Three-Oh My Gosh
Juny On
Entramos no quarto e eu realizei todos os testes possíveis com aquele homem, não consegui encontrar nada que justificasse a dor, principalmente tão forte, pra mim só podia ser psicológico. Recolhi meus materiais e já estava de partida quando escuto Zlatan me chamando.
- Dra. a dor está vindo agora, e tá bem forte.- ele disse se apoiando na escada.
- Tudo bem sente-se aqui.- ajudei-o a chegar no sofá.- De 0 a 10 me diga qual a intensidade da sua dor, sendo que 0 é ausência de dor e 10 e o máximo de dor que você pode suportar.- expliquei a EVA* para ele, eu já imaginava que ia ser 10, pela cara dele aquela dor merecia um 10 com louvor.
- Se-Sete.- ele disse com dificuldade, bom, pelo menos ele tem tolerância para dor.
- Tudo bem. Eu vou te ajudar.
Virei-o com um pouco de dificuldade, afinal é 1,95 de criança mundo tá fácil não, e comecei a massagear o local. Uma hora e meia depois eu consegui sair da casa de Zlatan e segui rumo ao meu "lar". Antes de ir me deitar resolvi ligar para Glazer e explicar a situação.
- Juny querida, já estava mesmo indo te ligar. Como foi lá?
- Mal, seja lá o que Zlatan tenha, eu ainda não consegui linkar todas as peças. Não tem nada que justifique essa dor tão forte, eu penso que pode ser algo psicológico. A pressão do ídolo voltando para casa, a separação, os filhos longe, a readaptação ao United. Estou certa de que há certa influência.
-Você não achou nada biomecânico que explique a dor?
- Olha ele tem um encurtamento de extensores da coluna, fraqueza moderada em abdominais, alguns músculos hiperativados, sem presença de escoliose*, sem doenças degenerativas na coluna, tenho certeza que nada disso causaria essa dor.
- Entendo. Preciso de mais um favor.
- Diga.
- Você pode se mudar para casa dele? Pelo menos até ele melhorar um pouco? eu prometo que mando psicologo, psiquiatra, o que vc precisar. Você pode me ajudar nisso?
- Claro. É melhor assim, afinal larguei tudo, que pelo menos eu cure esse cara. Mas eu preciso de um psicologo, o quanto antes.
- Tudo bem, eu avisarei o Ibra e você já pode se mudar amanhã?
- Posso sim.
Me despedi de Glazer e fui dormir o quanto antes. No outro dia as 9:00 em ponto estava na frente da casa do Zlatan, fui recebida pelo próprio, que abriu a porta com cara de quem tinha acabado de acordar.
- Oi Dra. pode entrar- ele disse rouco e saindo da frente da porta.
- Obrigada. Como estamos hoje?
- Bem, pelo menos não tenho dores.- ele disse distraído
- Zlatan antes de começar qualquer tratamento eu preciso saber de uma coisa.- eu disse séria.
- Pode falar Dra, Zlatan responde qualquer coisa que a senhorita queira saber.- ele disse ainda perdido.
- Primeiro, pare de me chamar de Dra, me chama de Juny, Dra só no consultório. Segundo, Zlatan você quer realmente melhorar?
- Claro que sim. Futebol é minha vida Juny e eu quero superar toda essa fase ruim e recomeçar do zero.- ele disse e eu senti que aquele recomeço ia além da sua recuperação.
- Certo, então vamos começar.
1 mês depois
Eu estava morando na casa do Ibra a um mês e nós já havíamos progredido muito, ele estava praticamente curado, tinha consultas semanais com o psicologo e fazíamos fisioterapia todos os dias, foram inúmeros banhos de contraste*, TENS*, massagens, treinos, inclusive jogamos futebol juntos semana passada, 30 minutos finalizados sem nenhuma dor na coluna. Havia conhecido os filhos de Zlatan em uma das visitas que eles faziam a ele, eram garotinhos extremamente agradáveis, eu gostei muito deles. Estava chegando a hora de ir eu sabia disso e não curtia nem um pouco. Eu havia me apegado ao Ibra, apesar de parecer um homem fechado e sério ele era exatamente o oposto, simpático, engraçado, amigo, um cara incrivelmente fácil de se apaixonar, e eu com certeza fui burra o suficiente pra fazer isso. Eu estava me apaixonando por Ibra e isso não era nada bom, ele era meu paciente e eu não podia me esquecer disso, apesar de lindo, gostoso, alto, malhado, eu já falei gostoso? Eita Juny, foca no importante caramba, ele é seu paciente e nunca vai ser nada além disso. Estava deitada na minha cama esperando o sono chegar e de repente ouço alguém abrir a minha porta.
- Juny você tá acordada- Ao escutar essa voz eu já pulei no chão e liguei a luz, Zlatan estava com uma cara péssima de choro.
- Ai meu Deus Zlatan!! O que aconteceu? Você tá sentindo dor?- eu perguntei desesperada puxando ele para dentro do quarto.
- Não, pelo menos não dor física. A gente pode conversar?
- Claro.- eu disse ainda segurando a sua mão e o levando em direção a minha cama e me sentando.
Passamos horas conversando e Ibra acabou me dizendo o motivo do choro, a sua ex-esposa vadia o havia proibido de levar as crianças naquele mês simplesmente porque a dondoca queria viajar com o novo namorado e levar os meninos. Dava pra ver que os filhos eram absolutamente tudo na vida daquele homem, ele chorava como uma criança deitado no meu colo, eu não resistir e comecei a acarinhar seus cabelos e dizer que tudo ficaria bem, antes de cair na inconsciência completa Ibra disse algumas palavras que me deixaram em choque:
- O que eu não daria pra ter te conhecido antes, você deveria ser à mãe dos meus filhos.
Eu não sei se ele estava dormindo e sonhando ou se era mesmo de mim que ele falava aquilo. OH MY GOSH esse homem vai, definitivamente, me enlouquecer.
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