santuário?

– Sim, Shun... Eram descendentes de antigos cavaleiros de Athena que foram enviados ao Polo Norte para proteger a ânfora onde o espírito de Poseidon havia sido selado. Alexer deveria proteger a humanidade. Era a herança e a esperança de seu povo. Ele era a honra da confiança de nossa deusa.

– Lembraste de mim, agora, Hyoga... Mas que comovente... – Sussurrava o ser para os dois amigos cavaleiros de bronze, tentando se desvencilhar das correntes de cosmo de Shun.

Seria fácil acabar com aqueles meninos com os mais velhos ainda atordoados, pensava o ser das trevas. Mesmo sem conseguir sugar mais qualquer energia dos dourados, estando preso nas amarras de Andrômeda, já possuía poder suficiente para sair de seu esconderijo entre as escarpas congeladas e avançar para onde desejasse, inclusive para o Santuário.

– Quando enfrentei há muitos meses atrás, aqui mesmo em Bluegraad, eu os venci! –  Afirmava o Cisne, apontando o indicador para aquele a quem parecia conhecer. – O que acha que pode fazer contra mim? Ainda mais sozinho, Alexer?!

– O poder de um juiz do inferno está junto do meu! – E, arrebentando as correntes de cosmo róseo que Shun havia produzido para contê-lo, bradou contra os dois cavaleiros de bronze. – Reencarnação!

Com a energia negra condensada na ponta de um dos braços, que mais pareciam tentáculos, Alexer lançou uma esfera de cosmo que imobilizou o Cisne. Este até tentou defender-se com o golpe que aprendera com o mestre desde tenra idade, contudo, parecia impossível atingir aquele ser.

Seu Pó de Diamante atravessou o guerreiro azul sem lhe causar nenhum dano, como se o ser fosse formado de alguma matéria etérea e disforme, imune aos ataques diretos dos cavaleiros.

O menor apressou-se a segurar o amigo, que em alguns segundos caía ajoelhado em prantos, como somente o mestre o havia visto chorar.

– Eu nunca te abandonaria, mãe... Nunca...

Mesmo impressionado com o estado emocional do amigo e dos mestres, o menor não se intimidou. Já havia visto muita dor em sua vida tão curta e o treinamento com Shaka parecia demonstrar seu verdadeiro resultado.

Chamava pelo outro em seus braços, enquanto fitava a criatura à sua frente.

– Acorde, Oga! Não é real!

– Vou apagar o incêndio do navio... Não, mamãe, eu consigo! Eu não sou fraco!

– Ah, menino... Saia da frente... Acabarei logo com estes três cavaleiros, espere pacientemente sua vez...

– Nunca! Eu protegerei eles!

Afirmava o virginiano, categórico e decidido, enquanto protegia o amigo com seu cosmo, esforçando-se para livrá-lo daquela energia de culpa e daquele devaneio que o angustiava, transtornando suas emoções.

– Como fará isso? Uma coisinha tão frágil como você... Nunca será oponente para mim...

– És mesmo um covarde! Usaste as emoções deles! Não parece se incomodar de ter assassinado seu próprio pai em busca de poder, e, agora, quer infringir esse remorso e dor nos outros?

– É o preço que se paga para conseguir mudar o mundo...

– Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo! Hyoga derrotou todos os seus seguidores, Alexer, e ainda te derrotou!

– Foi pura sorte... Eu ainda era fraco, meus sentimentos por minha irmã Natássia me fizeram fraco! Agora, com esta energia que recebi do Luna de Balron, Estrela Celeste da Eminência, irei acabar com todos vocês!

Amparado pelo cosmo cálido e amoroso de Shun, Hyoga acalmava-se nos braços do amigo, ainda murmurando pela mãe, em meio às lágrimas que fluíam e molhavam seu rosto bronzeado.

– Saia da frente e me deixe acabar logo com estes atrevidos... Ou vou destroçar sua mente também...

O virginiano ignorava a ameaça e volvia sua atenção ao amigo desnorteado que amparava.

– Sua mãe deseja que sejas feliz, Oga!

– Ela está abandonada... Eu a deixei naquele navio escuro e frio...

– Sua mãe não está lá! Apenas o corpo dela! Acorde, meu amigo, acorde!

– Está vendo, menino? O medo precisa ser extirpado custe o que custar! Assim, chegaremos à paz! Usando a força!

– De onde você tirou essa falácia tão absurda?!

– Então o amiguinho do cavaleiro do gelo deseja interferir?

– Você está enganando a si mesmo, Alexer! Como pôde ferir tantas pessoas inocentes? Não existe caminho para a paz! A paz é o próprio caminho!

– És muito ingênuo ao pensar que a paz é o caminho... A dominação é o caminho! Todos são maus, em menor ou maior grau. Desde o nascimento até a hora em que morrem, todos cometem atrocidades!

– Conheço esse discurso...

