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História Relentless - Daylight


Escrita por: jdbpower

Notas do Autor


voltei, eu sei que vocews não vão ler isso mas ok... kkkk espero que gostem e acho que esse foi o maior cap até agora, sorry not sorry hahahahah

Capítulo 22 - Daylight


Fanfic / Fanfiction Relentless - Daylight

Jaxon tentou me impedir de avançar sabendo que o ódio já tinha possuído o meu corpo. Eu não agia mais com a cabeça. Brooklin ergueu as mãos em pose vitoriosa e eu só pensava em arrancar os braços do corpo dela. Mack estava caída no chão desacordada e era como se o meu coração não batesse mais. 

Em menos de um segundo eu já tinha derrubado Jaxon no chão e empurrado Chace da minha frente. Pulei no ringue e peguei-a nos braços, mas eu estava atordoado demais para me lembrar onde a porra da enfermaria ficava. Mack estava apagada, se algo acontecesse com ela... Minha mente embaçou só de imaginar. 

Eu estava desnorteado, Chace me guiou até o ambulatório da academia e eu a deitei em uma das macas. Kate, a médica dali começou a fazer uma série de perguntas, mas eu não tive tempo de responder. Meus pés me levaram para fora da sala e o meu ódio tomou conta. Eu empurrei a porta do local e saí voltando para a academia. Meu olhar duro procurou por ela e ela ainda estava no ringue.

 Não fazia mais diferença se ela era mulher, eu não me importava.

Pulei de volta no ringue sério, pronto para acabar com ela.  Seu olhar orgulhoso da vitória sumiu no segundo em que ela viu que eu estava fora de controle. Minhas mãos empurraram o corpo dela pra trás com força e ela tombou. Medo pintou sua face.

– Filha da puta! 

Bieber! – alguém me chamou, mas no instante em questão eu só estava focado em uma coisa. No meu adversário. – Você se acha boa o suficiente pra lutar com ela? Quero ver se consegue comigo!

– Qual a porra do seu problema? – ela voltou à posição de ataque. – Não me diga que veio tomar as dores da sua namorada perdedora? Você não me parecia esse tipo de cara. – seu riso de deboche só pintou a fúria ainda mais dentro de mim.

Balancei a cabeça e lancei meu punho pra desferir o primeiro golpe, mas fui detido por alguém.

– Justin, caralho! – Chace e Jaxon conseguiram me puxar antes que eu avançasse novamente. O meu instinto dizia que eu precisava ferir ela. Somente isso.

– Você não vai fazer isso, mano. Ela é uma garota, porra! 

Jaxon gritava na minha orelha tentando me acordar pra realidade, mas eu tentei me desvencilhar.

– Irmão, vamos cuidar da Mack. 

Eles continuavam me puxando.

– Ela machucou a Mack. Me solta, porra!

– Eu não tenho medo de você! – Brooklyn avisou e trinquei o maxilar tentando mais uma vez me soltar dos filhos da puta que me seguravam.

A coragem dela pareceu se fundir com o deboche e a cada segundo que passava, seus olhos azuis atiçavam o meu ódio interior. 

– Cala a boca, Parrish!

– Cara, a Mack ta lá dentro. Ela precisa de você. Não vale a pena. Se você for em cana de novo o papai arranca seu pescoço, filho da puta. 

Bieber! – a voz grave de Blade invadiu o ginásio, ele estava furioso, mas eu estava mais.

Eu parei de tentar me soltar. Mack. Ela precisava de mim. 

Quando os dois perceberam que eu estava mais calmo, afrouxaram o aperto.

– Se eu te soltar agora, você não vai avançar na garota, entendeu? 

Chace me instruiu e assenti. Eles me soltaram e eu pulei fora do ringue passando por Blade, mas ele me segurou pelo braço com força.

– Vamos conversar sério depois. 

Eu não escutei, puxei meu braço de volta e corri até o ambulatório. Quando cheguei Mack já estava desperta se sentando na maca com a mão na cabeça.

Eu pude respirar normalmente quando vi que ela acordou.

– Puta merda, Lucky. – eu puxei seu corpo contra o meu a abraçando com força.

– Ai, minha cabeça. Um caminhão passou por cima de mim e ninguém me avisou?

Meus olhos percorreram todo o seu corpo quando a soltei. Nenhum machucado, a menos pelo pequeno inchaço na maçã do rosto.

– Justin, você pode ficar tranquilo. Mack parece bem. Nenhum dano grave. Contudo, eu vou ter que examina-la por mais algum tempo. – Kate, a doutora do ambulatório chamou minha atenção.

– Minha cabeça dói, como se eu estivesse de ressaca. – ela se ajeitou na maca e fez uma careta. 

Beijei sua testa e segurei seu rosto olhando cada mínimo detalhe. Ela estava bem. Eu não sabia o que faria se ela tivesse se machucado de verdade, eu não podia nem imaginar na hipótese.

– Você quase me matou de susto. Porra, eu quase matei aquela filha da puta. 

Ela fez uma careta por conta do meu palavreado e riu fraco.

– Sem lutas pra mim pelos próximos... 40 anos? 

Meu coração pareceu respirar aliviado. Ela estava bem. Segurei o queixo dela a olhando nos olhos.

– Você quase me deu um ataque cardíaco e alguns meses na cadeia por causa disso. Merda, se você tivesse...

– Shh. Eu estou bem, ok? 

Ela beijou minha boca, era pra ser algo rápido, mas eu aproveitei quando ela abriu a boca em protesto e a beijei de verdade. 

– Tudo bem, eu posso sair se vocês quiserem. – Kate zombou e Mack riu me afastando.

– E ai? Como ela está?

Jaxon entrou no ambulatório com Chace.

– Dolorida. 

Apoiei-me na cama e abracei Mack. Eu não iria soltá-la tão cedo.

– Olhe só, você está ótima pra quem foi nocauteada. 

– Ha-Ha. Devo agradecer, Jax? 

Mack rebateu recostando-se a mim.

– Ok, rapazes. Eu vou precisar que vocês saiam pra que eu possa avaliar a Mack.

Chace assentiu, mas Jaxon cruzou os braços avaliando a situação.

– Ela vai tirar a roupa? Porque se for eu vou ficar feliz em ficar em assis...

– Vou te dar dez segundos pra você sair correndo antes que eu quebre o seu braço , Jaxon. 

Ameacei e ele riu saindo. Eu não estava brincando de qualquer maneira.

– Ok. Você pode ficar, Justin. 

Kate ironizou quando percebeu que eu não iria largar Mack tão cedo. Ela fez alguns testes aptos em Mackenzie e ela parecia responder bem a todos, reclamou de uma dor de cabeça, mas que na visão de Kate era comum. Ela cogitou pedir um raio X, mas optou por esperar alguma reação grave. 

