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História Relentless - Atração Perigosa


Escrita por: jdbpower

Notas do Autor


HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY

Não é que voltei antes do esperado hahahahaha, eu sou um amor de pessoa e consegui postar! VOCÊS ME INSPIRAM!!!! OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS, EU SIMPLESMENTE AMO QUANDO VCS ENTRAM NA HISTÓRIA.!!! É isso... espero que gostem.

Capítulo 24 - Atração Perigosa


Fanfic / Fanfiction Relentless - Atração Perigosa

 

– Ok, é oficial. Ficar perto de você não é recomendável a minha saúde! – comentei enquanto terminava de amarrar o cadarço do meu tênis.

– Me lembre de nunca mais escutar o meu lado bom de novo. – Brooke resmungou do outro lado do quarto. 

Eu ri fraco. 

– Pois bem, como andam as minhas lindas pacientes?

O médico entrou no quarto sorrindo. 

Brooke e eu estávamos bem, quero dizer, eu tinha sobrevivido com um par de arranhões pelos meus braços e um pequeno corte no supercílio. Aquilo doeu a beça enquanto a enfermeira fechava o ponto. Brooke tinha alguns arranhões também, mas ela iria sobreviver. A garota parecia ser imune a dor. Ela não demonstrou nenhuma expressão de dor ou qualquer coisa do tipo enquanto seus ferimentos eram limpos. 

Em menos de 72 horas Brooklyn já havia me mandado para um consultório médico mais vezes do que nos últimos três meses. A situação toda era engraçada, ou melhor, um pouco trágica também. 

– Já posso ir pra casa?

Ela colocou sua jaqueta de couro de motoqueira-malvada e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo. 

– Sim, Brooke. Você pode, mas sinto em dizer que a sua moto está um tanto destruída no nosso galpão. – ele lamentou.

Dr. Hogan parecia ser muito íntimo de Brooke, ele a tratava de forma diferente. Não que eu desconfiasse de um possível caso amoroso entre os dois, é claro que não. Brooklyn não era "esse" tipo de garota, era mais como uma amizade, pelo menos da parte dele. 

– Porra! É isso que eu ganho quando decido ajudar as pessoas. Por que diabos eu não te deixei para ser roubada mesmo? – ela perguntou praguejando e olhando pra mim. 

Ela estava irritada, pra falar a verdade ela parecia viver assim, em uma eterna tpm.

– Eu estou assinando a alta de vocês, mas senhorita Manson, eu tenho uma palavra a dar com você. – o médico, com uma aparência jovem, 27, 28 anos no máximo e um sorriso encantador disse enquanto assinava alguns papeis na prancheta que segurava. Eu apenas assenti e coloquei meu casaco com cuidado para não me encostar nos meus curativos. 

Brooke pegou sua bolsa a tiracolo e saiu pisando fundo para a saída, o doutor a entregou sua alta e ela saiu voando sem que eu pudesse agradecer ou qualquer coisa.

– Não se preocupe. Ela é sempre assim. – ele me alertou sorrindo.

– Percebi. 

– Vamos direto ao assunto, a sua... Irmã? Penélope. – ele ergue a sobrancelha enquanto lia algo na prancheta e depois olhou pra mim. – Está lá fora te esperando e eu acho melhor você se preparar porque a feição dela é similar a de um cão raivoso. – ele comentou e eu ri alto. Penn.

– Na verdade ela é minha prima. E como ela chegou até aqui?

– Nosso protocolo diz que temos que comunicar a família. Bem, encontramos o telefone dela na sua agenda e... Talvez tenha sido um erro. – ele comentou risonho e eu ri. 

– Pode acreditar que sim!

O doutor me fez mais algumas perguntas sobre o meu bem estar e eu respondi todas, eu já me sentia bem fisicamente. Quando saí no corredor vi Penélope discutindo com uma enfermeira mais a frente, Fynn estava do lado dela.

– Se eu não falar com a minha irmã agora, eu vou destruir esse hospital! - ela gritava.

– Penn... - a chamei me aproximando.

Ela se virou no mesmo instante e correu até mim.

– Penn, eu estou bem! – alertei quando ela me abraçou com força.

– Você quase me matou. Eu... Mackenzie!

Penélope não era do tipo de mulher que chorava fácil, pelo contrário vê-la chorando era uma coisa rara. Meu coração apertou ao ver as lágrimas caindo de seus olhos castanhos esverdeado, eu senti culpa.

– Eu não... Você nunca mais vai sair sem mim. Eu não quero saber, me xingue, grite. Mas nunca mais deixo você subir em uma moto.

Eu a conhecia bem o suficiente para saber que ela não estava brincando.

– Mackie! – Fynn disse me abraçando com cuidado e carinho, seu olhar preocupado também me emocionou.

– Quem disse que você pode me assustar desse jeito? Merda, garota! – ele me abraçou suspirando aliviado.

– Vejo que você já está ótima e bem acompanhada. Foi um prazer, Mackenzie. – o Dr. disse sorrindo e o agradeci com um leve abraço. Assim que ele saiu Penn voltou com seu interrogatório.

– O que você estava fazendo com aquela garota? O que você estava fazendo naquela parte da cidade? Você enlouqueceu, Mack?

Provavelmente.

Não havia se passado nem vinte e quatro horas, e a ausência de Justin na minha vida já estava danificando a minha sobrevivência.

– Eu... Foi um acidente! Brooke estava...

– Brooke? Então vocês são amigas? Céus, aquela garota é um homem em corpo de mulher. Você só pode estar de brincadeira.

Fynn era um cara legal, mas ele era tão crítico em relação aos outros alunos que isso o deixava menos perfeito. Ele nem a conhecia, ou melhor, ele sabia o que as pessoas comentavam sobre Brooklyn e apenas isso. Eu não tinha nenhuma informação adicional sobre a vida dela, mas eu sabia que ela não era tão ruim. Afinal ela tinha me ajudado.

Os dois me fizeram uma série de perguntas sobre como eu tinha ir parado no subúrbio da cidade e eu me desvencilhei de algumas reclamando da dor. Em menos de meia hora estavam todos indo pra casa. Chegar em casa nunca foi tão estranho, as lágrimas e a dor que eu deixei trancafiadas ali dentro antes de sair pareceram me encontrar no instante em que sentei na cama.

Justin.

Ele ainda atormentava a minha mente. Ele e seus mistérios. Ele e sua bipolaridade. Ele e seu comportamento. Ele e seus olhos. Ele e seu cheiro.

Simplesmente, ele.

