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  3. 3 de setembro de 2016

História Relatos de uma depressão - 3 de setembro de 2016


Escrita por: Moon_redwich

Capítulo 3 - 3 de setembro de 2016


Querido amigo, assim que abri os olhos hoje, em torno de 8:15, fui assolada por um sentimento horrível de culpa e arrependimento pelos meus feitos da noite passada. Eu me senti como se tivesse traído Cameron, mas eu tenho todo o direito de ficar com quem eu quiser. Ele me deu o fora, ele não quis tentar e agora vive conversando com a ex. Por quê eu deveria me importar com isso? Ele não gosta de mim, nunca gostou e nunca vai gostar.
A propósito, deixe-me esclarecer essa história, afinal já falei muito dele e ele vai estar presente em, provavelmente, todos os meus relatos. Tudo o que eu queria era voltar no tempo, voltar para o dia em que ficamos pela primeira vez e sentir de novo a intensidade do meu desejo por ele. Aguentaria até mesmo a culpa que senti depois de ter tido algumas experiências novas. Para constar, eu ainda sou virgem. Infelizmente. 
Nós ficamos pela primeira vez no final de março, havíamos nos conhecido há um mês, no dia em que fui ao Entertaiment Center pela primeira vez. Ele ainda namorava com uma garota chamada Cameron Jordan, mas duas semanas depois disso eles terminaram. Ele sempre foi muito gentil comigo, conversava, tentava me incluir nas rodas de conversa e tudo o mais. A um dado momento, eu estava em pé, ele chegou, passou um braço pela minha cintura, eu retribuí o gesto e ficamos conversando com algumas pessoas. Então eu olhei pra ele, ele também olhou para mim e foi uma atração instantânea. Em questão de um segundo eu já estava beijando-o ferozmente, senti o chapéu que estava usando cair, mas nem liguei. Nesse dia eu distribuí e recebi chupões pela primeira vez, deixei que pegassem nos meus seios e bunda por baixo da roupa pela primeira vez e deixei que chupassem meus seios pela primeira vez. No dia seguinte, conversamos um pouco, eu o chamei para sair e ele aceitou. Até o dia do encontro ele me mandava Bom dia pelo facebook logo de manhã cedo e eu, claro, estava amando isso. Era a primeira vez que me tratavam assim e eu senti que ele valia a pena enfrentar meu trauma de encontros. No dia do encontro, acabei trancando meu irmão e eu na varanda de casa e tivemos que arrombar a porta para sair. Eu estava muito nervosa e, ao chegar, ele foi me acalmando aos poucos, passamos sorvete no nariz do outro(Bem cara de filminho romântico cliché), ele pagou cinema para nós dois e assistimos Deadpool. Dentro da sala, nos beijamos durante boa parte do filme, distribuímos chupões um no outro, ele pegou nos meus seios e na minha bunda e me masturbou por cima da roupa pela primeira vez. No final da noite, ele foi me deixar em casa, continuou puxando assunto comigo e marcamos de nos ver em uma festa LGBT, um evento que ocorre todo mês para as pessoas beberem, fumarem, se drogarem e se pegarem. No dia do segundo encontro , eu percebi que ainda sentia atração por Green, um garoto com quem havia ficado na primeira vez que fui para o Entertaiment Center e falei isso a ele depois que ele disse que não queria namorar comigo ainda, mas que estava satisfeito ficando só comigo. No meio da noite, ele teve um problema relacionado à irmã e pediu espaço. Nos evitamos o resto da noite, acabei encontrando Green, mas não ficamos. Saí mais cedo do que pretendia, pois estava péssima, tomei um comprimido de rivotril quando cheguei em casa e apaguei. 
No dia seguinte, acordei sem conseguir nem ficar em pé, meu corpo parecia gelatina. Tentei conversar com Cameron, mas ele agiu de forma distante e eu percebi que havia algo errado. Depois conversei com Green e tentei marcar um encontro com ele, mas o mesmo recusou e eu não me importei. Foi aí que eu me dei conta do erro que havia cometido. Eu só sentia atração física por Green e nada mais. Passei meu domingo de Páscoa chapada por causa do rivotril e me sentindo absurdamente culpada. Era como se eu tivesse traído Cameron. Um dia depois, chorei de culpa na escola, como não chorava há anos, e a tarde liguei para ele, dizendo o engano que havia cometido a respeito de Green e que o achava o garoto mais incrível que já conheci. Realmente era. E ainda é. Ele disse que também me achava incrível, mas que não queria nada sério comigo, que depois do encontro LGBT