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História Relentless - Perdão


Escrita por: jdbpower

Notas do Autor


i'm backkkkkkkk

volteeeeeeeeeeeeeeei e to linda pq VOU postar DOIS (2!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) CAPÍTULOS!!! SKDNFLSKANDF mas um hoje e a continuação amanhã, quero dizer, se vocês forem boazinhas e me disserem o que acharam!!! :)))

Capítulo 27 - Perdão


Fanfic / Fanfiction Relentless - Perdão

Justin Bieber

Mack ainda dormia. Eu queria que ela acordasse, eu precisava olhar nos olhos dela e ver o brilho deles. A preocupação sobre ela já tinha passado, mas eu só me sentiria satisfeito quando visse e ouvisse ela bem.

Bocejei coçando os olhos com as mãos enfaixadas. A enfermeira Candy tinha me obrigado a isso, ela cuidou dos cortes e enfaixou-as. Não doía, mas incomodava.

Eu não tinha conseguido pregar os olhos por toda a noite. Mesmo com o sono e o cansaço batendo a minha porta, não consegui despregar os olhos da minha garota deitada na cama.

Penélope dormia encolhida no sofá, eu podia apostar que ela estaria dolorida quando acordasse. O relógio já batia seis e quarenta da manhã. A hora tinha levado tanto tempo pra passar que os ponteiros pareciam se arrastar com preguiça. Taylor tinha me ligado e eu já tinha tranquilizado a todos. Eu sabia que ele tinha algo importante a me dizer, mas de qualquer forma eu não estava preocupado. Nada importava uma vez que Mack estivesse bem.

Meu dedo corria pelo visor do meu celular passando as fotos de Mack pela galeria. Havia uma centena delas, algumas que eu tinha tirado enquanto ela dormia e em momentos onde ela estava simplesmente natural. Ela era linda, uma beleza incrível. Tudo nela era lindo, por dentro e por fora.

Havia um vídeo, um vídeo que ela tinha feito.

– Acabamos de acordar e eu estou deitada nos braços do homem mais lindo de Rhode Island. – ela disse com um sorriso encantador e sua beleza matinal estonteante, o cabelo bagunçado o rosto levemente amassado. Mack estava deitada nos meus braços, vestindo uma camiseta minha e eu estava abaixo dela, com o rosto amassado.

Diga "olá", Justin.

Hey. – murmurei com os olhos fechados ainda dormindo.

Ele é chato. Crianças se vocês acharem esse vídeo algum dia: não, mamãe e papai não acabaram de transar! – ela brincou e eu ri abrindo os olhos. – O que foi? Eu estou falando sério. – ela olhou pra mim e mudou a gravação ficou em modo horizontal.

Acorda, Justin. Daqui a dez anos vamos ver esse vídeo e lembrar de como tudo começou. – ela sorriu olhando pra mim e ainda segurando o celular. Ela se ergueu mais sobre mim e beijou meu rosto sussurrando algo na minha orelha.

Eu me lembro como se fosse ontem. "Abre os olhos e faz isso comigo e eu não vou embora." me lembro de ter aberto os olhos no mesmo momento e puxado ela pros meus braços.

Ok, vamos fazer isso. – arrumei a câmera na mão dela e nós dois aparecemos na tela. – Hey, sou Justin e essa é a garota mais linda, quente e incrível da porra dessa cidade e eu a amo. Ela é a minha garota. – falei no vídeo e ela sorriu corando e escondendo o rosto no meu pescoço.

Não diga palavras feias no vídeo. As crianças podem aprender. – ela me repreendeu.

Só a ideia de que ela pensava em ter filhos comigo me arrepiava. Porra. – Ok, Justin Jr. Não você está proibido de falar porra. E... Como vai ser o nome da nossa garota? – perguntei olhando pra ela e ela sorriu encantada. – Hmm, eu gosto de Liv e... Blaire. E não vamos chamar nosso filho de Justin Jr. É horrível. Eu gosto de Ryan e Maxon.

Meu nome é incrível. Por que não dá-lo ao nosso filho? Mas tudo bem, eu gosto de Max também.

Ela sorriu e se inclinou para me beijar. Tentei puxá-la mais pra mim, mas Mack partiu o beijo rindo.

As crianças vão ver. – ela murmurou sorrindo e olhando pra tela. – Eu estou feliz, você está feliz, Justin?

Como nunca antes. – sorri e puxei o celular da mão dela deixando-o cair na cama e voltando a beijar minha garota.

Sorri ao me lembrar disso, eu estava tão alheio ao mundo ao meu redor que só notei que Penélope tinha acordado quando ela saiu do banheiro.

– Bom dia. Não vi você acordar.

Ela acenou de e caminhou bocejando. – Notei que você estava concentrado.

Guardei o celular no bolso e respirei fundo.

– Você dormiu?

Neguei com a cabeça. – Sua aparência é horrível!

Dei-lhe um sorriso em falso agradecimento. Voltei a prender meus olhos em Mack dormindo e ficamos em silêncio.

– Você realmente a ama? – de novo Penn voltou ao assunto.

Eu me importo com ela.

– Isso não é suficiente.

Rolei os olhos dando de ombros. A opinião dela não importava.

– Você não entende, não é? Mack ama você. Eu já tentei fazer ela te odiar, mas ela te ama. Eu odeio ter que admitir, mas isso não vai passar, Justin. Ela o ama e quando ela ama alguém, é muito maior. Mack sofreu com a morte dos pais e ela só tinha nove anos, ela perdeu a base do que era amor pra ela. Eu não vou deixar você machucar a minha garota de novo. Então me diga como vai levar as coisas. – Penélope parecia brava e decidia em suas palavras.

Eu entendia sua preocupação perante Mackenzie, eu agia da mesma forma. Eu não queria que ninguém a ferisse, eu precisava protegê-la.

– Eu preciso proteger ela. Eu sinto isso.

– Proteger como, Justin? A única e a maior ameaça aqui é você. Só você pode machucar ela de uma forma irreversível. – meus olhos atravessaram a sala até encontrar Penn de pé me olhando com seriedade.

– Você já amou tanto alguém que nem ao menos consegue respirar quando está com ela?  Eu não queria machucá-la. Nunca quis, mas eu precisava respirar. Eu precisava... Você não vai entender.

– Quem não entende nada aqui é você! Olha, quando uma garota diz que se preocupa com você, enquanto você faz piadas dizendo que ela não te deixa nem respirar, te prende e sufoca, é porque talvez você não saiba a sensação de encontrar alguém que finalmente preencha o vazio que nascemos com ele. É normal que ela perca o controle quando finalmente ache. Mack encontrou com você o que ela perdeu há anos. E você não pode simplesmente dizer que precisava "respirar". Isso é importante pra ela. Você é importante pra ela.

A dor da culpa me consumia cada vez mais, eu tinha consciência do que tinha feito pra Mack, mas com as palavras de outra pessoa me julgando foi pior.

Não tive resposta. Olhei Penélope e sai do quarto esperando que conseguisse respirar. Eu estava sufocado.