*

Dia Seguinte

 Corri pelos corredores como nunca antes. Eu tinha que chegar a aula. Meu braço podia estar doendo e estava. Mas eu sabia que aquela seria uma das poucas oportunidades que eu teria de falar com Justin sem que ele pudesse fugir. Éramos parceiros no francês, ele era obrigado a ficar comigo. Assim que cheguei a porta meus pulmões clamaram por oxigênio e eu respirei fundo algumas vezes antes de entrar na sala. 

– Com licença. – assim que a abri a porta a Sra. Smith me olhou brava.

– Isso são horas, srta. Manson? 

– Me desculpe, eu fui trocar os curativos. – disse e ela se assustou ao ver os meus braços descobertos.

Ela ficou sem graça e acenou para que eu entrasse. Alguns alunos me olharam, mas nenhum olhar foi tão intenso, preocupado e fixo quanto o de Justin. Ele estava sentado sozinho na nossa mesa mexendo no celular. 

– Entre e inicie a conversação com o seu parceiro.

Assenti e caminhei por entre os corredores das carteiras indo até ele. Sentei-me e deixei minha bolsa no chão. Meus lábios sorriam com seu olhar encima de mim. 

– Oi. 

Ele balançou a cabeça e voltou a se concentrar no celular.

– Hm, o que estamos vendo? – perguntei em relação a matéria abrindo o livro.

Justin me ignorou totalmente. Seria difícil. Doeu, mas a minha força de vontade era maior.

Bieber e Manson! Em francês! – a professora nos advertiu e eu assenti, começando de fato a conversar na língua.

– Você pode parar de me evitar. Não vou desistir de você.  

Ele abriu o livro na página indicada e era um diálogo.

– Eu não quero mais ver você. Aceite isso.

– Você me deve uma explicação. – rebati um tanto acuada pelo tom de voz dele.

– Não. Eu não devo. – ele sorriu maldoso e olhou meu rosto machucado mais uma vez. Eu podia sentir que ele queria tocar, queria me perguntar.

– Sofri um acidente. – expliquei e ele apertou o celular nas mãos assumindo uma postura rígida. – Brooke e eu caímos de moto. Vou ficar com algumas cicatrizes pra me lembrar de nunca mais subir em uma moto. – ri fraco. – A menos que seja com você. 

Nossos olhares se encontraram, seus olhos brilharam e ele queria sorrir, seus lábios queriam encontrar os meus. Eu vi e senti isso. Aquilo só me motivou ainda mais.

– Eu não sei o porquê de você estar me afastando. Mas eu não vou embora, Justin. Você pode tentar me derrubar, você pode parar de me amar, mas não pode me obrigar a parar de amar você. Não vou desistir, garotão. 

Minha mão tocou a sua por cima da mesa e ele repeliu meu toque como se tivesse sido queimado. 

– Eu disse que te amava, Justin. Eu não estava mentindo. 

Quando eu terminei minha frase, Justin se levantou recolhendo seu material e pedindo licença a professora. Ele saiu pela porta apressado como se precisasse de ar. Eu o vi sair por aquela porta como se fugisse de algo. Mas ele nunca sairia do meu coração. 

Justin Bieber

Desci as escadas à procura da sala de artes e a encontrei lá. Sozinha pintando um quadro, ela parecia concentrada. A filha da puta se assustou quando eu entrei e bati a porta. Joguei minha mochila no chão e empurrei o corpo dela contra a parede mais próxima. 

– Se você se aproximar da Mackenzie de novo. Eu acabo com você! 

Ela tentou me empurrar, mas eu estava impondo força suficiente para machucá-la.

– Me solta! – Brooklyn tentou mais uma vez me empurrar, mas aquilo não era apenas um susto, eu estava falando sério.

– Eu já avisei. Pense em olhar na direção dela e eu acabo com você, Brooklyn. Eu não vou pensar duas vezes antes de bater a merda pra fora de você se acontecer mais alguma coisa com a minha garota

Eu não falava, os gritos a diziam o quão sério eu estava falando. 

Ela tentou se debater e me empurrar, mas segurei suas duas mãos contra a parede. 

– Você acha que pode brincar comigo? Você acha que é páreo pra mim? Não, você é nada! Fique longe.

A soltei com um impulso e lhe dei as costas.

– Você é ridículo! Filho da puta covarde! – ela gritou algumas coisas as minhas costas quando saí do ateliê, eu precisava fumar. 

Eu sentia como se pudesse explodir a qualquer momento. Eu estava com fúria, o ódio me alimentava mais do que o oxigênio. Eu precisava descarregar em alguma coisa ou em alguém.

Mack estava machucada. Porra, eu não estava protegendo ela. Eu não podia mais fazer isso. A culpa caiu sobre mim quando a vi entrando na sala com curativos. Meu coração cedeu e meu corpo enrijeceu.

Ferida.

A minha garota estava ferida. E eu nem sabia como tinha acontecido.

Eu não podia deixá-la longe, mas eu não podia tê-la por perto. 

Desci os dregaus da entrada do prédio e me sentei na grama perto da minha moto. Acendi um cigarro e fumei um seguido do outro.

– Se você morrer de câncer de pulmão, eu mato você.

- Você sabia que 7% da população fumante morre antes dos cinquenta por conta de problemas respiratórios devido ao cigarro?

– Isso fede, Justin.

– Você deveria parar de fumar. Impotência sexual é um dos problemas que a nicotina causa.

Eu tinha evitado fumar por conta dela. Suas frases enchiam a porra da minha cabeça, tudo ao redor, tudo em mim, tudo me lembrava ela e os nossos momentos juntos. Não havia como fugir, ela vivia em mim. Mackenzie estava dentro, dentro do meu coração e fugir disso significava morrer. 

Eu não podia viver sem meu coração. Eu não podia viver sem ela.

A estrada se tornava dura quando ela não estava comigo. Eu não conseguia dormir direito. Os lençóis possuíam o cheiro de seu corpo. Meu quarto era um templo pra Mackenzie, as fotos na parede não me deixavam esquecer. Mas eu não conseguia mudar, eu não conseguia de desfazer. Eu sentia saudades. 

Bieber? Ei, o que você está fazendo aqui?

Olhei por cima do ombro e vi Fynn se aproximar. 

– Fumando, não está nítido? 

– Uh. Desculpe-me, senhor óbvio. – ele rebateu e se sentou ao meu lado. – Você deveria estar na aula. Não é seu tempo de francês com a nossa Manson?

Não respondi. Ele não era meu amigo e eu não gostava daquele cara. Soltei fumaça pelo nariz e traguei novamente.

– Ok. Silêncio é bom, eu gosto de silêncio. 

Quando eu pensei que ele finalmente fosse desistir e me deixar em paz, Fynn começou a falar novamente.

