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História Reflexões da Alma - O poder de Almak


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá!
Agora, ou nossos cavaleiros vencem ou serão tragados pelas trevas.
Sem ‘PS’ hoje!
Bjs!

Capítulo 21 - O poder de Almak


Fanfic / Fanfiction Reflexões da Alma - O poder de Almak

A criatura parecia se concentrar e expandir-se de forma a acabar de uma vez por todas com os cavaleiros que a impediam de realizar seu intento. E Shun não podia esperar mais tempo. Precisava de seu melhor e mais amado amigo. Somente juntando seus poderes conseguiriam vencer aquele mal que ameaçava espalhar-se pelo planeta, começando pelo Santuário.

-----*-----

O ser maligno, no qual o antes nobre guerreiro azul transformara-se, parecia ter controle sobre fogo-fátuo, as terríveis labaredas azuis do inferno, capazes de queimar e mesmo explodir até mesmo as almas mais confiantes de si mesmas.

Comumente, a técnica apenas destrói espíritos desprotegidos do submundo ou que caminham pelo Yomotsu Hirasaka, tornando-se inofensiva se o oponente possuir um corpo. Alexer, contudo, parecia usar aquele poder de forma diferente, como um meio de emanar e expandir seu cosmo queimando moralmente a alma de suas vítimas, até não lhes restar nada além de dores e suplícios mentais.

O jovem virginiano tentara, ao máximo de seus argumentos e de suas forças, dissuadir o guerreiro de sua maligna intensão. Este negava-se a escutar mais uma palavra sequer e se ampliava em uma grande esfera envolta em luminosidade estranha, como um buraco-negro oriundo do próprio mundo inferior.

Em seu ódio e rancor pela humanidade, sob aquela carapuça de tentar libertar os humanos de suas culpas por meio da dor, nomeava a técnica de ataque como a do espectro Balron como se sua própria fosse.

– Reencarnação!

A potência do golpe repleto de fogo-fátuo seguia rápida na direção dos cavaleiros de bronze, porém Shun plasmou, com a braço direito livre enquanto o esquerdo segurava o precioso amigo, uma espécie de espelho convexo de energia, que repeliu a energia mortífera. A defesa rósea os protegeu de serem atingidos em cheio, todavia, o impacto os arremessou na direção onde estavam os dourados. Ainda segurando o jovem aquariano, o virginiano levantou-se sem temer aquele que se manisfestava em puro ódio à sua frente, tentando despertar o amigo daquele pesadelo com a própria mãe.

– Hyoga, acorde! Preciso que congele o ar!

Logo que concentrou novamente sua potência, mais uma vez, a criatura na qual Alexer se transformara atingia os dois com sua energia negra, tentando acabar com as esperanças que restavam.

– Morram de uma vez por todas! Reencarnação! 

E mais uma vez, o virginiano os defendeu de agonizarem sob o golpe moralmente torturante.

Sua cosmo-energia rósea se espalhava e, agora, protegia aos quatro. Camus, semi-consciente, não parecia acreditar no que seus olhos marinhos lhe mostravam. Aquele menino, tão franzino e delicado, demonstrando tamanho controle emocional e tamanha capacidade de cosmo, protegendo-os a todos.

Shun precisava decidir-se em finalizar aquela batalha, ou queimaria todo seu cosmo, sem impedir de vez aquele mal.

– Oga, meu amigo, eu preciso de você! Confio que consegue fazer isso! Congele o ar!

Mesmo sem compreender exatamente o que fazia, o jovem aquariano levantou o punho cerrado e, respirando fundo, fez o que o melhor amigo lhe pedia, gastando suas últimas forças mentais na confiança que possuía no imenso amor fraterno que enlaçava os dois.

– Isso é inútil contra mim! – Bradava a criatura, sem acreditar na realidade que sua própria visão lhe mostrava.

– Pó de diamante!

Ao comando do cavaleiro do gelo, os cristais que refletiam a parca luz, que adentrava naquele local cercado de troncos negros retorcidos, foram condensando-se e decantando-se do ar, até acumularem-se no solo, que começou a emitir uma espécie de brilho como se as próprias estrelas tivessem caído do firmamento.

Deixando Hyoga apoiado próximo de Camus, Shun levantou-se, decido, e caminhou na direção da criatura. 

Agora era o momento de colocar um fim naquela dolorida batalha. Ver os mestres e seu amigo naquele estado, tão transtornados e abatidos emocionalmente, cortava-lhe o coração e maculava sua alma sensível.

Mesmo assim, não desejava fazer mais que imobilizar Alexer, de forma a levar o guerreio azul, mesmo que transmutado, sob custódia para que fosse julgado por Athena por seus crimes. Sem os miasmas negros pairando no ar, pôde visualizar melhor o jovem transtornado pelo ódio envolto por aquela energia negra de dor.

– Você vai conosco para o Santuário, é justo que a decisão a respeito sobre seu destino seja dos deuses, e não de um espectro ou de um cavaleiro! Corrente de Andrômeda!

