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História Reflexões da Alma - Revelações de um passado recente


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá!
Eis um capítulo kawaii...
Obrigada por acompanharem com tanto carinho estas linhas.
É bom compartilhar o que pensamos.
Um pouquinho sobre a fic No limite da espera, para que as pessoas não fiquem perdidas nos fatos e nos porquês.

Bom fim de semana e boa semana para todos!
Bjs!

Capítulo 3 - Revelações de um passado recente


O que eu poderia dizer? Poderia contar toda a verdade? E se ainda estivesse magoado comigo? Eu sei que ele disse que estava tudo bem, que entendia... Mas... Eu não perdoaria ele tão facilmente se a situação fosse invertida, se eu fosse o agredido. Acho que vemos e interpretamos as atitudes dos outros conforme as nossas próprias, como se fossem um reflexo de nós mesmos. Se eu ficaria magoado, então, com certeza ele estava magoado mas estava tentando disfarçar. Afirmava que estava tudo bem, que me entendia... Como isso podia ser verdade? Realmente, coração de outra pessoa é um terreno singular o qual não se deve pisar...

-----*-----

– É que Ikki iria me atacar com o Golpe Fantasma, mas você se colocou entre nós... Por minha causa, ele atingiu você em cheio. Isso que fez você passar mal... Ficamos muito preocupados...

Shun virou-se para mim e me olhava um tanto surpreso, como pedir que continuasse. Eu que não conseguia fitar seus olhos puros, desviando meu rosto na direção oposta, como a buscar força para continuar.

– Então, uma névoa negra começou a sair de você, parecia que ia morrer bem nos meus braços... Afrodite chegou e te levou para Shaka e quando chegamos eles estavam tentando te ajudar... Era como se você estivesse desaparecendo em meio àquela nuvem negra, como se tivesse voltado para o mundo dos mortos...

– Agora as imagens da minha mente parecem fazer sentido... Foi por isso... Me desculpa ter preocupado você.

– Não tem do que se desculpar! Nós é que brigamos, Ikki e eu! Seu irmão não me perdoa por ter te atacado, antes de eu ir com meu mestre para treinar na Sibéria...

– Eu não sei o que dizer...

– Então me escuta... Quase te perdemos novamente... Se não fosse por Athena encontrar sua alma...

– Por favor, Hyoga, olhe para mim...

– Eu não posso... Eu... Me envergonho das minhas atitudes tão pueris...

Era minha vez de marejar os olhos. Não conseguia conter minha emoção ao perceber que Shun ainda tinha para comigo tamanho sentimento de carinho apesar do que eu tinha feito. Ele tomou meu rosto com suas delicadas mãos, enxugando uma lágrima que teimava em demonstrar minha fraqueza.

– Por favor, não fique assim... Não tenho mágoa, fiquei tão feliz quando te reencontrei! Parecia que eu ia explodir de tanta alegria!

– Então, por que você não voltava, quando te chamamos? Nem o cosmo de dois cavaleiros de ouro somados ao caloroso cosmo de nossa deusa conseguiam fazer você acordar...

– Sabe, eu só desejava estar em paz... – Dizia, ainda segurando meu rosto entre as mãos.

– Precisava morrer para isso?!

– Eu estive mesmo em Giudecca... – Disse, soltando-me calmamente e mirando agora as rosas que pousavam em seu colo, como acariciando suas suaves pétalas douradas. – Pensei que havia sonhado com Perséfone, com o Meikai...

– Você foi buscar paz nos Campos Elíseos?! Nos abandonaria, por acaso?!

– Não! Eu só... Eu pensei que ficariam melhor sem mim.

Aquela frase era o que eu precisava para quebrar a fria reticência entre nós. Como ele podia imaginar aquilo? De súbito, sem pensar, quase fora de meus domínios mentais, meus braços o apertaram contra mim, de forma que eu podia sentir sua respiração morna próxima ao meu rosto.