– Você sabe, Mack não vai desistir. Eu não sei o que você fez dessa vez, mas ela está decidida a ter você. Eu só... – ele suspirou – Mackenzie tem sentimentos, Justin. Você poderia ter ao menos a decência de dizer a ela o porquê a mandou embora. 

– Isso não é da sua conta.

– Não, você tem razão. Não é. Mas ela não merece isso. Mack é a única garota de toda essa ilha que não merecia ter se envolvido com você. Ela é boa demais pra isso que você é.

Ele se levantou e saiu andando de volta. 

Ele tinha razão. 

Mackenzie

A vida não passava mais normalmente.

A normalidade se encontrava no apartamento de Justin e Taylor. Lá era o comum. Lá era certo. Lá estava o que eu queria. Aos poucos, com o passar dos dias, eu ia voltando a me encontrar no meu próprio quarto. Minha cama parecia confortável novamente e mesmo sentindo falta dos braços de Justin ao meu redor todas as noites, eu sentia seu cheiro. Sua camisa me vestia todas as noites e eu abraçava um travesseiro deixando o meu subconsciente encontrar o corpo duro e forte do cara que eu amava naquelas penas. 

Penélope tinha voltado ao seu estado normal. Nós duas havíamos reencontrado o que tinha sido perdido com um mês de distância. Filmes e pipoca ás sextas, jantares em algum restaurante cafona com as garotas. Pintar as unhas, shoppings... Isso se parecia muito com a minha vida pré-Bieber. Mas não era mais como se fosse algo inteiro, não era completo sem ele. 

Uma semana havia se passado. Sete dias. Muitas horas e milhares de minutos. Eu tinha sentido falta dele em cada segundo que passava. Eu o via, mas não podia tocar.

Meu coração aos poucos ia se acalmando, mas ainda sim eu não aceitava o fim. Não havia um fim de certo, ele não tinha acabado comigo, ele só tinha me afastado. Justin havia criado um mundo ao redor de si mesmo e me colocado fora dele.

Taylor se recusava a me dar qualquer tipo de informação do porque de tudo aquilo, eu já tinha desistido de pedir de qualquer forma. Eu teria de assumir as coisas sozinha. Eu teria de encontrar o meu Justin novamente. 

Eu não deixava a dor da distância me empurrar para baixo. Eu havia deixado as lágrimas caírem uma ou duas vezes durante todo o percurso, mas não era como se eu estivesse afundando. Não, eu estava me erguendo. Justin havia me ensinado a ser forte. Toda vez que eu o via nos corredores de relance, eu sorria, mesmo recebendo seu olhar frio como resposta. 

Era sábado. Ele teria uma luta na noite em questão. Eu não havia sido convidada, mas Fynn era o meu melhor informante. Ele sabia de tudo e eu precisava disso. Penélope nunca concordaria em me deixar ir até uma luta. Seu estado mãe-super-protetora estava ligado. Mas o tempo estava ao meu favor era a noite de comemoração de um ano de namoro dela e Taylor. 

– Eu não sei onde está a minha mascara de cílios da Lâncome. Você viu, babe?

– Na segunda gaveta, provavelmente. 

Meus olhos estavam focados na tela do MacBook

As aulas de artes eram mais do que instigantes. Eu definitivamente tinha encontrado um futuro ali.  Artes, história, fotografia, eu era boa naquilo e eu conseguia me apaixonar cada vez mais pela profissão. 

Minha cama nunca tinha parecido tão dura quanto naquela noite. Eu estava enfrentando um misto de ansiedade, excitação e nervosismo. A cada dois segundos eu olhava para o relógio na tela e engolia o seco. A cada segundo que se passava eu estaria mais perto de encontrá-lo. Não que eu não tivesse mantido contato visual com Justin. Eu tinha, mas dessa vez... Era diferente. Eu sabia que ele precisava de mim lá. Eu era sua sorte, não era? 

Eu já tinha fechado a tela do meu trabalho e agora olhava as fotos, eu fazia isso algumas centenas de vezes quando Penn não estava olhando. Justin e eu, as nossas fotos desde os tempos em que havia "só amizade" me faziam sorrir com saudade. Nossos abraços, o sorriso dele pra mim. Os beijos que trocamos. Era tudo vivo na minha cabeça, e enquanto as memórias ficassem ali eu não iria desistir dele. Eu já tinha perdido todos que um dia cheguei a amar. Meus pais morreram quando eu era pequena e isso causou um dano em mim que eu só consegui recuperar estando com Justin.

Apertei as plaquetas gravadas, que ele tinha me dado de aniversário, na minha mão e sorri. Eu nunca tirava e já havia percebido que Justin ainda usava a sua por debaixo das camisetas. De certa forma, aquilo era o que ligava nossos corações. Era um pedaço dele.

Alguns minutos depois Penn surgiu no quarto arrumada, em um lindo vestido azul escuro, e um salto alto. Ela sabia como arrasar. 

– E então?

– Acho que alguém vai ter uma ótima noite hoje. – eu ri e ela também.

– Você sabe, não vou dormir em casa hoje. – assenti e ela arrumou sua clutch.

O telefone tocou, mas não era necessário Taylor avisar que tinha chegado. O barulho do motor do seu carro já fazia isso por si só.

– Ok. Eu estou indo. Eu te amo e sinta minha falta. – Penn se debruçou sobre mim e beijou a minha testa. 

– Também te amo, vou sentir. – ela saiu piscando pra mim e eu ri. Esperei trinta segundos até que ela tivesse se afastado do corredor e liguei para Fynn.

Eu ri e ele me acompanhou. Me levantei e coloquei uma roupa. Não levou mais do que quinze minutos até que Fynn estivesse batendo na minha porta, abri e ele entrou.

Meu amigo podia ser gay, mas ele era lindo como homem.

– Isso é injusto, por que você tem que ser tão lindo e gay?

– Sinto muito, flor. Mas há algo sobre isso que você nunca vai entender. – ele riu me dando uma piscadela e eu rolei os olhos. – Você está quente nesse jeans! Uau. 

Corei fraco e soltei meu cabelo tentando deixá-lo com volume e não esticado como sempre. Fynn me ajudou com maquiagem, eu não fiz nada exagerado, foi algo suave, algo que combinava exatamente comigo. Depois de tudo isso, nós dois estávamos dentro do MiniCooper de Fynn. 

•••

Pagamos nossas entradas e adentramos na Sede 2.  A gritaria já podia ser ouvida de longe.

– Eles estão inovando, há algumas lutas de calouros antes da atração principal. – ele me avisou fazendo referência a luta de Justin.

Quando chegamos ao lugar, estava lotado. A gritaria das pessoas era intensa, ao redor do círculo e o bar improvisado recebia varias pessoas comprando cervejas e bebidas.