O inimigo parecia estar novamente imobilizado pelos elos de cosmo róseo, como uma contensão de sua energia maligna.

Porém, a corrente não foi capaz de refrear a criatura na qual Alexer havia se transformado, e por entre os elos da corrente, o ser expandiu-se outra vez e com mais fúria, causando cortes no sobretudo marrom que o menor usava, atirando-o para próximo dos outros três novamente. O fez cair de costas no chão, com todo o peso do corpo, somado à força imprimida pelo cosmo maligno, afundando e rachando o branco solo no local da queda.

Sem render-se aos pensamentos que se esmeravam em invadir sua mente, Shun levantou-se aos poucos, limpando o líquido rubro que escorria por um dos cantos de seus delicados lábios, apoiando-se nos próprios joelhos a tomar fôlego para o próximo embate. Sua idéia de imobilizar a energia aliando suas correntes de cosmo ao pó de diamante de Hyoga parecia não ter surtido o efeito desejado.

– É tão fraquinho que vou me divertir antes de acabar com você, cavaleirinho... – Ria-se a criatura, após libertar-se dos elos róseos.

Enquanto o ser regozijava-se de seu poder, o virginiano ouviu a voz amável do mestre de Peixes, atrás de si, a chamar-lhe. Ainda surpreso, fitou o olhar celeste do dourado que esforçava-se para oferecer-lhe uma última orientação. Os fios loiros bagunçados sobre face não escondiam a dor que sentia em sua alma, contudo, precisava acordar daquele transe e auxiliar seu pupilo. Um conselho do guardião da sexta casa do Santuário, que lhe fora dito quando ainda planejava seguir para a Sibéria.

– Escute, meu kerub...

– Mestre Afrodite! 

– Pela coragem de sua fé na humanidade, por Athena, você precisa manter sua compaixão ante as estas injunções penosas... Shaka pediu para lembrar-lhe da bolha de luz... Pediu para que se imaginasse na bolha de luz de cosmo como no seus treinos na casa de Virgem... As estrelas de sua constelação... serão sempre sua defesa... serão seu poder...

Era o máximo que o pisciano conseguiu fazer antes de ficar inconsciente, por completo, fazendo seu belo corpo tombar inerte no solo frio.

Contudo, fora o suficiente para o virginiano decidir a atitude que deveria tomar. Não havia outra solução e precisaria arcar com a dor que poderia advir da assertiva.

– Venha, não tenho o dia inteiro, menino... Vamos acabar logo com isso, tenho mais o que fazer... Acabar com a suposta elite de Athena e com todos aqueles que sentem medo!

Mesmo sob as provocações da criatura, o jovem cerrou as pálpebras a lembrar-se de seu treinamento com o mestre de Virgem. Lembrou-se de sua constelação guardiã que tanto o defendera e protegera nos momentos mais difíceis que enfrentara, e logo o que era gelo e frio, transmutava-se em uma esfera cálida e morna, que exibia de forma belíssima as estrelas da galáxia em espiral.

Parecia que os dois e meio milhões de anos-luz de distância entre a Terra e a constelação protetora do jovem haviam sido anulados. Estavam circundados por aglomerados de matéria interestelar e nebulosas planetárias. Almak resplandecia como se estivessem observando o céu noturno.

– Acabou, Alexer. Renda-se.

– É uma brincadeira até bonitinha, mas cansei dessa diversão...

Com estas palavras, a criatura finalmente explodiu em energia, a sugar o que estava ao seu alcance.

Percebendo que os mestres e o amigo sofriam os efeitos daquele poder, Shun manteve os olhos fechados, respirou fundo e concentrou-se, como fizera em treinamento, junto de Shaka, na sexta casa do Santuário.

– Almak, empresteme-se sua luz! – gritou Shun a pulmões plenos, a destra espalmada contra Alexer. 

Com Hyoga ao seu lado, Camus, ainda semi-consciente, observava o que parecia contrariar as leis da física que conhecia.

Um imenso buraco-negro em torno de Alexer, que deveria ter poder de sugar até a luz, sendo ofuscado pela beleza das estrelas brilhantes da constelação de Andrômeda, conduzidas por seu cavaleiro. O breu desfazia-se entre as nebulosas e os resquícios remanescentes de super-novas.

A belíssima Almak brilhava como se todos ali estivessem a poucos anos-luz da principal estrela da constelação de Andrômeda. Tamanho brilho incomodava o olhar sensível de Camus, e precisou proteger, tanto o dele quanto de seu pupilo que estava sentado apoiado ao seu lado.

Alguns instantes pareciam uma eternidade naquela batalha entre o bondoso e amoroso cosmo do virginiano e o maligno e raivoso cosmo do outro.

