História Reinado - Boas vindas

Mey:

Meus olhos se abriram e pude enxergar a minha mãe e o meu pai em cima de mim me encarando. A minha mãe estava com uma cara horrível de cansada e se podia ver as olheiras no seu rosto. Papai parecia abatido também. Ora mas que exagero! Foi apenas um desmaio! Minha mãe começou a chorar e a me abraçar forte e o papai sorriu aliviado.

Serena: “-Graças aos céus! Nós estávamos tão preocupados com você!”

Hian: “-Como se já não bastasse a sua mãe passando mal pelos cantos do palácio. Agora você também. Isso é muito para um homem aguentar. Oshi vocês mulheres!”

Mey: “-Que exagero! Foi apenas um desmaio!”

Serena: “-Apenas um desmaio? Mey,você está desacordada a dois dias! O palácio inteiro está preocupado com você!”

Mey: “-Dois dias??? O QUEEE??!!”

Hian: “-O que aconteceu?”

Sim. Agora eu me lembro. Eu desmaiei depois de acidentalmente usar os meus poderes e acabar matando aquela borboleta. Fiquei descontrolada e usei meus poderes por causa do que o Dennis fez comigo! Aquele maldito! Mais que droga de maldição! Por que eu tenho que ser assim tão estranha? O que há de errado comigo?

Mey: “-Eu fiz bastante esforço e fiquei cansada. Deve ser por isso que eu desmaiei.” –disse cabisbaixa odiando a mim mesma por provocar apenas coisas negativas na vida.

Hian: “-Mey você é frágil. Se precisar fazer algo que exija o seu esforço limitado peça ajuda as servas.” –coitado do papai, ele não sabe a aberração que chama de filha. Se ele soubesse...

Serena: “-Querido, eu gostaria de ficar a sós com a Mey um pouco.” –mamãe disse com um sorriso amigável para o papai.

Hian: “-Claro. Ah mais um coisa! Já que está acordada e disposta vou anunciar a todos e organizaremos o baile de recepções para amanhã a noite!”

Serena: “-Mas querido, ela acabou de acordar!”

Mey: “-Tudo bem mamãe. Eu estou bem! Devo seguir com meus deveres de princesa mesmo odiando essa coisa toda.” –papai sorriu para mim e saiu de meu aposento, me deixando a sós com a mamãe que não estava com uma cara nada boa.

Serena: “-Você fez de novo,não fez? Você matou!” –ela disse irritada e com a voz alterada.

Mey: “-Não foi minha culpa! Eu fiquei fora de controle e foi apenas uma borboleta.”

Serena: “-Não importa Mey! Sendo borboleta ou não,é uma vida que você tirou! O que deu em você? Eu passei todos esses anos da minha vida fazendo de tudo por você, eu fiz o possível e o impossível para que você aprendesse a se controlar e não causasse mais mal a ninguém! Como pôde ser capaz de se deixar levar e utilizar tais dons negativos em um palácio que está cheio de convidados que poderiam ter presenciado a cena?”

Mey: “-Ah por que ai eles veriam a aberração de filha que você tem,não é? Ai eles saberiam que a futura rainha é um monstro que pode parar um coração humano apenas com o olhar. Eles veriam a coisa horrorosa que você colocou nesse mundo! Sinto muito por não ser a filha que você quis,mamãe!” –eu estava chorando e gritando com a minha mãe. Não suportava mais tudo isso. Não suportava mais tentar controlar e esconder quem eu sou. Não aguentava mais ter o meu destino traçado pelos outros. Não aguentava mais almejar tanto a liberdade que eu jamais teria e não aguentava mais me olhar no espelho e lembrar de todas as coisas terríveis que eu já fiz.

Serena: “-Não ouse falar comigo nesse tom de voz novamente. Eu não sou sua serva e nem sua amiga. Eu sou sua mãe e sou sua rainha! Você me deve respeito duplicado por isso. Talvez eu,seu pai e sua avó tenhamos te mimado demais ao ponto de você não enxergar isso. Você não é uma jovem comum da corte ou uma nobre ou uma plebeia. Você é uma princesa e como sua obrigação deve controlar suas atitudes,pois com apenas um deslize a paz que eu e o seu pai conseguimos formar pode se quebrar e o reino inteiro pode desmoronar.”

