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História Refúgio e liberdade - Momentos


Escrita por: juvcamil

Capítulo 72 - Momentos


Ainda que tivesse concordado com os pontos de vista da minha mãe, do pai do Jaime e tivéssemos entrado em um certo “consenso”, eu confesso que me senti um pouco desconfortável em saber que daqui em diante eu não estaria perto do Jaime, todos os dias como antes. Era um tremendo 'baque' para mim, não ter o meu namorado comigo, ainda mais agora que iniciarei em poucas semanas a novela o que significaria menos tempo para ficarmos juntos e mais atarefada com o trabalho. Eu sabia como era essa vida de trabalho em novela pois já não era a primeira novela que eu me engajava, e ainda que antes eu estivesse totalmente livre de compromissos, eu não tinha muito tempo para ficar saindo, curtindo em festa com amigos e nem ousava a namorar sério. Aos meus 18 anos, rolavam apenas beijinhos sem compromissos quando eu podia nos sets de gravações de Soñadoras, nada mais que isso. Agora que eu concordei com tudo, eu não tinha mais o que fazer, só aceitar e me reacostumar com essa 'nova vida'.

O pior é que eu não consegui não demonstrar o meu descontentamento. Dava uma, duas e três garfadas no prato do almoço que minha mãe havia preparado, tomava um gole do suco sem dizer uma palavra se quer. Jaime e minha mãe conversavam bastante sobre assunto variados e eu estava apenas presa em meus pensamentos, tentando já mentalmente acostumar com a nova ideia e com os novos planos e com os 'destruídos' nossos. Mamãe e Jaime haviam percebido o meu jeito, mas parece que resolveram não querer me incomodar com perguntas ou ao voltar com a tal conversa. Nada conversado estava errado, muito pelo contrário, minha mãe tinha suas razões e o pai do Jaime também, só que, eu queria tentar sozinha assimilar tudo e tentar amadurecer sozinha, acostumando com a ideia de ficar sem o meu amor.

Após o almoço, ajudei minha mãe a organizar a cozinha e preparar uma sobremesa enquanto o Jaime falava ao telefone: ligação recebida.

Maria: Sinto que você não está muito contente, Angie! – estava enxugando os pratos e guardando-os nas prateleiras do armário. Ela já havia notado, mas agora que resolveu se manifestar por estarmos a sós e me sentir muito calada. Eu estava mesmo.

Angélica: E porque não, mami?

Maria: Não está satisfeita com o fato de não ficar mais com Jaime morando juntos, não é verdade? – era a verdade.

Angélica: Não é bem isso... – tendo desconversar. Não queria desapontar ela, até porque, era minha mãe e eu mais que ninguém devia estar feliz em ficar junto dela. As preocupações realmente seriam mais amenas do que se eu partisse para uma vida conjugal com Jaime, mesmo sem casar com ele. – Eu só tenho que amadurecer essa ideia. Passamos muito tempo juntos mamãe, compartilhando alegrias, tristezas e isso, antes mesmo de sermos namorados, sendo amigos mesmo. E acredito que mesmo se fossemos amigos, eu teria ficado com esse mesmo sentimento de agora, acho que até mais, porque sendo amigos, não teríamos a ligação necessária como dois namorados. Eu sentiria ainda mais o sentimento de perda, e o que menos quero, é perder ele.

Maria: Você nunca vai perder ele, Angie... – ela para de mexer a panela com uma calda de chocolate que ia colocar no bolo que estavam no forno assando já.

Angélica: Eu espero que não. – me encosto na pia e cruzo os braços.

Maria: Você é uma mulher linda, é a ideal para ele.

Angélica: Você acha isso mesmo? – antes que ela pudesse me responder Jaime entra na cozinha falando. Me virei rapidamente.

Jaime: Claro, Angie! Você é ideal para mim. Nunca vamos nos separar. Eu prometo. – sorri toda boba e corri para abraçá-lo.