Fui até a cafeteria com as palavras de Penn presas na minha mente, caminhei por todo o hospital tendo dissipar a raiva que sentia de mim mesmo pelo mau que eu tinha feito a garota que eu amava. Tentei respirar, mas o ar estava pesado. Quando voltei pro quarto depois de meia hora encontrei Mack acordada conversando com a médica e com Penn, todos riam de algo e quando entrei todos olharam pra mim. Mas eu olhava somente pra ela.

Justin – o sorriso que aquela mulher tinha podia fazer a porra do mundo parar de girar. O brilho nos olhos dela era a coisa mais extraordinária da face da Terra.

– Lucky.

Fechei a porta atrás de mim, nervoso. A médica me olhou e sorriu fraco.

– Continuando, Mackenzie. Todas as substâncias tóxicas já foram filtradas pra fora do seu sistema. Ainda sim quero que você beba muita água e mantenha-se hidratada. – Mack assentiu ainda sorrindo pra mim. Era como se ela tivesse feliz por me ver ali.

Não disse nada enquanto a médica dava instruções a Mackenzie, eu estava fazendo notas mentais para cuidar dela também.

– Vou assinar sua alta e você vai poder sair. Vou falar pra Candy trazer seu café da manhã.

Em seguida a médica saiu e Penn me olhou.

– Eu vou até a lanchonete comer alguma coisa. Preciso de cafeína! – Mack riu assentindo e Penn saiu, antes de cruzar a porta ela me deu um olhar como quem diz: arrume isso.

Aproximei-me devagar da cama e ela fitou as mãos, aparentemente nervosa.

– Como se sente?

Enjoada. – ela fez uma careta e eu ri – Hm, eu te devo um pedido de desculpas, ou um obrigada por ter me salvado ontem...? De novo.

Eu te devo um pedido de desculpas por não estar lá pra te proteger – respirei fundo. – E por ter ficado com outra garota. Eu sinto muito. – coloquei as mãos dentro do bolso da calça.

Ela levantou o rosto e me deu um sorriso triste. – Você não me deve desculpas por isso. Eu exagerei. Nós não temos nada, como você disse. - ela lembrou em um tom amargo.

Andei até o lado dela na cama e me sentei perto dela pegando sua mão, Mack levantou o rosto e me olhou surpresa. – Eu sou um idiota, Mack. Um completo idiota por ter magoado você. Você devia ter desistido de mim no instante em que ferrei as coisas com você da primeira vez. Você devia me odiar agora, eu ficaria melhor com isso. Mas... Eu não quero viver longe de você. Digo, viver sem falar com você, sem saber como foi o seu dia, o que você fez, como está se sentindo. Eu quero você perto, quero poder te abraçar e estar lá pra te proteger. Mas eu quero tudo isso com você sendo minha amiga. Você pode entender?

Os olhos dela brilharam novamente, mas dessa vez em uma camada fina de lágrimas. – Quero ser seu amigo, seu melhor amigo, mas amigo mesmo. Preciso que você me ajude com isso. Amigos normais, amigos como você e o Fynn. Amizade. Entende?

Ela levou alguns segundos pensando e respirou fundo forçando um sorriso. – Eu entendo. Eu também quero saber como foi o seu dia, quero te abraçar e saber como você se sente, mas... Eu te amo e isso me sufoca. – ela riu sem humor pelo nariz. – Nem a fumaça do seu cigarro, sufoca mais do que guardar todo esse amor, que sinto por você, dentro do meu coração. Mas eu posso lidar com isso. – ela suspirou e levantou o rosto deixando uma lágrima cair pelo canto do olho. Escorri-a antes que ela caísse e ela sorriu.

Eu sabia que o que eu estava oferecendo não era suficiente pra ela. Porra, não era suficiente pra mim também, mas era o que eu podia oferecer no momento.

– Você pode me abraçar?

Sorrindo e fungando, Mack perguntou. Assenti sentindo a merda do meu coração apertar por ver ela assim. – Você não precisa pedir isso. – sussurrei e ela sorriu. Meus braços envolveram o corpo de Mack em um abraço apertado, eu não queria machucá-la, mas a necessidade que meu corpo sentia do seu toque era grande demais. Eu precisava dela perto. O mais perto possível.

Fomos interrompidos por Penn e meu celular tocou no mesmo instante. Retirei-o do bolso vendo o nome no visor, a adrenalina correu por todo o meu corpo e me levantei antes que Mack lesse o nome.

– Tudo bem, aqui?

– Sim, eu preciso atender. É importante. – Mack assentiu e Penn me olhou estranha. Sai do quarto e aceitei a chamada.

– Alô?

Justin Bieber?

– Sim, sou eu.

Você sabe quem está falando?

– Sim. – minha respiração estava acelerada em ansiedade. – Jeremy me ligou. Ele disse o que vocês querem, mas não estou na cidade nesse momento. Volto em algumas semanas. Vocês podem esperar por isso?

Na verdade, não. Eu não podia esperar. Meu coração estava na mesa, mas eu não podia impor nada ali. Não era um jogo.

– Sim. Acho que sim.

Tudo bem. Ligo quando voltar à cidade. Adeus.

E ela encerrou a chamada.

No inicio da semana o burburinho sobre quem tinha fodido com o rosto de Jordan estava espalhando pelo campus. A reitoria estava caçando o autor do crime uma vez que a agressão havia acontecido dentro das limitações da BYU. Eu sabia que ninguém iria me denunciar. Mas sabia também que as pessoas falavam e o único com capacidade de fazer algo parecido ali dentro era eu. Ou seja, todas as flechas estavam direcionadas a mim. E no exato momento eu fazia meu caminho para o escritório da reitoria.

– Eles não têm provas. Não diga nada demais, você nem estava aqui qualquer coisa. – Taylor falava no meu ouvido como se fosse um advogado enquanto eu caminhava. Ele estava mais preocupado do que eu.

– Taylor, eu não me importo, cara. O que eles podem fazer, afinal?

O que eles podem fazer? Você pode ir pra cadeia, ser expulso e... Puta que pariu, o que deu em você?

Nada mais me preocupava. Mack estava nem. Nós estávamos bem. Todo o resto poderia se foder.

– Que seja. Vou nessa. Falo com você depois. – avisei e virei o corredor indo até as portas duplas que guardavam a sala da direção. Dei duas batidas antes de entrar e a Sra. Pierce permitiu a minha entrada.

Eu não havia entrado muitas vezes na sala da direção e isso era um mérito a se ter. A sala era grande, repleta com estantes de livros. Para ser mais exato, a sala parecia ser uma cópia menor da biblioteca. Andei até a mesa onde a Jamie Pierce estava. Ela me olhou com um sorriso fraco e indicou para que eu me sentasse.

– Sra. Pierce. – saudei e ela assentiu.

– Justin. Deveria ser um prazer revê-lo, mas não pelo motivo o qual está aqui. – ela sorriu.

Sra. Pierce era uma velha amiga da minha família. Ela tinha cursado faculdade com a minha mãe e era amiga do meu pai. Dei de ombros.

– Você sabe por que está aqui, não é?