As luzes eram fortes e brancas iluminando todo o lugar. Era incrível como eles faziam tudo aquilo e apenas algumas horas depois qualquer rastro ou vestígio de um evento daquele tipo já tinha sumido dali.  Logan e Trenton sabiam o que fazer.

De longe eu enxerguei a cortina que escondia os camarins e meus pés imploraram para irem até lá desejar boa sorte ao meu campeão.

Eu gostaria de estar lá atrás. Vendo ele se preparar para seu grande show. Eu queria poder lhe dar um beijo de boa sorte, queria poder olhar nos olhos dele e escutar ele dizendo que ganharia aquela luta por mim. Eu queria entrar ali e apostar com ele a verdade. Colocar os nossos sentimentos no jogo e apostar todas as fichas no nosso amor. Eu queria desafiá-lo a me contar a verdade e acabar com as minhas dúvidas de uma vez por todas.

Fynn me arrastou para o mar de pessoas e ele conhecia praticamente todas as pessoas dali. E me apresentava a elas também. 

Eu senti braços fortes me agarrando por trás em um abraço e me virei assustada. 

Baixinha! – a voz de Dylan gritou no meu ouvido e meu estado de alerta se dissipou.

– Dylan! – o abracei com força. Eu havia sentido falta daquele grandalhão.

– Porra, linda. Você sumiu. Eu não quero saber o que aconteceu entre vocês dois. Você é parte da Sigma, você não pode esquecer dos seus meninos. – era nítido que ele estava um pouco, talvez muito bêbado. 

Sua voz saiu rápida e ele sorria. Seu sorriso embriagado era lindo e ele era tão legal.

– Me desculpe, mas eu não acho que... 

– Não! Não quero saber, vou levar você pra dançar hoje. Você vai se redimir dançando comigo. – ele me calou e eu ri.

– Ok. Se você diz. – dei de ombros sabendo que ele não se lembraria daquilo vinte minutos depois.

Ele me deu mais um abraço. – Ele sabe que você está aqui? – sussurrou no meu ouvido e eu neguei com a cabeça.

– E eu não quero que ele saiba. 

– Entendi. 

Sorri e ele beijou a minha testa me soltando e voltando a multidão.

Eu já tinha me perdido de Fynn, mas eu sabia como me virar.

Fiz meu caminho por entre as pessoas entrando nos camarins por algumas portas traseiras que fui encontrando. De longe eu pude ver Justin fazendo flexões se preparando. Trenton e Logan conversavam entre si, mas ele não estava preocupado. Ele sabia o que fazer. Meu garoto sempre sabia. Eu estava observando tudo aquilo de alguns metros de distância escorada em uma coluna. Eles não podiam me ver dali. 

Assim que terminou sua sessão de flexões, Justin se levantou e checou o celular, como se estivesse a espera de algo. Retirei o meu celular do bolso e digitei uma mensagem.

"Sempre com você. Endless & Tourjours. Jet’aime."

Enviei e me escondi mais para ver a reação dele. Justin leu a mensagem e sorriu, o sorriso dele aqueceu meu coração e por alguns segundos ele parou pensando em responder, mas optou por largar o celular na mesa e voltar a se aquecer.

– Onde está a garota, JB? – Trenton perguntou.

O maxilar de Justin se enrijeceu e ele ergueu os ombros.

– Cala a boca.

Os outros dois perceberam que havia algo errado, e não perguntaram mais.

O que...

Eu levei um susto e me virei quando alguém tocou meu ombro. Tampei minha boca para não gritar de susto e ser descoberta. Era Jaxon.

– Porra! 

Sussurrei voltando a respirar.

– Uh? Você xinga?

Jaxon cruzou os braços sorrindo sacana pra mim. Ele nos puxou até uma sala ali do lado que era separada por uma cortina.

– Pelo amor de Deus, Jaxon você me assustou. 

Ele riu fraco. – O que está espionando?

– Nada. 

Ele ergueu a sobrancelha, exatamente da mesma forma que Justin fazia.

– Eu conheço muito bem esse nada, ele tem 1,83 e muitos quilos de músculos. Só não é bonito como eu...

Eu ri e corei.

– Eu só... Ele está me evitando e... Eu só queria ver. Mas não conta pra ele, ok?

Jaxon me olhou pensativo, mas acabou assentindo.

– Esse vai ser o nosso segredo, mana. – ele me mostrou o punho e eu bati com o meu. Ele me deu um abraço e rimos.

– Você está sozinha? Não acho seguro te deixar lá fora com aquele bando de loucos.

– Não. Fynn deve estar me procurando.

Ele assentiu.

– Vou te levar de volta. Toma cuidado. – Jaxon me abraçou de lado e me levou de volta pro salão. 

Eu encontrei uma das garotas que estavam no meu aniversário e elas foram simpáticas comigo. Vi alguns casais se beijando nos cantos e procurei por Fynn, a luta dos calouros já tinha acabado. Era a vez de Justin. Todos se amontoaram ao redor do círculo e eu queria estar ali perto, mas seria esmagada por todas aquelas pessoas. 

Logan entrou em cena saudando aos convidados e fazendo um discurso patético.

– Merda! – eu não conseguia ver. E toda aquela multidão estava me sufocando.

Senti alguém me abraçando por trás e vi que eram Jaxon. – Isso não vai dar certo com você aqui.

Ele me levou para o camarim novamente e Justin tinha acabado de sair. Dali eu conseguia ver bem a luta. Ele entrou no Círculo e todo meu corpo se arrepiou. Justin não sorriu, ele estava impassível.

Aquilo me atraía, era isso. Justin era uma atração perigosa. Meu corpo alertava perigo toda vez que eu o via assim, mas ao mesmo tempo eu sentia que precisava me aproximar. Ele me atraía, era inevitável. 

– Ele não vai te ver daqui. Estamos seguros. 

Jaxon continuava com seu braço jogado por cima do meu ombro me abraçando, era um carinho desleixado, mas eu gostei daquela nossa intimidade familiar. Abracei seu tronco e ele riu fraco. 

Logan iniciou a luta, o outro competidor, Troy era forte, uma fisionomia com músculos magros e uma altura mediana, ele era apenas alguns centímetros mais baixo que Justin, nada relevante. Seus cabelos negros batiam de contraste com os olhos verdes e ele parecia mortal. Havia ódio, mas havia malícia. Não era apenas um jogo. 

Justin nunca era o primeiro a atacar. Ele sempre dizia que o primeiro golpe revelava muito sobre o oponente e aquilo poderia ditar o final de uma competição. 

