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História Reflexos de uma Injustiça - Corrida contra o tempo


Escrita por: Mumble

Capítulo 15 - Corrida contra o tempo


Fanfic / Fanfiction Reflexos de uma Injustiça - Corrida contra o tempo

Capítulo 15

A DEMORA ME DEIXAVA IMPACIENTE.

— Doutor, como ela está? — questionei me levantando e me aproximando no instante que o vi cruzar a porta vaivém da ala de emergência.

Seu semblante não me trazia boas notícias.

— Conseguiu contactar a mãe da menina, ou alguém que possa ter a mesma tipagem sanguínea? — perguntou preocupado não respondendo de imediato meu questionamento anterior.

A resposta e o alívio para minha aflição estava no Dr. Gerard, advogado da família que ficou de descobrir o paradeiro de Caroline.

— Estou providenciando isto doutor... ela piorou? — perguntei hesitante me arrependendo no instante seguinte já que a resposta poderia me deixar mais agitado do que já me encontrava.

— Bem, o quadro é o mesmo que lhe expliquei anteriormente a cada hora está havendo a diminuição da pressão arterial, pois a quantidade de líquido nos vasos sanguíneos é insuficiente gerando assim a redução do fornecimento de oxigênio ao organismo, já que o número de glóbulos vermelhos que o transporta diminuiu, compreende?

Assenti angustiado.

— Tem algum tempo específico para a reposição desse sangue perdido Dr. Collins?

Precisava do máximo de tempo necessário.

— É difícil te dar um prognóstico exato... conseguimos conter a hemorragia, mas Arabella sangrou por um bom tempo até receber assistência médica — dizia o médico detalhando para que eu pudesse compreender melhor.

Se não fosse a chuva, os relâmpagos e trovões e o medo de minha filha dos mesmos teria sido tarde demais, pois só fui até seu quarto por conta disto.

Pisquei algumas vezes me concentrando na voz do médico.

— O próprio corpo dela está trabalhando para criar glóbulos vermelhos, já que a hemorragia foi contida, uma espécie de defesa do organismo, visando corrigir esse quadro anêmico, mas essa produção é lenta então a transfusão é a única solução e caso não receba serei franco Mikaelson... pode ocasionar um ataque repentino do coração redirecionando a uma parada cardíaca sem voltas.

Arregalei meus olhos entendendo a gravidade de seu estado.

— Posso vê-la novamente por mais alguns instantes Dr. Collins? — pedi desesperado desejando estar perto de minha pequena travessa.

No minuto seguinte estava no encalço do médico, novamente sendo levado até a ala de emergência. Esta área era espaçosa, havia duas fileiras de leitos separadas por umas cortinas de plástico branco. O que minha filha estava era um dos últimos no fundo da enorme sala e assim que o doutor correu o plástico ligado ao trilho acima uma parafernália de monitores que apitavam juntamente a máquinas que zumbia me assustaram, pois todas estavam ligadas a minha filha.

— Te dou 5 minutos Sr. Mikaelson. — informou-me e caminhou apressadamente para onde estavam duas enfermeiras usando trajes cirúrgicos rabiscando anotações em suas respectivas pranchetas enquanto conversavam em voz baixa.

Rapidamente me sentei em uma cadeira ao pé de sua maca. O cheiro de iodo e água oxigenada era bem concentrado. Passei a admirar seu rostinho branco por detrás de um reluzente emaranhado de tubos plásticos e fios de soro. Via seu peito subir e descer ao ritmo do aparelho de ventilação e logo recordei de suas palavras em sua cartinha:

Você não me entende, e não entende porque você tem a vovó do seu lado. Mas eu não tenho a mamãe perto de mim.

Peguei sua mãozinha com cautela depositando-a em meu rosto.

— Perdoe o seu pai princesa, me perdoe por ser egoísta e não levar em conta sua vontade! — pedi silenciosamente enquanto beijava sua palma, sabia que se proferisse em voz alta a dor seria quase tangível. — Você se intitula “complicada”, mas seu pai também é, até demais. Eu vou trazer o que você quer, juro que trago, mas... seja forte até lá, por favor!

Não pude mais permanecer no leito e não foi porque o Dr. Collins me informou que era hora de sair, mas sim porque meu celular passou a tocar e antes que pedissem que eu me retirasse eu mesmo o fiz rapidamente, orando para que quem estivesse ligando fosse quem eu esperava e com as informações que queria.

— Pronto, quem é? — disse atendendo o telefone ao empurrar a última porta que me levou de volta a sala de espera.

— É Marcel Sr. Mikaelson, já tenho o endereço... pode anotar?

[...]