– Posso imaginar. Vocês acham que fui eu que bati a merda pra fora do Jordan, certo?

– De uma forma mais coloquial sim. O Sr. Willians está no hospital com alguns hematomas. O que aconteceu com ele foi... Deplorável. – ela suspirou e apoiou os cotovelos na mesa. – Eu não estou aqui lhe acusando de ter feito isso com ele, mas nós dois sabemos do incidente com o Sr. Nolan Kyle. E nós dois sabemos que foi você que também enviou o meu aluno para o hospital. – engoli o seco. – Justin, eu conheço a sua família há anos. Fico orgulhosa em dizer que seus irmãos estudaram aqui e que você também está aqui, uma vez que suas notas são excepcionais. Mas... – ela suspirou. – Eu não posso aceitar violência dentro da minha instituição. Eu não posso proteger alguém que fere as outras pessoas.

– Não fui eu que fiz aquilo com o Jordan. – menti com firmeza.

– Eu não disse que foi. E eu realmente espero estar enganada em pensar que possa ter sido você. Mas se não descobrirmos o culpado, o nome da instituição ficará nos jornais e a nossa imagem, que se manteve limpa por sessenta anos, irá se sujar. Nem eu, nem você queremos isso. Certo?

Eu não dava a mínima pro que aconteceria com o nome da BYU, minha única preocupação era Mackenzie.

– Sra. Pierce...

– Ainda não terminei. Nós estamos investigando o caso. Eu não quero ter que envolver a polícia nisso. Eu não quero te prejudicar, Justin. Mas seria mais fácil se você admitisse que o fez. Eu confio em você e quero que me diga a verdade.

Jamie era uma senhora legal. Mentir pra ela não era algo que eu gostaria de fazer, mas admitir que tinha batido no Jordan não era bom pra mim.

– Não fui eu que bati nele. Eu nem estava na festa, Sra. Pierce e se quer uma dica. Há uma porrada de pessoas que adorariam chutar a vida pra fora do corpo do Jordan. Ele está envolvido em sujeira que eu não chego perto. Sinto muito, mas a Senhora não encontrou o culpado.

Ela pareceu ver nos meus olhos que a mentira que eu contava, mas ao mesmo tempo parecia entrar em um conflito já que o meu discurso tinha sido bom. Mas ainda sim assentiu decepcionada e me liberou.

– Vou tomar as medidas cabíveis agora. Obrigado.

E assim fui dispensado.

Tinha sido fácil demais.

Mackenzie

Na hora do almoço Justin e Taylor estavam na porta da sala de literatura americana quando saímos. Eu tive que sorrir largo ao vê-lo e Penn correu pros braços do namorado, eles não tinham uma cara nada boa.

– Sra. Pierce quer reunir todos no salão. É sobre o Jordan. – Taylor disse com medo na voz, Justin parecia sereno. Eu sabia o que estava acontecendo e temia por ele. Dei-lhe um abraço apertado e ele me soltou beijando minha testa.

– Eles querem achar o culpado. – Taylor murmurou.

Todos os alunos caminhavam para o grande salão onde geralmente acontecia a colação de grau. O lugar era enorme e comportava um palco onde os professores e a reitoria estava em peso. Quando o salão ficou repleto de pessoas e os burburinhos cessaram, a Sra. Pierce começou seu discurso.

– Primeiramente, boa tarde. Sinto em dizer que a razão para está reunião não é nada satisfatória.

Apertei os dedos de Justin entre os meus, nervosa com o que estava acontecendo. – Todos estão cientes do ocorrido na festa de Halloween que nós promovemos todos os anos para divertir nossos alunos, mas que uns e outros usam para a prática do mau. – Justin estava relaxado. Como ele podia estar tranquilo?

– Vou ser breve. O Sr. Jordan Willians está internado em um estado estável, como dizem os médicos. Mas eu não vejo como toda está situação pode estar estável, uma vez que um aluno. Um aluno meu causou esse acidente horrível. – ela tinha amargura na voz. –Quero encontrar o culpado, eu confio em vocês. Não quero ter de envolver as autoridades nisso. O responsável, se confessar, será punido nas medidas possíveis e não envolveremos a polícia nisso. Do contrário, se ninguém assumir a autoria, terei de punir a todos.

O salão se manifestou em desgosto e incredulidade. – As festividades serão terminantemente proibidas. Qualquer forma de atividade curricular-extra será cancelada e a carga horária aumentada. Essas são algumas, repito, apenas algumas das punições que todos, repito, todos sofreram se o responsável não aparecer. Muito bem, vou dar-lhes dez minutos para que isso aconteça.

Ela disse e todos começaram a conversar entre si irritados por isso. Não era justo que todos pagassem por um. Vi nos olhos de Justin que ele sentia por seu erro. Taylor e Penn também sentiram isso, mas não podíamos obrigá-lo a assumir essa responsabilidade. Ele não podia ser preso ou estar envolvido com isso novamente. Seu histórico já estava manchado. Ele olhou nos meus olhos com um sorriso triste e me abraçou.

Tenho que fazer isso, Lucky.

Não! Você não pode, Justin. Você me salvou e... – pânico começou a percorrer por todo o meu corpo só de imaginar ele preso ou expulso. Lágrimas encheram os meus olhos.

– Silêncio, silêncio! – a diretoria pediu quando os minutos acabaram e todos se calaram.

– Sinto muito.

Ele ia se entregar. Mas ele não podia! Olhei desesperada para Penn e Taylor, mas eles não podiam fazer nada.

– E então, onde está o culpado?

O silêncio caiu sobre o lugar. Até mesmo um alfinete caindo poderia ser ouvido dali. Justin respirou fundo apertando minha mão prestes a erguer sua mão livre e assumir tudo aquilo, mas alguém foi mais rápido que ele.

– Fui eu! – uma voz máscula disse alto o suficiente para ecoar por todo o local. Com a onda de pessoas eu não pude ver quem era.

– Venha até aqui.

Todos esticaram o pescoço tentando ver o responsável pelo crime e Penn, Taylor e Justin também.

– Mas quem...

As pessoas iam abrindo caminho para que ele passasse e quando ele passou por nós, eu mal pude acreditar quando o vi.

Os olhos azuis de Brian estava revestidos com malicia e travessura. Brian tinha admitido a culpa? Oh, meu deus.

– Não posso deixar você fazer isso, Brian. – Justin disse baixo o segurando pelo braço antes que ele fizesse o caminho até o palco.

– Tarde demais, cara. Acabei de salvar sua pele, irmão. – Brian sorriu e se soltou caminhando até a forca. Ele realmente tinha feito isso? Eu não podia acreditar.

O verdadeiro significado de fraternidade mostrou-se naquele momento. E eu não sabia se sorria ou chorava. Ele subiu no palco e todos começaram a sussurrar surpresos.

– Sr. Stephens. – Jamie murmurou em um tom surpreso.

– Fui eu que bati no Jordan.

– O filho da puta não fez isso. – Justin murmurou incrédulo e surpreso.

– Parece que sim.

Brian sorriu ao nos encontrar na multidão e eu sorri em agradecimento. Ele era a melhor pessoa do mundo. Eu amava aquele grandão.

