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História Relembre-me - Sentimentos Vazios


Escrita por: princesadekonoha

Notas do Autor


u.u
Oi meu povo, tudo bem?
~como eu tinha dito nas notas finais do capitulo anterior, aqui começa o "passado", os meninos estão na escola, alguns já estão envolvidos com a música outros só sonham mesmo, e assim a relação deles será (vou tentar) construída.
~Espero que gostem e obrigada pelos Favs <3

~anabbc MUITO obrigada por betar maravilhosamente o capítulo, esse foi o primeiro que eu te mostrei e graças à isso pude escrever mais <3 Unnie, vc é incrivel.

Capítulo 4 - Sentimentos Vazios


Fanfic / Fanfiction Relembre-me - Sentimentos Vazios

FLASHBACK ON

~Seokjin pov

Esse seria um dia como outro qualquer. Iria para o colégio pela manhã, voltaria apenas à tarde, passando a maior parte do tempo estudando, até mesmo à noite, mas tudo isso seria em vão.

Mesmo que as minhas notas fossem as melhores da sala essa rotina não me preenchia, eu era literalmente vazio, pois aquilo que eu realmente amava nenhum livro podia me dar: a música. A minha voz era como um pássaro engaiolado, e eu sabia que no momento que eu encontrasse a chave que a desprenderia, ali estaria minha sina, meu viver, minha liberdade. Só queria fugir dessa vida e cantar. Mal sabia eu que em algumas horas encontraria o dono dessa chave.

Após fazer minhas higienes matinais, repassei na cabeça as aulas de hoje que seriam: matemática, geografia, coreano e por fim inglês... aish!! Por mais que estudasse essa bendita língua, ela não entrava na minha cabeça e pra piorar, a professora adorava se esfregar nos alunos, ou mais precisamente, em mim.

Olhei para o relógio e vi que ainda tinha tempo, fiz umas torradas com ovos para mim e para minha omma que iria se levantar um pouco mais tarde naquele dia, e como cozinhar – se fazer só isso já for sinônimo de cozinhar – nunca foi um problema para mim, estava tudo ok.

 Saí de casa andando calmamente, peguei o metrô, desci na minha estação e procedi com a caminhada passando por um parque muito bonito em que brincava quando pequeno; ele era totalmente arborizado, possuía alguns brinquedos infantis como os dois balanços que foram muito utilizados pelo “mini Jin” de uns anos atrás, tendo também bancos de madeira em sua extensão e quase ao seu centro, em uma área um pouco mais rebaixada, um coreto antigo com ornamentos florais em sua volta, grades brancas e uma pequena escada em sua entrada com o mesmo detalhamento.

A capacidade daquele lugar de não mudar nada desde antigamente às vezes me impressionava. As folhas caíam, congelavam, cresciam e rendiam frutos, tais como as pessoas que passavam por ali, tal como eu. Todavia, conforme as coisas em si não se alteraram, os sentimentos que ele proporcionava em mim também não, os quais eu só tenho a graça de dizer que eram felizes e reconfortantes devido à presença dos meus dois melhores – e únicos – amigos JungKook e posteriormente HoSeok.

Ainda consigo me lembrar da primeira vez que vi o mais novo de nós três. Naquele dia, a animação em minha face era nítida, pois finalmente poderia sair com a minha nova saia rosa e fofinha – a qual eu havia acabado de adicionar à minha singela coleção após um longo tempo pedindo-a para minha Omma –, com os olhinhos brilhantes, coloquei a peça, combinando-a com meias 7/8 e um suéter azul bebê por cima.

Chegando ao parquinho, corri até os balanços e me permiti ficar lá por um período não tão grande, já que ao perceberem minha presença, alguns garotos “maus” passaram a rir de mim. Na época eu não entendia o porquê disso se repetir frequentemente, afinal eu era um garotinho como eles e brincava como eles, o único problema era que às vezes eu gostava de usar roupas que não se encaixavam na categoria “de menino”, e isso não me diferiria deles? Ou sim? Para minha mente ingênua isso não era motivo para tal tratamento.

  Sentindo-me ameaçado com a situação, apertei a veste azul com força entre os dedos tortinhos numa tentativa falha de esconder a possível razão pelos abusos, já preparado mentalmente para levar o primeiro de tantos outros tapas do dia, avisto um garoto um pouco menor que eu vir gritando em nossa direção carregando uma vassoura furiosamente, mas ainda sim com os olhinhos cheios de lágrimas – como um cachorro pequeno de rabinho entre as pernas latindo o mais alto que sua garganta conseguia para proteger o seu igual dos valentões – e, como o esperado, ambos levamos uma surra, dividindo-a tapa por tapa, até sermos deixados de lado doloridos. Eu, com a saia levemente rasgada e o garoto, com sua face até anteriormente imaculada, parcialmente roxa.

