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História Reflexões da Alma - O plano secreto de Afrodite


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Boa tarde!
Postando super-antecipado...
Novamente o fds repleto de estudos e revisei hoje para não deixar furo!
Obrigada a todos que acompanham e leem,
principalmente aos que comentam.
Nos fazem lembrar do compromisso de postar, além de escrever...
Bom, vamos Afrodite hoje.
Bjs e boa leitura.

Capítulo 8 - O plano secreto de Afrodite


Ao se aproximarem da construção de onde sentiam a origem dos cosmos negativos, percebeu que o problema poderia ser um pouco mais complexo do que havia pensado, pois aquele lugar parecia centralizar a energia negativa como o corpo de um polvo a lançar seus tentáculos em diversas direções. Pelo que podia perceber, Shion os havia transportado para o epicentro do problema e o cavaleiro de bronze que o seguia se transformaria em alvo fácil, se não fosse hábil em resolver a questão. Só não pensava em uma solução para o rio Angara e o lago Baikal inundados por energias negativas, nem pensava nesta parte da missão. Mal sabia ele que, caminhando atrás dele, estava aquele capaz de realizar o tal feito exclusivo dos deuses. Transmutar as energias e caminhar livremente entre a luz e a sombra.

-----*-----

Era uma manhã suavemente fria em Atenas, com algumas nuvens nos céus, o que impedia o pouco calor de ficar sobre o solo, fazendo-se perceber que o inverno realmente chegara.

O cavaleiro guardião da décima segunda casa aproveitou o fim da manhã para descer as escadarias em direção à primeira casa, pretendendo conversar com Mu e Kiki, dando início ao planejamento do que intencionava realizar no entardecer.

Desceu pelas escadarias do Santuário, calmamente, como se nada o estivesse incomodando, como se o aperto que sentia em seu coração fosse possível de disfarçar. Aquele era o momento adequado para percorrer as doze casas, uma vez que a maioria dos dourados se encontrava na arena, treinando.

Assim, não seria necessário que explicasse a ninguém seus motivos; não gostava de mentiras, e acabaria se denunciando por sua inabilidade em esconder seus sentimentos, que pareciam aflorar com toda intensidade.

Contudo, seu cosmo inquieto não passou desapercebido quando adentrou o salão da sexta casa, sendo interceptado pela telepatia de Shaka.

– O que pensa que está fazendo, Afrodite?

– Não estou apenas pensando em fazer. Você também deveria estar preocupado com ele, naquele lugar tão inóspito e gélido!

– O menino já tem treinamento suficiente para conseguir cumprir a missão junto com Camus sem nossa intervenção.

– E quem disse que vou interferir?

– Diga a ele que mantenha a mente calma, imaginando-se na bolha de luz, como em nosso treinamento.

– Shaka!

– Estou lhe dizendo isso somente por precaução, caso mude de ideia.

– Seu... Seu...

– Reflita bem no que vai pensar, estamos em meu templo.

– Seu insensível! Pensei que tinha aprendido a sentir compaixão!

– Aprendi também a respeitar o direito de escolha e a sabedoria de Athena. Se ela o escolheu para esta missão, com certeza está conseguindo ver além de nós dois.

– Você acha que eu devia...

– Afrodite... Athena disse que confiava que seguiriam suas intuições e que não agiriam precipitadamente.  

– Como você...

– Intuição... Mas nisso, sempre fostes melhor que eu, não é mesmo? Além do mais, você e nosso pupilo compartilham um laço de sangue que nunca mais será desfeito.

– Eu...

– Não pense em mais nada. Avise ao Mu que ajudarei na empreitada. Você não precisa procurar algumas plantas medicinais da taiga para sua coleção? Uma vez que o cavaleiro que é nosso discípulo está em missão fora do Santuário...

– Entendi. Obrigado, Shaka.

– Não faço isso por você, faço pelo menino da luz que se destaca pela coragem de sua fé na humanidade, para que se mantenha com elevada resignação e compaixão ante as injunções penosas à que será submetido...

– Você sempre pensando demais...

– Faça silêncio mental e escute! Esse fato prossegue em todos as mudanças de era, como desafio a todos aqueles que abraçam os ideais de enobrecimento e dignificação da sociedade...

– Já acabou?

– Sabe, Afrodite, somente Athena e Shun para conseguir esse milagre...

– Ora essa, que milagre?  

–  Eu falar e você escutar... Agora vá falar com Mu, ele já o está esperando.

O dourado de Peixes sorriu com aquela cumplicidade apresentada pelo cavaleiro de Virgem e, sem mais delongas, continuou sua caminhada até a primeira casa. Agora, com a alma mais tranquila, sabia que teria mais um aliado para seu plano.

Não podia contar com Ikki nem com Aiolia, ambos estavam desarvorados demais para ajudar. Acabariam contando o que sabiam, e, para que não precisassem mentir caso fossem inqueridos por Shion, e pudessem falar a verdade mesmo que o ariano usasse sua telepatia, seria melhor que os leoninos não soubessem de nada.