Maria: Você deixou minha filha muito manhosa, Jaime! – me desprendi por uns instantes de Jaime e olhei pra minha mãe a repreendendo com o olhar.

Angélica: Eeeeei!!!

Jaime: Eu sei, eu sei... Cada dia ela fica mais manhosa mesmo. – faço bico. Jaime gargalha, vira meu rosto e me beija. – Mas ela era mais. Tem amadurecido bastante de uns tempos pra cá. Só que eu gosto dela manhosinha assim também. – volto a sorrir.

Maria: Você que esteve bastante com ela, deve saber mesmo se ela amadureceu. Pra mim continua sendo uma menina. – reviro os olhos sorrindo ao mesmo tempo.

Angélica: Mas eu não sou mais, mamãe! – digo segura em minhas palavras. Ela não responde, só se vira sorrindo voltando ao que estava fazendo – Quem era no telefone, amor? – pergunto mudando de assunto.

Jaime: Ah, era o produtor do meu disco. Ele disse que vai ter um evento aqui no México para eu ficar atento porque ele disse que a minha presença lá vai ser imprescindível e que em poucos dias entra em contato.

Angélica: Hmmm... E é quando?

Jaime: Então, ele não disse, só disse pra eu ficar desocupado e atento.

Angélica: Vai ser uma maravilha para expor mais o seu trabalho, né amor?

Jaime: Vai sim! Quero que ele faça sucesso e quero fazer shows...

Angélica: Torço muito por você. – seguro as laterais de seu rosto. Ele abre aquele sorriso lindo que seus dentes brancos tomam conta. Sinto suas mãos apertarem a minha cintura e ele me puxar bem próximo de sua pélvis.

Jaime: Vamos para sala, amor... – ele morde o lábio dizendo baixinho, olhando para minha mãe de costas para nós. Me viro para onde ele olhava, dou um sorriso faceiro.

Angélica: Vamos... – cruzamos nossas mãos e fomos saindo da cozinha de fininho.

Assim que chegamos na sala, nos jogamos os dois no sofá. Jaime puxa minhas pernas para cima das suas e abraça minha cintura.

Angélica: Amor, quanto tempo você pretende ficar morando num hotel?

Jaime: Não sei minha linda... Eu queria muito arrumar um cantinho para ficarmos juntos ou eu até poderia arrumar mesmo assim, mas eu prefiro quando for para nós dois morarmos na casa. É melhor! – aliso seu rosto e entorto os lábios.

Angélica: Sim. Estava tudo encaminhando pra dar certo, mas né! Não quero nem mais falar sobre... Aliás, eu estava pensando em ir hoje com você para o hotel, mas... Eu acho melhor eu ficar aqui e me acostumar de vez com o fato de ficar sem você.

Jaime: Não que eu não queira que você vá comigo, mas... Eu concordo com você! Melhor irmos nos desacostumando um pouco. – movi a cabeça positivamente.

Angélica: Você fica pra jantar conosco?

Jaime: Mal almoçamos e você já pensando em jantar. – ele gargalha.

Angélica: Sim! Quero saber se vou poder contar com sua companhia até mais tarde...

Jaime: Acho que sua mãe tem razão... Você está manhosinha demais, Angie.

Angélica: O que acontece é que eu não me imagino mais ficar longe de você. – digo séria, contrariando sua fala brincalhona.

Jaime: Nos temos Angie. Nos temos de todas as formas possíveis e o que nos uni é muito maior que qualquer outra coisa.

Angélica: Eu sempre vou apostar nisso.

Jaime: Vamos casar um dia, vamos ter filhos, vamos ser o casal mais feliz do mundo, inteiro! – sorrimos juntos.

Angélica: Você falando essas coisas, me deu uma imensa vontade de te beijar e não parar até o mundo acabar.

