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História Relativity - Larry - VII - Green in blue


Escrita por: alouisiocobra

Notas do Autor


Hey! Dessa vez postei no dia certo. Tive um lapso de criatividade e disposição, e acabei escrevendo uns três capítulos direto.
Não ouvi nenhuma música específica enquanto escrevia, então, sem sugestões hoje.
Como sempre, também não revisei, sorry.
Ah, se preparem! Tem coisa quen-te vindo por aí!
Enjoy!

Capítulo 7 - VII - Green in blue


Fanfic / Fanfiction Relativity - Larry - VII - Green in blue

 

Tenho que esperar menos de quinze minutos até ver a picape de Harry estacionando no estacionamento. Ele desce rápido e fecha a porta.

De onde estou, não consigo dizer qual o estágio do humor de Harry. Está sempre tão inconstante, nunca sei o que esperar. E o hoje não foi diferente.

Ele passa as mãos pelo cabelo, mas não parece nervoso ou ansioso.

- Vamos? - Suas sobrancelhas estão arqueadas, e ele estende uma mão para mim.

Ignoro tudo que aquela mão pode significar e jogo para o fundo da minha mente. É mais fácil assim.

Assinto, caminhando ao seu lado até a picape.

- Não quer pegar uma muda de roupas?

Isso foi um convite? Quero perguntar, mas isso me assusta. Agora não sei o que temos. Somos só amigos? Somos "ficantes"? Somos amigos coloridos? Somos conhecidos? Somos namorados?

Engulo a seco, olhando para os meus próprios pés enquanto andamos. Isso é estranho. Nunca passei por isso antes. Nunca tive que avaliar um relacionamento para saber em que estágio estávamos. Nunca tive um relacionamento, e acho que ainda não tenho um. Mas não falo nada para Harry, porque não quero parecer um adolescente bobo. Não quero pressioná-lo, porque sei que vamos discutir, e eu sei que, agora, preciso mais de Harry do que consigo admitir.

- Tenho que voltar a noite.

Harry assente e, em silêncio, entramos na picape. Ela range quando subimos e sentamos, está velha e desgastada, mas Harry não parece se importar.

Seus dedos longos ligam o rádio na mesma estação, e quando acho que vamos mergulhar no silêncio, Harry se pronuncia.

- Você poderia dormir lá de novo. - Sugere, dando de ombros.

Sei o que ele está fazendo. Ele acha que não sei, mas não sou tão bobo assim.

- Sério, Harry? - Tenho que me segurar muito para não parecer irônico.

- Minha mãe não se importaria. Ela provavelmente gosta mais de você do que de mim, mesmo.

Afundo no banco do passageiro.

- Anne te idolatra.

- Não. - Ele responde rápido, sério, e quando nota que pareceu grosseiro, suaviza. - Ela idolatrava meu pai. Sempre foi assim.

- Ela amava o seu pai, Harry. Eu sei que você é filho do Robyn, mas como você acha que ela se sentiu quando perdeu o amor da vida dela?

Daqui, posso ver os nós dos dedos de Harry ficarem brancos na direção. Está com a mandíbula mais pressionada, e sei que peguei pesado. Com Harry tenho que, literalmente, pisar em ovos. Um passo em falso e tudo quebra.

Mesmo sentindo o arrependimento queimando o meu peito, sinto que fiz o certo. Entendo Harry em parte, porque não sei como eu reagiria se uma tragédia dessas tivesse acontecido comigo. Mas sei que ele culpa Anne, joga toda sua frustração e todas as suas escolhas erradas em cima de Anne, quando, na verdade, ela sofreu e sofre tanto quanto ele.

Lembro de uma frase que minha mãe me disse uma vez, no enterro da minha avó. Estávamos lá, eu, minha mãe, minhas irmãs, meu avô e mais alguns amigos da família. Uns choravam, outros suspiravam, conversavam, ficavam em silêncio, a sós. Nossa família chorou muito, nenhum de nós acreditou que, ali naquele caixão, estava uma pessoa tão maravilhosa e amorosa.

Lembro de ter perguntado para a minha mãe porque vovô se lastimava, sem derramar uma lágrima, do outro lado da sala, e porque meu pai não estava lá para ver sua mãe pela última vez. Minha mãe, sempre muito sábia, disse que cada um sofre de um jeito diferente, cada um mostra de um jeito diferente, mas que, no final, todos sofrem do mesmo jeito.

