{Angélica}
Maria: Jaime, querido! – mamãe vem vindo em nossa direção assim que nos vê passar pela porta da sala, entrando em casa.
Jaime: Se não é a so... É... Uma das Angélicas mais lindas. – coloquei a mão em frente a minha boca para segurar o riso. Quase Jaime havia chamado minha mãe de 'sogra', o que não era um problema, mas pra ele era.
Maria: Que bom que você chegou. – eles se abraçam e eu babava de camarote vendo esta linda cena do meu amor e da minha mãe se abraçando carinhosamente. Foi totalmente diferente o abraço que eles deram ontem com o de hoje. O de hoje parecia com mais amor, principalmente pelo lado da minha mãe. O que eu contei, teve sim, grande influência para que isso ocorresse.
Jaime: E que bom que você pensa assim. E é maravilhoso estar aqui com vocês. – diz soltando-se do abraço dela, olhando para mim e segurando em suas mãos, dando um beijo em cada uma delas. Sorrio terna.
Maria: Bom, eu vou dar uma olhadinha rápida no almoço, já venho conversar com você, querido.
Jaime: Fica à vontade! – ele sorri e ela sai caminhando, indo em direção ao corredor que dava a cozinha. Assim que nos vimos à sós na sala, Jaime se vira para mim, pegando em minhas mãos. – E você, minha linda? – sorrio. Amava quando ele me chamava de linda. – Como está?
Angélica: Ah, estou bem! – nós dois nos sentamos no sofá e Jaime puxa minhas pernas colocando-as sobre suas coxas. Ele envolve seus braços em minha cintura. – Mas você sabe que estou ainda melhor agora com você aqui comigo. – dou um selinho em seus lábios. – Mas... Eu estou preocupada.
{Jaime}
Jaime: Com o que meu amor? – tento entendê-la.
Angélica: Você me disse que precisava conversar. Não insisti ontem, mas isso ficou travado na minha cabeça até agora. – acho que agora não teria escapatória. Ia adiantar alguma coisa para a Angie, do que quero realmente conversar com ela.
Jaime: Tudo bem Angie... Mas antes de qualquer coisa, eu quero te dizer que não concordei com tudo e também não quero que você se sinta mal e na obrigação de concordar com algo, muito pelo contrário; Espero sua discordância. – ela fica séria.
Angélica: Me diz...
Jaime: Ontem, eu fui na casa do meu pai... – ela sorriu quando eu disse.
Angélica: Sério? E como ele está? Faz tempo que não o vejo.
Jaime: Ele está ótimo Angie, até demais. – sorrio. – Conversamos bastante e ele disse muitas coisas. Ficou feliz por saber que estamos juntos, namorando e me fez entender muitas coisas que de um certo modo, eu vi razão, apesar de... Não concordar muito! Sim, eu sei é contraditório, mas...
Angélica: É do fato de morarmos juntos, não é? – ela me interrompe perguntando
Jaime: Sim.
Angélica: O que ele disse? – ela estava mais atenta que tudo.
Jaime: Ele me aconselhou e eu não quero que concorde se não quiser, só quero te passar tudo o que ele disse e ver se você entende, mas... Eu não estou afim de seguir o que ele diz, a não ser que...
Angélica: Me diz o que ele te disse...
Jaime: Eu conversei com ele sobre tudo Angie, assim como você conversou com a sua mãe... – ela só me escutava atenta, olhando em meus olhos. Eu desviava meu olhar do dela as vezes e mexia em sua mão. – Meu pai ficou super feliz em saber que estamos juntos, ficou surpreso, claro, mas ficou muito feliz. Não me surpreendi com a felicidade dele, porque ele sempre gostou muito de você e eu também, apesar de termos iniciado tudo primeiro com a amizade.
Angélica: Eu também gosto dele. – ela dá um prévio sorriso.
Jaime: Mas ele me deixou encabulado depois e bem pensativo... Contei dos nossos planos, dos nossos anseios para daqui para frente e ele não aconselhou partirmos para viver juntos logo de cara, assim... – após dizer, esperei e fiquei observando a expressão da Angie. Se ela ficasse triste eu não ia falar mais nada, mas ao contrário disso, ela agiu muito mais firme que de costume, séria, porém firme. Fiquei uns bons segundos olhando-a esperando ela dizer algo.
Angélica: Você disse que faria de tudo para gente não ficar mais longe um do outro.
Jaime: E eu vou fazer Angie, eu vou! Somos adultos, não somos? Podemos decidir o que queremos ou não fazer, não é verdade? – ela move a cabeça positivamente concordando. – Eu disse pra você que eu não concordei, só fiquei pensativo a tal ponto de me gerar diversas indagações do tipo: “Será que ele tem razão mesmo?”, “Será que devemos pensar nisso?”, me entende? – ela move a cabeça positivamente.
Angélica: E o que ele disse?