– Fico feliz em saber que posso confiar em vocês. Vamos até a minha sala Sr. Stephens. – Sra. Pierce disse e todos o aplaudiram pela coragem em admitir. Nós quatro o aplaudimos pela coragem e honra em defender Justin daquela forma.


Justin Bieber

O sangue corria a milhão pelo meu corpo. Brian tinha assumido a culpa no meu lugar. Ele era um filho da puta maluco. Eu podia beijar aquele cara. Quando ele saiu da sala da diretoria meu coração quase pulou pra fora. E ele saiu sorrindo.

– Filho da puta! – rugi indo pra cima dele e empurrando o corpo do idiota contra a parede, em um abraço.

– Caralho, JB. Me solta, viadinho.

Mack, Penn, Dylan e Taylor riram e eu o apertei mais forte levantando seu corpo pesado.

– Qual a porra do seu problema? Por que fez isso?

– Você sabe como é, sempre quis entrar nessa sala. – ele disse dando de ombros e rindo.

– Eu vou quebrar a sua cara. – disse sorrindo eufórico.

– Falando sério. Eu não podia deixar você se foder sozinho. Você é meu irmão, estamos juntos pra foder e nos foder, certo? – ele riu passando o braço pelos meus ombros. Todos riram.

– Você é maluco, Bry. Mas eu te amo. – Mack disse indo abraçá-lo.

– Hey, baixinha. – ele a abraçou. –Pra falar a verdade eu fiz isso por ela. E não foi grande coisa afinal. Eu só vou ter que ajudar na biblioteca por alguns meses e pagar uma multa. – ele deu de ombros. – Vai ser um prazer passar um bom tempo com a gostosa que organiza os livros lá.

Todos nós rimos e eu o abracei mais uma vez.

Mackenzie

As semanas passavam rápido. Justin e eu estávamos fazendo a coisa de "amigos normais" bem. Os feriados de final de ano estavam chegando. Justin e eu tínhamos voltado a estudar juntos e a nossa rotina pré-amor tinha voltado a se instalar entre nós. No momento em questão estávamos almoçando juntos, já que Brooke tinha um compromisso e não pudemos terminar o trabalho. Justin estava a minha frente devorando um pedaço de pizza como se não comesse há semanas e eu estava criando coragem para lhe fazer um convite, desde o dia anterior ele estava estranho. Quero dizer, ele tinha sumido do mapa por dois dias e voltado totalmente radiante. Como se uma luz tivesse caído sobre sua vida. Ele era todo sorriso.

– Por onde você esteve esses dias? – aquela não era a pergunta que eu queria fazer, mas era um bom começo.

– Resolvendo algumas coisas... Procurando a verdade por ai... – ele riu.

Não entendi o que ele quis dizer, então apenas assenti sem dar importância. Suspirei duas vezes e fiz logo a pergunta que queria fazer.

– Você... Hmm, você quer passar a Ação de Graças comigo?

Foi uma pergunta simples, mas eu estava nervosa por ter o conhecimento de que as probabilidades de ele dizer não eram muito maiores das de ele dizer sim. Justin me olhou mastigando sua pizza lentamente e engoliu.

– Você está falando sério?

É claro que eu estava.

– Sim. Mas... Bem, você deve querer ficar com os seus irmãos e...

Aceito. – ele me cortou e eu o olhei surpresa.

Quais eram as probabilidades mesmo? Bem, de qualquer forma eu não entendia nada de matemática. Desejei ter parecido menos boba, mas não pude deixar de sorrir. Meus olhos brilharam com a confirmação e eu senti tudo revirar um pouco em alegria.

– Você está brincando comigo?

Justin riu fraco e limpou a boca com um guardanapo.

– Não. Você fez o convite, eu aceitei. Eu deveria ter negado por acaso?

Ri sem saber ao certo o que dizer ou fazer.

– Não! Eu quero dizer... Só... Obrigado por aceitar.

– Não aja assim, Mack. Nós somos amigos agora, certo? Não aja como se eu estivesse te fazendo algum favor.

– É – suspirei – Amigos.

Eu não gostava mais daquela palavra, mas era melhor do que nada. Assim que deu a hora, cada um voltou pra sua sala, ele me acompanhou até o laboratório de fotografia e plantou um beijo na minha testa antes de ir. Meus lábios sentiram inveja.

Pam e Joseph seriam um problema, mas eu sabia que com Penn e Taylor lá a situação ficaria mais controlável. Joseph tinha sido rude com Justin da primeira vez, mas eu esperava que ele estivesse mais calmo uma vez que Justin era só meu amigo.

O dia passou rápido, a ideia ficou na minha cabeça por todo o dia e eu devo ter perdido algumas partes importantes durante as aulas. Quatro dias com Justin, era o suficiente. Eu podia ficar bem com isso.

Encontrei Penn na saída e ela foi tagarelando do inicio ao fim da viagem até os dormitórios. Não tive uma brecha para mencionar que havia convidado Justin para o feriado.

– Oh, eu já ia me esquecendo. Não vou passar Ação de Graças com vocês esse ano. Acredite se quiser, mas o papai me deixoueu passar o feriado com a família do Taylor. – ela disse aquilo com alegria.

Eu simplesmente a encarei com incredulidade e tensão. Se ela não estaria lá, seria apenas Justin, eu e meus pais.

– V-você não vai? – ela abriu a porta do quarto e entrou meus pés tomaram o caminho sozinhos.

– Não, isso não é um máximo! – ela se virou pra me olhar. – O que foi?

– Eu... – as palavras desapareceram – Não foi nada.

Balancei a cabeça e me sentei na cama. Vários cenários terríveis se formaram na minha cabeça e ela riu da minha confusão ou aparente loucura. Mencionar o meu convite pareceu desnecessário e certamente ela faria um escândalo por isso.

– Tenho que fazer as minhas malas. Vou deixar as chaves do carro. Você pode ir dirigindo.

No dia seguinte Penn fez suas malas e eu fiz a minha com poucas coisas. Justin não havia me mandado mensagens ou qualquer coisa do gênero, mas eu entendia que ele ainda estava de pé sobre ir. Penn e eu fomos ao salão, fizemos as unhas e tudo que o salão poderia oferecer como depilação, hidratação, etc. Todo um tratamento de garotas. Ela viajaria através da madrugada com Taylor.

Meu celular tocou assim que descemos do carro, era Justin.

Mack?

– Hey.

Que horas vamos amanhã?

Seu tom de voz era ofegante, eu diria que ele estava correndo.

– Você está correndo?

Ele riu e escutei o som alto da buzina de um carro.

Sim. Mas e então, que horas?

– São aproximadamente duas horas de viagem até a cidade. Seria cedo demais pra você as oito?

Acenei para que Penn fosse na frente e ela subiu me deixando pra trás, recostei-me ao carro.

Hm, não sei se posso acordar a esse horário.

– Eu posso te ligar e acordar você.

Hmm... Acho que você pode. Mas não seria mais útil se nós dormíssemos juntos?