Ela não entende. Ela não entende tudo o que eu já passei. O medo,a vergonha,o sentimento de insuficiência. Ela nem sequer perguntou o que aconteceu para eu ter perdido a cabeça. Se ela soubesse que o Dennis adentrou os meus aposentos e me obrigou a ficar nua para ele...o meu próprio primo que eu amava e confiava. Naquele instante eu senti medo dele. Senti medo do homem que eu considerava o meu irmão. Senti medo do meu próprio sangue. Aquilo foi traumático para mim mas a minha mãe nem sequer quis saber o motivo de minha angústia.

Serena: “-Olha Mey,você não deve ficar se culpando. Eu já lhe contei o que aconteceu para você ter nascido assim...diferente. Estava acontecendo uma praga de morte no reino e a Xamã para te salvar implorou a própria morte para que te livrasse. A morte te beijou filha. Isso não é uma maldição, é uma benção porque você está viva e bem aqui na minha frente. Infelizmente não conseguimos mais encontrar a Xamã.”

Mey: “Ta mãe! Eu já ouvi essa história antes. Por favor,eu gostaria de ficar um pouco sozinha.”

Serena: “-Tudo bem,vou respeitar o seu pedido. Tem mais alguma coisa a pedir?”

Mey: “-Quero que tragam a Céu para mim.”

Serena: “-Céu,a sua águia? Por que?”

Mey: “-Porque ela me lembra que eu também posso ser capaz de fazer coisas boas.”

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FLASH BACK ON

Eu estava correndo pelo jardim do palácio,brincando de pique pega com a minha mãe quando uma águia ferida caiu sobre o chão do jardim. Eu e minha corremos imediatamente até ela e quando me ajoelhei atrás de si e a vi ensanguentada prestes a morrer eu cai em desespero e desabei a chorar.

Serena: “-Ela levou uma pedrada! Como podem fazer isso com um animal tão dócil?! Covardes!”

Mey: “-Mamãe ela está morrendo?” –a águia parou de se mexer e a minha mãe colocou as suas mãos sobre o animal checando suas condições.

Serena: “-Ela morreu, Mey. Que Deus a tenha. Pelo menos ela foi embora de um mundo tão cruel. Infelizmente creio que ela não foi capaz de ver a bondade humana.”

Eu abaixei a minha mão e comecei a acariciar sua cabeça. Ela havia morrido e não estava mais ali entre nós,eu sei, mas tudo o que eu conseguia sentir era tristeza e raiva. A injustiça que fizeram a aquela ave sem ela ter feito nenhum mal a ninguém. Isso não era justo! Ela deveria estar viva! A morte dela não era algo justo! Ela tinha uma vida inteira pela frente...uma vida que um humano sem coração a tirou sem dó e sem piedade. Foi ai que aconteceu,foi quando eu ouvi as vozes pela primeira vez na minha cabeça. Primeiro eu olhei para todos os lados e não havia mais ninguém ali além de mim e da minha mãe que permanecia de cabeça baixo enquanto uma lágrima escorria de seu olho. A voz parecia um sussurro...como se alguém estivesse sussurrando em meu ouvido.

“Mey. Mey. Não tenha medo Mey.Você é a minha favorita.Você é a minha criação.Me peça e eu te darei. Deseje e eu compartilharei.Você não faz ideia do que é capaz de fazer.Beije a águia.Eu te libero o beijo da morte. Deixe o animal ser beijado pela morte.”

Inocentemente eu me abaixei e beijei o rosto do animal. Tudo o que eu queria era que a águia voltasse a vida. Ainda beijando sua cabeça a águia começou a mexer suas asas. Minha mãe assustada me puxou para longe do animal e assim pode observar sua ferida sendo cicatrizada e ela ficando de pé abrindo as asas.

Serena: “-Ai-meu-Deus! O que aconteceu aqui?! Você beijou ela e ela voltou a viver! Isso é impossível! Mey você não tira só vidas, você também as dá de volta!”

