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História Relatos de uma depressão - 8 e 9 de setembro de 2016


Escrita por: Moon_redwich

Capítulo 8 - 8 e 9 de setembro de 2016


8 de setembro de 2016


Querido amigo, eu não sei bem o que achei do dia de hoje. Eu acordei às 6:00, tomei banho, comi meu café da manhã e engoli meu remédio. Cheguei na escola na hora da oração, então tive que esperar acabar para subir para a minha sala. Assisti as aulas, conversei com Felícia e outra garota cujo apelido é Lua. Para a minha imensa alegria, não iria haver aula a tarde, só para quem ficou em recuperação, o que não foi o meu caso dessa vez.
Quando saí da escola, fui para a praça de frente e  fiquei conversando com uma garota da minha sala chamada Summer e seu irmãozinho de 9 anos. Enquanto conversávamos sobre comida, seu irmão ficou pedindo para ela comprar um hambúrguer para ele e se apoiando na gente para andar se equilibrando por cima da cerca que divide a grama da calçada. Durante toda a manhã, não percebi nenhuma alteração. 
Por volta das 13:00, meu padrasto chegou e eu fui para casa. Assim que cheguei, almocei, mexi um pouco no celular e meu pai me pediu para faltar aula para ir para a Pensilvânia, assistir a defesa da tese dele. Depois de pedir permissão à minha mãe, claro que aceitei o grandíssimo sacrifício de faltar a escola. Nenhuma alteração a tarde. 
A noite, postei algumas coisas no Facebook e um garoto que Pietra tentou me arrumar, chamado Sam, comentou uma dessas publicações. Em seguida, chamei ele para conversar no chat e conversamos até uma hora da manhã, foi muito bom! Não parei de conversar nem quando estava jantando a torta de frango que minha mãe fez, que, por sinal, estava maravilhosa, como sempre. Nenhuma alteração hoje. 
P.S: Passei o dia me sentindo estranha, quase vazia, mas havia uma tristeza no fundo. Conversar com alguém por tanto tempo de novo foi muito bom.
Até a próxima carta.
Agradecidamente,
Victoria Parks. 
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9 de setembro de 2016
Querido amigo, hoje foi um ótimo dia. Sim, isso mesmo, eu estou falando bem do meu dia! Quer dizer, teve uns momentos ruins por causa da minha cabeça, mas posso lhe afirmar que 95% foi bom.
Hoje eu acordei com o alarme do meu celular às 6:15, mas enrolei durante os famosos 5 minutinhos. Seis e vinte eu levantei, tomei banho e quando fui me arrumar, me arrependi de não ter escolhido a roupa que iria usar na defesa da tese. Acabei indo com uma calça jeans cinza boca de sino com uns bordados na lateral esquerda, uma blusa de botões verde musgo, um salto bege, brincos de coração com uma pedrinha de brilhantes falsa na ponta e passei um pouco de maquiagem.
Depois de me arrumar, comi um polenguinho, tomei um copo de yogurte, meu comprimido, escovei os dentes e, logo em seguida, meu tio chegou para viajarmos, então peguei meu celular, coloquei em uma bolsa marrom pequena, me despedi e saí. 
Não consegui dormir no caminho para a Pensilvânia. Passei o trajeto inteiro olhando a estrada através da janela sem falar uma palavra, mas com muitos pensamentos. Como sempre. Não parava de pensar nos momentos bons que tive com Cameron, os bons e os sexuais, não parava de tocar House of memories, de Panic! At the disco, na minha cabeça. É uma das músicas que me deixa mais triste. Para você ter uma ideia vou transcrevê-la aqui.
Se você é um amante, você deveria saber 
Os momentos solitários só ficam mais solitários 
Quanto mais tempo você está apaixonado
 Do que você está sozinho 
Memórias se tornam devaneios 
Se tornam um tabu  
Eu não quero estar com medo Quanto mais fundo eu vou 
Isso me deixa sem fôlego 