Meu punho novamente foi parar contra o volante buzinando, pois uma aglomeração de veículos que se formou em minha frente não me deixava prosseguir e tudo porque um caminhão tomou a pista para adentrar um depósito.

Minha pressa e nervosismo eram nítidos, atrás de mim outros dirigentes também buzinavam.

Não estava longe, na realidade já estava na rua indicada, só tinha de saber a localização do prédio residencial e vendo que o trânsito não fluía estacionei o carro na primeira vaga que encontrei na rua e segui a pé.

Não foi difícil encontrar o prédio, estava logo a frente, assim que me aproximei do pequeno portão vi que o painel de interfones não funcionava e aproveitando que uma das moradoras tentava entrar no portão ao lado, com dificuldade, já que carregava um punhado de sacolas corri a seu encontro para ajudá-la e obter informações.

— Muito pesadas senhora? — perguntei me referindo a suas compras me aproximando sendo gentil. — Quer ajuda?

Seu olhar era desconfiado ao me fitar.

— Na verdade não estão tanto não meu jovem, pode deixar que dou conta, mas obrigada mesmo assim! — agradeceu sorridente.

Sorri de volta logo questionando:

— Conhece... vejamos — disse verificando o nome descrito no celular. – Bonnie Bennett?

A mulher refletiu e depois sorriu no instante seguinte.

— Ela está no Bloco C apartamento 23 B! — informou rapidamente. — É namorado dela?

Sorri não acreditando na pergunta que me foi feita.

Vizinhos são uma praga, mas no meu caso até que a mesma me foi útil.

— Um amigo — menti pra assegurar que eu conseguiria entrar sem dificuldade. — Em que direção fica senhora?

Não foi difícil encontrar o Bloco C tendo em vista que havia um destaque para o “C”.

Enquanto subia as escadas ficava de olho na numeração acima da porta. 8 lances de escada depois visualizei o número ao qual procurava só que ao me aproximar da porta notei alguns barulhos estranhos vindos de seu interior. Como se estivessem quebrando algo.

A princípio pensei ser um ladrão, e quando ouvi um grito e um pedido de socorro minhas mãos criaram vida própria e sem perceber girei a maçaneta e me vi dentro do apartamento.

Susto.

Essa foi a sensação ao abrir a porta e ver um homem, que segundos mais tarde, me dei conta ser Stefan esganando Caroline.

— Por...fa...vor. Não! — implorava ela cambaleando as sílabas conforme conseguia pronunciá-las.

Havia anos que não o via, e agora o homem que mais amou Rebekah estava ali com a assassina de sua amada nas mãos lhe forçando a ter o mesmo destino.

— Morre desgraçada. Morre! — gritava Stefan entredentes ao passo que apertava mais e mais o pescoço de Caroline lhe roubando o ar.

Fiquei entorpecido por uns instantes. Muitas vezes tive vontade de fazer a mesma coisa e poder fazer justiça com as próprias mãos, mas visualizando aquele seu ato. Tão real. Ver Caroline tão vulnerável dependendo de uma benevolência de alguém que a queria morta.

Inapropriadamente uma lembrança brevemente se fez presente.

Corre pro banheiro, corre pro banheiro — advertia Carol me empurrando por trás para que eu fosse para o banheiro visando não molhar e encharcar o piso de meu apartamento depois de jogar nossos materiais e sua bolsa em cima do sofá

Tínhamos acabado de sair da faculdade e Rebekah havia ficado de nos buscar, pois meu carro estava na oficina mecânica, mas acabou furando com a gente, certamente por estar com Stefan, nos fazendo ter de vir a pé. No caminho uma chuva inesperada nos surpreendeu e como meu apartamento era mais perto do que a casa de Carol ficaríamos por ali até que a chuva cessasse.

Estamos ensopados, droga! — resmungou Carol retirando sua blusa de frio deixando-a em cima do lavatório torcendo, logo em seguida, a barra de sua camiseta molhando o piso do banheiro.

Que frio! — reclamei também ao retirar minha blusa passando uma toalha para Carol e ficando com outra tentando inutilmente me secar.

Carol igualmente tremia de frio com a toalha jogada por sobre seus ombros e quando soltou um espirro me preocupei.

Desse jeito você pode adoecer novamente meu amor! — alertei-a alarmado já que Caroline havia, duas semanas antes, acabado de sair de uma forte gripe. — Tire essas roupas molhadas e tome um banho quente enquanto eu dou um jeito nelas na secadora.

Carol assentiu retirando a toalha de seus ombros largando-a por sobre o lavatório, mas separada do montante que estava molhado.

Tire suas roupas, vou esperar por elas aqui do lado de fora… sabonete, shampoo e esponja estão dentro do box… a toalha é esta. Qualquer coisa que precisar só chamar — informei passando uma mecha de seu cabelo loiro atrás de sua orelha.