– Ah... Também conheceste Lorde Balron...

– Como conseguiu ir ao submundo e retornar com vida?!

– Muito simples, rapaz... Eu não poderia continuar aqui depois do que seu amigo Hyoga fez em Bluegraad e da morte de minha irmã, então ceifei minha própria vida me atirando das escarpas congeladas.

– Então você...

– Sim! Pensei que seria meu fim e que nada mais existiria, estaria liberto de meus medos e minhas dores!

– Como pôde atentar contra a sua própria vida, Alexer?!

– Desejas conversar amenidades filosóficas antes de eu te destruir? Como és ingênuo...

– Meu mestre Shaka me ensinou que a incapacidade de enfrentar o imponderável é inerente ao ser humano! O que fizeste contra ti mesmo foi uma consequência de for­ças desgovernadas e prepotentes que se apresentavam camufladas em você, em forma de rebelião inconsciente contra a sua própria exis­tência física, contra sua vida em si mesma.

– Como podes afirmar isso? Por acaso já viveste o que vivi? Já perdeste um ente querido como perdi minha irmã?!

– Eu vivi sim algo semelhante ao que vivestes! Eu e meus irmãos somos órfãos de pai e mãe, e ainda vi meu amado irmão morrer na minha frente após espera-lo por anos! Prometi a ele que prosseguiria e que protegeria Athena e este planeta, em nome da justiça e da paz!

– Quanta besteira sentimentalista! Veja como estou poderoso, agora!

– Você está é em conflito consigo mesmo! A irradiação do ódio é portadora de uma carga destrutiva que corrói as engrenagens da belíssima máquina divina que é nosso corpo! O ódio é um lixo do inconsciente, que extravasa todo o conteúdo de paixões mesquinhas!

– Cale-se, Andrômeda! Eu despertei na Morada do Juízo. Eu seria enviado a algum lugar do inferno, mas fiz um acordo com o magnífico senhor Lune de Balron, que substituía o senhor Minus de Grifon, porque cavaleiros haviam invadido o submundo. E fui agraciado com um dom pela minha atitude corajosa!

– Coragem? Onde enxergas coragem ao fazer um acordo com o espectro de Hades?

– Não fui covarde, não fugi dele. O senhor da Eminência ainda decidia se me enviaria à terceira prisão, para pagar minha penitência pela suposta cobiça em dominar o mundo com os Guerreiros Azuis, ou se me enviaria ao segundo vale, o Inferno Florestal dos criminosos suicidas, ou à quarta prisão, enfim... Haviam tantos lugares para os quais poderia me mandar que aproveitei para fazer-lhe a proposta. Não sei porque tamanha preocupação com os ratos de Athena que se esgueiravam pelo submundo! Enfim, eu voltaria à minha terra sob esta forma e enviaria os maus para o senhor Lune julgá-los. É tão fácil! Quanto mais medo, mais culpa tem! E fazê-los ver seus pecados é muito simples! Basta imantá-los com um pouco de cosmo conjurando o golpe do senhor de Balron e todos seus medos atuais e futuros se descortinam à mente deles!

– Você ainda tem a chance de recriar laços de amor e paz, substituindo estas algemas do desafeto que te prendem ao passado! Repense seus atos! Não desejo lutar contra ti! Já fostes muito castigado pelo remorso causado pela morte de seu pai, de seus companheiros,  e, principalmente, de sua amada irmã!

– Você não sabe o que diz! Você não me conhece! Como pode julgar o que sinto?

– Não o julgo... Quem eu sou para julgar alguém, Alexer?! Mas reflita no que lhe digo...Renasce agora em teus propósitos e em tuas atitudes, superando os obstáculos da dor! Não tens o direito de usar o medo das pessoas para subjugá-las! Isto é errado!

– Ora, pequeno... Observando melhor... Sinto que tens algo do senhor Hades em ti... Por que não se junta a mim?

– Esquece as palavras daquele espectro, Alexer! Usa teu poder para o bem, engrandece a tua existência! Nasceste para proteger a Terra junto com Athena, tinha a confiança dela, assim como teu pai e os demais guerreiros de Bluegraad! Deixe a voz doce de nossa deusa penetrar em seu coração, sabes que nós somos enviados dela!

Ignorando as frases do jovem, a criatura parecia satisfazer-se com reconhecer aquele cosmo. Não perderia a chance de aumentar seu poder, mesmo que, para isso, precisasse convencer o cavaleiro à sua frente.

– Ah, menino... Fostes o receptáculo do senhor dos mortos! Vamos usar nosso poder para acabar com todos os pecadores da face da Terra!

– Eu nunca me aliaria a alguém tão vil, que luta contra a paz e a justiça na Terra, ou contra Athena! Nunca! Vou lhe dizer o mesmo que disse ao Lune. É verdade que nós ferimos muitas pessoas, mesmo em nome da Justiça.  Quando eu tiver que pagar por esses pecados, não tenho a menor intenção de resistir. Eu vou aceitar. Mas reveja seus conceitos: será que existe homens capazes de viver sem cometer a menor falta?

