História Relações Cruzadas - Vida Profana

Meu deus...

Estavam paralisados diante daquele corpo. Imóveis.

Oq... O que aconteceu?

O corpo caiu para o lado. Era apenas um saco de carne.

Marcelo e Íris correram para perto do corpo.

  - Acorde! Acorde! - insistia Íris balançando o corpo.

Marcelo checava o pulso e a respiração. Parecia não haver mais pulso e a respiração não ocorria. Os corações saltavam das bocas em batidas tão fortes que os peitos subiam e desciam no ritmo. Filipe começou a tirar a roupa látex. Íris o olhou chocada, boquiaberta.

??FILIPE??

  - Você? - perguntou alto; chocada.
  - Íris... Nós não... Não era a intenção.
  - Nós? Nós quem? - gritou.

Marcelo tirou a máscara. Íris voltou-se para ele. Eles estavam calmos, não era preciso exaltar-se, sabiam disso, era melhor se manterem a sanidade. Íris manteu a boca aberta. Estava curvada se perguntando todas as perguntas possíveis.

  - Ma...MARCELO? - colocou a mão direita na boca.
  - Íris. Me perdoa. - foi se aproximando em passos calmos dando a volta na cama. Íris soltava lágrimas em olhos vermelhos como a lua sangrenta. Filipe nu diante deles vendo a situação. Marcelo colocou as mãos no ombro da Irmã. - Eu... eu não queria fazer aquilo. Foi impulso. Eu sinto sua falta todos os dias, todas as noites. Não aguentava mais ficar longe de você, irmãzinha. Por favor... volta pra casa.

Marcelo soltava lágrimas também. Filipe estava imóvel com uma cara um pouco triste.

  - Não, Marcelo... - se afastou. - Não foi sua culpa. Foi minha culpa! Eu que escolhi essa vida profana! Eu escolhi ser uma puta fedorenta de esquina oferecida. Eu errei! Eu! Não tenho o direito de voltar para casa. Você que sempre me amou... Sempre cuidou de mim. Não sei como depois de tudo ainda... ainda me quer de volta. Sabendo que quando me deitava com você já havia deitado com diversos homens e mulheres. Eu te fiz entrar onde muitas pessoas haviam entrado. Te passei o vírus... E você... Passou para Filipe. Ai como pude? - colocou a mão do rosto arrependida e envergonhada. - Vocês se amam! Eu não vou mais me meter na vida de vocês. Voi sumir para sempre. É isso!

Íris esbarrou em Marcelo em direção à porta do quarto e quando foi esbarrar em Filipe ele agarrou seu braço. Se olharam. Filipe a abraçou e a acolheu em seus braços e seus largos ombros com muita ternura.

  - Me perdoa. - falou Filipe suavemente. - Me perdoa! - saiu com um choro. A apertou mais forte. - Eu... eu mandei baterem em você. - Íris soltou o choro preso. Fazia uma careta enquanto chorava. - Eu sei que eu errei... Eu sei! Mas... Eu..  eu amo Marcelo! Eu o amo! Amo tanto, Íris! Eu te suplico, por favor me perdoa!

Filipe se ajoelhou diante dela, segurou suas mãos. Marcelo ficou atrás dela e segurou seus ombros. Íris olhava aos choros para Filipe.

  - Temos que nos unir. - falou suavemente Marcelo. - Unir nossas forças quando aquela doença aparecer... Sei que errei também... - abaixou a cabeça. - Amo os dois... ou... ou penso que amo. - abraçou Íris por trás. - Eu sei que os amo. - abraçou Íris mais forte. Estavam banhados em lágrimas. Íris levantou Filipe e o abraçou. Filipe chorou mais e levou seus braços até Marcelo atrás se Íris. - Nossas vidas foram cheias de promiscuidades e sexos. E... fomos castigados de alguma forma. Acho que tá na hora de pararmos. Viver uma vida normal, como uma família. Estamos esperando nossa criança... - sorriu e colocou as mãos na barriga de Íris. - Vamos voltar para casa...

Foram se soltando com muita dificuldade. Os três choravam e chupavam o nariz. SNIF. Íris foi para um canto se vestir. Marcelo e Filipe para outro. Estavam consoláveis.