Aprender os princípios básicos de uma luta ia muito além de bater e recuar. Era interessante, pois os movimentos eram milimetricamente calculados. Não era apenas dois homens tentando se matar, havia um sistema. 

Eles se fulminavam visualmente. Encarar o seu inimigo nos olhos era provocação, aquilo também fazia partindo sistema do jogo. Finalmente Troy deu o primeiro golpe e Justin desviou segurando a perna de Troy no ar e girando o membro fazendo com que Troy caísse ao chão. Ele não se abalou, tomou impulso e chutou Justin, seu corpo pendeu para trás e ele passou as mãos nas costelas. 

Merda.

Eu virei o rosto afundando no peito de Jaxon me recusando a ver Justin se ferir.

– Calma, ele sabe como fazer. – Jaxon esfregou as minhas costas me acalmando e eu voltei a assistir.

Socos. Sangue. Grunhidos. Gritos. Aplausos. 

Meus olhos não captaram todos os movimentos, mas Justin foi atingido e caiu abraçando as costelas mais uma vez. Aquele era o ponto fraco dele. Ele se contorceu no chão com uma expressão de dor.

Merda. Merda. Merda.

Levanta! Levanta! Levanta!

A cada segundo que passava com Justin caído no chão tentando respirar, meu coração falhava em uma batida. Troy não o atacou enquanto ele estava no chão, pelo contrário, ele estava de pé esperando seu opoente se levantar.

– Por que ele não levanta? Por que ele não está reagindo?

O nervosismo se espalhou pelo meu corpo. 

– Caralho. Fica aqui. – Jaxon me soltou e foi até Trenton. 

Eu não iria ficar ali enquanto o meu namorado estava caído no chão.

– Justin! – gritei. Era impossível que ele me escutasse dali, mas eu precisava tentar.

Dei meia volta, saindo dali e tentando me aproximar da grade. Eu empurrava as pessoas tentando chegar cada vez mais perto do círculo. 

– Levanta! Você não vai perder! Merda, levante-se e termine essa luta! Eu quero o meu campeão de volta! – gritei com toda a minha força e por alguma obra do destino seu rosto contorcido em dor virou-se para o meu lado. Ele me viu e eu falava sério, seus olhos piscaram algumas vezes, ele parecia estar discutindo se aquilo era real ou não. 

Levanta

Imediatamente ele se pôs de pé. Eu sorri. Justin respirou fundo algumas vezes balançou a cabeça encarando seu oponente nos olhos. Ele estava de volta.

Eu não tive tempo de voltar para o meu lugar e assistir ao show. Jaxon me procurou com o olhar preocupado e eu tentei acenar, mas a onda de pessoas eufóricas com a pancadaria dentro do ringue me impedia de ser notada. Consegui me afastar mais, porque todo aquele empurra-empurra estava me deixando nervosa e sem ar. Consegui chegar até o bar e subi em um dos bancos vendo ele.

– Vai querer uma bebida?

– Hm, sim. Uma Corona.

Um dos alunos responsáveis pelo bar assentiu e eu continue vendo a luta. 

Era incrível, Justin lançava socos contra o rosto de Troy com precisão, mandíbula, nariz, supercílios. Eu fiquei arrepiada com a maneira fria com que ele fazia aquilo, era notável o ódio. Mas havia uma motivação interior.

– Mack? Que merda você está fazendo ai encima? Porra, você está bêbada? – Fynn gritou.

Eu não. Mas ele estava. Não dei atenção ao meu amigo, a luta estava mais interessante, antes de lançar o golpe final, Justin foi atingido com um soco na lateral da cabeça e eu senti a dor que ele sentiu, mas não demonstrou. Ele se recuperou e eles começaram uma luta corporal no chão. Não era possível descrever tudo aquilo, os corpos estavam enrolados de uma forma totalmente estranha, mas Justin ganhou. Dessa vez não houve um pano com o X cobrindo o corpo do competidor perdedor. Logan declarou o vencedor erguendo o braço de Justin e a multidão foi à loucura. Tenho que admitir que eu quis gritar também.

– Justin Bieber! Justin Bieber! 

Ele era aclamado por todos. Justin reluzia a vitória, mas Troy não estava caído derrotado como a maioria dos oponentes de Justin. Ele estava em pé, encarando Justin com ódio, porém respeito.

Justin pareceu procurar alguém com o olhar ao redor da sua multidão. Ele procurava por mim, meu sorriso se alargou. Saber da necessidade de Justin em me procurar, era algo que elevava o meu ego e me motivava a não desistir dele. 

•••

– A noite está só começando! Agora nós vamos ao Underground.

– Fynn, eu não sei se essa é uma boa ideia.

– É claro que é. Shut up e me siga. 

Ao chegar no Undeground eu senti que não deveria estar ali. O sinal alerta soou dentro da minha consciência e eu me arrependi. Merda. Mais da metade das pessoas que estavam na Sede 2 enchiam o bar, por dentro e por fora. Fynn me prendia em seu braço mantendo-me ao seu lado. Eu não queria me distanciar, porque não queria ser uma vitima daquele possíveis idiotas bêbados.

A música que saia do bar era alta, mas a conversação dos grupos de pessoas se sobrepunha sobre o som. Garrafas de Duff e Corona enchiam as mãos dos frequentadores. 

– Fynn, acho que vou pra casa. 

– O quê?

– Eu acho que vou pra casa! – gritei próxima a orelha dele. 

– Casa? Não! A noite está só começando! 

Fynn me puxou até o bar e me pagou uma cerveja.

– Tome! Se divirta e esquece o Bieber! TIFFANY! – meu melhor amigo gay me deu uma cerveja e saiu me abandonando naquele lugar estranho.

Manter-me perto do bar era o seguro a se fazer. Ali era onde havia a maior quantidade de pessoas sóbrias, os funcionários me ajudariam em qualquer situação desconfortável. 

Bufei e me recostei ao balcão. – Precisa de algo? 

O barman me perguntou, mas neguei.

– Obrigada. 

Logo ele desviou sua atenção para um grupo de garotas que havia chegado.

– Hey... 

Me virei e vi um homem alto se aproximar. – Oi.

Ele me mediu de cima a baixo e eu me senti nua diante de seu olhar. Meu corpo estava bem coberto pela calça jeans e minha camiseta, mas pra ele era como se eu vestisse apenas uma lingerie.

– Posso fazer campainha pra moça bonita?

Ele sorriu, ele tinha um sorriso bonito. 

– Não estou sozinha.

Ele riu fraco e se apoiou.

– Hm, entendi. Mackenzie, não vou te sequestrar, ou abusar de você. Pode ficar tranquila. – ele sabia o meu nome. Levantei meu olhar pra ele e engoli o gole de cerveja que tinha tomado.