Suas mãos trêmulas me detiveram quando fiz menção de dar a ela privacidade.

Você também está molhado… — repreendeu-me.

Primeiro as damas! — rebati lhe dando um rápido selinho.

Não… espere, mas a casa é sua! — teimou protelando sendo teimosa como sempre.

Bem… ao menos que tomemos banho juntos ficaremos nesse impasse! — adverti brincalhão brincando com seu nariz afilado.

Klaus — chamou-me timidamente me lançando um daqueles seus olhares irresistíveis se aproximando trazendo, logo em seguida, uma de suas mãos em meu rosto afagando-o. Sua mão estava trêmula ao longo de seu carinho por minha bochecha. — Se eu puder... eu quero tomar banho com você.

Meu corpo transmitiu a minha resposta antes que eu pudesse verbalmente responder-lhe com um tremor, mas em êxtase:

Tentadora sua proposta my love, eu quero, muito! — confessei sendo o mais sincero possível. — Mas temo que não possa me conter estando e te vendo tão perto assim… entende? Não quero assustá-la com minhas reações e nem pressionar nada.

Carol abaixou seu olhar constrangida compreendendo o quis lhe dizer e logo respondeu me pegando de surpresa:

Mas eu quero o banho Klaus e eu quero o que pode vir depois também! — confessou me fitando totalmente ruborizada por sugerir o que sugeriu.

Sorri radiante tendo a certeza que ela me queria tanto quanto eu a ela.

Trocamos alguns beijos casto e depois nos despimos juntos mantendo nossos olhares fixos sem redirecionar para a nudez um do outro.

Fui o primeiro a entrar no espaçoso box oferecendo, logo em seguida, uma de minhas mãos convidando-a a se juntar a mim. Mantínhamos uma distância pequena e quando rodei a torneira e o jato de água quente nos tocou instintivamente nos aproximamos ainda mais.

Está tudo bem se você quiser me olhar Carol — assegurei em voz baixa erguendo seu rosto, as maçãs levemente ruborizadas, encarando-a apostando que sua vontade era igual à minha. — Eu quero que você olhe e eu quero olhar para você também!

Sempre fui um cavalheiro com Carol, de modo que, não queria fazer nada que lhe constrangesse ou a deixa-se desconfortável.

Caroline sorriu assentindo e eu lhe devolvi um sorriso maior.

Minhas mãos criaram vida própria capturando firmemente o sabonete e a esponja macia passando a tocar sua pele desnuda pela primeira vez.

De repente o banho tornou-se mais quente do que qualquer outro em toda a minha vida.

Ensaboei novamente a esponja macia para logo em seguida tocar novamente lenta e suavemente sua pele.

A sensação era indescritível.

Era a primeira vez que a sentia assim, que ambos nos víamos assim. Olhava para seus olhos de vez em quando com uma expressão de reverência, desejo, a timidez estava presente claro, mas a certeza que via em seus olhos; a determinação de que havia chegado o momento de darmos esse passo em nossa relação me fez prosseguir.

Então passei a ensaboá-la cada vez mais. Me demorei em seu pescoço e percorri a extensão de cada braço, sentindo sutilmente cada poro ao passo que memorizava sua pele, a textura, o calor. Vagarosamente percorri a esponja ao longo do interior de seus braços delicadamente. Evitei seus seios, por enquanto, não queria apressar nada, passando assim para seu tronco, cintura...

Bella tremia sobre meu toque levemente ruborizada ao passo que descia sobre o seu estômago ainda em posse da esponja, ambos suspirávamos trêmulos contemplando aquele momento maravilhoso.

Klaus… — ela sussurrava me enlouquecendo.

Passeei mais para baixo apenas após seu umbigo, e então a virei para lavar suas costas me demorando ali esfregando suavemente e fazendo círculos suaves em seu pescoço, ombros, espinha e novamente sua cintura.

Não me contendo lentamente ousei descer minhas mãos, ainda com a esponja, pelo comprimento de suas costas até seu bumbum, em seguida, apertando-o levemente com minhas palmas, sentindo Carol soluçar de prazer. Minha própria respiração estava acelerada entusiasmada com o efeito que lhe causava.

Como eu te amo Klaus — segredou ela inesperadamente com sua voz abafada carregando uma devoção apaixonada.

Sorri ao escutar sua declaração encantado.

Eu te amo, minha Carol — sussurrei intensamente em resposta fitando finalmente seus olhos ao voltar a fazer com que ficasse de frente a mim. As palavras vieram desde o centro do meu ser; era impossível não dizê-las.