Harry sofre da sua maneira, sendo rebelde, raivoso e ignorante. E Anne sofre da sua, construindo uma nova vida, e seguindo em frente. Sei que os dois foram abalados para sempre com a morte de Robyn, mas a mãe e o filho antes tão parecidos, agora se mostraram completamente diferentes um do outro.

Sei que, no fundo, não posso culpar Harry, não posso chamá-lo de egoísta e puxar sua orelha, porque não sei o tamanho do sofrimento que ele passa todo dia quando acorda e lembra que seu pai se foi para sempre. E, principalmente, porque carrego a culpa comigo. A culpa de ter saído fugido de W&E quando ele precisava de mim, quando eu podia ter ficado e ajudado-o a passar por aquilo. Poderia ter mostrado-o que ele podia seguir em frente, que podia sofrer, sim, mas que também podia se lembrar e sorrir, e usar esse sofrimento compartilhado com sua mãe para se unir ainda mais a ela.

- O que você sabe sobre isso, Louis? Você por acaso estava aqui, do meu lado, quando meu pai foi enterrado? - Sua voz está alta e grossa, e ele bate na direção do carro. - Você, por acaso, estava aqui quando minha mãe simplesmente levou outro cara para ocupar o lugar do meu pai?

Engulo a seco. Engulo toda a culpa que sinto. É isso que Harry quer, quer que eu me sinta culpado e que peça mais desculpas. Quer que eu desista de tocar nesse assunto, para que ele não se sinta culpado.

- Anne tinha que seguir em frente, Harry. Ela é uma mulher nova, com uma casa e um filho para sustentar, ela precisava de ajuda.

- Ajuda? - Ele ri bem alto. - Só se ela precisava de ajuda na cama, meses depois da morte do marido dela, do amor da vida dela.

- Cada um sofre do seu jeito. Ninguém sofre igual. Anne só queria alguém do seu lado, alguém para apoiá-la.

- Você é o que? A porra de um psicólogo? - Está gritando a plenos pulmões, as mãos brancas no volante.

Estou indo longe demais aqui. Estou enfrentando Harry pela primeira vez, e a sensação não é tão boa quanto imaginei.

- Só quero ajudar. - Murmuro, a voz baixa e quebradiça.

- Quando eu precisar da merda da sua ajuda, eu peço. Do contrário, fique com a porra da boca fechada. - Harry diminui o volume da voz, mas, ainda assim, está irritado falando entredentes. Algo dentro do meu peito ferve, quente e borbulhante, e sobe até a minha cabeça.

- Sabe qual o seu problema, Harry? Você não quer ouvir a verdade. Estou falando e falando, mas você não quer me ouvir. Você sabe que tenho razão, mas não quer admitir. Adivinha só? Você já está velho para dar uma de criança mimada e rebelde, que joga a culpa dos seus atos em cima do outros. Você se envolveu com pessoas ruins, você usou drogas, você bebeu, você fez tatuagens, você brigou e você foi expulso da faculdade. E em quem você botou a culpa? Na sua mãe! Você botou a culpa nela porque é mais fácil, ela estava mais perto, e você não suportou a ideia dela ter seguido em frente, enquanto você estava no mesmo lugar, fazendo cagada! - Quando termino de falar, sinto que um peso saiu das minhas costas. Consigo respirar fundo e me sentir aliviado.

Minha mãe sempre me ensinou a ser sincero, por mais que a sinceridade pudesse ser dolorosa e até grosseira. E, agora, me sinto ótimo. Me sinto incrivelmente ótimo agora que despejei a verdade em cima de Harry.

Quando olho para o lado, vejo Harry olhando para a janela, sério e silencioso. Uma parte de mim, bem pequena e medrosa, me alerta que peguei pesado. Mas a maior parte, a nova e corajosa, está se sentindo imponente, e sabe que foi necessário.

Não quero que Harry mude, como quis assim que o conheci, quero que ele melhore. Quero que ele pare de fazer mal a si mesmo e a sua mãe, e que siga em frente.