Igualmente agiria com Shiryu e com Seiya. Tinha certeza que os jovens o perdoariam posteriormente por não os convidar para uma aventura como a que intentava realizar. Um treinava com Dohko e estava com a cabeça na moça que deixara nos cinco picos antigos.

O outro... Bem, este ajudaria de muito bom grado assim como o outro, mas sua cabecinha de vento, que fazia a primeira coisa que a brisa lhe soprasse, poderia ser um impeditivo em uma empreitada realizada em segredo.

Além do mais, ele não gostaria de deixar a irmã assim tão próxima de Aiolos, um homem forte e bonito. Há meses que percebia os olhares de cumplicidade entre os dois, quando se esforçavam no treinamento de Seiya ou quando conversavam fora do horário de treinos.

A moça parecia muito feliz na companhia do dourado de Sagitário. Às vezes, parecia até mais risonha do que na companhia do irmão, que se incomodava com a falta de atenção fraternal e reclamava com todos que encontrava a respeito de sua irmã e sobre o fato de não entender o porquê da distração e dos suspiros dela.

A maioria ria da situação, pois pensava ser impossível que o jovem Pégasus não percebesse o interesse mútuo e a troca de olhares entre o seu mestre e sua irmã. Apenas o jovem sagitariano com sua cabeça de ventania não percebia o óbvio.

Chegando à primeira casa, Afrodite encontrou Mu e Kiki preparando-se para almoçar, e logo foi convidado a juntar-se aos dois.

– Seja bem-vindo, Dite!

– Bom dia, Mu! Bom dia, pequeno Kiki!

– Pequeno, não, Dite! Olha como já estou grande!

Ao afirmar isso, o jovem lemuriano aperta os olhos, concentrando-se, e levitando o dourado de Peixes quase até o teto.

– Desça-o, Kiki! Não precisa ficar se mostrando, ele sabe do seu potencial!

– É verdade, Dite?!

– Claro, meu pequeno! Desci essa escadaria inteira apenas para pedir a sua ajuda para uma missão secreta!

– A minha ajuda?! Uma missão secreta?!

– Se seu mestre deixar, é claro...

– Deixa, mestre Mu, deixa...

– Se você descer o Dite, eu pensarei na questão...

– Deixe ele ir comigo, Mu! Confie em mim!

– Bom, sendo assim... Você pode ir, Kiki, mas desça o Dite, pode ser?

– Obrigado, mestre! Vou arrumar minhas coisas!

Tamanha empolgação do menino, mesmo sem saber do que se tratava a tal missão, que o ariano precisou ser rápido utilizando seu cosmo para impedir que o amigo atingisse o chão de forma que pudesse se machucar, por ter sido desfeita bruscamente a telecinese que o suspendia.

– Esse menino tem potencial para ser um grande cavaleiro, não é, Mu?

– Realmente... Mas do que se trata essa tal missão secreta, Dite? – inqueria o ariano, preocupado, sussurrando no ouvido do pisciano, enquanto o pequeno corria para dentro da casa.

– Nada de mais... Preciso fazer uma viagem para buscar umas plantas medicinais, e pensei que Kiki poderia me ajudar com o teletransporte, uma vez que você está treinando outros aspirantes.

– Então, por que disse que seria uma missão secreta? Já estou sabendo que Shun foi com Camus para a Sibéria em missão, por acaso está pretendendo..

– Ah.. Bem... Sou responsável pelas defesas do Santuário e por utilizar plantas e cosmo em processos de cura. Algumas plantas estão faltando, só isso... Se Shun estivesse aqui, não precisaria eu mesmo procurar...

– Então é só isso... Algumas plantas...

– É, também...  

– Dite, meu amigo, o que está pensando em fazer? E ainda levando o Kiki?

– Você confia em mim? Em minha intuição?

– Sempre confiei em você, sabes disso.

– Então, peço que não me faças mais perguntas... Assim será melhor...

– Só cuide bem do Kiki. Aquela última batalha foi muito intensa para ele. Foi um esforço muito grande proteger Seika contra a energia mortífera do submundo, oriunda de Thanatos. Ele foi atingido por um golpe do deus gêmeo e ainda conseguiu resistir...

– Fique tranquilo, não será nada parecido com isso. – Dizia o pisciano, acalmando o cuidadoso mestre de Áries.

Nesse momento, o pequeno surgia novamente no salão da casa com um embornal pendurado no ombro, como se estivesse pronto para viajar.

Afrodite, então, ajoelhou-se, de forma a fitar o menino nos olhos e lhe disse com todo carinho.

– Você quer mesmo ir comigo nessa missão secreta, Kiki?

– É claro que quero, Dite! Veja, já estou arrumado!

– Olhe, você precisará de um casaco, para onde vamos é um pouco frio!

– Eu não preciso de casaco, não sinto frio!

– Me encontre antes do entardecer lá em Peixes, está bem? Não precisa ir agora. Almoce com calma e descanse, para estar com boa disposição física mais tarde. Mas leve um casaco, daqueles bem quentes.