Uma pitada de amor e esperança se formou em meus olhos. Finalmente eu poderia fazer algo útil, finalmente eu podia fazer o bem a alguém. Aquela águia me trouxe esperança. Embora eu ainda fosse muito jovem,eu entendi isso. A águia abriu voo e ficou voando acima de nós no céu. Eu e minha mãe riamos abobalhadas e orgulhosas da situação. Entretanto, a águia desceu e repousou sobre o meu ombro. Eu sorri para ela e comecei a acariciar sua cabeça talvez por intuição eu soubesse que a águia estava sorrindo para mim também.

Serena: “-Xo xô águia! Vai! Você é livre! Aproveite sua liberdade e sua vida!” –mamãe fazia sinal com as mãos a convidando a ir embora mas ela não saia então mamãe a pegou com as mãos e a lançou no ar. O animal voou em círculos e repousou novamente em meu ombro.

Mey: “-Mamãe parece que ela quer ficar ao meu lado. Acho que finalmente fiz uma amiga!”

Serena: “-Ora nunca vi um ser humano ter uma águia como animal de estimação. Mas se ela quer ficar então vamos respeitar a sua vontade. Que tal você dar um nome a ela?”

Eu olhei para o animal em meu ombro e me lembrei de a minutos atrás ela voando sobre o belíssimo céu ensolarado. Ela estava mesmo disposta a ficar ao meu lado ao invés de ficar sobre o céu acima de nós? Então ela é tão preciosa quanto ele.

Mey: “-Hmmm...vou chamá-la de Céu!”

A partir desse dia, Céu vive comigo no castelo. Ela tem um quarto apenas para ela mas ela não fica presa. Eu jamais faria algo assim com ela. A uma enorme janela em seu quarto e ela pode sair e voltar quando quiser. Ela passa a maior parte do dia voando por ai e antes de anoitecer ela volta para o quarto. Sempre que posso vou ir vê-la.

FLASHBACK OFF

Serena: “-A céu está muito estranha nesses últimos dois dias. Você não foi visitá-la então ela deve estar preocupada porque ela não sai do quarto por nada.”

Mey: “-Melhor. Deixe que eu vou ir vê-la.”

Serena: “-Espere! Você deve comer algo antes!”

Mey: “-Diga as servas para que levem a refeição ao quarto da Céu.”

Me levantei da cama me sentindo um pouco tonta mas me guiei até o quarto dela. Quando abri a porta pude vê-la deitada. Ela estava dormindo. Eu me sentei ao seu lado e a deitei em meu colo. Infelizmente o meu toque a fez acordar mas novamente como em um instinto eu senti que ela estava sorrindo para mim.

“Você estava preocupada comigo,não é? Eu estava apenas dormindo durante esses dias. Desculpe não ter vindo te ver e ter te deixado preocupada. Está tudo bem agora.” –eu disse para ela acariciando sua cabeça.

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Era um outro dia. Algumas servas me ajudaram a me arrumar para o baile e eu lhes pedi para vestir preto. Gostaria de uma cor associada a meus sentimentos no momento. Durante o baile tive que dispor do meu tempo conversando e dançando com todos os candidatos. Infelizmente o meu primo também presente me encarava e se distraia com todas as candidatas. Ele me dava nojo, nojo e terror. Eu só queria ele bem longe de mim. Mais algo me chamou atenção. Nas candidatas de meu primo Dennis,uma loira chamava a atenção devido a sua beleza. Eu nunca havia visto tamanha formosura e meu primo parecia encantado com ela. Até ai tudo bem mas para o meu espanto o Elliot também estava encantado por ela pois ficava a olhando com cara de bobo e não sei se é paranoia minha mas ela também não para de olhá-lo. Como assim? Como eles podem ficar flertando bem diante de meus olhos? Não admito! Imediatamente parei de dançar com o Juan e fui a passos largos atrás do Elliot.

Mey: “-Vejo que está gostando da vista da loira esculpida pelos deuses.”

Elliot: “-Na verdade,estou sim.” –ele disse com um sorriso debochado no rosto.

Mey: “Olha sinceramente eu achei que o Juan faria algo assim porque ele parece ser tão devasso quanto o meu primo. Agora você? Jamais esperei isso de alguém como você. Babar por outra bem na minha frente.”

Elliot: “-Desculpe majestade,mas eu a amo.”

Ai-meu-coração!

Mey: “-O que?”