Jaime: Então não vamos perder mais tempo. Até o mundo acabar é bastante tempo eu acho, então nosso beijo tem que ser duradouro tal qual... – nesse mesmo momento, Jaime puxa minha nuca com a mão e toma meus lábios. Nossas línguas se cruzam no mesmo instante. A mão de Jaime acariciava minha nuca, descendo com essa mesma até as minhas costas. Ficamos namorando assim por uns minutos, até sermos interrompidos pela minha mãe, chegando com a sobremesa.

Maria: Rarãn!!!

Assim que ela chama nossa atenção. Paramos o beijo rapidamente, olhando para ela. Ai que vergonha.

Jaime: Desculpa, Maria! – Jaime fica todo sem graça. Eu olho pra qualquer outro canto, enquanto limpava os cantinhos da minha boca, disfarçando meu olhar dos da minha mãe.

Maria: Não se preocupa. Não precisam ficar acanhados. – ela coloca a bandeja com a sobremesa sobre a mesa de centro.

Angélica: Mmmm, bolo de chocolate com sorvete! – exclamo, tirando minhas pernas de cima das de Jaime. – Obrigada mamãe! – fui pegando um dos pratinhos.

Jaime: Parece delicioso. – Jaime também pega o seu.

Maria: Aproveitem! Se quiser mais, só pegar lá na cozinha. Vou para o quarto ler um pouco para deixá-los mais a vontade.

Jaime: Ei, Maria! Fica aqui com a gente...

Angélica: É mãe... Se quiser pode ficar!

Maria: Não amores, eu vou para o meu quarto. Fiquem tranquilos! – ela se aproxima de nós, dá um beijo na testa de Jaime e um beijo em minha bochecha, sorrindo sempre e vai caminhando para as escadas indo até o seu quarto. Eu e Jaime, ficamos atentos vendo-a subir as escadas e assim que ela sai do nosso ponto de visão, Jaime dirigi sua fala a mim.

Jaime: Onde estávamos? – ele larga o prato sobre a mesa de centro.

Angélica: Não sei! Onde? – ele fecha os olhos me olhando como se fosse míope, com um sorriso danado nos lábios, puxando o prato da minha mão. – Ei, Jaime, me devolve, eu ainda tô querendo esse bo... – não pensa duas vezes e toma meus lábios novamente. E dessa vez, estava bem docinhos e geladinhos também. – Mmmm... Mmmm... Que delícia! – digo dando chupadinhas, segurando as laterais de sua face. O beijo estava ótimo, mas ao longe eu começo a escutar um sonzinho de algo tocando. Tento assimilar, porque quando se está num momento desses, é difícil parar do nada. – Amor... – vou me desprendendo aos pouquinhos dele. – Acho que meu celular está tocando... – me levanto depressa, correndo para alcançá-lo antes de parar. Subo correndo até o meu quarto, entro e o apanho de cima da cama. Olho na tela do aparelho e vejo o nome da Ada. O sorriso sai automático. – Amiga? – atendo sorrindo.

Adamari: Angie!! Que bom falar com você. Como está amiga?

Angélica: Ai Ada, estou ótima! Melhor impossível! E você?

Adamari: Que bom! Eu? Estou muito bem! – era perceptível seu sorriso.

Angélica: Que ótimo Ada!

Adamari: Mas e aí, já está aqui no México né?

Angélica: Sim, sim! Cheguei ontem de viagem. Até esqueci de te avisar.

Adamari: Esqueceu mesmo. Na verdade, você esqueceu de mim totalmente, depois que começou a namorar o Jaime.

Angélica: Aaah, isso não é verdade! – me sento na cama. Vejo Jaime aparecer na porta do meu quarto.

Jaime: Quem é? – ele pergunta sussurrando a medida que se aproximava.

Angélica: Ada! – sorrio, voltando a atenção a nossa conversa.

Jaime: Manda beijo.

Angélica: E por falar nele, ele está aqui do meu lado. Te mandou beijo. – ela riu.

Adamari: Manda outro. Estou com saudade de passar um tempo com vocês. Aquele dia foi tão bom!