Meu coração acelerou e meu queixo caiu.

– Eu... É uma ótima ideia. – eu não pude conter o sorriso e eu podia dizer que ele sorria do outro lado.

Que horas a Penn vai sair com o Taylor? – era possível escutar o tráfego dos carros através da ligação, eu queria perguntar onde ele estava.

Andei pelo campo vazio iluminado pelos postes do campus e sorri ao ver a lua.

– Eu não sei, acabamos de chegar. Mas ele deve estar aqui em meia hora para buscá-la.

Meia hora? Uh, acho que vou ter que arranjar um lugar pra esconder durante esse período.

– Como?

Uh, Mack. Vou ter que desligar agora, acabei de ver uma garota linda e porra ela está gostosa em seus jeans. Te ligo, tchau. – ele simplesmente desligou.

Meu queixo caiu novamente, mas em uma incredulidade enfurecida. Havia um pouco de tudo: dor, ciúmes, raiva... Eu queria...

Oi, Mack. – escutei alguém sussurrar no meu ouvido e me virei bruscamente com a mão no coração por conta do susto.

– Ai, meu Deus. Justin!

Foi como se tudo estivesse parado. O ar não entrou nos meus pulmões. Meus olhos congelaram no brilho maravilhoso dos seus olhos e eu sorri. Ele estava lindo, a iluminação me dava todos os traços, mas eu sabia que ele era lindo e ele sorria. Merda, eu iria ter um ataque do coração por causa daquele sorriso.

– Você me assustou! – respirei mais calma e ele sorriu se curvando e beijando a minha bochecha, em um canto especialmente perto da boca. Ele riu fraco perto da minha boca e eu mordi o lábio.

– Sinto muito. – ele não sentia nenhum pouco. Seu sorriso sapeca dizia isso.

– O que você está fazendo aqui? – perguntei quando ele deu um passo pra trás.

– Eu disse que seria mais útil se dormíssemos juntos, bem...

– E a garota que você...

Justin me olhou sorrindo malicioso e seus olhos caíram para os meus jeans. Ele ergueu a sobrancelha, sugestivo e eu corei. Ele deixou a conclusão no ar e não foi preciso pensar muito. A garota gostosa em seus jeans era eu. Ele iria dormir comigo.

– Você... – eu não pude terminar por conta do sorriso.

– E então, onde eu fico durante esses minutos até Penn cair fora?

Ele olhou ao redor do campo e passou o braço pelo meu ombro.

– Eu não sei. Você pode ficar... Pode se esgueirar pela saída de incêndio e ficar perto dos banheiros. Eu vou apressar ela.

Ele assentiu sorrindo.

Eu não sabia exatamente o que, mas havia algo brilhando em torno de Justin. Ele parecia tão... Meu, novamente.

Nós caminhamos juntos até a saída de incêndio atrás do prédio.

– Você fica aqui, eu te mando uma mensagem pra você subir. Tome cuidado e não seja pego pela reitoria.

Ele assentiu sorrindo e quando eu me virei para subir as escadas, ele segurou meu braço e me puxou de volta contra seu corpo. Ele segurou a minha nuca e minha cintura. Seus olhos cheios de malícia e nossas faces a milímetros de distância.

Justin...

Eu queria tanto beijá-lo. Sentia uma vontade fora do comum e eu tinha que me manter firme. Era como se houvesse um imã entre nós dois, algo que sempre me puxava pra ele.

Ele sorriu e aproximou ainda mais os nossos lábios, mas não me beijou.

Não demora. – ele puxou meu lábio com os dentes e me soltou.

Meu corpo todo estava incendiado. Eu sentia calor desde as minhas bochechas até o meio das pernas. Eu teria caído senão tivesse segurado em seus ombros. Ele sorriu em divertimento com o meu desequilíbrio e eu me virei subindo as escadas correndo até o quarto.

Quando finalmente cheguei Penn arrastava a mala pra fora.

– Onde diabos você estava? Já ia te ligar!

– Eu-eu... Encontrei algumas garotas da minha turma de artes e... Você já está indo?

Ela franziu o cenho com a minha agitação e eu engoli o seco tentando voltar ao normal.

– Está tudo bem?

– Tudo ótimo!

– Eu já estou indo, Taylor já chegou. Se precisar me ligue ou, você sabe, qualquer coisa. As chaves estão na gaveta. Tome cuidado. – ela me abraçou carinhosamente e me soltou.

– Tome cuidado, você também. Amo você. – ela beijou a minha bochecha e saiu.

Eu não deveria ter ficado tão contente por sua partida. Assim que vi pela já ela entrar no Camaro de Taylor, enviei uma mensagem a Justin, o corredor estava felizmente vazio quando ele passou. A maioria já tinha viajado para casa ou estava na festa que uma fraternidade estava dando. Tudo sob controle.

Ele entrou e eu não podia deixar de notar o brilho que iluminava sua face. Havia algo no jeito dele que estava diferente, ou melhor, algo que havia finalmente voltado ao normal.

Ele me abraçou assim que fechei a porta. Seus braços me deram impulso e eu enrolei minhas pernas ao seu redor rindo.

– O que é isso?

Ele beijou o meu pescoço e clavícula. Meus sentidos se esvaiam a cada segundo.

– Amigos abraçam amigos. – ele explicou zombando de mim. Justin nos deixou cair na minha cama e sorriu ainda mais largo pra mim.

Meu coração batia tão rápido que eu poderia ter um ataque a qualquer instante. Justin levantou o rosto para me olhar e me observou. Minhas mãos correram pra sua nuca acariciando sei cabelo macio.

– Você é linda.

Eu corei intensamente.

– E fica ainda mais linda quando cora. – ele acariciou a minha bochecha.

Tomei banho e quando sai, Justin olhava para o meu mural de fotos. Quando abri a porta deixando o vapor entrar no quarto ele se virou. Sorri fraco e desviei o olhar. Ele, estranhamente, vestia uma camisa cinza de algodão de mangas compridas e calças de moletom azuis. Amaldiçoei tais peças por estarem o vestindo e tocando sua pele como eu desejava tocar.

Eu só podia estar ficando louca, ou doente.

– Mack? Terra chamando Mack. – ele me chamou e eu balancei a cabeça o olhando.

– Desculpa, eu estava longe. – ri sem graça.

– Percebi. O que você quer fazer? Acho que deveríamos ir dormir se vamos levantar as oito. Sua sugestão parecia estar velada com um manto de malícia, mas eu ainda não entendia.

– Sim, dormir.

Eu sabia que o dormir de amigos, não era dormir na mesma cama. Olhei para a minha cama Couple Size Bed e lamentei. Justin andou até a fama de Penn e senti uma vontade surreal de gritar pra ele vir até a minha, mas não o fiz.

– Hm, Justin?

Ele se virou antes de se deitar.

– Por que você está... Vestido? – ele sorriu malicioso cruzando os braços. – Você me entendeu, com essa camiseta e calças.

Tentei fazer daquilo uma pergunta natural, mas não era. Eu estava questionando o porquê de ele estar vestido, podia ser mais estranho?