Elliot: “-O nome dela é Alice. Estávamos juntos. Eu amo ela mas fomos mandados para cá. Nossas famílias acham que devemos tentar algo maior e que o amor deve ficar em segundo plano. Sinto muito,mas sou sincero. Enquanto ela estiver aqui eu sempre vou olhá-la com cara de bobo e sempre vou amaldiçoar o seu primo por estar dançando,conversando e tocando nela.”

Oh céus. O que é isso que eu estou sentindo? Sinto vontade de bater nele por me dizer isso. Sinto raiva dela por ter ouvido isso. Espera...eu sinto raiva dela por ele amá-la? Eu sinto raiva dele por ele amá-la? Não! Impossível! Mey não faça isso consigo mesma! Não crie sentimentos por alguém que ama outra e ainda diz isso na sua cara!

Mey: “-Hm” –disse em um resmungo.

Elliot: “-O que foi? Está com ciúmes, baixinha? Você deveria saber que todos aqui tivemos uma vida antes de colocarmos nossos pés no palácio.”

Mey: “-Eu com ciúmes de você? Até parece! Hahaha! Ciúme é um sentimento de quem se importa.”

Elliot: “-Hm. E como você está? A três dias atrás você desmaiou nos meus braços. Antes de desmaiar parecia fora de si. Fiquei preocupado.”

Preocupado? Até parece! Devia era estar pensando naquela loira chamada Alice.

Mey: “-Estou ótima!”

Elliot: “-Quer dançar?”

Mey: “-Não!”

Elliot: “-Hey não faça assim,baixinha.”

Mey: “-Vá dançar com a Alice!” –disse o nome dela fazendo aspas com as mãos e colocando a língua para fora em sinal de repreensão.  Sai em passos largos e deixando um loiro rindo para trás enquanto o ruivo que eu estava dançando a minutos atrás se aproximava de mim.

Juan: “-O que aconteceu? Parou de dançar comigo para ir atrás do sem graça do Elliot.”

De sem graça ele não tem nada. Elliot e Juan que homens perfeitos!

Mey: “-Fiquei curiosa sobre ele e a tal de Alice. Ele já me contou do amor dele por ela.”

Juan: “-Não fique assim. O ruivinho aqui está de braços abertos e cheio de amor para te dar!” –eu ri do que ele disse antes que o papai mandasse parar a música e começasse a falar chamando a atenção de todos.

Hian: “-Damas e cavalheiros. Está sendo de enorme agrado este baile. Espero que estejam gostando de sua princesa e de meu sobrinho Dennis. Há música e comida para o lazer de todos! Sintam-se em casa. Enfim,pouparei o tempo de todos vocês e direi logo o importante. Tenho um grandíssimo comunicado a fazer. Eu e minha esposa esperamos para que tivéssemos a certeza antes de comunicar a qualquer um. Bem,a rainha está grávida! Sim,a família real crescerá!”

Ouviam-se comentários e aplausos por todo o salão de festas mas minha cabeça ainda estava girando com aquela noticia. Eu serei irmã? Mamãe engravidou depois de tanto tempo! Bem,pelo menos agora ela tem a chance de ter o filho perfeito. Um filho que não nasça uma aberração da natureza. Por isso ela deve estar tão feliz.

Dennis: “-Um irmãozinho,hum?” –ele sussurrou no meu ouvido e ao senti-lo perto de mim eu me afastei apavorada.

Mey: “-Já te disse pra ficar longe de mim!”

Dennis: “-O que está acontecendo com você? Sou seu primo e melhor amigo,esqueceu?”

Mey: “-E-R-A! Ou se esqueceu do que você fez?”

Dennis: “-Já te disse que aquilo é algo normal,pequena Mey. Não precisa se sentir envergonhada comigo.”

Mey: “-Sai de perto de mim. Agora!”

Dennis: “-Está estressada assim porque o que está no ventre da sua mãe pode roubar a sua coroa?” –ele disse provocativo e dando passos em minha direção. Mas antes que ele pudesse se aproximar o Elliot entra na minha frente.

Elliot: “-Ela mandou você sair. Obedeça a sua princesa!”

Dennis: “-Quem é esse pirralho?”

Elliot: “-Pirralho? Hahaha temos a mesma idade!”