Apesar de tudo, esse foi o início das minhas mais queridas memórias. Ali, passamos a analisar o estado um do outro e logo começamos a rir de forma inigualável devido à sinceridade contida em cada nota solta entre as soluçadas embargadas. Emocionados, demo-nos as mãos em sinal de reconforto enquanto eu engrandecia a coragem do meu dongsaeng e ele, contente, prometia estar sempre me protegendo, impedindo qualquer pessoa de falar que eu era feio ou estranho, pois eu era o “garotinho de saia mais lindo do mundo”.

Para minha tristeza, anos depois JungKook teve que se mudar por motivos familiares. Quando soube da noticia, confesso que fiquei levemente preocupado ao cogitar a possibilidade de ficar sozinho novamente, contudo, esta foi sanada pela segunda jura agora feita a três: O hyung cuidaria de seus dois meninos e os mesmos o defenderiam de todo e qualquer mal, fazendo a amizade prevalecer à distância.

Impedindo que mais recordações surgissem, afaguei meus olhos já úmidos, voltando a andar calmamente, e não sendo necessário mais que alguns minutos, cheguei à escola. As aulas se passaram lentamente, mas não o bastante, pois conforme chegava a hora da última e temível aula, não conseguia mais evitar o mau humor que só piorou ao ver Hoseok entrar rapidamente em minha sala durante a troca de professores com a feição típica do mesmo, porém levemente alterada ao sentir a “aura negra” que se formava sobre mim.

- O que foi, Jin? Não aguenta a pressão da sensei? – especulou rindo, suas palavras não saíram tão altas, muito menos tinham teor de reprovação ou uma zueira que “fere”, entretanto foi o suficiente para aqueles à nossa volta começarem com os burburinhos.

- Haha, se eu fosse ele, estaria louco pra ver o “furacão” de novo... – disse um dos meus colegas.

- Furacão é pouco para aquela mulher, pena que ela só da bola pro Jinnie – o outro falou levando um tapinha do meu dongsaeng.

- Querem parar, por favor? Isso não tem graça! – resmunguei meio ríspido, o que não adiantou nada.

- Ô Jin, você tem certeza que gosta de mulher? Toda vez que ela aparece você fica constrangido assim – disse o outro, se aproximando e tentando me intimidar.

- Aish... Por que quer saber? Não é porque você se interessou pela beleza do meu hyung que precisa entrar na vida pessoal dele! – Jung disse, sentando prontamente em cima de minha mesa para diminuir o meu contato com o garoto sem deixar de encará-lo por nenhum segundo.

- Aigo! Eu não me interessei pelo seu hyung, sou hétero, só tenho algumas desconfianças sobre o nosso amigo.

- É mesmo! E aí, Jin? – disseram mais uns dois ao nosso lado em tom uníssimo.

Vendo minha face atônita, Hoseok novamente fechou sua cara e colocou sua mão em meu ombro, tentando me acalmar como se dissesse mentalmente para mim “não precisa dar satisfação a eles”, mas infelizmente eu sabia que não era o suficiente, aquelas hienas me olhavam como um pedaço de carne embrulhado para o jantar, o qual seria um Jin vermelho e buscando no mais infinito além de seu cérebro uma resposta incessantemente que o safaria daquilo – ou não.

 Não preciso dizer que eu agradeço aos céus todo dia pelo amigo um pouco idiota, porém muito querido que tenho e que imediatamente estava tomando a frente da minha boca sem som. Contudo, eu não podia deixar ele me salvar sempre, pelo menos não mais, afinal logo o mesmo estaria namorando o cara por quem tem uma queda e aí sim teria uma pessoa por quem se preocupar realmente.

- Omo! Pare de...

- C-claro que g-gosto! – interrompi o castanho, fazendo os olhares aumentarem e minha face ficar ainda mais rubra – Só acho que não é correto pensar essas coisas de uma professora, agora vamos, gente, sério, logo vai começar a aula – mesmo entre gaguejos, aquela era a melhor desculpa produzida por um Jin sob pressão.

- Pra que tentar fugir do assunto Jin? Aliás, nunca vi você com namoradas... Às vezes me pergunto o porquê... – um dos garotos revidou.