– Está frio lá fora e esse lugar aqui tem um péssimo sistema de aquecimento. – ele reclamou e assenti sem dar tanta importância a tais fatos. – Mas eu posso tirar, se é isso que você quer. – Justin puxou o tecido pelas costas e jogou-o no meu puff. Seus músculos se alegraram pela exposição e eu sorri satisfeita.

– Ok, agora podemos dormir.

– Você não está se esquecendo de mais nada? – ele perguntou.

- Oh, sim. Já vou desligar a luz. – me estendi até o interruptor e as luzes se apagaram.

Escutei a risada rouca de Justin ecoar.

– O que foi?

– Eu não estava falando disso. Você não vai me convidar pra dormir na sua cama?

Acalmem-se garotos. Está tudo sob controle. Aquela me pareceu uma ótima hora para ter uma conversa com meus neurônios.

– Oh... Pode ser. Mas amigos normais fazem isso?

– É claro.

Apenas assenti e ele se esgueirou na minha cama que não era tão grande quanto a dele, mas que podia nos aconchegar muito bem. Justin automaticamente me puxou para seu peito duro e quente e eu me aconcheguei em sei calor. Ele era quente, de ambas as formas.

Não demorou muito para o sono tomar conta depois que fechei os olhos e ele começou a cantarolar baixinho I'm yours do Jason Mraz, eu não sabia o que aquilo significava, mas contanto que ele estivesse aqui, e nós estivéssemos juntos, tudo ficaria bem.

Acordei na madruga sentindo algo vibrar abaixo de mim. Ou melhor, sentindo algo tremer. Abri os olhos e encontrei Justin dormindo e tremendo inconscientemente.

Ele tinha razão. Não era justo deixá-lo apenas de calças quando tínhamos o aquecedor quebrado. Ele tremia levemente e eu cobri nós dois o abraçando mais e ele me apertou.

Pouco tempo depois voltei a dormir e ele já tinha parado de tremer.

Em todo o nosso tempo junto, eu não tinha visto dirigir um carro. A imagem dele pilotando a Ducati era algo que coloria a minha mente. Ele ficava incrivelmente sexy na moto, mas vê-lo assumindo um volante foi... Encantador. Ao contrário da sua postura rebelde com a moto, ele parecia tranquilo dirigindo até uma cafeteria em plena quinta-feira de feriado às oito e meia da manhã. Ele ficava lindo de qualquer forma, mas hoje especialmente... Havia algo a mais.

– Penn, vai matar você quando souber que deixei você dirigir o carro dela. – comentei sobre a música que soava no DVD do carro.

– E quem dirigiria até lá? Você?

O olhei incrédula.

– Sim?!

Ele desviou o olhar da estrada para mim e sorriu.

– Nada contra isso, Mack. Mas não deixo a minha segurança no trânsito nas mãos de uma garota nem que me arranquem um braço. Você sabe, é o que dizem: mulher no volante, perigo constante.

Ele zombou de mim e cerrei os cílios em sua direção.

– Ah, claro. E você sabe o que dizem sobre os homens... São todos idiotas machistas.

Ele perdeu o sorriso malicioso e ficou sério. O clima ficou tenso no carro até ele estacionar em uma lanchonete cinco minutos depois.

Eu saí do carro andando apressada até a entrada e ele veio atrás de mim. Arranjamos uma mesa no canto perto da janela e Justin fez os nossos pedidos. O meu e o dele, sem nem ao menos perguntar.

– Isso é tudo? – a garçonete perguntou.

Não.

Justin tinha acenado positivamente e então a garçonete olhou pra mim.

– Quem disse a você que eu quero ovos e bacon? – disparei.

– É o que você sempre come. Você é previsível, Mack.

Previsível. Odiei aquela palavra.

– Eu vou querer o prato do dia, por favor.

A garçonete cancelou o pedido anterior e Justin me olhou surpreso.

– Ei, é pedir demais um pouco de paz de espírito pela manhã? – ele perguntou içando a bandeira branca.

Eu estava sendo ridículo.

– Me desculpe, eu só estou tensa. – suspirei e ele pegou as minhas mãos por cima da mesa.

– O que foi?

– Meu pai. Não quero que ele seja rude com você. Acho que a nossa amizade pode facilitar as coisas, mas eu estou apreensiva.

– Você não precisa se preocupar, Mack. O que ele pode fazer afinal?

– Oh, não. Não desdenhe o poder de Joseph Manson! – o alertei e ele riu, mesmo que eu estivesse falando sério.

O nosso café da manhã chegou e estava tudo tão delicioso que eu quase lambi os pratos.

– Fynn tinha razão. – Justin comentou aleatoriamente. – Ver você comer é incrível. – eu sorri nervosa corando. – Você fica linda fazendo isso.

Vermelho cobriu meu rosto, ele estava me observando comer. Não disse nada, mas novamente as borboletas do meu estômago entraram em colapso. Justin pagou tudo e logo já estávamos de volta à estrada.

Conectei meu celular ao som e deixei as musicas seguirem de forma aleatória. A viagem estava sendo tranquila, era incrível o modo como a paz parecia estar entre nós.

Eu não precisava mais me preocupar em cicatrizar a ferida que ele tinha causado em mim, ela ainda estava lá, mas a dor já tinha ido embora. Nós não havíamos voltado ao que éramos antes, mas a amizade pareceu suficiente. Tê-lo ao meu lado era o que eu precisava.

Eu o amava.

– Você não vai me fazer escutar Taylor Swift em uma viagem de carro! – ele murmurou divertido mudando a música.

– Ei! Era uma ótima música. – o olhei e ele balançou a cabeça.

– Vou te mostrar um pouco de boa música.

Justin desviou o olhar da interestadual para o player e procurou na minha lista de musicas. – Isso sim, é música.

O som de Imagine Dragons, Radioactive.

Conversamos um pouco e comecei a lhe dizer como deveria ser seu comportamento na frente dos meus pais.

– Seria bom também se você não xingasse na frente deles. Meu pai cortaria sua língua se escutasse algum palavrão.

Ele riu alto.

– Eu estou falando sério, ele tem ferramentas suficientes para fazer isso e eliminar os vestígios depois.

– Seu pai não foi com a minha cara, mas ele não pode ser tão ruim, Mack.

– Ok. Prepare-se.

Ele riu e balançou a cabeça. Eu só esperaria o pior das atitudes de Joseph. Pam certamente adoraria a visita, mas papai... Talvez Justin estivesse com razão, ele não podia ser tão ruim, afinal era o feriado de Ação de gGraças e se há algo que eles respeitam são os feriados divinos.

– Como anda sua tatuagem?

Ainda havia isso. Eu precisaria mantê-la bem escondida embaixo de varias blusas.

– Deus! Nem ouse mencionar isso também.

– É tão divertido ver você assim, com medo dos seus pais como se você fosse uma criança de cinco anos. Você já é uma mulher, Lucky. Uma mulher linda. – ele olhou pra mim e sorriu.

Não importava a quantidade de vezes que ele me elogiasse, eu sempre coraria. Eu me sentia tão melhor quando ele falava algo do gênero que era até como se fosse verdade.

