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História Reflexos de uma Injustiça - Reencontro


Escrita por: Mumble

Capítulo 8 - Reencontro


Fanfic / Fanfiction Reflexos de uma Injustiça - Reencontro

Capítulo 8

EU ME DESTACAVA EM MEIO A TODA AQUELA GENTE, todos usavam traje social e eu era a única que trajava roupas triviais ao dia a dia.

— Oi — saudei ao caminhar e encontrar uma moça atrás do grande balcão de mármore na portaria que logo identifiquei como sendo Soraya pelo crachá exposto. — Boa tarde, vim para ver Klaus... Niklaus Mikaelson.

A funcionária elegante e risonha, assim como todos, mas sendo discreta me olhou estranhamente, por um instante tive receio de estar descrito em minha testa "ex presidiária", pois seu olhar era demasiado criterioso, mas deixei de lado essa hipótese absurda acreditando que a natureza de sua estranheza devia-se ao modo que eu me vestia, totalmente imprópria, ainda mais quando se procurava o filho do dono.

— Bom dia, quem devo anunciar? Tem hora marcada senhora? — pausou minimamente até a sua voz sumir voltando a procurar algo em seu sistema, provavelmente meu agendamento.

— Caroline Forbes — apresentei-me sendo gentil. — E não, não tenho hora marcada.

Meus dedos tamborilavam sob a bancada maciça.

— É provável que o Sr. Mikaelson não a receba, pois não estamos em horário comercial — disse logo me dei conta que era sábado. — Mas vou te deixar subir e você verifica com a assistente ou a secretária dele algum encaixe, tudo bem?

Sorri como assentindo e minha ansiedade subiu vários níveis naquele momento.

— Tem algum documento com foto para te cadastrar? — perguntou e eu rapidamente retirei meu RG de meu bolso e passei para ela registrar minha entrada no edifício comercial.

Estava apreensiva.

— Aqui! — disse me devolvendo o RG acompanhado de um crachá de segurança descrito “visitante”. — Após as catracas segue reto, vire a direita e estará no saguão de elevadores o andar é o vigésimo terceiro e na volta só depositar esse crachá no local indicado para sua saída ser liberada. 

Agradeci e rapidamente tratei de seguir suas instruções. Entrei em um dos sete elevadores e pressionei o andar que Soraya havia me informado. Estava nervosa, passei o percurso todo com os olhos fixos no painel que anunciava os andares e quando finamente o 23º chegou e as portas se abriram hesitante sai do mesmo e caminhei até encontrar duas mesas, uma de frente da outra, deduzi que uma seria de sua secretária e a outra a da assistente.

— Boa tarde... vim para ver Nikaus! — anunciei tremeluzindo o lábio sabendo que estava a poucos metros dele me dirigindo a morena que me pareceu mais simpática.

Novamente passei por uma análise minuciosa.

— Bom tarde. Tem hora marcada senhorita? — questionou a loira atrás de mim e logo me virei para encará-la, a morena certamente era pau mandado dela, concluí.

— Não, não tenho... — informei-a, mas fui interrompida com uma resposta rápida.

— Sinto muito então. O senhor Mikaelson não recebe visitantes aos sábados somente em dia de semana, em horário comercial e com agendamento — acrescentou, por fim, com certa petulância que me incomodou e me incomodou muito.

Sorri sem emoção, dali eu não sairia sem vê-lo, não sairia, nem que eu tivesse que invadir sua sala, caso fosse necessário.

— Se quiser pode agendar comigo um horário na semana e te ligo para te confirmar se ele a receberá senhorita — argumentou a morena sendo bem mais gentil que a loira e logo notei, também pelo crachá, que seu nome é Hayley.

Sorri para ela, como forma de agradecer a simpatia e a educação, mas em uma jogada incerta, afinal não saberia se daria certo, resolvi testar algo que não havia me ocorrido.

— Não Hayley, não será preciso agendar visita alguma, pois o verei agora mesmo! — anunciei determinada me virando novamente olhando friamente para a loira aguada que estava com o telefone na mão provavelmente disposta a chamar algum segurança caso eu criasse problemas. — Você... informe Klaus que a mãe da filha dele está aqui e que quer vê-lo, ou melhor não precisa informar, onde é a sala?

Uma jogada incerta e que tinha tudo para dar errado, mas que surtiu efeito contrário. Foi batata, pois no mesmo instante a loira ficou embasbacada com meus argumentos recolocando o telefone no aparelho. É impressionante como te tratam diferente quando você tem influência, com essa certamente ela não esperava, e para não criar problemas para si se desculpou me oferendo algo para beber, que eu prontamente recusei. Fiquei satisfeita por ela não me anunciar e só me mostrar o caminho até a sala de Klaus, assim ele não teria como se recusar a me ver.

— Obrigada! — agradeci sem vontade quando Camille, a loira, me deu as costas me deixando de frente a sala de seu chefe.

Havia chegado o momento. Tomei uma respiração longa e profunda e no instante seguinte sutilmente bati à porta.

Esperei ouvir um “entre”, mas ao contrário do que imaginei me surpreendi quando a porta de sua sala foi aberta.

E ali estava eu, frente a frente novamente com Niklaus Mikaelson.

Ele assustadoramente ainda era o mesmo, com mais músculos, devo ressaltar, mas a diferença estava em seu rosto, que agora estava envolto por uma barba rala, sexy, que lhe dava um ar mais másculo e amadurecido, porém se ele a tirasse não diria que os anos haviam passado para ele. Nos entreolhamos por um tempo indeterminado, percebi que estranhamente seus olhos azuis brilhavam com sentimento beirado a raiva e seus lábios estavam enrijecidos e totalmente lívidos.

Meu propósito é maior que qualquer intimidação, muito embora soubesse que subitamente minha ansiedade transformou-se em medo.

Ele sorriu, um riso sem emoção.

A tensão toldava o ambiente.

— C a r o l i n e — disse meu nome pausadamente.

O mesmo tom frio.

O mesmo desdém.

O motivo era incógnito, mas estava disposta a saber de tudo. Absolutamente tudo.

Ele contraí a mandíbula, e seu olhar endurece ao passo que suas mãos se fecham e com seus punhos cerrados me dá as costas voltando a se embrenhar em sua sala.

Eu o segui.

Sua sala estava na mesma temperatura que sua recepção.

— Niklaus precisamos conversar! — propus fechando a porta não suportando mais olhar para ele de costas a mim.

Tornou-se impossível aguentar sua indiferença.

Ele caminhou silenciosamente mais adentro em seu escritório admirando a vista da cidade em uma das extensas janelas.

Lentamente fui me aproximando, sendo prudente, Niklaus ficou tempo demais me ignorando, talvez preso em suas próprias lembranças.

Inesperadamente me surpreendi estando atrás dele e vendo, refletido no vidro da janela, lágrimas correndo livremente em seu rosto. Claramente ele estava com dor.

Foi instinto, toquei suas costas com a palma de minhas mãos, para chamar sua atenção.

Meu gesto foi demasiado para o mesmo.

— Não me toque sua assassina, não me toque! — gritou ao virar-se bruscamente, me assustando, envolvendo meus braços em suas mãos os apertando fortemente, me machucando.

Não estava preparada para essa sua reação.


Notas Finais


Até o próximo!


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