- Você sabe como é tentar seguir em frente sem desmoronar quando a sua mãe está no quarto gemendo o nome de outro cara? Você sabe como é ouvir a sua mãe botar a culpa de não poder fugir da cidade e ter uma vida diferente, construir outra família, em você? - Seus olhos verdes estão mais escuros, quase pretos. Seus ombros e mandíbula estão relaxados, e ele fala devagar e baixo.

Sinto, em cada palavra, sua dor. A dor do antigo Harry, o garoto inocente de cachos, que tinha a família perfeita. Antigamente, o fodido era eu, com uma mãe que só trabalhava e irmãs pequenas, e um pai que tinha nos abandonado. Agora, perto de Harry, sinto que não posso reclamar mais.

Minha mãe me ensinou a não ter ódio, me ensinou que meu pai, por mais que tenha ido embora e que não nos procurasse, nos amava onde quer que estivesse. Mas chegou um dia que eu entendi. Entendi que meu pai não estava ocupado trabalhando em outro estado ou em outro país, e nos amando à distância. Ele tinha recomeçado, em outro lugar, uma vida melhor, com outra família. E doeu. Pensei que não doeria, já que nunca senti seu amor, mas doeu. Agora eu entendo porque minha mãe me privou da dor por tanto tempo. É difícil saber que seu pai, por mais merda que seja, não liga para você, não ama você, não quer você. E aqui, ao lado de Harry, entendo toda sua dor.

Anne viu a escuridão depois do luto, e, antes de seguir em frente, também errou. Procurou a luz e o amor por outros meios, mas não isso não faz dela menos mãe, menos viúva.

Harry achou a escuridão por Anne, e mergulhou nela de cabeça, porque ele era uma criança inocente, e achou que, se sua mãe podia fazer aquilo, ele também podia. E fez. Anne encontrou sua luz, mas Harry passou tanto tempo na escuridão, que ela já se tornou uma parte do eu dele.

E, Deus, como eu o entendo. Se sofri por meu pai, o homem que não me criou, mal posso pensar em como Harry sofreu. Entendo Anne também, mas não posso ser hipócrita. Parte da culpa é de Anne, e sei porque Harry quer que ela se sinta culpada.

Por mais quebrado que Harry seja, ele é forte. Está sendo forte aqui, olhando para mim com seus olhos escuros. Está mantendo a fachada do garoto que não se importa com nada, mas sei que, quando ele se importa, se importa demais. Por isso faz escolhas ruins, por isso tenta se sabotar, se destruir.

Os movimentos que faço a seguir, faço sem pensar, só sinto e executo. Minha mão vai para a bochecha de Harry, e, quando me dou conta, meus lábios estão grudados nos dele. Harry me puxa pela cintura, aprofundando o beijo.

Nossas línguas se tocam, e, no começo, o beijo é calmo, e, em questão de segundos, já é forte e desesperado. Harry está desesperado, me puxando para ele com força, me beijando fortemente. E me entrego completamente a Harry. Não sei o que estou fazendo, mas faço mesmo assim. Faço porque Harry me puxa, e sinto que, nesse momento, posso fazer qualquer coisa por esse homem.

Harry inclina seu banco para trás e me puxa, passo uma perna e depois a outra. Estou em seu colo, tão perto que posso sentir sua respiração se misturar com a minha. Paramos alguns segundos para nos olhar, nos admirar. A boca normalmente rosada de Harry, agora está vermelha e levemente inchada. Seus cabelos estão mais bagunçados agora, também, mas só consigo pensar em como ele está lindo.

Sinto algo forte no meu peito, me empurrando para Harry, e selo nossos lábios em mais um beijo desesperado, cheio de emoções e sentimentos que não entendemos, mas que é muito bom.

Me inclino para cima do seu peito, de forma que nossos corações ficam colados, e posso sentir eles se juntando, batendo como um só.

Sinto os dedos longos de Harry descerem das minhas costas para a minha bunda, apertando-a com força e apalpando-a sem vergonha. Instintivamente me impulsiono contra seu colo, fazendo um movimento de vai-e-vem, e ouço, entre nossos lábios colados e inchados, seu suspiro sofrego. Encostamos nossas testas, nos olhando nos olhos. Verde no azul.