– Nunca mais diga isso! Nunca mais, ouviu Shun?!

Retribuindo meu abraço, senti suas lágrimas a misturarem-se com as minhas, escorrendo e molhando-nos os rostos, como a nos lavar das dores que sentíamos no coração.

Percebia que ele soluçava enquanto deitava seu rosto em meu ombro.

– Senti... Tanto sua falta... Meu amigo...

– Eu também, meu anjo... – eu disse, enfim.

– Não faça isso novamente... Não me abandone, Oga...

O sol já havia se escondido quase completamente, quando pequeníssimos flocos de neve pareciam nos brindar os laços de amizade estreitados.

Afastei-o um pouco, segurando-o pelos ombros, sem deixar de olhar suas íris esmeralda repletas de lágrimas, chamando sua atenção ao fenômeno que tanto amava.

– Veja... Está nevando... Vamos, enxugue estas lágrimas, senão Ikki vai me fritar vivo!

– Podemos ficar aqui mais um pouco?

– Só se você comer... Desde ontem que não coloca nada nesse estômago! Olha os morangos que a sardinha falou, você adora...

– Oga, não fale assim dele! É meu mestre e meu amigo, oras...

– Está bem... Está bem. Coma um pouco e vamos parar com este choro...

– Eu não entendi porque meu mestre Afrodite disse que alguns cavaleiros poderiam olhar torto para mim... Fiz alguma coisa ruim da qual não me recordo?

– Se você se acalmar, eu explico...

– Está bem... – Dizia, fazendo manha, enxugando as gotas salinas fugidias de seus olhos tristonhos. – Sabe... – Comecei a explicar, enquanto aconchegava-o ao meu abraço novamente.

Mirávamos a fina neve que caía das nuvens acima de nós. Poucos flocos chegavam até nossas mãos, as folhas da frondosa árvore nos protegiam. Eu o abraçava, enquanto ele comia alguns dos morangos que eu trouxera. Ainda conseguia sentir seus esparsos soluços, à medida que comia. Esperava que se acalmasse à medida que eu explicava o que acontecera.

– Quando você ficou inconsciente... Apesar de Afrodite te levar para a casa de Virgem, e tentarem com todo poder de seus cosmos ajudar, você emanava cada vez mais aquela bruma negra rente ao solo, que se espalhou pelas escadarias do Santuário e tirava a força vital de tudo que tocava.

– Eu machuquei alguém? Oh, por Athena...

– Não, meu anjo... Só umas plantas, insetos, pequenos animais rasteiros... Não se preocupe... Seu irmão e eu conseguimos deter a névoa, eu transformei ela em cristais de gelo e seu irmão saiu queimando o que encontrava... Ele ficou muito bravo comigo e por isso brigamos...

– Por isso você está com esse roxo perto da boca...

– Não foi nada... Ele estava muito nervoso, preocupado com você e com razão! Parecia que íamos perdê-lo, Shun!

– Só queria...

– Eu entendi o que você queria fazer, você já me disse. Não preciso concordar com sua atitude para entender os seus motivos... Escute, meu mestre Camus me explicou que nós, os cavaleiros regidos sob o signo de Aquário, mais racionais, sempre tivemos uma ligação intensa com algum cavaleiro mais... Como posso dizer... Passional... Como se ambos fossem um ponto de equilíbrio um para o outro... Como Dégel de Aquárino era para Kardia de Escorpião, algo parecido com isso, um dia lhe conto melhor...

– Você está dizendo que...

– Que você consegue me ajudar a equilibrar minha emoção e minha razão. E consegue fazer isso também com outros amigos nossos. Como um ponto de luz em meio à escuridão que sentimos na confusão de nossas mentes...

– Pensei que somente eu me sentia assim, perdido...

– Todos nós nos sentimos assim, mais vezes do gostaríamos. Sentimos mais dúvidas do que gostaríamos de sentir. A questão é que alguns expressam e demonstram mais que os outros.