O menor ainda mantinha em posição de ataque, a destra espalmada, quando abriu as pálpebras com cuidado, receoso da imagem que chegaria aos seus olhos. Ainda pôde vislumbrar um corpo se ressecando, e tornando-se acinzentado. A pele craquelada soltando-se e desfazendo-se no ar como pó acinzentado em meio a uma espécie de redemoinho de força. Podia vislumbrar o olhar desesperado daquele que sabia o que enfrentaria por ter escolhido o caminho do engano e da ganância.

Pouco a pouco, as partes do corpo decomposto eram expostas e, músculo a músculo, como se queimassem em combustão espontânea, faziam a criatura contorcer-se e gritar em voz agonizante que sumia à medida que era emitida.

– Maldito... Maldito... Maldito...

O jovem virginiano observava, estático e assombrado, aquela imagem aterradora de seu próprio poder contra aquele mal personalizado em Alexer. Mesmo entre os corpos dos mortos agonizantes do submundo não havia visto algo que perturbara tanto. A degeneração acometia camada a camada do corpo da criatura, que parecia torturada a cada segundo que se passava.

Não sabia se estava assustado com a cena da desagregação de cada pedaço de carne do guerreiro azul ou com o brilho dos astros de sua constelação guardiã, principalmente o poder de Almak.

Ante sua surpresa, sentiu passar, bem próximo ao seu rosto, um jato de ar frio que atingiu o ser que agonizava, congelando de imediato o que dele restava, desfazendo-o em milhões de pequenos pedaços de gelo que derretiam à medida que entravam em contato com a energia da cálida nebulosa, de forma a finalizar aquele agonizante embate de cosmos.

– Senhor Camus! – Disse Shun, suspirando por perceber o fim daquela torturante batalha.

– Oui, petit... Acalme seu cosmo... – Pedia em branda voz o Aquariano ainda visualmente abatido pelo que havia enfrentado em sua própria ilusão.

O guerreio azul Alexer, transmutado naquela criatura que utilizava técnicas sombrias do espectro Lune de Balron, havia colocado à prova dois impassíveis cavaleiros dourados de Athena, explorando inquietações mais profundas de suas mentes, e ainda havia tentado se vingar daquele que, em sua visão dos fatos, fora quem matara sua irmã Natássia e acabara com seus sonhos de uma distorcida e aparente paz pelo domínio ditatorial de Bluegraad.

– Se estivesse em minhas mãos escolher... Mas era de se esperar que um mal desse tipo tivesse uma expectativa de vida bem curta, uma vez que o caminho da humanidade é a paz verdadeira por meio do amor e da justiça, da esperança e da luz. – Afirmava Shun, fitando o olhar profundo do mestre de seu amigo, enquanto respirava fundo, visivelmente exausto mas mantendo-se firme.

– Esse monstro precisava ser detido a todo custo, Andrômeda. Não poderíamos perdoá-lo pelo que fez.

O jovem virginiano volveu o esmeraldino olhar ao local onde apenas uma marca chamuscada de cinzas jazia no puro solo branco de neve. Uma suave melancolia parecia assaltar-lhe o coração bondoso.

– Lamento discordar, senhor Camus... Por mais graves que nos pareçam as faltas de alguém, não devemos nos deter na reprovação, pois condená-lo seria cristalizar as trevas que ele mesmo criou. É muito difícil julgar as decisões daqueles que viveram em experiências que divergem da nossa. É impraticável uma justa observação quando a neblina de nosso julgamento parcial nos cerca. Sinceramente, eu desejo que, um dia, a alma de Alexer encontre a paz. A paz que nunca vivenciou em seus dias de outrora.

Como a responder à ausência daquele mal e ao cosmo róseo do virginiano, o galhos dos troncos retorcidos e secos pareciam reviver, com pequeníssimas e brilhantes folhas, que somente despontariam por completo na primavera.

Enfim, uma sensação de alívio pairou sobre os quatro cavaleiros. E, como a aurora que desfaz as sombras, com os raios luminosos do astro-rei, Shun desfez seu amplo cosmo em forma de galáxia, e permitiu-se iluminar suavemente com o brilho singelo de Almak, como manhã calma a clarear novamente a mente e o coração dos cavaleiros da paz e da esperança.

(Continua...)


Notas Finais


Capítulo doloroso de escrever... Mas finalmente a dura batalha contra Alexer chegou ao fim.
Agora, são as sequelas no emocional de Camyu e de Dite.
E ainda tem Hyoga, que não superou sua dor.
Parece que Shun terá mais trabalho agora, depois da batalha que antes.

Link da capa do capítulo (com pequena edição):
http://www.astronoo.com/images/galaxies/galaxie-andromeda-uv-swift.jpg

Obrigada a todos que nos acompanham até aqui e que estão curtindo ler esta fic.
Bjs! ;-)

PS: Link para as fics que serviram de escopo para esta:
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--1a-temporada-5785039
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--2a-temporada-6074433
Obrigada pelo carinho! Como sempre digo, aceito opiniões e sugestões!
Beijos!!!


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