Juan: “-Elliot está tudo bem?” –o ruivo veio em defesa do amigo.

Dennis: “-Ah entendi,são candidatos. Claro que eu saio minha prima,minha princesa e minha pequena Mey. Faço tudo para o seu prazer.” –senti vontade de vomitar com a sua fala. Percebendo o meu estado, Elliot se preocupou comigo.

Elliot: “-Tudo bem,baixinha?”

Juan: “-Aquele é o seu primo? Que babaca!”

Eu não conseguia pensar direito. Eu só queria sair dali. Mas eu não queria ficar sozinha. Eu estava farta de me sentir sozinha.

Mey: “-Elliot ,por favor,me tire daqui!”

Juan: “-Hey, eu estou aqui também!”

Elliot: “-Claro. Eu vou te levar até os seus aposentos. Juan avise ao rei que ela não estava se sentindo bem e foi repousar,por favor.”

Juan: “-Ta né.”

Durante o caminho, Elliot não disse nada e eu também. Mas eu estava feliz por ele estar do meu lado. Quando paramos em frente a minha porta o guarda que ficava de plantão me olhou preocupado mas eu assenti com a cabeça o dizendo que estava tudo bem.

Mey: “-Entre. Fique comigo,por favor. Eu não quero ficar sozinha.”

Ainda receoso ele sorriu para mim e entramos juntos no quarto. Retiramos os nossos sapatos e nos deitamos na confortável cama. A situação toda era muito tensa mas eu apenas desejava ele ao meu lado.

Elliot: “-Vai me dizer agora o que está acontecendo com você?”

Mey: “-Não está acontecendo nada.”

Elliot: “-Você não me engana. O que o seu primo te fez? Sinto muito,mas eu cheguei a ouvir um pouco da conversa.”

Mey: “-Não posso falar. É muito constrangedor e vergonhoso.” –disse com a voz trêmula e sentindo uma lágrima escorrer. Elliot preocupado colocou a mão carinhosamente sobre o meu rosto e analisou minha fase,com preocupação e tristeza no olhar.

Elliot: “-Por Deus,ele machucou você?”

Mey: “-Não. Fisicamente não.”

Elliot: “-Então me diga o que ele fez. Você pode confiar em mim,baixinha. Acredite,guardar as coisas apenas para si mesma só vai te fazer mal. Você deve compartilhar suas alegrias e tristezas com alguém.”

Era isso o que eu fazia com o Dennis. Compartilhava com ele as minhas tristezas e alegrias e era isso que me dava forças para prosseguir. Talvez Elliot esteja certo. Talvez eu possa confiar nele. Ele já se mostrou preocupado comigo várias vezes. Já me segurou em seus braços quando eu cai e entrou em minha frente para me proteger. Elliot é diferente. Confie nisso Mey.

Mey: “-Eu estava me banhando quando o Dennis entrou em meu aposento. Eu implorei para ele mas ele não me ouviu. Ele me puxou a força para fora da banheira e me deixou no chão nua e vulnerável a visão dele. Eu estava tão envergonhada e quebrada que não suportava sentir o olhar dele sobre cada detalhe mínimo de meu corpo. Eu chorava e gritava para ele ir embora mas ele me dizia que aquilo era normal. Que era normal um homem ver o corpo de uma mulher e que não era para eu me importar dele ser o meu primo,que isso era apenas uma coisa que a sociedade inventou. Ele só foi embora depois que eu ameacei contar as meus pais. Desesperada eu corri para o jardim. Foi quando você me encontrou.”

Elliot: “-Aquele desgraçado! Eu farei ele pagar!”

Mey: “-Não,por favor! Ninguém pode saber disso! A minha honra está em jogo! Imagine se alguém souber que a princesa da Escócia se encontrou nua em seu aposento junto com o seu próprio primo! Seria um escândalo, arruinaria a minha honra e eu já estou arruinada demais!”

Elliot: “-Hey...shiuuu...calma baixinha. Eu estou com você. Não vou contar a ninguém. –ele enxugou as minhas lágrimas e ficou abraçado comigo até conseguirmos cair no sono. --Mas se ele tentar fazer algo com você novamente não responderei por mim.”

~~~continua~~~