Angélica: Foi mesmo Ada. Agora que estamos todos no México, antes de começar a nossa novela, podemos marcar alguma coisa.

Adamari: Não espera! – ela me interrompe. – O Jaime veio para o México, pra morar também? – ela se espanta.

Angélica: Claro Ada! – sorrio boba. – Jaime veio comigo para o México, para não ficarmos longe um do outro. – dizia olhando para ele que aproveita e deixa um beijo em minha bochecha.

Jaime: Eu vim sim!!! – ele diz bem próximo do meu celular.

Adamari: Nossa! Eu não acredito!

Angélica: Fazer o que né? Agora somos namorados e Jaime não quer mais desgrudar de mim. Vê se pode! – digo brincando.

Jaime: Ei, ei, ei! Quem é a grudadinha manhosa é você! – ele diz bem alto, cutucando minha barriga. Eu gargalho. Ada também gargalha do outro lado da linha.

Angélica: Bem... Nisso eu terei que concordar com ele. Eu sou a grudada com ele e jamais conseguiria ficar longe, mas ele também. – digo com um ar de superioridade, olhando para os olhos de Jaime ao meu lado, que concorda com a minha fala e abraça minha cintura.

Adamari: Feitos um para o outro. Fico tão feliz que vocês estejam tão unidos e juntos assim. Era o que você precisava, Angie!

Angélica: Sim Ada! Jaime era o que eu precisava. – viro meu rosto e beijo seus lábios, alisando seu braço que me envolvia. – Mas chega de falar de mim. Fala de você... Onde você está ficando?

Adamari: Ah, Angie! Eu aluguei um apartamento pequeno aqui no centro do México por enquanto. Eu não tenho tanto dinheiro para me estabilizar por muito tempo nele, mas fazendo a novela a coisa muda né?

Angélica: Sim, verdade Ada! Se você precisar de qualquer ajuda, pode contar comigo tá?

Adamari: Eu sei que posso, mas fica sossegada que aqui está tudo sobre controle. – ela sorri satisfeita e isso me deixava bem aliviada.

Angélica: Depois me passa seu endereço, quero te fazer um visita. Temos muito que conversar.

Adamari: Eu imagino que temos mesmo, mocinha! Você me abandonou, me excluiu da sua vida e isso não é certo. Quero que venha aqui o mais rápido possível. Te passo o endereço por mensagem.

Angélica: Sua boba! Você nunca foi excluída da minha vida. É a minha melhor amiga, nem tem porque isso.

Adamari: Hmmm, sei!

Angélica: É sério!

Adamari: Ok, ok! Eu vou acreditar. Bem Angie, vou desligar agora! Foi maravilhoso falar com você e não quero que passe dessa semana; Eu quero que venha aqui em casa.

Angélica: Sim senhorita! Eu irei sem falta.

Adamari: Te amo amiga, Beijos!

Angélica: Também Ada.

Adamari: Tchau!

Assim encerramos a ligação. Desligo o celular no botão de chamada, esticando minha mão até o criado mudo do meu quarto. Jaime tava largadão na minha cama, mexendo no seu celular, por isso parou de me atazanar nas últimas palavras com a Ada pelo telefone.

Angélica: O que o senhorito tanto mexe nesse celular? – me deito de seu lado. Ele coloca seu braço em baixo do meu pescoço para eu deitar nele.

Jaime: Vendo se tenho mensagem dos empresários do meu disco, mas ainda nada!

Angélica: Você ficou ansioso pela ligação né?

Jaime: Acho que sim! Tão ansioso que a ligação foi hoje e eu já quero receber mensagem. – ele gargalha percebendo seu jeito, bloqueando a tela do celular.

Angélica: Fica tranquilo... Logo virá, tudo que a gente quer!

Jaime: Assim espero meu amorzinho... – ele sorri lindo e deixa um selinho em meus lábios. 



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