– O medo é a fraqueza que precisa ser extirpada de uma vez por todas!

– Engana-se novamente. O medo é um sentimento de inquietação quando estamos diante de um perigo real, um perigo imaginário ou uma ameaça. É um sintoma proveniente da insegurança em face de certas situações da vida. É natural que alguém que não saiba nadar tenha medo de se afogar; é o medo natural decorrente do instinto de sobrevivência. O medo não é sinônimo de culpa, faz parte do instinto humano de auto-preservação!

– Estou apenas seguindo o que fui incumbido de fazer quando fui liberto na primeira prisão do Mundo dos Mortos! Estou me fortalecendo a partir do medo das pessoas e agora estou poderoso o suficiente para enfrentar até o brilhante exército de Athena!

– Eu vou impedir que continue com seus planos malignos! Pelo que fizeste ao senhor Camus, ao meu mestre e ao meu amigo! Pelos inocentes que prejudicou com essa falsa desculpa de fazer tentar trazer paz! Eu, Shun de Andrômeda, cavaleiro de Athena, vou enviá-lo para o lugar de onde nunca deveria ter saído! Vou enviá-lo para ficar sob a tutela de Perséfone, a rainha do Submundo!

– Então venha... Já estou cansado dessa sua ladainha! Duvido que seja capaz de algo, menino que se diz cavaleirinho de Athena...

Ante à gargalhada incrédula de Alexer, metamorfoseado naquela criatura horrenda, e à voz enérgica do mais novo, o jovem aquariano despertava aos poucos, envolto pelo cosmo amoroso, que o havia protegido de ser mais intensamente afetado pelas alucinações do golpe de seu antigo inimigo.

O virginiano concentrava-se seu cosmo, preparando-se para o que viria a enfrentar, quando ouvira o amigo chamando-o. Era a oportunidade de tirá-lo daquele delírio.

– Onde ela está, Shun?

– Sua mente foi manipulada, Oga... Ela não está aqui...

– Eu a abandonei...

– Vamos, preste atenção em mim. Olhe para mim...

Aqueles olhos verdes esmeraldinos eram irresistíveis. Os cabelos cor de linho reluziam à luz fractada oriunda das altas escarpas congeladas ao redor. O olhar perdido do cavaleiro de Cisne logo encontrava-se no calmo e cativante de Andrômeda, que o chamava, falando-lhe ao ouvido, sussurrando.

– Preciso que esfrie o ar e forme os cristais de gelo. Tenho uma ideia.

Ainda com grande dificuldade de localizar-se, Hyoga tentava atender o pedido, mas o único que parecia estar pleno de suas capacidades era o mais jovem dos cavaleiros. Seu treinamento o havia ensinado como controlar os sentimentos que haviam causado tanto mal aos outros três. Shaka e Afrodite realmente haviam feito um ótimo trabalho consigo.

– Não posso... Preciso procura-la...

Em um gesto a tanto tempo aguardado, o jovem aquariano se permite abraçar verdadeiramente, e retribui, afundando o rosto nos cabelos sedosos do melhor amigo, permitindo-se verter algumas últimas lágrimas há muito sufocadas.

– Que comovente... – Dizia a criatura, certa da vitória. Em pouco tempo, estaria poderoso o suficiente para matar os quatro que se opunham à sua vontade.

– Está tudo bem... Eu sempre estarei ao seu lado, Oga... – Dizia o menor, ignorando aquele ser maléfico.

– Se deseja continuar essa cena patética, e não vai me mostrar do que é capaz, sinta o poder de um guerreiro azul discípulo de Balron!

Ao dizer isto, Alexer elevou-se por completo em energia, utilizando o próprio cosmo e a técnica que recebera do espectro do inferno, de um tom azul escuro como as próprias trevas do fogo-fátuo do inferno, de onde recebera o poder. Direcionou aquele terrível cosmo aos amigos abraçados, desejando eliminar aquele gesto fraterno que lhe causava certo asco.

A criatura parecia se concentrar e expandir-se de forma a acabar de uma vez por todas com os cavaleiros que a impediam de realizar seu intento. E Shun não podia esperar mais tempo. Precisava de seu melhor e mais amado amigo. Somente juntando seus poderes conseguiriam vencer aquele mal que ameaçava espalhar-se pelo planeta, começando pelo Santuário.

(Continua...)


Notas Finais


No próximo, teremos o final dessa tensa batalha.

Obrigada a todos que nos acompanham até aqui e que estão curtindo ler esta fic.
Bjs! ;-)

PS: Link para as fics que serviram de escopo para esta:
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--1a-temporada-5785039
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--2a-temporada-6074433
Obrigada pelo carinho! Como sempre digo, aceito opiniões e sugestões!
Beijos!!!


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