*

– Eu posso andar, você sabe... Não é como se eu tivesse quebrado a perna ou qualquer coisa assim.

Eu ri. Carregar Mack era algo que eu tinha adicionado na minha lista de prazeres da vida e coisas-para-se-fazer-todo-dia. Eu gostava de ter ela nos meus braços. Ali eu sabia que podia mantê-la segura, ali ela era minha e ninguém podia tocá-la. O caminho do ginásio até em casa era de aproximadamente cinco quadras. Eu poderia ter pegado um táxi, ou ligado pro Taylor. Mas eu gostava de passar momentos assim com Mack. 

– Eu sei, mas você sabe. Eu sou o príncipe perfeito e minha função é carregar a princesa frágil até o castelo encantado.

Ela gargalhou alto jogando a cabeça pra trás. 

– Você? Um príncipe? Acho que você é mais do tipo... Bad boy gostoso que desvirtua a garota certinha. Sim, isso realmente se encaixa na nossa história. E também, eu nunca fui muito fã de conto de fadas. 

– Hmm, então eu sou o bad-boy gostoso? Acho que isso diz algo sobre nós. 

Ela riu e voltou a enrolar as mãos no meu pescoço e se levantou para me beijar levemente. O resto do caminho foi preenchido com comentários aleatórios sobre coisas que víamos na rua.

– A Penn vai chutar a minha bunda quando souber do que aconteceu. 

Fechei a porta com o pé e ela assentiu e desceu do meu colo.

– Sim. Ela vai querer arrancar, hm, você sabe, isso que você tem entre as pernas.

Isso? Não o trate assim. Ele pode ficar chateado. 

– Justin! 

Eu amava deixá-la constrangida. 

– Qual o problema em dizer pênis, ou pau? Ou qualquer coisa assim? – perguntei franzindo o cenho.

– Cala a boca.

– Não até você dizer. Repita: “Penélope arrancaria o seu pau se algo ruim acontecesse.”. 

Ela me olhou incrédula e balançou a cabeça.

– Não há chances de eu dizer isso!

Ela balançou a cabeça e se virou de costas pra ir até o corredor.

– Diga! 

Segurei-a antes que ela pudesse sair.

– Lucky.

Havia algo no jeito de eu chamá-la assim que a deixava a mercê do meu toque e da minha voz. Eu sabia que podia persuadi-la. 

– Não vou dizer, Justin! 

– Por que não? Não é como se fossemos crianças e fosse um tipo de palavrão. – eu ri e ela rolou os olhos apoiando o corpo na parede.

Eu não tinha planejado olhar diretamente para os peitos dela, mas eles estavam ali, bem a minha frente, sendo cobertos apenas por um top justo branco... 

– Pare de olhar! 

Ela abraçou o próprio corpo corando e eu gargalhei.

– Você não é nenhuma santa, gata. Eu lembro muito bem quando você pediu pra tocar no meu pau. Nunca vou esquecer aquele dia. – ele riu – E você estava realmente gostando dos meus dedos no banheiro outro dia... 

Ela me olhou como se me praguejasse por estar dizendo aquilo tudo.

– Eu não acredito que você está jogando isso na minha cara agora. 

Agora ela parecia irritada, mas ainda sim linda pra caralho.

– Eu só estou relembrando. Você não gostaria de relembrar as sensações também? 

Apoiei minhas mãos na parede ao lado da cabeça dela e pendi meu corpo pra frente ficando a milímetros de distância da boca de Mack.

Ela prendeu a respiração e seu perigo inflou. Eu estava quase lá.

Mack

Ele fazia de propósito. Justin usou seu melhor sorriso destruidor de ovários e mordeu o canto do lábio inferior. Apenas aquilo foi capaz de fazer as minhas pernas bambearem. 

Eu não era imune aquele sorriso e aquele olhar. Havia algo sobre o castanho de seus olhos que era intensamente ilícito, algo proibido, quente como fogo. Era como um alerta avisamos "perigo", mas eu não conseguia me afastar. Pelo contrário, cada vez mais eu queria me aproximar. Eu queria me queimar com aquele fogo.

– Diga-me. Você não gostaria de sentir o mundo girar de novo? – seus lábios se encontraram com a pele do meu pescoço que estava suada, mas ele não se importou em sugar a região acariciando com a língua depois.

– Justin, não. 

Minha voz era pra ter saído firme e confiante, mas não passou de um sussurro abafado.

Ele passou a mão pela minha cintura e nos colou ainda mais. Era bom. Nós dois estávamos banhados de suor e minha cabeça ainda doía um pouco, mas não importava mais. Tudo parecia estar flutuando no ambiente e dentro de mim. 

Eu não pensei duas vezes antes de enterrar minhas mãos por dentro da regata fina que ele usava e empurrá-la para cima expulsando o tecido do seu corpo. Ele sorriu e jogou longe. Seu olhar voltou a mim e ele me beijou. Ou talvez tivesse sido eu, nossos lábios se encontraram no meio do caminho e o calor tomou conta. 

Não era um simples beijo, não era romântico, não era de amigo, era um beijo totalmente lascivo, cheio de luxúria, sensualidade e desejo. 

 Minhas unhas arranharam seus gomos na barriga, eu adorava tocar naquela região. Ele era tão gostoso. Tão... Perfeito.

Em menos de um segundo, como já parecia ter virado um hábito, Justin segurou a parte de trás das minhas coxas e me levantou me empurrando contra a parede. Abracei seus ombros o beijando com mais força.

Para com isso. A gente tem que tomar banho. – avisei baixo o lembrando quando partimos o beijo a procura de ar. Mas ele continuou a beijar a minha clavícula e pescoço.

– Não vou parar. Você não quer que eu pare.

Eu não queria. 

Puxei sua cabeça pra trás e o beijei novamente. Merda, era tão bom. 

– Banho, Justin. Tomar banho. 

Eu tentava me lembrar disso também, mas era difícil. Era impossível, seus lábios vermelhos e inchados pareciam implorar para serem sugados a cada vez que eu os olhava. Seus olhos queriam me devorar. Eu era uma presa fácil.

– Banho, uhum... Podemos tomar banho depois que eu tiver fizer gozar. Feito?

Ele sussurrou mordendo o lóbulo da minha orelha.

Para!

– Você vai perder a vergonha comigo, eu sei que você não é assim sempre. Não há nada de errado admitir que sente desejo, tesão... Não há nada de errado em dizer o que sente, por mais sujo que seja, Lucky. 

Ele derramava cada palavra no meu ouvido com um beijo na região. Seus apertões me faziam perder os sentidos. Era bom estar sendo segurada por ele, do contrario eu já teria caído.