Ao ouvir isso, eu simplesmente gelei, nunca havia me passado pela cabeça que existia um motivo para nunca ter namorado ou não suportava esse assédio, fiquei sem saber como responder novamente e nem mesmo meu salvador tinha algo a falar, pois o mesmo voltou sua face para mim juntamente com os demais. O clima ficou tenso, via alguns sorrisinhos maliciosos e um olhar preocupado próximo a mim, deveria eu novamente buscar uma resposta? Ou calar-me? Todavia, eu poderia dizer que a sorte estava a meu favor hoje, já que nenhuma das opções foram necessárias para quebrar o ar pesado que apenas meu ser podia sentir, rapidamente uma voz feminina se instaurou na sala pedindo por atenção urgentemente – é, talvez não seja sorte o que você tem, Seokjin.

- Jung Hoseok! What are you doing here? – disse a mulher com uma camisa branca com no mínimo os quatro primeiros botões abertos.

- Eu? – apontou para sua face, se fazendo de desentendido, vendo que ela assentiu, pulou da mesa forçando um sorriso malicioso – I’m dancing! – dito isto, começou a fazer uma dancinha estranha que fez a sala toda sorrir juntamente comigo.

- Oh, that’s right, maybe you can dance with the director. Looks great, don’t? – olhou-o de forma inquisitiva.

- Aigo – coçou a cabeça – No, no I will go to my class now – andou de cabeça baixa até a porta em que a mais velha tinha entrado, abriu-a, mas antes de sair, parou fazendo mais uma vez seus movimentos “sexys” deixando os presentes na maior gargalhada. Dentre os sorrisos e a cara de reprovação da sensei, ele me lançou rapidamente o olhar em um gesto de “desculpa”, mexi com a cabeça de forma positiva e ele logo saiu.

Não tardou muito para as risadas se dissiparam e o clima ruim voltar a atormentar. Fiquei mais rubro do que nunca, ansioso, preocupado, incomodado, solitário, rezando para que aquela bruxa não notasse minha presença, o que não aconteceu, pois ao ver minha cara, ela se dirigiu até meu assento cortando a distância, ultrapassando o máximo do máximo aceitável por mim.

- Seokjin, meu querido, o que houve?

Os meninos se entreolharam com uma cara maliciosa e eu respondi rapidamente quebrando os burburinhos:

- Não é nada, Sensei, pode iniciar a aula.

Ela fez uma cara de reprovação ao colocar a mão na minha testa, logo se abaixou mais um pouco para me dar a visão de seu decote e sussurrou ao meu ouvido:

- Você não esta assim por causa de mim, né, Oppa? – depois se ergueu um pouco, lambendo os lábios numa tentativa falha de ser sexy e prosseguiu elevando o tom – Bom, febre você não tem, mas posso te levar à enfermaria por precaução.

Como se não bastasse aqueles garotos, agora ela, aquilo começou a formar um nó em minha garganta, não aguentava o abuso, a brincadeira, tudo me enojava, senti meu sangue subir à cabeça novamente, então me levantei batendo com ambas as mãos na mesa, deixando-os curiosos e levemente assustados. Ignorando tudo ao meu redor, arrumei meus pertences dando uma profunda puxada de ar e soltando calmamente para reunir toda minha coragem antes de falar:

- Na verdade, você tem razão, eu realmente não estou bem – tossi forçadamente – acho que vou passar na enfermaria sozinho e ficar por lá, com licença.

Com passos rápidos e levemente atrapalhados acabei saindo sem olhar para trás, só conseguindo distinguir risos e ela mandando os meninos pararem de falar ao fundo. Mas e agora? O que eu faria? Hoseok estava por um fio com a direção pelas suas gracinhas, seria impossível chamá-lo; se eu voltasse para casa e minha omma visse que tinha matado aula, ela me mataria... Ficar realmente na enfermaria também não era uma boa ideia, pois a qualquer momento aquela louca podia ir lá ou o bando de idiotas pra me importunar. Mas eles iam ver só quando chegasse a época de provas, se haveria um Jin para salvar a nota deles...

Depois de pensar um pouco, resolvi sair da escola mesmo e arranjar o que fazer por lá, já que ficar parado no corredor era pedir para ser visto e levar fumo do diretor. Fui até a porta principal onde ficava um ajusshi para evitar a saída dos alunos, joguei minha bolsa para fora da grade cuidadosamente evitando fazer barulho e me aproximei dele, falando com a melhor cara de preocupado que eu conseguia fazer:

- Hey! Ajusshi, me ajude!

- Jin, o que houve, meu filho? Você está bem? O que esta fazendo aqui fora? – Correu aflito em minha direção e um pouco ofegante entre as palavras... Realmente me dá pena de enganar um senhor tão bom quanto ele, mas é isso ou voltar para aquele inferno.

