1. Spirit Fanfics >
  2. Reflexões da Alma >
  3. Sentimentos libertos

História Reflexões da Alma - Sentimentos libertos


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá!
Finalmente voltando ao ritmo normal.
Fico com receio de não conseguir postar amanhã depois do dia de trabalho, então acho que acabei tornando um hábito postar 5aF... rsrsrs
Então, boa leitura!
bjs! ;-)

Capítulo 24 - Sentimentos libertos


Pela primeira vez, não se importava de não manter a compostura apropriada ao cavaleiro mais belo e temido. Demonstrar a verdade de seus sentimentos, naquele momento, era realmente a atitude mais honrada que poderia ter.

-----*----

Um longo abraço que parecia que nunca seria desfeito estreitava os corações de Shun e Afrodite. Ainda acariciando os cabelos do menor, já molhado por suas nobres lágrimas de arrependimento sincero, lembrou-se de algo que nunca conversara com o pupilo, talvez por sua mágoa com relação ao que um certo cavaleiro fizera o outro sentir.

– Sabe, meu querido... Nunca conversei contigo sobre seu melhor amigo... Ele realmente se preocupa com sua segurança...

E, sem afastar-se do abraço, virginiano ouvia cada palavra.

– Ele é um pouco ríspido, às vezes... Fez algumas coisas que, bem... Não devia ter feito... Deixou de falar o que devia... Mas ele verdadeiramente te ama... Um amor fraterno raro como cada uma das estrelas de nossas constelações... Não esqueças disto...

– Não esquecerei, mestre.

Ainda ficariam ali por mais tempo, ao calor do fogo da lareira, se o virginiano não estivesse mais equilibrado emocionalmente que os outros cavaleiros. Carinhosamente, lembrava o mestre de que deveria se alimentar e descansar. Foram muitas revelações e sentimentos à flor da pele para um dia apenas.

– Mestre, vamos descansar... Eu lhe ajudo... Acho que um bom banho quente lhe fará bem. Não parece ter aqueles sais e ervas aromáticas, mas tem água quente... Veja! A porta do banheiro está aberta, Camus já deve ter terminado...

– Vou precisar esperar a água esquentar, por que o meu amigo adora água gelada! Não sei como ele aguenta! Parece mesmo um cubinho de gelo!

Ambos riram-se do comentário, parecia que o bom humor do pisciano voltava ao seu normal. O que era algo muito salutar, depois do que vivenciaram.

Auxiliando o mestre a levantar-se e ir para banho, passaram em frente a porta do quarto do dourado de Aquário, que encontrava-se deitado com os olhos fechados, tentando esquecer o que acontecera naquela fatídica manhã.

– Mestre, se incomodaria de ir sozinho daqui? Gostaria de conversar um pouco com o senhor Camus...

– Ora! Não estou inválido, posso muito bem tomar um banho sem ajuda! Só vou confirmar se o boiler está ligado, não quero congelar! Vá, meu Kerub... Ele precisará mesmo de ti...

Deixando que o mestre seguisse sozinho, procurando o aquecedor do banheiro, Shun deu leves batidas com os nós dos dedos na pesada porta de madeira entre-aberta do quarto do respeitável dourado.

– Senhor Camus... Me permite entrar?

– Claro. Estou descansando um pouco antes de almoçarmos...

– O senhor está bem? Percebi que aquela confusão toda também o machucou fisicamente...

– Não foi nada. Cicatriza rápido.

– Por favor, me permita auxiliá-lo...

– Não se faz necessário.

– É o mínimo que posso fazer por não ter seguido o senhor quando fostes sozinho até aquela criatura...

– Eu mandei que ficassem.

– E eu deveria ter desobedecido... Por favor, senhor Camus, não queria que se machucasse... Me sinto responsável. Deixe-me fazer o que aprendi com os mestres Shaka e Afrodite...

– Oui... Se insistes... Se isto o fará se sentir melhor...

– Sim, me deixará melhor saber que o auxiliei de verdade. Apenas volte a ficar de olhos fechados...

– Très bien.

Depois de puxar uma cadeira e sentar ao lado do mestre de seu amigo, Shun tocou a fronte do aquariano com a mão direita e o peito, coberto por uma camisa azul escura de um fino algodão, com a esquerda, assim como aprendera com Afrodite.

Era curioso como mesmo para descansar em seu quarto pessoal, Camus vestia-se de forma elegante. O sobretudo estava todo rasgado, não serviria mais. Além disso, não seria de seu hábito vestir uma roupa toda remendada. Consertaria, lavaria e deixaria na casa para uma emergência.

Em poucos minutos, a mente do mestre de Aquário parecia pensar em banalidades, como o estado da roupa, o aroma quente oriundo da cozinha, o peso do corpo no colchão macio, a textura dos lençóis, os cabelos longos ruivos ainda úmidos espalhados pelo travesseiro... Como se sua mente deixasse de lado aquelas dolorosas lembranças, para ater-se aos pequenos detalhes do cotidiano do momento presente.