– Eu já falei que não preciso!

– Então, não poderá ir comigo...

– Tá... Tá... Eu levo...

– Que bom. Estamos conversados. – Afirmava Afrodite, antes de levantar-se e despedir-se do amigo.

Mu o fitava tentando disfarçar sua inquietude, pois sabia o quanto o guardião das rosas era perspicaz. Não seria apenas uma viagem por motivos relacionados à botânica. Com certeza, não. Mas os motivos verdadeiros precisavam ficar em segredo, pelo que havia entendido.

Antes de sair de Áries em direção às escadarias que o levariam à décima segunda casa, o pisciano se despede, com a certeza de que agiria conforme as palavras de Athena, que ainda reverberavam em seu coração.

Sei que não agirão precipitadamente. Confio que seguirão suas intuições.

Imaginava seu pupilo caminhando entre os pequenos arbustos cobertos de neve, por entre as montanhas íngremes dos arredores do lago Baikal, uma região repleta de plantas tão belas quanto medicinais e até, em alguns casos, mortais.

Realmente, seria uma viagem de botânica, também.

Recolheria folhas serrilhadas de bétula, uma pequena árvore de um único tronco branco, que promovem um aumento a sudorese e diurese, com eliminação de cloro e sódio, sendo muito útil em algumas intoxicações, por ajudar a eliminar compostos orgânicos pelo suor e pela urina.

Um espécime importante para compor sua coleção de antídotos, assim como o lariço, planta semelhante a um pequeno pinheiro, com a maravilhosa propriedade de sua resina para se fazer emplastros em feridas, por diminuir a inflamação e auxiliar na coagulação do sangue, além do seu extrato ser muito bom para aliviar a musculatura após exercício físico intenso, por reduzir os níveis de ácido úrico nos músculos e eliminar toxinas, assim como a bétula.

Tinha inclusive um interesse peculiar no abeto, uma árvore capaz de atingir de 20 a 60 metros de altura, de porte piramidal, com uma casca lisa, acinzentada e que produz pinhas maiores que as do lariço. Suas propriedades analgésica e antisséptica, especialmente das vias respiratórias, interessavam ao pisciano, porém as alterações que uma de suas substâncias ativas causava do sistema nervoso central era o que mais intrigava ao experiente manipulador de plantas.

Os efeitos colaterais da terebintinado abeto no sistema nervoso central da vítima podiam se assemelhar aos efeitos narcóticos e convulsionantes do veneno de suas rosas rubras mais letais. Em harmonia, belas e aromáticas; em um ataque, mortíferas. Assim como a tal substância do abeto.

Sua justificativa de conseguir amostras dessas três plantas completava o planejamento para o que faria no fim da tarde daquele dia.

O Cisne já estava avisado e sentia que poderia confiar nele. Era o melhor amigo de Shun e este era seu discípulo. Fazendo as contas, se A era igual à B que, por sua vez, era igual à C, então... A era igual à C.

Se Shun o havia perdoado, não encontrava mais motivos para desconfiar das intensões do jovem aquariano que tanto sofrera por suas impensadas atitudes.

Subia os degraus pensando na voz doce e melodiosa do discípulo que havia se tornado um querido amigo. O seu kerub. Aqueles orbes brilhantes como duas delicadas jóias preciosas. Não deixaria que ele desperdiçasse seu dom ou que corresse riscos desnecessariamente. Seguiria sua intuição. A própria deusa havia dito isto, todos naquele dia no templo haviam escutado.

O que não entendia era o porquê de seu pupilo ter sido convocado para aquela viagem com Camus para um lugar tão inóspito e perigoso como as redondezas no lago Baikal.

Não julgava que estava sendo precipitado. Já havia dado instruções ao cavaleiro de Cisne e, agora, teria também a ajuda do pequeno lemuriano. Tudo acontecia conforme havia planejado. O que poderia estar errado em seus planos? Agora, era terminar de se preparar e esperar os dois convidados que chegariam, em sua casa, antes do entardecer. O melhor momento para colocar seu plano secreto em ação.

De onde é que vem esses olhos tão tristes?
Vem da campina onde o sol se deita
Do regalo de terra que teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno e sonha

De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas, que o sol resgata, arde e deleita

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É teu destino, é tua senda onde nascem tuas canções
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações

Sim, dos teus pés na terra nascem flores
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar...

Sim, dos teus olhos saem cachoeiras
Sete lagoas, mel e brincadeiras
Espumas, ondas, águas do teu mar...

(Continua...)


Notas Finais


Botânica... Acredito, Afrodite...
No próximo, Camus e Shun enfrentam cosmos malignos.

Obrigada a todos que nos acompanham até aqui e que estão curtindo ler esta fic.
Bjs! ;-)

PS: Link para as fics que serviram de escopo para esta:
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--1a-temporada-5785039
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--2a-temporada-6074433
Obrigada pelo carinho! Como sempre digo, aceito opiniões e sugestões!
Beijos!!!


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