Por todo o caminho nós conversamos sobre coisas aleatórias e fizemos algumas brincadeiras de viagem idiotas. Justin era... Merda, não havia mais adjetivos para classificá-lo.

Quando chegamos a minha cidade todo o nervosismo se concentrou na palma das minhas mãos, que começaram a soar excessivamente.

– Ok, agora me guie até a sua casa.

Fazia tempo que eu não ia a Rosewood, mas a cidade continuava a mesma. As pequenas lojas e lanchonetes com um estilo típico de cidade do interior, as pessoas passeando pela rua com suas famílias em um dia de inverno ensolarado. Eu sorri ao passar por lugares que eu frequentava na minha adolescência. A praça onde tinha dado o meu primeiro beijo, a escola secundária. Lembranças. Minha casa ficava a alguns quilômetros de tudo aquilo, mas ela não era mais minha. O incêndio tinha destruído tudo e agora outra família vivia lá. Eu os conhecia e eles eram dignos de construir uma vida encima das cinzas da minha infância.

Fui ensinando Justin o caminho até a minha casa. Eu não me lembrava se havia mencionado em que meus pais trabalhavam, mas Justin pareceu surpreso ao tomar caminho para a propriedade privada. O portão de ferro alto e clássico trancava a residência e seguida por muros altos. Os portões ficavam abertos na maior parte do dia, para deixar que os turistas e até mesmo os locais vagassem pelos jardins incríveis.

– Espere um minuto. – desci do carro e fui até a parede apertando o interfone.

Em que posso ajudá-los?  

– Mãe? Sou eu, Mack. Você poderia abrir o portão.

– Mack? Filha! É claro!

Os portões se abririam e voltei para o carro.

– Mack, você se esqueceu de me dizer alguma coisa?

– Hm, não que eu me lembre.

– Sim, você se esqueceu de dizer que mora em uma porra de mansão incrível!

Ele exclamou avançando com o carro pela trilha até a minha casa.

Ele estava exagerando. Era apenas uma casa grande, mas não havia qualquer luxo nela. Pam era uma conservadora de arte. Ela amava vintage, por fora a residência até poderia parecer intimidadora, mas por dentro essa imagem se partia.

Ao longo do caminho havia os vastos campos com rosas, orquídeas e todos os tipos de flores que Joseph cultivava e distribuía a vários estados. Contudo, ali era um pequeno "acervo" particular que apenas decorava a entrada.

– Caralho!

Assim que Justin estacionou o carro eu ri e desci. Pam já estava descendo os degraus da entrada vindo até mim.

Filha!

– Mãe!

Ela me abraçou apertado e eu retribuí com a mesma intensidade. Ela era incrível. A saudade apertou meu peito e a sensação nostálgica que eu senti levou lágrimas aos meus olhos.

– Senti tanta saudade, filha.

Ela me soltou e segurou meu rosto beijando por toda parte. Ri fraco e lembrei-me de Justin.

– Hm, mãe. Eu trouxe alguém.

Ela me olhou e depois seus olhos caíram atrás de mim.

– Sra. Manson.

Justin estendeu a mão cordialmente e Pam me olhou surpresa e depois sorriu para ele.

Oh, Justin. É bom vê-lo. – eles deram as mãos e Justin parecia mais nervoso do que nunca.

– Como foram de viagem?

– Ótima. Papai está em casa?

– Não. Ele foi comprar algumas coisas com Pete no mercado, mas já devem estar voltando. Vamos entrar, queridos.

Com ela tinha sido fácil. Mas eu tinha plena certeza de que com Joseph seria ruim.

Justin pegou sua mochila e a minha e caminhamos para dentro de casa.

– Vocês já tomaram café?

Assenti. – Você tem uma casa linda, Sra. Manson.

Justin elogiou e eu quis rir. Ele estava querendo causar uma boa impressão.

– Obrigada, querido.

– Mack, quer mostrar a casa a ele enquanto seu pai não chega? Assim todos sentamos a mesa para o brunch.

Assenti dando de ombros e no mesmo segundo a porta se abriu com Joseph e Pete rindo de algo segurando sacolas de papel.

Nós três nos viramos e congelamos.

O sorriso de papai desapareceu e ele encarou Justin friamente.

– Uh-uh. – Pete murmurou sabendo a catástrofe que se seguiria.

– John!  Mack acabou de chegar! Não é ótimo? – Pam quebrou o silêncio.

– Oi, pai. – me aproximei o abraçando, e ele demorou alguns segundos até retribuir. Eu sabia que ele estava concentrado em amedrontar Justin.

– Filha, senti sua falta. – ele me abraçou sem jeito por estar segurando as sacolas e eu ri fraco. – Você trouxe uma visita.

– Justin, você já conhece Joseph, meu pai.  

Justin acenou e estendeu a mão. – Sr. Manson. – eles deram as mãos, e eu sabia que Joseph estava impondo uma força fora do comum no aperto. Mas Justin não se intimidou.

Pam chamou nossa atenção e quebrou o gelo chamando todos pra mesa do café.

Eu e Justin já tínhamos comido, mas nós sentamos mesmo assim. Ele sentou-se ao meu lado e ele segurou minha mão por debaixo da mesa. Ele estava me acalmando.

– E então rapaz, você veio passar o feriado aqui.

– Sim, senhor. Mackenzie me convidou.

– Você é muito bem vindo, Justin. – Pam acrescentou com um sorriso.

– Obrigado, Sra. Manson.

– Pode me chamar de Pam. – ele sorriu e assentiu educado.

– Eu não sei como funciona em Rhode, mas aqui temos algumas regras sobre minhas filhas e seus namorados. Vocês não dormem no mesmo quarto. Você irá dormir no quarto de Pete.

– No meu? Mas o que eu tenho com isso? – Peter resmungou do outro lado da mesa.

– Pai!

– Joseph, não é hora.

– Eu só estou esclarecendo alguns pontos e agora me parece uma boa hora.

– Hm, me desculpe senhor, mas...

Eu e Justin não namoramos mais. – disse o cortando.

O silêncio caiu na mesa. Pam me olhou surpresa e tomou mais um gole de sua xícara de café. Pete deu de ombros e papai ficou chocado.

– Não?

Foi horrível ter que admitir aquilo, parecia mais real agora. Mas nós estávamos indo bem.

– Não, pai.

– O que você fez com a minha filha? – Joseph rugiu na direção de Justin e ele apertou ainda mais minha mão. Eu podia dizer que papai estava prestes a voar até Justin e chutar sua bunda pra longe de mim.

– Eu...

– John, não é da nossa conta. Se Mack o convidou é porque eles são amigos.

– Não veja o lado colorido das coisas, Pamela.

– Pai!

– Mackenzie Rosie, eu quero explicações. – ele bateu na mesa irredutível.

Meu rosto estava vermelho, eu sabia que não daria certo. Justin não tinha que lidar com aquilo. Quando abri a boca pra falar, ele tomou a voz.