Abri os olhos e segurei a nuca dele olhando em seus olhos. 

– Eu não... Eu não sei fazer isso, entende? Eu não consigo ser esse tipo de garota. Eu sou... – bufei fechando os olhos sentido o rubor nas bochechas. – Eu tenho medo de fazer ou dizer algo errado. 

– Olha pra mim. 

Eu abri os olhos e ele sorria. 

– Você não precisa ter medo. Nós vamos fazer isso, eu e você. 

Ele beijou as maçãs do meu rosto e eu gemi fraco de dor quando ele beijou a direta. 

– Desculpa. 

– Tudo bem. 

– Agora você tem que me prometer uma coisa. 

Deixei meus braços repousarem nos ombros dele e assenti.

– Não quero que você sinta vergonha na minha frente, eu sou seu namorado e seu melhor amigo, não há nada pra se envergonhar. 

"Eu sou seu namorado"

Não tive como conter o sorriso. Meu coração começou a bater tão rápido que eu pensei que pudesse morrer. 

– Meu namorado?

Ele estava sério, mas sorriu assim que eu repeti. 

– E melhor amigo.

– Repita. 

– Eu sou seu namorado e melhor amigo.

– Ok. Hm, Justin, acho que você precisa me levar pro hospital. Acho que bati a cabeça com muita força ou Justin Bieber acabou de dizer que é meu namorado. 

Ele riu e eu o acompanhei quando ele me beijou em seguida.

– Não, mãe. Tudo bem, eu vou ligar com mais frequência. Sim... Também te amo, tchau.

Encerrei a chamada e respondi algumas mensagens de Fynn sobre um trabalho que teríamos de fazer. Eu estava na sala com os cadernos de Justin estudando um pouco mais de exatas. Ele estava no chuveiro. Taylor assistia ao noticiário na televisão. Já era noite. O dia tinha passado rápido. Depois de tomar banho, Justin e eu comemos e caímos no sono no sofá. Eu estava começando a ficar familiarizada com os números e as fórmulas, e podia até dizer que estava indo bem. 

Pouco tempo depois Justin chegou à sala ele sorriu pra mim e foi até a cozinha. Ele pegou um pacote de chips e começou a comer ao meu lado enquanto eu estudava, sua mão estava repousada na minha nuca e ele ficava fazendo carinhos ali. Era difícil se concentrar com aquilo, mas eu não reclamei. Depois de acabar com os meus exercícios eu peguei meu celular e olhei a data no calendário. Meu olhar se voltou pra ele, que estava focado na tela do celular.

– Você sabe que dia é hoje?

– Domingo? – ele respondeu incerto.

– Não. Eu digo sobre datas. 

– Dia... – ele olhou no visor do celular.

– Sete de outubro.

– Exato. E você sabe o que acontece daqui a três dias?

Ele me olhou como se eu falasse em códigos e de certa forma era.

– Não.

Peguei meu celular e abri o calendário mostrando o evento marcado para o dia 10 de outubro no visor. O aviso era um pouco sutil, mas engraçado.

"Livre do Bieber! Volta para o Morgan! Fim da aposta."

Seus olhos perderam toda a malícia. O sorriso maroto sumiu de seus lábios dando lugar a uma linha fina apertada.

– Daqui a três dias é o fim da aposta. E eu vou voltar pro Morgan. 

Eu não sabia se deveria estar sorrindo como estava, eu não estava feliz. Pelo contrario. Eu estava triste por isso, mas poderia ser bom. 

– Você não precisa voltar. Não é mais uma aposta. 

– É claro que eu preciso. Essa é a sua casa, não a minha. 

– Eu não quero que você vá. 

– E eu não quero teste de matemática amanhã, mas não podemos ter tudo...

Eu ri fraco, mas ele continuava sério.

– Vem morar comigo. Você não vai precisar pagar mais o quarto e... Eu não sei você pode fazer qualquer coisa com esse dinheiro e... Eu vou te levar pra faculdade todo dia. Nós vamos ficar juntos. Eu... Porra, Mack. Isso vai ser incrível, você vai ficar.

Posso dizer que meu coração derreteu ao vê-lo tão animado fazendo planos, mas aceitar não era viável.

– Justin, não há chances de eu morar com você. Joseph arrancaria a sua cabeça e a minha se isso acontecesse. E eu estou feliz pagando o quarto com Penn. Lá é a minha casa. E eu não posso deixar ela sozinha pra sempre. 

Argumentei guardando o material solto na mesa. 

– Mas eu quero que você fique. Você pode ficar. Taylor, a Mack não deve ficar?

– Não me mete nessa, cara. 

Guardei as canetas no estojo e fechei os cadernos.

– Eu não vou vir morar com você, Justin. A aposta foi de um mês. E daqui a três dias, o nosso trato acaba. Não vamos criar um problema, ok?

Ele não me olhou. Levantou-se e saiu andando irritado. Primeiro ele foi pro quarto e depois saiu calçando seus tênis e segurando o maço de cigarros. Ele bateu a porta com força e o silêncio pairou. Taylor olhou pra porta e depois pra mim.

– Ele é assim, às vezes parece uma criança mimada. Não se sinta culpada. Ele quer controlar tudo. 

Suspirei e assenti. Fui pro quarto e fiquei lá, mexendo no meu notebook enquanto ele não voltava. Eu cogitei ir atrás de Justin, mas eu sabia que ele voltaria logo. Ele precisava de um tempo.

Um mês tinha se passado, mas eu podia voltar a ver o dia em que nós conhecemos como se fosse ontem. Ele era ridículo aos meus olhos. Ele tentou me agarrar neste mesmo quarto e eu tive uma das minhas crises de claustrofobia por conta disso. Eu ri. Havia tantas memórias nesses poucos metros quadrados. Eu tinha descoberto uma casa ali, não apenas na casa, mas no ambiente, aquilo era um lar, estar com Justin era estar em casa. Mas eu não queria ser um peso. Não novamente

A parede estava repleta com as minhas colagens, as nossas lembranças ficariam pra sempre ali e eu gostei de saber disso. Era um pedaço meu que estava gravado naquele quarto. Não que isso tudo soasse como um fim, claro que não. O "nós" estava apenas começando e eu podia sentir a alegria tomar conta de mim. 

Olhei pra janela e vi a Lua brilhante no céu. Era uma noite linda e a vista da noite enegrecida deixava o cenário ainda mais bonito.

Deitei-me a cama e abracei o travesseiro dele inalando seu cheiro. Aquela cama guardava ótimos momentos, eu poderia ter me acostumado a dormir ali pra sempre. Cobri-me e me encolhi sorrindo. 

Eu não estava triste por estar acabando. Eu estava feliz acima de tudo, por aquilo ter acontecido, eu estava feliz porque quando eu fosse embora as coisas iam finalmente começar. Sim... Era um novo começo. 