– Como você sabe o meu nome?

– Todo mundo conhece a sorte do Bieber. – ele satirizou sua fala. Eu não gostei. – Não está mais aqui quem falou. – ele ergue as mãos se rendendo.

– Eu não conheço você. 

– Podemos reparar esse erro agora mesmo. Sou Andrew. 

Ele estendeu sua mão e eu o avaliei.

Um homem desconhecido querendo conversar comigo. Isso já tinha acontecido, da última vez, o cara tinha tentando me agarrar a força e Justin apareceu para me salvar. Eu sorri com a lembrança.  

Andrew não parecia ser ruim. Mas as aparências enganam. 

Drew! – Dylan e Brian surgiram de algum lugar, Dylan falava alto, ele estava bêbado e era engraçado.

– Hey, Dylan. – eles se cumprimentaram com um "abraço de homem".

– O que você está fazendo com a Mackscote? – 

– Mackscote?

– É, cara. Ela é o nosso amuleto. – Dylan mais uma vez lançou seu braço por cima dos meus ombros e me abraçou, ele jogou parte do seu peso encima de mim e me apoiei ainda mais no balcão.

– Sai de cima dela, cara. - Brian o tirou de cima de mim e me pediu desculpa com um sorriso tímido.

– A Mack me ama, não é? – ele olhou pra mim fazendo cara de cachorro e eu ri assentindo.

– Claro que amo, Dylan. 

Ele sorriu e os dois se afastaram indo até um grupo de garotas. Andrew e eu rimos.

– Vocês se conhecem? – perguntei me aproximando um pouco mais para que ele me escutasse. 

– Sou da DeltaT. Os caras da Sigma são nossos parceiros. 

Assenti. A Delta era uma boa fraternidade. Eles eram conhecidos por causa dos esportes, a maioria havia ganhado bolsas por basquete ou futebol americano. Andrew devia ser um deles, ele era alto e forte, com porte de atleta.

– Você é uma boa garota. Eu não quero arranjar uma rixa entre as casas, mas...

– Tudo bem. Você pode ficar. – disse dando de ombros e ele riu fraco erguendo a sobrancelha para mim. 

– Eu posso?

Ele perguntou incrédulo com a minha colocação. Ri alto.

– Pode. 

Andrew era um cara divertido. Ele sabia como manter uma boa conversa sem estar flertando. Era nítido que seus sorrisos tentavam me galantear, mas eu permanecia firme. Ele era bom, mas eu já tinha tido algo melhor. Justin.

Duas cervejas mais tarde eu já estava ficando mais solta e abrindo uma conversa com mais facilidade. 

– Abram caminho para o campeão! – alguém gritou da porta e logo Justin Bieber e sua equipe entraram no bar. Ele foi recebido com glória. Palmas, gritos e alguns latidos das garotas que imploravam para ser fodidas. Recebendo todo aquele amor Justin sorriu convencido. Ele não tinha me visto, Brian, Dylan, Sony e mais alguns caras da Sigma estavam atrás dele. Só faltava Taylor para a trupe ficar completa. 

Ele pareceu exatamente o mesmo cara que eu desprezava há meses. Justin Bieber todo cheio de si, sabendo que as garotas matariam por uma noite com ele. Convencido, cheio de marra, prepotente, lindo... Foi como se eu tivesse me apaixonado de novo. Na verdade era exatamente isso, eu me apaixonava gradativamente por ele. Todos os dias mais. 

•••

– Vamos dançar? – perguntei de súbito e Andrew me olhou surpreso.

– Dançar?

– É.

Olhei pra trás vendo Justin bebendo com os amigos e algumas garotas ao redor. Andrew seguiu meu olhar e depois olhou pra mim.

– Você quer me meter em confusão, não é?

Corei.

– Não. Nós não temos mais nada. 

– E isso me preocupa. Justin não é do tipo que desiste fácil. 

Eu tive de rir.

– Pode acreditar no contrário. Ele desistiu de mim. Mas sabe de uma coisa? Eu posso ser a garota mais patética desse campus, mas eu não vou desistir dele. Merda, eu o amo! – desabafei frustrada.

– Isso soa como um final infeliz pra vocês dois. – não havia lamento no tom de voz de Andrew.

– Não, não. – o corrigi sorrindo. – A história ainda não acabou. 

Eu não deveria estar falando sobre os meus sentimentos com um cara que tinha acabado de conhecer, mas foda-se. Eu precisava falar. Penn não queria me escutar, Fynn não era o melhor conselheiro do mundo. Um desconhecido, alguém que visse a situação de fora talvez pudesse me ajudar.

– E então, você quer dançar comigo ou não?

Andrew riu e deixou a cerveja no balcão. – Vamos fazer isso. 

Ele piscou pra mim e me deu a mão. O rock havia sido substituído por uma batida eletrônica. Andrew me envolveu por trás e nós dois começamos a dançar. A pista estava cheia e aquela multidão estava me motivando a dançar cada vez mais.

Justin Bieber

Seis shots já tinham rolado goela a baixo, mas eu duvidava que aquilo fosse alguma espécie de alucinação. Era ela. 

Porra, era ela dançando com um cara. Era Mackenzie dançando com um filho da puta grudado ao seu corpo. Eu acreditava que a imagem dela gritando pra mim durante da luta tinha sido apenas uma miragem, um desejo do meu inconsciente se tornando realidade para me agradar. Mas ali, era ela. Eu estava vendo.

Dylan terminou de contar sobre sua última foda e todos caíram na risada. Eu consegui me desvencilhar do círculo sem ser notado. Passei por entre as pessoas até uma garota me segurar. 

– Oi, Justin. Vi você lutar hoje.

Soltei-me dela e continue fazendo o meu caminho até Mackenzie. Ela riu de algo que ele sussurrou na orelha dela e o ódio começou a crescer dentro de mim.

Mackenzie! – gritei, mas a música alta abafou minha voz. Dei mais alguns passos até chegar perto o suficiente para puxar o corpo dela soltando-a do idiota.

– Ei! 

– Cala a boca! – rosnei. 

– Bieber. – olhei no rosto do cara, e ele me era familiar. Era Andrew. Ele era um dos membros da Delta. Até o momento eu não tinha nada contra ele, mas agora Andrew estava na minha lista de filhos-da-puta-pra-chutar.

– Me solte!

Mackenzie tentou puxar seu braço da minha mão. 

– Não olha na direção dela de novo.

Andrew deu um passo pra trás e recuou.

– Não aconteceu nada de demais, cara.

Ela estava bêbada.

Saí puxando Mackenzie até os banheiros, onde havia mais silêncio.