– Algumas coisas aconteceram. Mas pode acreditar que eu nunca machucaria sua filha, senhor. Ela é a minha melhor amiga e a pessoa mais especial que eu tenho. Nós tivemos alguns problemas e... – ele suspirou. – Mas somos amigos. Eu sei que não sou o suficiente pra ela, mas eu simplesmente preciso dela. – a voz de Justin saía firme e dura.

– Isso é doce da sua parte, Justin. – Pam comentou com um sorriso orgulhoso. Os dois trocaram um olhar e eu corei fitando nossas mãos no meu colo.

– Eu não entendo. Mas é melhor assim. Você realmente não é o tipo de homem que Mackenzie merece.

Pai! – agora eu tinha realmente gritado e ele me olhou sério. – Justin é um bom homem. Ele é cuidadoso, carinhoso, destemido e... Você nem o conhece.

– E também não quero. – ele estava sendo terrível. Eu odiei ter que passar por aquilo.

Pam pigarreou e mudou de assunto falando sobre algumas das mudanças na casa. Justin tomou um pouco do suco de morango e comeu alguns donuts de creme. Eu não tinha estômago para comer qualquer coisa.

Depois que o café terminou Pam disse para que mostrasse a casa para Justin e John designou Pete como nosso vigia.

Pegamos nossas mochilas na sala e subi as escadas com eles atrás de mim. No topo da escada haviu um pequeno lounge, a esquerda ficava o corredor que levava até os quartos, a direita havia uma pequena sala com um sofá e alguns aparelhos eletrônicos.

– Sua casa é legal. – Justin comentou novamente olhando os cômodos.

– Você trouxe seu vídeo game? – Pete perguntou ao lado de Justin.

– Não cara, sinto muito.

Justin riu fraco e Pete rolou os olhos.

– Este é o meu quarto. – apontei para a porta e ele ergueu a sobrancelha. Ri fraco e o empurrei. – Vamos, garotão. Você vai morrer no momento em que tocar a maçaneta.

Ele riu e Pete abriu a porta de seu quarto. Era um típico quarto de garotos. Televisão, vídeo game, uma cama com lençóis azuis e um sofá cama.

– Justin esse é o meu quarto, quarto este é o intruso pelos próximos quatro dias.

Pete fez as apresentações e nós rimos.

– Ele assiste muita ficção científica. – expliquei baixo no ouvido de Justin e ele riu fraco pra mim.

Justin deixou sua mochila cair em qualquer canto e se virou pra mim abraçando minha cintura. Pete murmurou algo sobre ter náuseas e saiu pra sua varanda.

Permissão para me esgueirar pros seus aposentos no meio da madrugada? – ele sussurrou na minha orelha e eu podia ver o sorriso travesso em seus lábios.

– Se o Rei descobrir é decapitação. Quer mesmo correr esse risco?

Ri fraco e ele me acompanhou.

Tudo pela princesa.

Justin olhou nos meus olhos e eu jurei que ele ia me beijar.

Estava difícil de me controlar com ele daquela forma. Eu sentia que a qualquer momento ele ia me agarrar.

A primeira etapa foi concluída com nenhum sangue derramado. Isso era bom.

– Você teve uma vida boa. – Justin comentou enquanto andávamos pelos jardins.

– Sim, Pam e John foram... Eles fizeram de tudo por mim. – sorri fraco fitando a grama verde brilhante.

– Joseph te ama. – ele acrescentou e eu sorri.

– Sim. Eu também o amo, mas às vezes ele é um tanto super protetor demais.

– Eu faria o mesmo se um cara como eu tentasse se aproximar de uma garota como você. Não mereço você, Mack. – ele admitiu e desviei meu olhar do horizonte enquanto víamos o sol se por.

– Você não sabe o que está dizendo. Eu que escolho o que é bom pra mim e eu decidi que você é. – minhas palavras saíram firmes e Justin me olhou sorrindo. – O problema é que você não me quis. – murmurei decepcionada.

Justin segurou minha mão e se virou pra mim ficando a minha frente. Olho a olho. Peito a peito. Estávamos a milímetros de colidir.

– Você não entende? Eu te amo. – ele disse com um sorriso engasgado. – Eu preciso de você. – ele segurou meu rosto com as duas mãos e eu perdi todo o oxigênio. A gravidade sumiu e eu estava flutuando. Era um sonho? Só podia ser. – Eu amo você, Mack, mas mais do que isso. Eu preciso de você do meu lado, dentro de mim, eu preciso da sua vida junto a minha. Eu preciso de seus braços, seus abraços. Eu preciso do seu corpo junto ao meu. Eu preciso de seu toque, seu cheiro. Eu preciso de suas palavras de conforto, eu preciso de seus sorrisos. Eu preciso de seu olhar, e de suas lágrimas de felicidade. Eu preciso de suas birras e teimosias. Preciso de nossas brigas, e o nosso reconcilio. Eu preciso das noites com insônias ao seu lado. Eu preciso de noites frias, coladinho a você. Eu preciso cuidar de você, eu preciso que você cuide de mim. Eu preciso te levar para o nosso quarto, e te colocar pra dormir. Eu preciso te acordar de manhã, com aquele beijo. Eu preciso te levar para os lugares mais lindos do mundo. Eu preciso cantar pra você, fazendo isso só porque você gosta da minha voz. Eu canto porque te faço feliz, e eu preciso disso, de você sorrindo comigo, feliz ao meu lado, tanto quanto eu quando fico com você. Porque eu preciso de você, eu preciso de seu amor para sempre, eu preciso do sempre ao seu lado. – ele admitiu com um sorriso lindo no rosto, meus olhos estavam cobertos por uma camada de lagrimas que escorreram pelo canto dos meus olhos, Justin as enxugou antes que elas cruzassem o meu rosto e eu engoli o seco.

Eu errei. Me perdoa? Eu cometi o maior erro da minha vida mandando você ir embora. Eu nunca vou me perdoar por ter feito isso, mas as coisas estavam confusas na minha cabeça. Eu tinha um motivo. Mas eu te amava, desde o primeiro momento eu te amei. Acho que desde que te vi senti que havia algo me puxando pra você. Era amor, Mackenzie. É amor. Sei que te fiz sofrer, sei que nunca vou poder apagar as lágrimas que você derramou por tudo que eu fiz e disse, mas eu estou aqui pedindo mais uma chance. Eu preciso dessa chance pra te fazer feliz de novo, eu preciso dessa chance pra ter você de novo. Eu te amo. Porra, eu te amo muito. – seus olhos brilhavam tanto quanto os meus, eu não sabia se eram lagrimas ou apenas um sentimento forte.

Ele tinha se declarado pra mim. Justin Bieber tinha acabado de entregar seu coração a mim.

– Eu... Eu te amo. – disse baixo, minha voz tinha sumido. Justin sorriu e colou nossos corpos deixando sua testa cair sobre a minha.

– Você me perdoa?


Notas Finais


SEJAM LINDAS E ME DIGAM O QUE ACHARAM, AI EU POSTO A SEGUNDA PARTE AMANHA DE MANHÃ!!!!! XOXOXO

http://ffbieber.tumblr.com
http://ask.fm/gojdrewb @gojdrewb


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