Seus dedos longos dedilham minhas costas, e sobem, por baixo da minha camisa. Sinto seus dedos levemente gelados tocando minha pele, e me arrepio. Me arrepio de dentro para fora. Logo suas duas mãos estão segurando minha cintura com força medida, por baixa da camisa, e ele me puxa mais, não para me beijar, mas para me sentir.

Nunca me senti tão intimo de alguém, tão próximo, tão ligado a alguém antes. Harry me faz sentir como alguém importante, não como alguém famoso, mas importante para ele. E isso é tudo que eu quero, tudo que eu preciso. Se eu for importante para Harry, então tenho tudo.

Meu quadril se mexe contra o dele com força, e repetimos o movimento várias vezes, até que ambos estamos ofegantes e desesperados. Sinto uma gota de suor descendo pela minha coluna e minha testa, porque estou quente, estou queimando de dentro para fora, de fora para dentro, e sei que Harry está se sentindo assim também. Seus olhos estão fechados fortemente e seus lábios vermelhos estão entreabertos, soltando gemidos. Escondo minha cabeça no seu pescoço, e gemo, gemo baixinho para que só Harry possa ouvir quando chamo seu nome. Sei que soo desesperado, mas é como me sinto.

Nunca me senti assim antes, puro desejo e tesão, e é tão bom sentir meu corpo contra o corpo de Harry, mesmo que separado por várias peças de roupas. Queria senti-lo sem tudo isso, só nossas peles se tocando e roçando, e, Deus, como fico duro só de pensar nisso.

Harry escorrega sua mão para a minha cueca, na parte de trás, e invade minha calça e cueca com a mão. Dedilha a minha nádega, apalpando. Ele desliza pelo assento e abre mais minhas pernas, criando uma fricção que nos faz gemer alto. Estamos perto, sentindo a ereção um do outro, e sinto que algo dentro de mim, como uma bomba programada, vai explodir a qualquer momento, e sei disso. Sei disso, mas não faço nada para parar.

- Harry! - Gemo, mordendo de leve a pele do seu pescoço.

Suas unhas curtas apertam minha nádega, e sinto uma dor leve, mas gostosa, que sobe direto para o meu estômago e desce novamente. Sua mão vaga está na minha cintura ainda, e ele a usa para me guiar, me puxando para frente e me empurrando para trás.

- Geme meu nome, amor. - Sua voz está muito mais rouca e carregada. Carregada de sentimento, carregada de tesão.

Me arrepio novamente e gemo seu nome, gemo porque amo falar seu nome, e amo como ele reage.

Com o tempo, desinibido e inebriado de tesão, estou rebolando no seu colo. Rebolo com vontade, porque sou puro desespero agora. Harry levanta seu quadril num vai-e-vem, de forma que nos encontramos e sentimos. É tão gostoso.

Sinto que estou sentindo um Harry diferente. Cada segundo que passa, desde que o reencontrei, estou o conhecendo mais, estou descobrindo mais sobre ele, e isso me faz querer ficar aqui para sempre. Ficar para sempre nos seus braços, conhecendo-o e sentindo-o.

Me arrepio, nem sei ao certo o porquê, e meu corpo está tremendo. Sinto cada parte do meu corpo entrar em combustão, e sinto um grande desespero conforme meu corpo fica mais pesado e suado.

- Goza pra mim, Louis. - Gemo alto quando ouço Harry no meu ouvido.

Algo desperta dentro de mim, e gozo. Sinto minha cueca molhada, mas estou me sentindo tão livre, tão calmo, que não ligo. Harry está me segurando, com os olhos fechados, e ficamos em silêncio.

Não sei o que fizemos, mas foi a melhor coisa que já fiz na vida. Me sinto bem, me sinto bem comigo mesmo, me sinto bem com Harry. Estamos mais íntimos, mais livres.

Sinto que aqui, agora, somos como um só. Somos infinitos. E, quando abro os olhos e vejo Harry me observando preguiçosamente, sei o que somos. Somos verde no azul. E não há passado, presente e futuro que possa mudar isso.


Notas Finais


Guys, me desculpem pela falta do travessão no capítulo anterior. Ficou confuso pra caramba quando li. Então já revisei esse e coloquei o travessão bonitinho, e já vou arrumar o capítulo VI.
Gostaram do momento hot deles? LTops? HTops?


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