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História Relentless - Erros e Acertos


Escrita por: jdbpower

Notas do Autor


hello ppl!!!

ai gente vocês não sabem como eu to skjnfksa por saber que ganhei novas leitoras e que tem gente gostando de vdd da fic!!! to knsandok sério e eu sou mt ksandkj perguntem pra mikaela pq eu surtei mesmo hahahaha

bem, OBRIGADA pelos comentários e pelos favoritos e SEJAM BEM VINDAS NOVAS LEITORAS :)

esse cap tá curto, eu tive que cortar ele porque tinha ficado com 7.117 palavras e eu acho que fica grande demais pra um capitulo e não sei se vocês gostam então... ai está a primeira parte e eu espero conseguir postar o resto amanha!!!

mais uma coisa!! algumas leitoras falaram que a Shailene Woodley como a Mack e pra falar a verdade ela é bem mais parecida com a Mack que eu imagino!!! e o taylor é o meu muso Dan Sharman <33

*ignorem os erros*

Capítulo 4 - Erros e Acertos


Fanfic / Fanfiction Relentless - Erros e Acertos

Justin

Fiz o caminho de volta pensando no meu tempo com Mackenzie. Ela era estranha. De todas as maneiras, o que me fazia ficar estranho também. Ela não queria me impressionar, não queria ficar comigo, muito menos ter qualquer tipo de relacionamento que fugisse da amizade. Por um segundo eu pensei que houvesse algo de errado comigo, mas ai percebi que era com ela. Mack era diferente e aquilo me atraía.

As poucas horas que estivemos juntos estudando passaram tão rápido que só me dei conta de que tinha acabado quando a deixei na frente do Morgan. O estranho era que eu queria voltar lá e inventar uma desculpa para ficar com ela, simplesmente porque a companhia dela era agradável.

Nunca uma garota agiu normalmente perto de mim, muito menos disse o que Mackenzie disse de forma tão sincera e despreocupada.

Quando cheguei em casa a porta estava sendo fechada por Taylor.

– Trouxemos pizza. Cadê a Mack?

– Levei ela pra casa.

Tanto Taylor quanto Penélope me olharam como se algo grave tivesse acontecido.

– Se você fez alguma coisa com ela, Justin…

Penélope começou com os dentes cerrados.

– Não aconteceu nada. Nós estudamos e a levei pra casa. Só isso.

Eles se entreolharam e me olharam ainda desconfiados.

– Vou ligar pra ela mesmo assim.

Penn saiu para o corredor e me joguei no sofá tirando os tênis e fechando os olhos para pensar. O assento ao meu lado afundou e abri os olhos vendo Taylor.

– Fala logo o que você fez pra eu arranjar uma boa desculpa pra Penn.

– Eu não fiz nada. É sério, Tay. Está tudo bem.

Ele me olhou ainda incerto.

– Se está tudo bem, por que você está com essa cara de que tem alguma coisa errada?

– Não tem nada errado.

– Cara, olha só quem você está tentando enganar. Eu te conheço como a palma da minha mão.

Sentei-me no sofá e olhei pra ele. Se tinha alguém que realmente me conhecia era Taylor. Ele sabia como lidar comigo, mais do que eu mesmo.

– Eu e ela vamos ser amigos. – expliquei tentando esconder o tom de desconforto na minha voz.

– Justin Bieber não tem amigas. Ele tem pagantes, fãs, inimigos… Mas amigas, com A no final, não. – ele zombou.

– Eu também estou surpreso. Mas a Lucky é diferente. Ela é a única garota que não quer ficar comigo. Você consegue entender isso? Porque eu não! – joguei minhas costas contra o encosto do sofá e passei as mãos pelo rosto.

Taylor riu alto.

– Está se sentindo rejeitado.

– Não. Não é isso. Eu… Puff. Eu não sei…

– Isso não foi uma pergunta, dude. Você está se sentindo rejeitado e não consegue lidar com isso. – ele riu.

Ótimo filho da puta que eu fui arranjar pra ser meu melhor amigo. Penn voltou à sala com o celular na mão e uma expressão desconfiada.

– Ela está bem.

– É claro que sim, foi o que eu disse. — levantei irritado, passando por ela e indo pro meu quarto.

– O que há com ele? - escutei a voz de Penn do corredor e em sequência o riso fraco de Taylor.

– É o Justin. Você não vai entender… Vamos comer antes que a pizza esfrie.


***

No dia seguinte, levantei disposto à ir pras aulas. Só de lembrar que eu veria Mackenzie de novo um sorriso brotou nos meus lábios. Aquela garota ia me enlouquecer. Acordei cedo, tomei banho e fui até o mercado comprar algumas coisas para o café. Usei a cafeteira que meu pai tinha comprado pra mim quando mobiliamos o apartamento pela primeira vez.

– Bom dia.

Taylor apareceu na sala de cueca e meias, coçando os olhos e ficou surpreso ao me ver guardar as compras.

– Você acordado essa hora? Tem algo de muito errado acontecendo.

– Anda logo, vai tomar banho. Daqui meia hora temos aula, babaca. – avisei, jogando um pano de prato nele.

Tomamos café e depois fomos pro campus. Geralmente, eu ia com Taylor de carro, mas hoje a ideia de chamar Lucky para ir a algum lugar ou apenas levá-la para casa depois da aula, me fez ir de moto.

Eu não tinha nenhuma aula com ela. Mas encontrei-a pelos corredores e quando a avistei no refeitório conversando com o idiota do Miller cerrei os punhos.

Taylor percebeu o que eu fiz e segurou meu ombro, me impedindo de prosseguir.