Eu estava sonolenta, mas não podia dormir sem os braços e o calor dele ao meu redor. Horas já tinham se passado e eu estava começando a me preocupar. A porta do quarto foi aberta, mas ele não acendeu a luz quando entrou. Meus olhos estavam abertos, mas ele não tinha notado. Vi a sombra do corpo de Justin andar pelo quarto enquanto ele se despia tentando fazer o mínimo silêncio possível. Eu podia sentir o cheiro de cigarro, mas não disse nada. Ele foi até o banheiro e fechou a porta. Escutei som da torneira e depois ele voltou. Me movi mais pra trás e deixei ele se deitar. 

– Você não precisa ter medo. – avisei e ele se assustou ao notar que eu estava acordada.

– Não tente me convencer de que as coisas vão continuar iguais quando você for embora.

Me sentei na cama e olhei em seus olhos, mesmo com a escuridão do quarto.

– Eu não estou indo embora, Justin. Eu vou estar a poucos quilômetros de distância. Você pode me ver sempre que quiser. 

– Qualquer lugar fora dos meus braços é longe demais pra você estar, Mack. 

– Isso não era pra ser assim. Eu te prometi que nunca ia te deixar, certo? E eu não vou, a menos que você me mande embora. 

Toquei seu rosto e me aproximei beijando seu lábio. Ele tinha escovado os dentes.

– Esse lugar não vai ser o mesmo sem você. 

– Bem, eu posso deixar um pouco da minha bagunça espalhada pelo quarto pra você. Vai ser como se eu estivesse aqui. – eu ri e ele me puxou pros seus braços.

– Não há nada que eu possa fazer pra mudar a sua cabeça, né?

Assenti. Ele suspirou e eu segurei o seu rosto beijando sua testa e depois seus lábios.

– Eu sempre vou estar aqui. Sempre.

Ele sorriu e segurou a minha nuca me beijando de verdade.

– Eu só não sei como chegar nele e dizer...

– É simples: "olá, Harry, tudo bem? Estou terminando com você agora, sinto muito, mas estou com o Bieber. Adeus.". Até eu posso fazer isso!

– É fácil falar. Eu não posso simplesmente chegar e dizer isso. Não é assim que funciona, Penny.

– Você é tão dramática. – caminhamos pelo corredor em direção ao refeitório. 

Eu teria de falar com Harry. Terminar algo, que nem ao menos tinha começo, soava estranho. Eu não sabia fazer isso.

– Bem, se você não sabe, chegou à hora de aprender. Ele está vindo. Encontro você lá embaixo. - eu nem tive tempo de chamá-la ela mudou de caminho, virando no corredor com passos apressados quando Harry se aproximou sorrindo. 

Oh, não!

– Hey, Mack. 

Não era justo. Ele parecia tão bom. Sempre tinha sido tão atencioso comigo.

– Oi. – minha voz saiu baixa e eu abracei os cadernos contra o meu corpo.

– Tudo bem? A última vez que eu te vi, você parecia um pouco... Desnorteada. – ele riu fraco e eu forcei um sorriso.

– É... Harry, eu preciso conversar com você. – soltei de uma vez.

– Tudo bem, podemos ir até o Burger King agora ou aquele lugar onde vendem comida natural por doze dólares. 

– Não, Harry. Eu-eu... Eu estou acabando com você. Quero dizer, com nós. 

Eu fui sutil e rude. Penn dava os piores conselhos do mundo.

Ele congelou com os olhos assustados.

– Eu... Não exatamente acabando, nós não tínhamos algo, mas... Eu só não posso fazer mais isso. Não estava sendo honesta com você. – expliquei sendo o mais sincera possível. – Foi legal, eu gosto de você. Mas é mais como uma amizade do que um namoro. Me desculpa por isso.

– Você está com ele, não é?

Não era preciso ele explicar quem era o “ele”. Abaixei a cabeça envergonhada e mordi o interior das minhas bochechas.

– Eu consigo entender você ter se apaixonado por ele. Toda a população feminina daqui já sofreu desse mau, mas eu pensei que você fosse diferente. 

– Harry, só porque eu estou apai... Só porque estou com Justin isso não me coloca em alguma espécie de padrão. Eu... – ele tinha sido baixo. – Quer saber? Adeus.

Eu estava irritada. Ser comparada já era algo ruim, comparada com algo ruim era pior ainda. Caminhei apressada e raivosa até o refeitório e logo encontrei a mesa de Penn e Taylor me juntando a eles.

– Como foi?

– Péssimo.

– Mas você fez, não é?

Assenti com a cabeça deixando a minha bolsa cair. 

– Justin já sabe disso? – Taylor perguntou.

– Não. Eu não o encontrei ainda.

– Então algo muito bom deve ter acontecido. Olha o tamanho do sorriso do babaca.

Olhei por cima do ombro pra onde Taylor tinha apontando com a cabeça e vi Justin vindo em nossa direção sorrindo. Ele se sentou do meu lado e beijou a minha boca com força e rapidez. Em seguida me mostrou um envelope.

– O que é isso?

– Seus horários. Você tem aulas às quatro e meia. Não me agradeça agora. Mas eu sei que você pode me agradecer de outra forma.

– Justin?

Parabéns! Você foi matriculada na aula de artes visuais! – ele disse aquilo como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

– O quê?

– Yeah, baby. Eu fiz isso. 

– Como? Você nem tem os meus dados... – o sorriso malicioso que ele me deu fez com que eu abrisse a minha bolsa a procura da minha carteira. – Eu não acredito! Justin!

Ele puxou a meu ID do bolso e me entregou. – Foi por uma boa causa. 

Ele realmente tinha feito. Eu não sabia se ficava feliz ou zangada. 

Artes visuais. Poderia ser uma boa ideia, mas poderia ser uma tragédia também. Eu nunca tinha pensando em seguir carreira fazendo algo que era apenas diversão, mas me pareceu ser o combo perfeito agora. 

– Eu deveria te matar! Você roubou a minha carteira. E isso não vai passar em branco, mas...

– Mas...

– Vai começar. – Penn alertou rolando os olhos. 

– Eu acho que vou te beijar! – avisei e pulei no pescoço dele o abraçando.

Ele gargalhou e me apertou chamando a atenção de algumas pessoas. Fodam-se elas. Oh, eu realmente pensei nisso?

– Faça isso. Será um prazer. 

Eu ri e ele segurou o meu queixo puxando meu rosto para me beijar, mas eu virei e seus lábios se encontraram com a minha bochecha. Pude ver Taylor do outro lado passando. Não era necessário eu ficar beijando Justin a cada minuto como se estivesse estampando isso nos jornais. 