– Puta que pariu! O que você está fazendo aqui? – grunhi a soltando.

– Há alguma placa proibindo a minha entrada aqui? Eu acho que não. – ela gritou em resposta. Eu estava mais uma vez a ponto do limite. A um passo. Ela me conhecia, Mackenzie me conhecia e riu. A porra da risada que ela dava quando estava bêbada, a merda do som mais sexy do mundo.

– Quem trouxe você aqui? Cadê a Penélope?

– Hmm, ela deve estar transando com o Taylor agora. Mas isso também não é da sua conta! – ela se inclinou pra trás e sentou na pia do banheiro.

– Fala direito, Mackenzie.

Segurei os pulsos dela a segurando e ela parou de rir. Suas mãos seguraram o meu rosto e ela tentou me beijar.

Para!

– Para de me afastar! – ela entrelaçou as pernas na minha cintura e me puxou mais pra perto.

– Quem te trouxe?

– Não importa! Você é um idiota!

Ela cruzou os braços irritada e ela ficava linda pra caralho fazendo bico.

– Vou mandar o Brian te levar para casa! – me soltei de suas pernas e me afastei.

Incredulidade pintou seus olhos. Ela se ergueu e me olhou com ódio pulando da pia e dando passos até mim.

– O QUE? Você vai mandar o Brian me levar? Mas que merda! Para de fugir de mim! Você é ridículo. Você finge ser o cara mais poderoso e mau do campus, mas sabe de uma coisa? – ela bateu no meu peito me empurrando. – Você é um covarde! A porra de um covarde! Eu estou aqui! Aqui na sua frente! Eu quero você! Então seja corajoso e me queira de volta! – cada palavra saia com raiva, determinação e ódio. Aquela era a minha garota.

A vontade de tomar os lábios de Mack e calá-la me fez recuar e fechar os punhos. Eu precisava agir com a cabeça.

 Razão. Razão. Razão. Eu estava bêbado, mas beijar ela não estava na lista de coisas para se colocar a culpa na bebida depois. Eu queria aquilo, porra eu queria ela. Eu não queria fugir. Eu não podia dizer tudo o que estava preso na garganta, porra. Eu simplesmente não podia ter aquela mulher da forma que ela me queria. 

Balancei a cabeça e me virei.

– Olha pra mim, Justin! Olha pra mim! – ela gritou e um soluço escapou junto com sua voz. Eu não podia ficar com ela.

O que você quer de mim?

– Eu quero que seja sincero comigo. Quero me diga o que aconteceu. Eu quero o meu Justin de volta. – o choro em sua voz acabou comigo. Eu me senti o maior filho da puta da Terra naquele momento, mas eu não tinha o que fazer. Eu só podia me afastar. 

– Não posso fazer isso. – as palavras nunca saíram com tanta dificuldade quanto naquela noite. Eu simplesmente caminhei pra fora e deixei-a lá. Sozinha. 

Fui até o bar e pedi uma garrafa de Jack Daniels.

– Você quis dizer uma dose.

– Não, porra. Eu quero uma garrafa! 

O cara do outro lado do balcão me olhou surpreso, mas atendeu ao meu pedido. Eu não me lembro de mais nada depois dos primeiros goles.

Mackenzie

Meu coração estava sangrando. Ele tinha deixado de lado a função de bater e agora estava apanhando. Sendo nocauteado por um campeão, sendo destruído pelo cara que eu estava apaixonada. A dor era estranha. Em todos esses dias eu tinha sido forte o suficiente para me recusar a sentir uma dor, que na minha cabeça só existiria quando houvesse finalmente um ponto final. Mas agora, todo o tempo em que me recusei a sofrer tinha me atingido em uma única vez, com um único golpe. Ver Justin saindo por aquela porta doeu. Não sei foi se foi mais ou menos do que quando ele gritou comigo. A dor não precisa de uma escala de grau para ser sentida. Não existe mais ou menos dor. É dor e ponto.

Eu tinha acreditado no melhor que ele poderia ser, mas ele me mostrou o pior que ele realmente era. Justin Bieber não era nada do que eu tinha criado na minha cabeça, senão uma farsa. 

Chorei por meia hora dentro daquele banheiro vazio até me levantar do chão e procurar a saída. Eu precisava voltar para casa, me afundar dentro do cobertor e dormir por tempo indeterminado. 

– Mack?

Alguém segurou meu braço e vi que era Brian. – O que aconteceu?

– Nada. Eu só preciso ir para casa. Você viu o Fynn? 

Limpei meu rosto com a manga da blusa e ele suspirou. – Ele estragou as coisas com você, não é?

Ri sem humor. – É isso que ele faz, não é? Destrói tudo que passa pela frente. Eu só fui mais uma. – admiti com a voz embargada. 

A música alta fazia com que eu me sentisse ainda mais acuada naquele lugar. Eu precisava ir embora.

Brian me levou pra longe daquela multidão. Do lado de fora do bar também havia pessoas pra lá e pra cá bebendo e se agarrando. Fynn tinha sumido, Andrew também. Por mais que eu quisesse ficar sozinha, ter Brian ali me deixou segura. Eu não conseguiria voltar sozinha pra casa. Eu nem sabia onde estava.

– Eu não posso te levar pra casa agora. O Connor pegou meu carro pra ir até um motel com uma garota. Mas assim que ele chegar eu levo você pro Morgan. Ok? – assenti fraco abraçando o meu corpo.

– Onde está a Penélope?

– Saiu com o Tay. É aniversario deles. – expliquei tentando respirar fundo pra não chorar de novo.

– Mack, olha pra mim. 

Recostei-me a árvore e o olhei.

– O Justin é uma porra de desastre, mas eu sei que ele gosta de você. Eu só não acho que... Depois do que aconteceu com a Debby o cara se fechou pro amor. Mas com você, todo mundo via como ele olhava. Eu não sei direito sobre essas coisas de amor e sentimentos, mas ele gosta de você. 

– Não, Brian. Ele me viu como um desafio. Justin me viu por todo esse tempo como uma oponente. Ele queria de derrubar e olhe só: ele conseguiu. 

•••

Brian ficou ali comigo. Em todo esse tempo eu tinha percebido que os caras da Sigma eram realmente irmãos pra mim. Eles estavam comigo e tentavam me proteger de tudo. Eu gostava de saber que quando precisasse teria eles ali. Brian e eu ficamos sentados do lado de fora do bar, recostados a uma árvore velha enquanto jovens bebiam e agiam como idiotas. Ele tentou me fazer sorrir algumas vezes, mas eu me sentia tão vulnerável. Tão pequena diante daquilo. A cada segundo que passava uma lembrança de Justin me vinha a mente. Era estranho porque era algo tão recente, mas que parecia ter acontecido há tanto tempo. Eu tinha que acordar. Tinha que cair na real de que tudo que aconteceu entre nós foi nada.