- Estou sim, a professora de inglês pediu para que eu buscasse algo para ela, mas no meio do caminho ouvi barulhos no banheiro do piso 2, parece que alguém está preso!

- Preso? Mas porque você me chamou e não foi à sala do diretor? – disse ele, meio confuso.

- Aishh, ajusshi, fiquei preocupado e realmente não quero que o diretor possa achar que estou envolvido nisso, aliás, vi alguns meninos da minha sala saírem de lá antes de ouvir os gritos, por favor, ajusshi, sei que posso confiar em você e que conseguirá resolver, por favor!! Tem que ir logo! – disse puxando sua blusa tentando enfatizar o meu lado dramático.

- Okay, okay, este velho irá ver...  Vamos então?

- Melhor não! E-eu, ee-eu, eu tenho que entregar o material para a sensei, lembra? Pode ir só o senhor mesmo.

- Se todos os meninos fossem preocupados e responsáveis como você, meu Jin...

Aliviado, esperei ele se virar e entrar na escola me dando a deixa perfeita, sem que visse pulei as grades – coisa que se eu contasse depois para Hoseok, o mesmo se impressionaria e me olharia com um misto de incredulidade e preocupação –, peguei minha bolsa e corri até parar no único lugar que me traria conforto naquela hora, o parque.

Após adentrá-lo, não foi muito difícil encontrar um lugar para me recostar, em questão de minutos já estava sentado abaixo de uma árvore qualquer logo acima do coreto, permitindo-me uma visão ampla do local e uma sombra gostosa. Esperei o tempo passar e acabei adormecendo por um breve instante.

...

Calmamente, meus olhos começaram a se movimentar, indecisos entre olhar a luz por entre as folhas ou permanecer no sonho com um garoto cujo rosto estava desfocado. Na duvida, escolheram ameaçar se abrir, ainda que meio inertes nesse jogo cerebral, até que, suavemente, algo alheio a mim estimulou-os a completar tal ato, já com a visão clara, meus ouvidos passaram a captar alguns sons irreconhecíveis de inicio, porém a curiosidade os fez ficarem atentos àquela voz rouca e gostosa de escutar.

Levantei-me, limpando as calças com ambas as mãos e segui o som, era um rap com um ritmo suave, mas uma letra carregada de emoções, falava sobre as prisões da vida, pressão familiar e da sociedade, parecia que aquelas palavras estavam sendo feitas para mim, e quando finalmente achei a voz, senti que a minha pequena fechadura tinha começado a se abrir.

Não sei explicar, simplesmente foi surreal, parece exagerado, até mesmo precipitado falar isso, mas realmente foi. Eu avistei um garoto de estatura alta no centro do coreto, ele era tão familiar quanto desconhecido, algo que me proporcionava uma deliciosa dúvida ao passo das batidas descompassadas vindas do meu coração. O ser devia ter a minha idade mais ou menos, era difícil ter certeza pela distância que mantive, ele tinha os cabelos loiros de certa forma rebeldes e pele levemente mais escura do que a minha, vestia uma camisa vermelha com listras brancas e uma calça jeans simples, poderia eu dizer que achei fofura naquela pessoa ao observá-lo?

Escondido, fitei seu modo de agir, havia momentos que seu rap saía em um ritmo continuo, em outras, parava – acredito que tinha errado a letra – falava um palavrão e chutava o chão como um verdadeiro “monstro” ou retirava um caderno do bolso e anotava algo concentradamente.

O tempo que permaneci ali, admirando aquele garoto, passou muito rápido, quando percebi o céu estava quase escurecendo e se não corresse, chegaria atrasado para o jantar, por isso acabei saindo dali o mais rápido que pude sem ao menos saber seu nome ou ver realmente seu rosto, contudo, algo me dizia que durante todo o “show” meu rosto se avermelhou, não por raiva ou vergonha como anteriormente, mas sim por algo novo, algo bom e que nunca havia experimentado antes.

...

Ao chegar em casa, subi para o meu quarto, onde finalmente peguei o celular esquecido pela tarde, ali continham várias mensagens do Hoseok preocupado, perguntando onde eu estava e se estava bem, com um grande sorriso, apenas respondo um “amanhã conversamos, está tudo ok” e me permito cair na cama como se a mesma fosse uma nuvem, macia e singela que me levaria ao meu primeiro sonho – ou talvez segundo – com aquele cara um pouco estranho, mas extremamente cativante.


Notas Finais


u.u
Muito obrigada por lerem até aqui.
~Kissus >.<


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