ele havia ido a uma festa, tinha pego deus e o mundo e transado com uma garota. Eu fiquei inconsolável. Chorei a tarde toda, fui à aula de teatro, depois ao shopping encontrar meu irmão e não consegui parar de chorar do caminho para o shopping até o cinema, onde acabei dormindo de tanto chorar. Três meses depois nós ficamos de novo na comemoração do meu aniversário, quando eu também o masturbei(pela primeira vez). Alguns dias depois ele deu outro fora, dizendo que não se sentia da mesma forma que eu e que ia viajar e talvez não voltasse mais. Fiquei tão mal que saía do quarto para comer obrigada, mas não sem antes encarar a porta do quarto, sentir um impulso enorme de voltar pra cama e ter um ataque de choro. Acabamos ficando de novo na despedida dele. Passada uma semana e meia ele me deu outro fora, dizendo que eu estava criando muitas expectativas. Dessa vez ele cortou todo contato comigo, não curtia nem comentava nada meu no instagram ou no facebook. Eu fiquei péssima. 
Comecei a beber para ficar bêbada, fumar mais do que antes, para tentar esquecer a minha vida por alguns instantes, não me sentir tão mal, não pensar e sentir a falta dele tão intensamente. Assim foram as minhas férias: Passava a semana trancada no quarto, saía no fim de semana, ficava bêbada, passava a semana no quarto, saía no fim de semana e ficava bêbada. No penúltimo dia de Julho, nos vimos no Entertainment Center e ficamos de novo. Fomos ao banheiro feminino, onde, além de tudo o que já havíamos feito, também fizemos boquete um no outro, ele disse que queria muito transar comigo e que gostava muito de mim, mas queria que minha primeira vez fosse especial, em um lugar decente. Por isso, e apenas por isso, nós não transamos. 
Menos de uma semana depois ele disse que tinha descoberto que estava apaixonado por uma amiga dele e eu perdi o meu chão. As duas únicas pessoas por quem eu fui apaixonado nunca foram apaixonadas por mim, só queriam transar comigo. Havia passado mais de um ano sem ficar com meninos por quê tinha medo, achava que o único interesse que iriam ter por mim seria sexual e na primeira vez que eu deixei o meu trauma de lado aconteceu exatamente o que eu tinha medo de acontecer. Hoje mantemos uma relação de amigos, se bem que não falamos muito um com o outro. Mas conseguimos conversar normalmente quando nos falamos, pois não guardo nenhuma raiva ou mágoa dele. Pelo contrário.
Mas enfim, voltando ao dia de hoje, meu sentimento de culpa não durou muito. Apesar de ainda estar me sentindo mal, chamei uma amiga minha da minha antiga escola para ir a praia comigo amanhã. Com hesitação e desânimo, levantei da cama e perguntei ao meu padrasto se ele poderia me deixar na praia amanhã e ele disse que sim. 
Depois fui à cozinha, coloquei um pedaço de torta de frango para esquentar no microondas, coloquei chá gelado em um copo e água em outro. Depois de comer e beber chá, tomei meu segundo comprimido azul com a ajuda de água. Passei a manhã tirando carrapato de Olly, Hulk e Summer, postei uma foto de Olly no instagram, depois eu e meu padrasto demos banho nos filhotes, postei uma foto dos três, cheios de espuma, no instagram, tomei banho, lavei a louça, almocei torta de frango e comi biscoitos de côco de sobremesa. Durante toda a manhã não percebi nenhuma alteração. 
A tarde, fiquei mexendo no tablet, comi biscoitos de côco com chá gelado e mais algumas coisas que não consigo lembrar, apenas sei que tinha chocolate. Durante toda a tarde também não percebi nenhuma alteração. 
Comecei a escrever uma história por volta das 17:50 e só parei 23:30, me sentindo esgotada e sentindo uma saudade absurda de Cameron. Na minha cabeça tocava Sweater Weather(The neighbourhood), depois alternava para Wonderwall(Oasis), que Cameron me apresentou no último dia em que ficamos, enquanto estávamos deitados abraçados no anfiteatro. Simplesmente não consegui ficar em paz. Wonderwall estava me deixando mal e o fato de alternar o tempo todo me deixou confusa e agoniada. Não conseguia parar nem desacelerar e elas tocavam e alternavam a um ritmo cada vez mais rápido, parecia que eu ia explodir. Estou tão desgastada e triste que não quero mais acordar cedo e ir para a praia. Quase desmarquei, mas já está tarde. Nenhuma alteração hoje. 
Até a próxima carta. 
Agradecidamente, Victoria Parks 



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