Mack? Brian, cara. O que vocês estão fazendo aqui? – Andrew apareceu segurando uma cerveja. 

– Esperando o filho da puta do Connor trazer meu carro de volta. – ele reclamou e eu ri fraco.

– Pensei que tivesse ido embora. – Andrew olhou pra mim e ofereceu a longneck. 

– Não, obrigada. 

Eu notei uma troca de olhares entre Andrew e Brian, mas não entendi o que eles queriam dizer. – O Dylan está louco lá dentro. Ele, o Justin e mais uns caras estão fazendo um estrago no estoque de uísque daqui. 

Meu corpo se arrepiou ao escutar o nome de Justin. 

– Puta merda. Eu vou servir de babá pra todos aqueles idiotas. 

Eu ri fraco e forçado, mais uma vez. Olhei no visor do meu celular e era pouco mais da uma da manhã. 

– Mack, quer alguma coisa? 

– Sem bebida para mim. – avisei e ele riu fraco se levantando. Brian me deu a mão e eu me levantei também. Andrew me olhou estranho de novo. 

– Coca-Cola? 

– É uma boa. 

Eu não queria ter que entrar naquele lugar de novo. Mas eu também não ficaria desse lado sozinha. Brian passou o braço ao meu redor e eu abracei seu tronco tentando achar um lugar seguro. Eu não queria ter que ficar ali. 

– Vamos pegar as bebidas e já levo você pra fora. – assenti e ele caminhou pelas extremidades evitando os grupos de pessoas. Chegamos ao bar uma risada explodiu no local. Olhei para trás e encontrei ele rodeado de um grupo do outro lado do bar. Justin subiu na mesa segurando uma garrafa de Grey Goose e era nítido o seu estado deplorável. Justin cambaleava e quase caiu ao tentar se erguer na mesa. – Atenção. Atenção! – ele gritou erguendo a garrafa e chamou a atenção de todos no bar. Brian se virou prevendo que aquilo não iria dar certo.

– Puta que pariu.

Eu, Justin Bieber. – ele parou pra rir. – Convido todas as garotas pra terminarem a noite na minha cama. – gritos encheram o salão. – E eu quero fazer um brinde. – ele riu girando encima da mesa e quase caindo. – Um brinde ao sexo e um foda-se a porra do amor! – todos gritaram nesse momento. 

Suas palavras novamente me feriram. Mas com a dor também veio o ódio. Soltei-me de Brian e subi no balcão ficando de pé. 

– Mack! O que voce está fazendo? – Brian perguntou me olhando assustado.

– Me da uma dose de qualquer coisa. – pedi ao barman e ele me entregou uma dose de uisque.

Ergui meu copo e chamei a atenção de todos.

– Um brinde aos idiotas covardes que não são capazes de ficar com uma garota! Um brinde ao cara que tenta ser o fodão, mas na verdade é um idiota! – gritei e os olhos de Justin me fuzilaram do outro lado. Eu ri alto sem humor, gargalhando da minha própria desgraça e virei a dose. Justin pulou da mesa e veio correndo na minha direção. 

Ele me puxou e eu caí sobre seu ombro. Ele saiu me carregando como um saco de batatas para fora. 

– Me solta! BRIAN! – eu tentava me soltar batendo nas costas dele, mas ele não se abalava.

Assim que saímos a chuva começou a cair com força e todas as pessoas que antes estavam ali entraram.

 – Me solta, Bieber!

Eu sentia ódio. Eu estava transformando a minha dor em fúria. Ele me soltou na grama e eu caí de bunda no chão com força, mas logo me pus de pé para encará-lo com ódio. 

– Seu babaca! 

Qual a porra do seu problema? – ele gritou em meio a tempestade que nos rodeava.

VOCÊ! Eu odeio você! - meus punhos se lançaram contra o peito duro nele, não surtia nenhum efeito, mas eu só queria feri-lo.

– Para com isso! – ele me segurou.

JUSTIN! – Brian apareceu tentando se proteger da chuva.

– Cai fora, Brian! Não se mete! – ele gritou.

– Ele é um idiota! Um idiota covarde! – gritei pro Brian e ele me olhou sem saber o que fazer, mas acabou por entrar novamente e me deixar sozinha com aquele idiota.

A chuva já tinha me molhado dos pés a cabeça. Nem os raios e trovões eram tão altos quanto os nossos gritos.

Se você quer acabar comigo, faça isso direito! 

Seus olhos estavam pintados com raiva. Justin estava prestes a explodir.

– Você é louca! Eu já disse pra ficar longe!

– Não vou, até você me dizer a verdade. Pensei que tivéssemos sido honestos. Eu acreditei em você! 

As lágrimas se misturaram com a chuva, mas eu estava firme.

– Você quer a verdade? É essa, eu só queria foder você! – ele gritou e imediatamente minha palma encontrou o rosto dele. A água fez o estalo ser ainda maior. 

Filha da puta!

– Eu odeio você! – gritei socando o peito dele.

Justin segurou os meus pulsos me impedindo e me puxou contra ele. 

Eu não posso ficar com você! – gritou em meio ao furacão que nos rodeava. O silêncio dentro do meu corpo pairou. Nossos olhares se encontraram e eu perdi meu chão. Eu amava aquele homem. 

Foda-se! 

Agarrei seu pescoço e o beijei com toda a força e raiva que percorriam meu corpo naquele momento. Tal momento podia ter sido eternizado na minha cabeça. Eu o beijei como nunca antes tinha beijado alguém. 

Ele tentou relutar, mas acabou cedendo e abrindo os lábios para mim. Minha língua percorreu a extensão da boca de Justin com força, o desejo fazia com que todas as minhas células entrassem em combustão. Justin me deu impulso e eu enrolei minhas pernas ao redor do seu corpo. A chuva caía, a ventania fria poderia congelar os seres aqui fora. Mas o fogo que nos unia era maior e mais forte que todo o desastre natural que nos rodeava. Não havia mais importância a chuva forte, ou qualquer coisa banal. Nós estávamos conectados novamente. O pra sempre estava ali. 

Quando o oxigênio acabou, nos separamos e encostamos nossas testas uma na outra.


Notas Finais


primeiro: GOSTARAM DA NOVA CAPA? Eu amei!!!!!
eu não vou dizer mt coisa, acho que o cap diz mt por si só... ou talvez não... espero que tenham gostado!!!

http://ffbieber.tumblr.com/Relentless e http://ask.fm/gojdrewb


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