Trouxe seus lábios suavemente ao meu antes de retomar meu passeio por sobre sua pele.

A lembrança era inapropriada para o momento, mas ao passo que presenciava Caroline nas mãos de Stefan, vendo aquele corpo que tanto venerei, beijei e toquei, em um lampejo lembrei-me do quanto o amei.

Morte.

Fim.

Conhecendo bem o significado de ambas as palavras me fizeram agir.

— Solta ela! — gritava uma garota que deduzi ser Bonnie enquanto tentava tirar Stefan de cima de Caroline, mas esta foi empurrada violentamente contra o chão.

Foi o epítome para meus olhos.

Novamente meu corpo, sem que eu me desse conta, agindo por impulso interveio entre Stefan e Caroline. Foi rápido demais e quando dei por mim já havia o empurrado para longe dela enquanto ela literalmente se arrastava para um canto qualquer tossindo fortemente em busca de ar e em seu encalço a morena que eu acreditava ser Bonnie.

— Stefan o que pensa que está fazendo? Você não vai matá-la! — exclamei me entrepondo no instante em que ele levantou se recompondo decido a ir atrás dela novamente.

Eu a protegeria, primeiro porque não era o certo a ser feito e segundo porque Arabella precisava dela.

— Niklaus ela matou Rebekah e eu, eu vou acabar com a raça dessa cadela! — esbravejou avançando dois passos em sua direção.

— Não! — rugi incisivo. — Você não vai tocar nela novamente Stefan... me ouviu, não vai tocar nela!

Stefan suspirou de frustração e logo em seguida uma gargalhada estridente, porém sem ânimo, foi ecoada no pequeno cômodo.

— Vai defender a assassina de sua irmã?

Seu questionamento foi um soco no estômago. Não precisei refletir muito para lhe assegurar o contrário.

— Não Stefan, mas você também não vai matá-la! — esbravejei no automático refletindo em suas palavras olhando de Caroline para Stefan rapidamente.

Não via sentido em fazer justiça com as próprias mãos, pagar na mesma moeda seria uma saída fácil.

— Mas pra mim vale muito a pena — disse tentando avançar para chegar até Croline.

A voz alta, aguda, veio de trás de nós.

— Não. Basta... Se não sair daqui agora Stefan eu chamarei a polícia! — ameaçou Bonnie se levantando e recolhendo o telefone desmunhecado no chão ao mesmo tempo que levantava a mesinha que havia tombado.

Stefan era pura fúria, mas tomou ciência que o melhor a ser feito era ir.

— Isso não terminou aqui! — ameaçou com o dedo em riste apontando para Caroline e logo em seguida deu as costas batendo a porta ao sair.

Fui em direção a Caroline lhe dando leves batidinhas nas costas auxiliando na passagem de ar, passei meus braços pelo seu ombro e no instante seguinte ela estava em meu colo e eu estava no posto que antes Bonnie ocupava.

— Vou certificar se aquele louco foi mesmo! — anunciou a morena saindo logo em seguida escancarando a porta e me deixando a sós com Caroline.

Ela tossia e pelo canto de seus olhos ainda avermelhados lágrimas escorriam, era como se estivesse com dor.

Ela olhava, piscava diversas vezes como se sua visão estivesse turva, mas sua respiração aos poucos se cadenciava, mas seu corpo passou pesar e ficar mole em meus braços e seus olhos passaram a se fechar minimamente. Seus sentidos estavam se esvaindo.

— Carol... não desmaia. Carol fique acordada, por favor, Arabella precisa de você! — suplicava ao passo que lhe dava mais batidinhas no rosto.

Seus olhos se abriram, o céu azul tão familiar e assim que seu olhar encontrou um foco nítido ela olhou de mim para a porta, observando Bonnie regressar.

— Vamos… respira para oxigenar o cérebro que essa sensação vai passar, respira Carol — pedi ainda massageando suas costas.

— Klaus? — chamou fitando-me confusa.

Rapidamente ela se levantou se apoiando em minhas mãos se recompondo e eu fiz o mesmo.

— O que você faz aqui? Veio assistir Stefan me matar? — acusou em tom de grosseria enquanto tentava ajeitar, sem sucesso, a blusa de alça que usava.

Não sabia por onde começar a explicar, mas teria de dar um jeito e ser rápido, pois cada minuto perdido era tempo demais.

— Caroline leia isso… — disse retirando a carta de Bella do bolso da calça lhe entregando. — Pegue seus documentos e se troque... Arabella precisa de você!


Notas Finais


Olha só as reviravoltas... Klaus não quis aceitar por bem as necessidades da filha e o destino tratou de fazê-lo aceitar pelo modo mais dolorido.

Até o próximo!


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