Corações macios, almas eletrizantes Coração para coração e olho para olho 
Isso é um tabu?  
Querida, nós construímos essa casa Em memórias
 Tire minha foto agora 
Sacuda até você vê-la 
E quando suas fantasias
 Se tornarem o seu legado 
Prometa-me um lugar 
Em sua casa de memórias 
 Eu penso em você de tempo em tempo 
Mais do que eu pensava que iria Você é apenas muito gentil 
E eu era muito jovem para saber 
Que isso é tudo o que realmente importava 
Eu fui um idiota  
Querida, nós construímos essa casa Em memórias 
Tire minha foto agora
 Sacuda até você vê-la 
E quando suas fantasias 
Se tornarem o seu legado 
Prometa-me um lugar 
Em sua casa de memórias  
Esses pensamentos de 
Amantes passados 
Eles sempre me assombram 
Eu queria que eu pudesse acreditar Você nunca me enganou 
Então voce irá 
Lembrar de mim do mesmo jeito Que eu lembro de você  
Querida, nós construímos essa casa Em memórias 
Tire minha foto agora
 Sacuda até você vê-la 
E quando suas fantasias 
Se tornarem o seu legado 
Prometa-me um lugar  
Querida, nós construímos essa casa Em memórias 
Tire minha foto agora 
Sacuda até você vê-la
 E quando suas fantasias 
Se tornarem o seu legado 
Prometa-me um lugar 
Em sua casa de memórias 
Em sua casa de memórias 
Prometa-me um lugar
Chegamos na Penn State às 9:35 e fomos para a sala onde o meu pai iria apresentar a pesquisa dele. Não entendi quase nada do que ele disse. Falar sobre física é como falar grego comigo, mas o que eu entendi, as aplicações, eu achei bem interessante. Como era de se esperar, meu pai foi aprovado e a defesa acabou 12:30.
Papai nos chamou para almoçarmos com ele, os amigos e os orientadores deles em um restaurante, mas meu tio recusou, pois queria voltar logo e como, provavelmente, seria uma confraternização, iria demorar mais. Nos despedimos do meu pai e fomos embora. Antes de voltar para a rodovia, meu tio parou na casa de um amigo para entregar um negócio que eu não sei pra quê é e nem pra quê serve e seguimos viagem. Nenhuma alteração de manhã. 
No meio do caminho meu tio perguntou se queríamos dar uma passada em um museu e eu e minha avó aceitamos. Meu avô não falou nada, pois estava dormindo, então desviamos um pouco da rota e fomos. Você já tentou andar sobre uma pedra toda irregular e escorregadia? Pois imagine andar de salto sobre uma pedra assim! E foi isso o que eu fiz, e sem cair, detalhe importante! Depois de um dos vigias ter explicado alguns quadros, observamos ossos e pedaços de pele pertencentes aos dinossauros e a megafauna, instrumentos utilizados pelos paleoíndios e um cartaz com um estudo de astrofotografia, produzido pelo meu tio.
Após olharmos tudo, passamos em uma lojinha, minha avó comprou dois vidrinhos minúsculos de mel natural e fomos embora. Paramos em uma creperia para almoçar e eu comi, comi muito!
Pedi um crepe de filé, bacon e queijo, mas o que me veio foi bacon de filé, queijo e crepe.
Passamos ainda em um posto para abastecer e meu tio comprou uma barra de chocolate ao leite. Eu vi a hora de explodir! Durante o resto do caminho pra Flórida eu pude escolher as músicas. 
Quando tiramos fotos no museu eu forcei um sorriso aberto, mas senti que aquele sorriso não me pertencia e me perguntei porque as pessoas sorriem para fotos. Fotos são uma lembrança material, por isso às tiramos em momentos importantes ou peculiares. Ninguém gosta de lembranças tristes, então sorrimos para fotos a fim de ter uma lembrança, ou uma falsa lembrança, feliz.