Piscou os olhos lentamente, como a tentar entender o se passava e pôde perceber a luminosidade rósea que emanava das mãos do menor, direcionadas ao seu corpo. Pareciam ir além, e inundar sua alma cansada pelas tristes miragens daquela manhã.

Podia observar os cortes de seus braços fechando-se ante o cosmo caloroso do virginiano, que, longe de incomodá-lo com o calor, acalmava-lhe a mente e curava-lhe as feridas do corpo e da alma. Era algo que nunca havia sentido. Parecia-se com a energia dourada de Athena, uma energia divina, contudo, diferente.

O que vivenciara junto daquele jovem, à beira do rio Angara, não se comparava com aquela sensação de bem-estar. Realmente, aquele garoto que a deusa enviara junto consigo em missão possuía um belíssimo dom que parecia controlar com maestria.

O tempo e o espaço pareciam desaparecer naquele amplo ambiente. Uma sensação de paz que há muito não sentia inundava-lhe e se ampliava em seu coração aparentemente frio e inóspito. Permitiu-se o descanso, enquanto a claridade rósea oriunda das mãos daquele menino fazia seu trabalho. Sem dúvidas, aquela era a criança capaz de transitar entre a luz e as sombras.

Como a despertar o virginiano da concentração que estava, sem assustá-lo, o aquariano segurou suavemente a delicada mão que estava posta à fronte, chamando pelo menor.

– Shun... Merci ...

O jovem apenas sorriu gracioso e feliz com o que havia podido fazer. Sentia-se agradecido por estar sendo útil naquela missão que julgara, a princípio, ter sido enviado apenas como companhia ou como um teste, apenas.

– Não por isso, senhor Camus...

– Preciso, dizer-lhe algo...

– Não é necessário...

– Ecoute-moi. Acho que agora sei o que Hyoga sentiu quando me enfrentou, tanto em Libra quanto em Aquário. Ver Dégel me acusando foi muito doloroso.

– Agora isso tudo já passou. Creio que já conversaste com Hyoga...

– Non... Eu non falei nada disso pour lui.

– Meu melhor amigo lhe tem um amor filial, senhor. Ele se sentiria muito melhor se pudesse conversar com ele sobre esse assunto. A dor dele por ter te enfrentado ainda o machuca muito.

Algumas lágrimas, como gotas do profundo oceano de sentimentos que compunham a mente de Camus, parecia desejar saltar de seus olhos marinhos, enquanto o dourado esforçava-se para controlar-se. Amava o discípulo com todas suas forças e precisava lhe ensinar uma das lições mais importantes da vida.

O direito à felicidade.

Direito este do qual nunca conseguiria usufruir se continuasse se torturando como fazia com relação às mortes que intermediou.

Se não fosse por Shun acompanha-lo naquela missão, era provável que não obtivesse sucesso. A deusa realmente estava certa em escolher aquele jovem cavaleiro que possuía, agora, o cosmo tão peculiar, para lhe acompanhar. Verdadeiramente, parecia que ele mesmo, o dourado de Aquário que parecia ter acompanhado o jovem, visto ter sido ele a cumprir com maestria o que lhe foi pedido pela deusa e por Shion, e pelo próprio líder da missão.

O virginiano parecia entender como o dourado se sentia, e logo levantou-se e, de cabeça baixa. Já estava na direção da porta quando teve seu pulso segurado. Olhou com certo receio para o dourado que sentara na cama, imaginando que talvez receberia uma reprovação por ter se intrometido em um assunto tão delicado e que não lhe dizia respeito. Era um problema entre mestre e discípulo, não deveria ter emitido nenhuma opinião. Mas surpreendeu-se com o que escutou.

– Petit... Me excuse...

– Está tudo bem. – Disse, levantando-se calmamente, colocando a cadeira que usara no lugar onde estava. – Vou ver se Hyoga precisa de ajuda. Mestre Afrodite está no banho. Quando ele terminar, venho lhe chamar para almoçarmos. Que tal descansar um pouquinho mais? Com licença...

– Se depender de Afrodite sair do banho, vamos almoçar muito, mas muito mais tarde... Vamos acabar definhando de fome. – Afirmava o aquariano, enquanto se ajeitava na cama, fazendo o menor sorrir com o comentário.

Nunca havia ouvido um comentário daqueles vindo do santo de Aquário, principalmente em tom de brincadeira. Ele tinha uma capacidade única de falar algo engraçado de forma séria, como se fosse verdade. Um humor raro e refinado do íntegro e educado Camus de Aquário. Para o jovem virginiano, todas as peças do quebra-cabeças pareciam se encaixar de forma natural. Contudo, algumas ainda permaneciam desconectadas do quadro harmonioso que se formava. As peças relativas aos sentimentos de seu mais querido e amado amigo, Hyoga.

(Continua...)


Notas Finais


Estamos finalizando um ciclo mas ainda teremos Hyoga a aprontar uma última coisa ruim nos próximos capítulos...
Agradeço a todos que leem, mesmo anonimamente,
aos que favoritam, aos que deixam seus comentários de estímulo.
Muito obrigada!
Bjs! ;-)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...