Jaime: Ele disse que é muito precipitado da nossa parte, que somos muito jovens ainda para pensar em viver vida de casados, falou que não é bacana para você sendo mulher viver comigo sem estar casada realmente, ainda mais porque vai iniciar a novela agora, ai seu nome vai viver na mídia, vão vasculhar toda a sua vida para ter o que falar de você e mesmo não sendo da conta deles, eles vão falar e que isso fere a imagem da pessoa...
Maria: Eu concordo com seu pai, Jaime... – ia continuar falando mais sou interrompido. Eu e Angie olhamos os dois juntos surpresos, pela aparição repentina da mãe da Angie na sala de estar onde estávamos. – Me perdoem, mas... Eu estava vindo para cá e não pude deixar de ouvi-los conversando. – Angie imediatamente tira suas pernas de cima de mim. A presença da sua mãe a inibia um pouco. Maria vem se aproximando de nós. Não dissemos nada. A palavra era toda dela, até porque ela havia concordado com a ideia d meu pai. – Eu sei que vocês são jovens, estão pra cima com tudo, felizes e isso não é ruim, é maravilhoso, porque vocês criam confiança em si mesmo, um no outro e criam responsabilidades... Mas tem um porém... Não é fácil viver juntos e não digo pelo fato de sujar a imagem de um ou de outro pela mídia. Isso eles fazem da maneira que quiser e quando quiserem, mas digo porque é uma coisa muito séria, é uma responsabilidade muito grande, é uma etapa totalmente diferente da que vocês estão agora, ainda que pareça que não, mas é sim... – ela pausa a fala e finalmente se senta num dos sofás unitários ao nosso lado. Prossegue. – Angélica Vale e Jaime Camil, agora, precisam viver o momento de namorados, não querer pular essa etapa tão maravilhosa que estão vivendo. Angie vai fazer a novela, vai precisar de você, como namorado para ajudar ela a seguir em frente, a ter forças, superar cansaços, passear nos fins de semana... – nos entreolhamos e sorrimos juntos. Uma concordância entre olhares. – Jaime está trabalhando com o seu disco, não é? – movi a cabeça respondendo que 'sim'. – Logo vai aparecer oportunidade de fazer show, ir em programas de TV e ele vai precisar de você para acompanhá-lo quando puder e dar forças pra ele também. Isso tudo, sem precisar estar morando juntos com uma responsabilidade que vocês ainda não precisam ter. Me entendem? – a gente entendeu muito bem. Angélica Maria, foi a salvação do nosso dia. Ao menos para mim foi, não sei a Angie, mas pela sua expressão serena, ela também concordava com as coisas que sua mãe dizia. Ela continua. – Namorar alguém não pode cair na rotina como alguns casais que se casam e moram juntos. Vocês estão numa etapa de descobrimento, são melhores amigos, estão namorando agora. Morar juntos é mais para casal que casou, curtiu um pouco da vida de casados e logo em seguida optam por ter um neném para não cair na rotina. Angie, você não está preparada para ter um neném e muito menos Jaime para ser pai. Vocês estão no auge de suas vidas. Não podem pular essa etapa tão importante da vida de vocês e possivelmente deixar que essa relação caia na rotina, entendem? Talvez não caía na rotina, porque vocês se amam de verdade, mas a probabilidade de isso acontecer é grande, sendo vocês tão jovens ainda...
{Angélica}
Uma clareza não vista pela fala do Jaime, foi facilmente desfeita pela conversa com a minha mãe.
Maria: Vocês vão poder se ver quando quiserem. Ter a relação de vocês normalmente. Não vai mudar em nada. – realmente não ia mudar, apesar de ficar longe do meu amor e apesar de isso ser uma tortura para mim. – O que vocês acham? Não quero que concordem, só que vejam pelo lado bom.
Jaime: A senhora tem razão. – ele já responde de imediato.
Maria: Angie? Se quiser dizer algo, diga meu amor! Não esconda nada do que você pensa, se não concordar, eu vou entender... – não tinha o porquê eu discordar dela. Estava realmente tudo certo.
Angélica: Você tem razão mamãe. Não tenho nada que dizer, só que concordar. Realmente tudo que você disse é válido e me fez entender melhor.
Jaime: Nos fez entender melhor... – Jaime pega em minha mão concordando com a minha fala.
Maria: Tudo para o bem de vocês e só mais uma coisa... Não quero que fiquem chateados comigo comigo. Jaime, você tem as portas daqui abertas pra você, afinal, agora eu sou sua sogra, não sou? – nós rimos juntos.
Jaime: Vem cá, vem cá, vem cá, sogrinha... – Jaime se levanta e puxa minha mãe para sentar entre nós no sofá.
Angélica: Não vamos e não estamos bravos com você mamãe. Muito pelo contrário. – cruzei meus dedos em sua mão e encostei minha cabeça na dela. Jaime a envolvia com seu braço atrás de suas costas. Ela sorriu e sorrimos juntos dela. Um momento de muita ternura, compreensão e cumplicidade entre nós.
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