Ao chegarmos na Flórida, paramos em uma praia por 15 minutos para meu tio tirar fotos do pôr-do-sol e depois ele me deixou em casa. Assim que cheguei, dei uma rápida olhada nas minhas redes sociais e fui tomar banho enquanto ouvia música. Vesti uma cropped branca, uma calça azul e branca de cintura alta, uma sandália marrom, meu colar de dragão, um brinco dourado de coração e um anel de latinha de alumínio e linha, que minha irmã trouxe do Peru. Passei blush nas bochechas e no queixo, passei um pouco de batom vermelho escuro, fiz um coque, deixando uma mecha solta de um lado, coloquei as chaves e o celular na bolsa marrom e fiquei esperando minha mãe e meu padrasto chegarem da reunião para me levarem ao Entertainment Center. Nenhuma alteração a tarde. 
Pouco depois, mamãe e Bob chegaram, mas antes de irmos, descarregamos a feira. Quando cheguei no Entertainment já devia ser umas 19:00. Primeiro fui ao anfiteatro, mas só estava Henry e um outro menino. Perguntei a Henry se o pessoal iria hoje e ele disse que estavam no estacionamento. Fui para lá imediatamente, abracei todos que eu conhecia, conversei um pouco com Milla, a prima de Cameron, e ela disse que eu estava mais comunicativa. Dividi um cigarro mentolado com Oliver, depois fiquei conversando com um garoto que eu conheci no primeiro encontro LGBT que eu fui e começaram a tocar Smells like team spirit, de Nirvana. Fui para onde estava tocando a música e fiquei cantando em pé. 
Logo, percebi Catherine Murray olhando para mim e sorrindo discretamente. Retribuí o sorriso e continuei cantando, mas percebi que ela ainda olhava para mim e sorrindo, então retribuí o sorriso novamente e bem na hora, Taylor, que estava ao lado dela, saiu. Ocupei seu lugar rapidamente e Catherine e eu nos beijamos. Dessa vez foi ótimo. Depois ela encostou a cabeça no murinho e eu a trouxe para o meu ombro. Fiquei fazendo carinho nela enquanto ela acariciava minhas coxas e ela disse que sou muito linda e que eu estava maravilhosa, que a roupa que eu vestia estava chamando-a e que eu beijava muito bem. Retribuí seus elogios, pois ela também é muito linda e depois Catherine começou a se sentir mal por causa da bebida, então peguei uma garrafinha com o menino que tava conversando comigo, fui no bebedouro, enchi e depois voltei.
Quando voltei, estava tocando reggae, então fiz minha entrada mexendo um pouquinho os ombros, Geórgio me chamou para dançar e eu fui. Dancei e rebolei na sua frente e pude ver Henry e Catherine olhando para mim. Assim que acabou a música, entreguei a água à Catherine, me sentei e ela foi até um menino chamado Filipe, sentou em seu colo e o beijou. Enquanto isso, conversei um pouco com Erus e Winter, depois com Oliver e Noah.
Acendi outro cigarro, dancei enquanto tragava e depois sentei ao lado de Liam, um garoto com quem eu queria ficar. Puxei assunto, conversamos, ele pegou uma spright não batizada pra mim, já que não posso ingerir álcool, soltou meu cabelo e disse que eu ficava muito mais bonita daquele jeito. Conversamos com mais dois garotos até as 22:20 e ficamos. Foi decepcionante, pois ele abria muito a boca, não foi um beijo bom.
Pegamos o mesmo táxi e no caminho ele encostou a cabeça no meu ombro. Fiquei um pouco tensa, mas fiz carinho em seu cabelo e ele beijou meu ombro. Quando cheguei em casa, entreguei uma nota de vinte reais ao motorista, entrei, falei sobre a noite para a minha mãe e fiquei conversando com Sam pelo facebook. Alteração positiva hoje a noite.
P.S: Esqueci de contar que na quinta o professor de português mandou fazermos um parágrafo argumentativo com o tema: "Teria o corpo ideal se tornado um objeto de consumo?" e depois dar ele para corrigir. Não houve nada para corrigir no meu parágrafo e o professor disse que o meu texto ficou bom. Óbvio que eu fiquei bem orgulhosa.
Até a próxima carta. 
Agradecidamente, 
Victoria Parks. 
  
 
 

 



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