Eu fiz. – avisei baixo me curvando sobre a orelha dele.

– O quê?

– Terminei o que eu não tinha com o Harry. 

Ele sorriu ainda mais largo e não pensou duas vezes antes de me puxar para um beijo longo e explícito na frente de todos. Não era mais errado. Eu sorri e segurei a nuca dele retribuindo.

Os dois dias passaram rápido. Eu só me sei conta de que estava mesmo acontecendo quando comecei a preparar a minha mala de volta na noite que antecederia o dia da minha partida. 

– Justin, onde está o meu pijama de bolinha? 

– Não sei. 

Ele estava jogado na cama apenas de boxers mexendo no celular com aquela cara de criança emburrada.

– Eu estou falando sério, se você o escondeu também...

– Eu não tenho culpa. Você sempre deixou suas coisas espalhadas por ai...

Ele já tinha escondido a minha necessaire, a minha escova de dente e alguns dos meus sapatos. Eu estaria voltando apenas com metade das roupas que tinha trazido. Isso tudo em uma tentativa de me fazer ficar.

– Você parece uma criança sabia?

Blá blá blá...

Eu ri e ele rolou os olhos. 

– Tudo bem, pelo visto vou ter que terminar amanhã. 

Fechei a mala e deixei-a em pé ao lado da escrivaninha. Caminhei até a cama e andei de joelhos até ele. 

– Posso te pedir uma coisa? 

– Vestida assim, com esse sorriso, se você me pedisse o Sol ou a Lua eu os traria até você. 

Eu sorri largo corando e ele me deu a mão. O metal gelado das plaquetas de ferro tocando a minha pele por debaixo da blusa me fez arrepiar. Ele também usava as dele. E não poderia ficar mais sexy.

– Canta pra mim?

Ele sorriu e assentiu. 

– O que você quer que eu cante?

– Eu não sei... Só gosto de ouvir sua voz enquanto canta.

Ele assentiu e se soltou de mim indo até o closet e pegando o violão. Ele voltou e se sentou a minha frente. Era estranha a sensação que eu tinha sempre quando Justin começava a cantar, eu me sentia nervosa por ele. Isso me trazia lembranças do meu passado, da minha mãe. Da minha realidade antes do acidente.

Here comes the sun...

Ele começou a tocar e cantar Here Comes The Sun dos Beatles, aquilo era um clássico. Eu sabia a letra, e eu amava a música. Mamãe sempre cantava pra mim quando eu não conseguia dormir. Eu comecei a cantar junto com ele. Minha voz não era a mesma de alguns anos, mas eu ainda parecia levar jeito para a coisa.

– Sun, Sun, here it comes.

Justin emendou a minha parte com um sorriso surpreso e incrédulo nos lábios. Eu sorri fraco e continuei. Nós dois cantamos juntos e quando ele encerrou a música ele me olhou.

– O que foi?

Como você fez isso?

– Bem, eu abri a boca e... Minhas cordas vocais fizeram todo o trabalho. – eu ri.

– Eu estou falando sério. Como eu nunca soube que você sabe cantar?

– Eu não sei cantar.

– Porra, sim Lucky, você sabe. 

Ele sorriu bobo e eu ri. Arrastei-me pro seu colo e ele deixou o violão de lado.

– Minha mãe cantava pra mim quando eu tinha pesadelos e eu fiz algumas aulas de canto... Nada demais. 

Ele riu e entrelaçou as nossas mãos no meu colo. 

– Nada demais? Wow. Você é realmente incrível. E bem, eu gosto dos Beatles, meu pai escutava toda hora quando eu era moleque e eu acabei gostando dos caras. 

Assenti.

O silêncio recaiu sobre nós. Ambos estavam conectados e pensativos. Eu pensava positivo, em como tudo seria como estivéssemos longe, mas Justin parecia pensar o contrário, eu sentia medo em seus abraços. 

– No que está pensando?

– Minha cabeça está uma confusão agora, mas todos os meus pensamentos se resumem em você. – eu me virei e o olhei nos olhos.

– Eu já disse o quão feliz eu sou por ter apostado com você naquela noite? – eu toquei seu rosto e ele sorriu. – Eu acredito em destino, acredito que algumas coisas acontecem porque estão predestinadas a isso. Mas eu e você... Eu nunca imaginaria. Eu sou feliz por nós. Sou feliz por ter você. 

Justin sorriu. Um sorriso que fez seus olhos brilharem, eu podia dizer que eram lagrimas, mas ele era um cara bruto demais para chorar por uma garota. Ele me puxou para os seus braços e me abraçou, abracei sua cintura com as pernas e seu pescoço com os braços. Ele me apertou e eu sorri com lágrimas nos olhos, eu estava feliz.

Naquela noite nós deitamos tão juntos que eu podia sentir as batidas do coração dele reverberando pelo meu corpo. Nossos corações bateram como um só. E eu tive a certeza de que o amava. 

Narrador

O homem procurava a casa. Ele tinha certeza de que estava na rua certa, era aquele o endereço, mas a residência parecia não mais habitar ali. Algo estava errado.

Número, 3014. Era o mesmo da casa a sua frente, mas era totalmente diferente, o condomínio de casas de luxo era composto por casas grandes, com enormes jardins e todas tinham uma arquitetura moderna e elegante. A casa azul a sua frente não tinha nada de semelhante com a casa que ele visitou tantas vezes no passado.

A cada segundo ele pensava em como tudo aquilo poderia ser apenas um flerte. Duas décadas já haviam se passado, seria ingenuidade pensar que eles ainda estariam ali. Mas ele precisava saber. Para o bem de todos.

– Posso ajudar, senhor?

O homem se virou e encontrou o olhar de uma mulher jovem, olhos verdes e brilhantes.

– Sim. Você sabe quem mora aqui?

A mulher sorriu doce. – Sou eu. Juliet, está a procura de alguém?

– Para falar e verdade sim. Essa é a casa de Tessa e Martin Manson?

– Sim. Eles eram os antigos donos, quero dizer, antes do acidente. Você os conhecia?

– Sim. Eles eram meus amigos. Me desculpe, você disse “acidente”?

Juliet avaliou o homem, ele era grande e deveria estar na casa dos quarenta, ele parecia estar perdido por ali e Damien certamente a chamaria de louca, por estar prestes a fazer o que faria.

– Quer entrar? Eu posso lhe explicar algumas coisas enquanto tomamos um café, você não me disse seu nome ainda.

O homem se apresentou e ela sorriu. Os dois caminharam pela trilha até a entrada da enorme casa de luxo. Quando os pés dele tocaram o piso de mármore ele teve a certeza de que aquele era o lugar, mas ainda sim, não era mais. A decoração era requintada e eles seguiram até a sala. Uma empregada surgiu e Juliet pediu para que ela preparasse um café.

