História Rehab ( Em Hiatus) - Alright

05h30min p.m. – Chicago, Illinois.

Sul da Avenida Wells Street, The Regal Apartments. Madison Collins.

Clichê.

Eu poderia simplesmente contar uma droga de uma história clichê em que me vejo tendo uma queda pelo meu melhor amigo enquanto ele morre de amores por mim e um dia, eu decido o dar uma chance. Mas como tudo na minha vida é bem imprevisível não é agora que ia começar a mudar pra um conto de fadas sem fadas.

Tyler é a melhor pessoa do mundo e eu estou na lista das piores, e diferente de um clichê, na minha vida os opostos não se atraem. No máximo se pegam de vez em quando.

Eu poderia estar em Nova Iorque e me divertir gastando a herança do meu pai com drogas e festas, mas como eu já disse, minha vida está longe de ser um clichê. Longe do comum.

Adentrei o prédio com detalhes em verde e logo avistei Adam.

-Toma cuidado – ele disse.

-O quê? Como assim?

-Sua mãe ‘tá aí.

E com isso lhe lancei um sorriso que foi retribuído e adentrei o elevador logo apertando o botão do quinto andar, logo chegando ao mesmo.

Respirei fundo antes de entrar no apartamento e...

-Onde você estava? Com quem? Ficou louca? – Dona Liza me encheu de perguntas antes que eu pudesse falar “oi”.

-Eu estava em Nova Iorque, com o Tyler, o conhece? E não eu não fiquei louca... Ainda.

-Você está bem? – o olhar de preocupação dela ainda me era meio suspeito, mesmo tendo passado três anos desde que a gente se acertou, não confio totalmente nela. Ela poderia estar fazendo como quando meu pai morreu um teatro pra me prender na sua rede de mentiras e depois me atacar com todas as forças.

-Não usei nada se quer saber. – a olhei e lhe lancei um sorriso lindo e irônico.

-Ótimo, encontrei isso no meio de suas cartas! – me entregou o mesmo envelope preto de três dias atrás. – E onde está o Tyler?

-Foi visitar uma faculdade de Atlanta. – abri o envelope de letras prateadas e comecei a ler em voz alta.

“Em resposta a sua carta, e após avaliarmos suas fotos, solicitamos que compareça em nosso escritório em Los Angeles dentro de uma semana para realizarmos um ensaio teste. Estaríamos honrados em ter você como modelo em nossa grife senhorita Collins.”

Olhei pra minha mãe e a mesma me encarava com surpresa.

-Eu não mandei nenhuma foto. – me pronunciei esperando sua resposta fajuta, e ela veio.

-Nem eu. – deu de ombros.

-Tem certeza? Porque você não pensa mais um pouco?

-Eu posso ter enviado sim alguma coisa errada pro endereço errado. – ninguém merece.

-Você é péssima! – encarei-a esperando alguma reação, mas a mesma apenas arqueou as sobrancelhas.

-Eu sei disso... Você me lembra disso desde que tinha cinco anos.

-Porque é verdade, fique contente por ter alguém que não mente pra você.

-Você vai, não é? – o olhar dela dizia algo como “se você for me fará a mãe mais feliz do mundo”, mas ela é uma falsa.

-Sim eu v... – me interrompeu com suas palminhas de felicidades. O céus!

-Ótimo você pode ficar na casa da jararaca da sua vó ou se vira com algum aluguel, já fiz demais enviando as fotos.

Dá pra acreditar? Essa é a mulher que diz me amar!

-Vou ficar coma vovó mesmo!

Dito isso fui em direção ao meu quarto prestes a ter uma bela tarde de sono, mas parei assim que ouvi algo inesperado, mas mesmo assim clichê.

-Eu te amo. – lhe lancei um sorriso e sibilei um “eu também te amo”.

07h45min p.m. – Los Angeles, Califórnia.

Island Def Jam, RBMG. Justin Drew Bieber.

“'Cause I'm right, right here, yeah, yeah

I'm right here, I'm right here, I'm right here”

-Justin?

“Right here, yeah

Right here, right here, yeah

Right here, right here, yeah”

-Justin… Hoje podemos sair mais sedo.

“Right here, right here, yeah, yeah, yeah

Right here, right here, yeah”

-Justin, é sério... Você vem? – Alfredo fez a sua cara de quando ele está ansioso, encostado no batente da porta a pouco mais de três minutos desde que eu começara a cantar.

-Sim estou indo cara! – comecei a guardar os equipamentos e apagar todas as luzes, mas algo no fundo da sala jogado no chão brilhou.

Uma pulseira, a pulseira dela... Era a pulseira da sorte e me lembro dela ficar tagarelando o quanto àquilo era importante já havia salvado sua vida milhares de vezes, ela acreditava fielmente naquilo como acreditava em mim, mas por minha culpa ela deixou escapar todos os sonhos e todas as crenças.

Olhei pra Alfredo que ainda estava ali, parado no batente da porta... Ele sabia o que era aquilo na minha mão, e sabia a quem pertencia, e principalmente, sabia que eu estava aponto de desmoronar ali mesmo. Balancei a cabeça em negação e segui em frente, apenas pra fora do estúdio, porque no sentido de esquecê-la estava fora de cogitação.

(...)

07h45min p.m. – Los Angeles, Califórnia.

 Beverly Hills, Los Angeles. Justin Drew Bieber

-Vocês lembram quando ela socou acara do Justin quando o conheceu? – risos e mais risos.

-Lembro... Lembro também quando ela jogou o violão dele pela janela! – agora eram gargalhadas, Chaz, Chris e Ryan.

-Estão falando de quem? – eu sabia de quem eles estavam falando, mas se soubesse que o clima ficaria tão tenso nem teria perguntado.

-Da Madison! – bufei, e vi Ryan dar um tapa na cabeça de Chris em repreensão.

-Justin... – começou Ryan.

-Não esquenta galera, tá tudo bem! – afirmei tentando soar confiante, mas não convenci nem a mim mesmo.

-Tudo bem mesmo? – perguntou Alfredo.

-Sim cara, tá tudo bem!

“Mas não, não esta tudo bem”.