– Não percebo assim... Pode parecer meio egocêntrico o que vou falar, mas achava que só eu tinha tantas dúvidas e questionamentos sobre as batalhas...

– Não é egocentrismo pensar assim, meu anjo... A maioria prefere não se expor, demonstrando que está seguro de si, quando estão temerosos. Você, ao contrário, demonstra o que sente e a maioria não sabe lidar com a verdade estampada em seu rosto tão sincero...

– Então esse meu jeito incomoda e vão ficar implicando comigo, dizendo que eu quase matei o Santuário...

– O golpe de seu irmão apenas aflorou uma parte de seu cosmo que, pelo que entendi, você já havia aprendido a controlar, não foi?

– O mestre Shaka e o mestre Afrodite me ensinaram a identificar o que eu sinto e assim transmutar esses sentimentos em coisas boas, para que essa parte do meu cosmo seja sublimada em poder de auxílio, de cura...

– Então. Alguns cavaleiros vão sentir inveja dessas suas habilidades e vão demonstrar isso te olhando torto, como o Afrodite disse, não pelo que aconteceu ontem, exatamente. Não deixe que essa inveja deles te abale, estaremos do seu lado para te ajudar. Posso não ir muito com a cara do cavaleiro de Peixes, mas ele esteve este tempo todo ao seu lado enquanto eu estive afastado, o que me faz ter que respeitá-lo, pelo menos.

– Ah, Oga, por favor, promete que não vai ficar longe de mim por tanto tempo como ficou? O Ikki não gosta de ficar assim no meio da tanta gente... E eu me sinto tão sozinho sem vocês...

– Mas você tem vários amigos aqui, basta olhar estas rosas amarelas... Um de seus mestres é o mais belo e o mais poderoso, e o outro é o mais próximo de deus entre os cavaleiros de Athena. Quer companhia melhor?

– Não é isso... Você me conhece desde quando eu era pequeno, de forma que eu nem preciso falar nada, você parece saber o que eu sinto... Esse tipo de amizade é algo muito raro de se encontrar na vida e não desejo ficar longe de meu irmão e de você...

Ao dizer isso, parecia que ia voltar a chorar. Precisava fazer algo antes que marejasse novamente aqueles lindos olhos.

– Vamos fazer o seguinte: você come mais uns morangos, e ficamos aqui vendo a neve cair. Não chore, já está tudo bem. Venha aqui, você está tremendo de frio!

Abracei-o com todo carinho que conseguia oferecer. Eu estava realmente arrependido de ter agido daquela forma infantil e ter deixado meu anjo tão só. Realmente, ele era muito especial, nutria um sentimento de profundo amor fraterno por mim. Precisava acalmá-lo e fazê-lo se alimentar, para só então leva-lo de volta ao alojamento, ou um certo pássaro enfurecido poderia ser uma pedra em meu sapato.

Encostados naquela árvore antiga de tronco tão firme, com a relva suave como veludo aos nossos pés, e a fina neve a coroar a noitecer, bem que Chronos poderia esquecer-se de suas funções e nos deixar ali pelo tempo que eu precisava para curar as feridas de meu coração orgulhoso. Um orgulho que fazia parte de mim como minha própria armadura de Cisne, conquistada ao enfrentar as geleiras eternas da Sibéria. Mudar este orgulho seria uma tarefa tão árdua para mim... Digna de uma nova guerra santa.

(Continua...)


Notas Finais


Acho que se o Hyoga deixar o orgulho todo de lado, vai deixar de ser ele mesmo... Mas acho que este é um dos sentimentos mais maléficos em nossa humanidade... Se ele tentar, quem sabe não melhora?

Obrigada a todos que nos acompanham até aqui e que estão curtindo ler esta fic.
Bjs! ;-)

PS: Link para as fics que serviram de escopo para esta:
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--1a-temporada-5785039
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--2a-temporada-6074433
Obrigada pelo carinho! Como sempre digo, aceito opiniões e sugestões!
Beijos!!!


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