Juliet lhe contou toda a história. E o homem escutou tudo calado e surpreso.

– Tessa e Martin não conseguiram sobreviver, mas a filha deles sim. Ela estuda na cidade vizinha, na BYU. Conhece?

Ele assentiu sentindo o peso da verdade recair sobre seus ombros.

– Os parentes deles moram há alguns quilômetros daqui. Pam e eu trabalhamos juntas. Eu posso te dar o endereço se quiser. Acho que ela não se importaria.

– Não, obrigado. Eu... Já descobri o que queria. Você por acaso sabe o nome da filha deles?

– Oh, sim! Ela se chama Mackenzie, espere, tenho uma foto dela em algum lugar. – Juliet se levantou e procurou pelo porta-retrato que comportava uma foto de sua família com Mack e o restante dos Manson. A fotografia fora tirada há dois anos, na apresentação natalina da cidade. Juliet mostrou a foto ao homem e ele sentiu todo seu corpo se contrair em espasmos.

Ele estava certo. Infelizmente.

Mack

Era a minha primeira aula de artes visuais. Eu ainda sentia vontade de arrancar a cabeça de Justin por ter feito aquilo, mas eu estava ansiosa. 

– Sou a nova aluna, Mackenzie Manson. – me apresentei para a professora de artes. Ela me olhou de cima a baixo como se estivesse me avaliando. 

– Ah sim. A garota que o Bieber me enviou. Tome um lugar, a aula já vai começar. 

Assenti intrigada pela forma que ela falou de Justin. A sala estava lotada, algumas das pessoas que reconhecia de rosto, outras eu não fazia ideia de que estudavam ali. Sentei-me no centro, eu era nova e todos pareciam ter ligações entre si. Tirei meu material da bolsa e respirei nervosa. 

Mais algumas pessoas entraram na sala, e quando o negro dos cabelos daquela garota entrou na sala eu senti toda a minha espinha congelar. Não.

Seus olhos azul cristal se fixaram em mim e ela pareceu me atingir com algum tipo de raio. Para a minha segurança era melhor eu manter distância daquela mulher, mas ao mesmo tempo eu não queria parecer fraca, ela tinha acabado comigo na academia, mas... Oh, não havia "mas" ela podia acabar comigo aqui também. 

– Brooke, tome assento. Já vamos começar a aula. 

Brooke. Combinava com ela. A garota andou até o seu lugar, que felizmente ficava longe de mim. Eu não pude dizer que foi mais fácil de encarar as coisas com ela a metros de distância, eu sentia seu olhar sob minha pele como se ela estivesse ao meu lado. Mantive o foco na aula, ou tentei. 

Não encontrei com Justin na última aula. Eu também não esperava que ele fosse me buscar já que suas aulas haviam terminado duas horas antes e ele disse que iria até a academia. Penélope estava ocupada em um projeto na biblioteca e eu duvidava que ela fosse sair de lá tão cedo. Já era tarde para eu fazer uma caminhada até em casa, então decidi pegar um táxi.

Quando eu chegasse em casa, tudo finalmente entraria em um balanço de final. Seria a minha última noite como moradora daquele apartamento, eu podia estar bem em relação ao que aconteceria depois dali, mas eu sentiria saudades. Saudades da cozinha, da bagunça da sala, do corredor, saudade de cozinhar com Taylor e Justin, saudade de nós três irmos ao supermercado... Saudade. Assim que o táxi me deixou na porta vi a moto de Justin parada ali. Eu amava aquela moto e o dono dela também.

Justin

Uma noite. Era tudo o que me restava com ela, era tudo o que sobrara de uma aposta de um mês. Eu sentia como se a cada segundo o relógio se tornava meu pior inimigo. Cada segundo passado aproximava o momento da despedida e eu não poderia odiar aquilo mais. 

Eu tinha planos. Queria levá-la para jantar, mas ao mesmo tempo eu queria mantê-la no meu quarto, deitada ao meu lado por infinitos segundos. Eu queria morar com ela. Queria acordar com o seu cheiro, sentir seus beijos pela manhã e criar uma vida com a mulher do meu lado. 

Mackenzie tinha me mudado, ela havia feito uma reforma em um Justin Bieber que não se importava com nada, para um Justin Bieber que só sabia pensar e ficar com ela. Eu estava viciado, tão fodidamente apaixonado que eu merecia ser estudado.

Fui ao supermercado e comprei tudo que ela gostava, até mesmo o aparelho de depilação que ela usava. Eu era patético. Comprei todos os ingredientes para fazer o jantar perfeito e até mesmo velas aromatizadas entraram no meu carrinho. Angeline me ajudou com algumas... Talvez muitas coisas na hora de preparar tudo.

Dispensei Taylor do apartamento e faltei às últimas aulas para deixar tudo pronto. Enquanto eu me arrumava procurando pela minha camisa favorita dela, eu sorri encontrando a nossa bagunça organizada dentro do closet. 

As roupas dela se misturavam as minhas e o cheiro dela passeava comigo por todo o dia. Sorri com esse pensamento e terminei de me vestir. 

A comida estava pronta, eu arrumei a mesa e liguei o rádio colocando o cd dela preferido. Eu tinha aprendido a gostar daquelas músicas porque me lembravam de Mack e seu chacoalhar insistente de quadris quando escutava.

– Cheguei! 

A porta foi aberta por ela. Mack sorria segurando pastas, sua bolsa e com o cabelo bagunçado, só ela ficava linda daquele jeito. 

Ela sorriu largo ao me ver e depois ao ver a mesa seu sorriso se estendeu até as orelhas. Sua agitação sumiu e ela fechou a porta vindo até mim lentamente sorrindo encantada.

– Você...

– Por favor, me diga que gostou. Gastei quase cem pratas comprando esses pratos. 

Ela riu e deixou suas coisas no sofá vindo me abraçar.

– Você é algum tipo de Príncipe Encantado da vida real, ou eu estou sonhando? 

Ela abraçou a minha cintura e levantou o rosto, minhas mãos tocaram o seu rosto e ela sorriu. 

– Você é a minha princesa, acho que isso me faz o seu príncipe de alguma forma. – eu fiz uma careta. – Isso soou ridículo. 

Ela riu e nos beijamos. 

Eu já sentia saudade de poder fazer isso com ela a qualquer hora. 

– Você preparou o jantar?

Ela se virou analisando a mesa e eu assenti.

– É... Eu queria fazer uma coisa diferente e... Talvez Angeline tenha me ajudado com uma ou duas coisas... – cocei a nuca e ela tocou a tampa que cobria os nossos pratos para tirar. 

– Não. É meu trabalho servir você. 

Ela me olhou sorrindo encantada e eu ri.

– Isso é mais uma das suas tentativas de me fazer ficar, não é?

– Está funcionando? 

– Talvez.

Eu a segurei e levei-a até a cadeira. Ela se sentou e sorriu. O plano era eu ter me sentado a sua frente, mas eu não precisava de distância, puxei minha cadeira e coloquei-a ao lado de Mack. Puxei meu prato desmanchando todo o esquema do jantar que Angel tinha me ajudado a preparar. Foda-se.

Eu abri o prato dela e os olhos dela brilharam com o macarrão que deveria ter algum nome especial por ter custado cinquenta pratas, e o filé. A comida ainda estava quente. 

– Eu realmente tenho que usar todos esses garfos e facas? 

– Não. Eu nem sei pra que servem. – eu ri e ela me acompanhou. – Não deveria ter deixado a Angel se meter nisso. – balancei a cabeça.

– Estou com saudades dela. E aposto que se não fosse por ela você estaria perdido na preparação de tudo isso. 

– É... Mas eu sei que você ia gostar do mesmo jeito se fossem hambúrgueres e batata frita. 

Eu tinha razão e ela riu admitindo. 

Eu coloquei suco de uva no copo dela e ela me olhou com a sobrancelha arqueada enquanto cortava a carne.

– Vinho?

– Não. Não quero correr o risco de te embebedar na nossa ultima noite. Suco de uva, daquele que você compra sempre. 

– Mmm, isso está uma delicia. 

Porra, ela ficava linda com aquela feição de satisfação.

Nós jantamos. E não foi como se ela estivesse pronta pra partir na manha seguinte, foi como se aquilo fosse só o começo. Os olhos dela brilhavam e eu sempre beijava seus lábios quando podia. Nós terminamos e eu coloquei tudo na lava louças pra não perder tempo. A sobremesa foi torta de morango com sorvete de baunilha, eu tive que atribuir todo o crédito a Angel, ela tinha feito aquilo e estava bom pra cacete. 

– Acho que vou passar uma semana sem comer. Me sinto enorme. 

Ela estava encostada do outro lado do balcão, sorrindo pra mim. 

Eu puxei a mão dela até o meio da sala.

– O que está fazendo?

– Vamos dançar.

– Dançar?

Assenti e fui até o hoje theater acionando o play.

Voltei e passei a mão pela cintura dela. (n/a: coloquem Kiss Me, do Ed Sheeran, fica mais legal escutando enquanto lê, tem o link nas notas finais)

Acalme-se comigo. Cubra-me. Afaga-me. Deite-se comigo e me segure em seus braços...

Eu cantei junto com Ed.

E o seu coração contra o meu peito, seus lábios pressionados em meu pescoço. Eu estou me apaixonando por seus olhos, mas eles não me conhecem ainda. E com um sentimento que eu vou esquecer, eu estou amando agora. 

Nossos olhares estavam conectados, juntos. Eles estavam amando naquele momento.

Beije-me como você quer ser amada. Você quer ser amada. Este sentimento é como se apaixonar. Nós estamos nos apaixonando. 

Ela cantou comigo essa parte e nossas testas se encontraram.

– Acalme-se comigo e eu vou ser a sua segurança. Você vai ser minha garota. Eu fui feito para manter seu corpo quente, mas eu sou frio como o vento que sopra para me segurar em seus braços.

A música se encaixa com os nossos sentimos, com o momento, com a nossa história. Eu adorava poder tê-la. Eu a abracei levantando-a e ela abraçou o meu pescoço cantando pra mim.

– Oh não... Meu coração está contra o seu peito, seus lábios pressionados no meu pescoço, eu estou me apaixonando por seus olhos, mas eles não me conhecem ainda. E com este sentimento que eu vou esquecer, eu estou amando agora.

Beije-me como você quer ser amada. Você quer ser amada.

– Este sentimento é como se apaixonar. Apaixonar-se. Nós estamos nos apaixonando. – cantamos em uma declaração pessoal um para o outro.

Meu coração batia acelerado, no compasso do dela. Seus pés tocaram o chão novamente e nossos corpos voltaram a se embalarem juntos. Eu queria abraçar ela pra sempre, queria guardar seu corpo dentro de mim e mantê-la perto. 

Sim, eu estou sentindo tudo de ódio ao amor à luxúria

Do desejo à verdade eu acho que é assim que eu conheço você

Então eu te abraço apertado para ajudá-lo a desistir

 

Então me beije como você quer ser amada

Você quer ser amada

Você quer ser amada

Este sentimento é como se apaixonar

Apaixonar-se

Nós estamos nos apaixonando

 

Beije-me como você quer ser amada

Você quer ser amada

Este sentimento é como se apaixonar

Apaixonar-se

Nós estamos nos apaixonando.

Nossos olhares fixaram-se juntos. Nossa vida se encontrou ali. Houve um momento em que eu pensei que tinha me perdido. Um momento em que a porra da minha vida não chegaria mais a lugar nenhum. Mas naquele momento tudo pareceu fazer sentido. Todos os meus passos pareciam ter caminhado me levando para encontrá-la naquele momento. Eu tinha encontrado a outra parte de mim. Mackenzie Rosie Manson era a mulher que eu amava.

Ela fechou os olhos e ergueu a cabeça para me beijar. Nossos lábios se encontraram e um choque percorreu por todo o meu corpo. Puxei sua cintura ainda mais contra o meu corpo e a apertei entre os meus braços.

Era um pedaço de nós. Um encaixa perfeito. Eu estava sentindo tudo, desejo, paixão, euforia, amor. Eu queria ser amado por ela. Eu queria amá-la.

– Obrigado. 

– Pelo que?

– Por me fazer sentir tudo isso. – ela suspirou e sorriu. – Por me trazer pra casa

Eu sorri, aquela mulher iria me destruir. Ela ia acabar comigo. Mas eu não ficaria mais feliz se ela fosse a causa da minha morte, eu estava pronto pra ser o que ela quisesse que eu fosse. Eu estava pronto pra abrir mão de mim por ela.

– Você me faz sentir vivo. Você me faz sentir, Lucky. Você é a minha sorte. O meu amuleto, eu não sei... Porra, eu não sei mais viver sem você. 

Ela riu e me beijou novamente. 

Mack

Nós fizemos exatamente tudo juntos. Despimos um ao outro para tomar banho, entramos no chuveiro abraçados e gastamos cada segundo juntos. Eu não queria soltá-lo. Eu não faria isso. Justin me beijou como se quisesse me marcar, como se estivesse me guardando um pouco dentro de si a cada beijo. Quando a água começou a ficar fria, nós saímos. Ainda sim, abraçados. Entramos no closet e eu as minhas malas já estavam prontas. Eu havia deixado uma lingerie de fora e vesti uma camisa dele. A minha camisa. Ele ficou de boxers pretas e sorriu pra mim me prensando contra a porta do armário me beijando.

Eu sentia um nervosismo crescer dentro de mim. Eu queria poder me entregar está noite a ele. Eu sentia que era a hora, mas... Eu estava insegura. Havia sempre aquela faísca de medo me impedindo de prosseguir. Ainda sim, eu queria dar a ele algo. Eu podia, eu tinha aprendido como fazer. 

Quando Justin fez menção para se afastar e partir o beijo, eu abracei suas costas e o puxei intensificando o beijo. Minhas mãos desceram arranhando suas costas levemente até a barra da boxer, meus dedos entraram pelo elástico e eu não resisti a apertar a bunda dura dele, quando minhas mãos se voltaram para frente ele empurrou os meus ombros e partiu o beijo ofegante.

Não. 

– Mas...

– Não é sobre isso essa noite. Eu não quero que você faça isso. Eu só quero abraçar você. – ele disse sério olhando nos meus olhos e eu acabei por assentir. 

Eu lhe contei sobre a minha aula deixando de fora a informação de que a garota mau  encarada era da minha turma. Ele riu de algumas coisas e fez comentários, ele realmente estava animado sobre isso. 

Nós deitamos na cama e ele beijou cada pedaço de pele que estava exposto. Ele me deitou na cama e beijou as minhas coxas com carinho, os meus braços e levantou sua camiseta para beijar a minha barriga. Eu corei nesse momento, mas ele não tirou proveito para me deixar sem graça. Ele continuou com sua trilha de beijos até chegar no meu rosto. Ele puxou a minha plaqueta de dentro da blusa e beijou a parte onde estava gravado. 

– Pra sempre. 

– Sim. Pra sempre

Por mais contrariado que Justin tivesse em me deixar ir, ele parecia encantado. Envolvido. 

Ele se deitou e me puxou para o seu peito me fazendo deitar e repousar. As batidas do seu coração se igualaram ao meu e nós viramos a mesma pessoa. Era um mesmo coração em dois corpos.

– Justin?

– Sim.

Eu suspirei e forcei a garganta antes de começar, a posição não era muito favorável então eu tive que me sentar sobre suas pernas e olhar em seus olhos.

– Aqui estou eu, esperando, terei que ir embora em breve. Por que estou persistindo?Sabíamos que este dia chegaria, sempre soubemos, como chegou tão rápido?

Ele congelou seu olhar em mim quando eu comecei a cantar. A minha voz saia baixa e suave. Eu estava conseguindo.

Esta é nossa última noite, mas está tarde

E estou tentando não dormir

Porque sei que quando eu acordar

Terei que ir embora

Eu queria lhe passar a certeza de que quando a noite acabasse e o dia chegasse, as coisas continuariam as mesmas. Nós não estávamos acabando com aquela aposta. Era apenas o começo.

E quando a luz do dia chegar, eu vou ter que ir

Mas esta noite vou lhe abraçar forte

Porque no amanhecer estaremos por conta própria

Mas esta noite preciso lhe abraçar bem forte

Ele passou os dedos pelo meu rosto sorrindo encantando, Justin limitava até mesmo seus olhos de piscarem, ele parecia estar me filmando com aquele olhar. Eu sorri e segurei seu rosto para cantar a próxima parte.

Aqui estou, encarando sua perfeição

Em meus braços, tão lindo

O céu está clareando, as estrelas estão se apagando

Alguém faça isso ir mais devagar

Eu não queria que a noite acabasse, mas eu sabia que a manhã nos reservaria coisas boas. Eu só queria poder desacelerar o tempo e voltar algumas semanas, para poder reviver tudo de novo.

Isto é muito difícil

Porque sei que quando o sol aparecer irei embora

Esta é minha última visão

Que em breve se tornará lembrança

Seus olhos castanhos sorriam tristes pra mim, mas não era pra ser triste. Nós dois sabíamos o que tínhamos. Eu acreditava no amor que eu tinha por ele e isso era o suficiente.

E quando a luz do dia chegar, eu vou ter que ir

Mas esta noite vou lhe abraçar forte

Porque no amanhecer estaremos por conta própria

Mas esta noite preciso lhe abraçar bem forte

Nunca quis parar

Porque não quero começar tudo de novo, começar tudo de novo

Eu estava com medo da escuridão

Mas agora ela é tudo que quero, tudo que quero, tudo que quero

Ele tinha me mostrado o outro lado, ele havia me feito ultrapassar a linha que eu havia criado ao meu redor. Justin era o lado proibido de tudo aquilo que eu sempre quis, mas ele havia me ensinado a gostar. A aproveitar cada segundo do lado selvagem das coisas. Motos, corridas, lutas, beijos selvagens, eu amava tudo aquilo agora porque fazia parte dele.

E quando a luz do dia chegar, eu vou ter que ir

Mas esta noite vou lhe abraçar forte

Porque no amanhecer estaremos por conta própria

Mas esta noite preciso lhe abraçar bem forte e

Prometo que nada irá mudar entre nós

E quando a luz do dia chegar, eu vou ter que ir

Mas esta noite vou lhe abraçar forte

Porque no amanhecer estaremos por conta própria

Mas esta noite preciso lhe abraçar bem forte.

Quando abri os olhos na última estrofe ele olhava pra mim com admiração, os olhos de Justin me veneravam e eu amava isso. Eu não pude realmente acreditar nos meus ouvidos quando Justin abriu a boca e segurou meu rosto olhando nos meus olhos e disse:

– Eu te amo, Lucky.

Alegria encheu meu peito e levou lágrimas aos meus olhos.

– Eu te amo, Justin. Amo como nunca amei nada antes.

Ele sorriu. Naquele momento nós criamos uma conexão, criamos um laço que nunca mais seria desfeito. Criamos algo que nada nem ninguém poderia quebrar a menos que nós quiséssemos. Era amor. Era mais que amor.

Naquela noite, seguindo a letra da música que cantei, nós dois não dormimos, apenas nos mantemos apertados um no abraço do outro por toda a noite até o Sol chegar.

 


Notas Finais


músicas: KISS ME https://www.youtube.com/watch?v=MXL8BEPl-Nw
DAYLIGHT: https://www.youtube.com/watch?v=q1q9ojtZqiI
VOTE AQUI: http://ffbieber.tumblr.com/post/80392788582/votem
ASK: http://ask.fm/gojdrewb

espero que tenham gostado e OBRIGADA AS LINDAS QUE FORAM LÁ NA ASK ME DAR MOTIVAÇÃO, EU AMO VOCÊS!!!! OBG A QUEM JÁ VOTOU ATÉ AGR.


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