– Fica na sua, Justin. Que porra você acha que vai fazer?

– É o Miller. Você sabe o que ele faz e...

– Eles só estão conversando.

Olhei pra frente de novo e ele se despediu dela com um beijo na bochecha e ela corou. Ela ficava linda quando corava.

Mackenzie

Olhei pra frente e encontrei o Justin e Taylor andando na nossa direção. Justin estava com o maxilar travado e um olhar frio, bem diferente do jeito malicioso e divertido do dia anterior. Ele se sentou à minha frente, jogando a mochila no chão e Taylor se sentou na frente de Penn se curvando para dar um rápido beijo nela.

– Oi, Mack.

– Oi, Tay. Olá, Justin.

Ele me olhou sério, mas não disse nada. Cruzou os braços e ficou com aquela postura dura.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei confusa naquela situação.

– Não. O Justin só está de mau humor.

Eu sabia que não era só aquilo. Mas também não discuti nem procurei saber. Eu não falei muito durante o intervalo das aulas. Justin ficava me olhando como se eu tivesse feito algo errado e eu tentava compreender e procurar algo na memória. Taylor e Penn foram os únicos a conversar na nossa mesa.

Os minutos passavam e as pessoas olhavam para nossa mesa como se houvesse algo errado. Principalmente as garotas. Me senti incomodada com todos aqueles olhares. Penn e Tay trocavam carinhos e resolvi me levantar.

– Penn, vou até a biblioteca pegar algumas coisas e... Bem, te vejo no dormitório.

– Não quer que eu vá com você?

– Não. Está tudo bem. – coloquei a bolsa no ombro e peguei meu caderno. – Tchau.

Sai andando por entre as mesas até a saída e no corredor senti que alguém me seguia. Justin.

– Lucky, espera. 

Rolei os olhos e continuei andando. Ele era bipolar.

– Ei, falei pra você esperar. 

Ele segurou meu braço e me virei pra ele.

– O que foi? Eu tenho coisas pra fazer agora. – disse ríspida.

– Você... – ele olhou nos meus olhos e balançou a cabeça soltando o ar pela boca. – Esquece.

Qual era o problema dele? Soltei-me e sai andando para dentro do prédio da biblioteca. Andei apressada pelas fileiras irritada comigo mesma.

Depois de alguns minutos pelos corredores, me acalmei e pude ir procurar os livros que queria. Levou algum tempo até que eu os encontrasse e quando achei a prateleira em que estavam, percebi que eles estavam no alto, tentei esticar o braço para pegar e até fiquei na ponta dos pés, mas não alcancei.

– Droga.

Senti um corpo atrás de mim e um braço retirou o livro de onde eu queria, me virei vendo que aquele corpo era o Justin. Ele pegou o livro e olhou pra mim.

– Pronto.

Nossos corpos estavam realmente próximos e aquilo me deixou incomodada. Olhei por trás dos meus óculos de grau pra ele e podia sentir sua respiração se encontrando com a minha.

– Obrigada. – disse saindo daquele aperto.

– Qual seu problema, hein?

– O meu problema? Você fica bravo comigo por sei lá o motivo, me ignora e me trata mal, e está perguntando qual o meu problema? – disse em sussurro para não atrapalhar as pessoas que estudavam.

– Por que estava falando com o Miller? – mais uma vez ele me prensou contra a estante de livros.

– O Harry é meu amigo! E você não tem nada com isso.

– Ele é um filho da puta. Não quero você falando com ele.

– Como é? O que você pensa que está fazendo? Ou melhor, com quem você pensa que está falando?  Isso é ridículo! - disse alto e me soltei dele saindo apressada da livraria.

Quando sai no jardim do campus, respirei fundo para não perder a paciência. Fechei os olhos e continuei andando em direção ao Morgan seria uma longa caminhada, mas eu precisava me acalmar.

– Pare com isso, Lucky! - Justin gritou me chamando e correndo atrás de mim.

Ele parou a minha frente me impedindo de prosseguir.

– Saia da minha frente, seu maluco!

– Maluco? Você fica de conversinha com o Harry e depois eu sou o maluco? Você é tão complicada!

– Se eu sou tão complicada assim, me deixe em paz!

Sai pisando duro e dessa vez ele não me seguiu. Eu não sabia ao certo para onde caminhava, mas ia em linha reta. Já estava bem distante dos prédios da universidade, mas também não estava perto do meu dormitório. Minha cabeça fervia de tanto pensar no porque daquele ataque súbito de Justin e também fiquei chateada por a "amizade" não dar certo. As chances eram mínimas daquilo ir pra frente, mas eu estava começando a gostar.

Eu segurava os livros com força contra meu corpo tentando descontar a raiva. Ao longe, escutei o som de um motor soar na estrada vazia. Havia passado alguns carros e motos por aquela estrada, mas foram poucos. O som do motor ficava cada vez mais próximo até ir diminuindo a intensidade e parar ao meu lado. Não precisei que ele tirasse o capacete pra que eu identificasse.

– Qual é, Mackenzie. Vai me ignorar?

– Justin, me fala qual é a sua? Pare de bancar o idiota!

– Eu... – Justin retirou o capacete e respirou fundo. – Olhe pra mim. Nos conhecemos há poucos dias e você já me tirou do sério...

– Então agora a culpa do seu temperamento bipolar sou eu? Me poupe!

– Porra, dá pra me escutar?

Recuei um passo com o grito dele por ter me assustado.

– Me... Argh, desculpe. Mas, você me irritou. Não gostei de te ver com o Harry. Ele é um idiota.

– Assim como você.

Ele me olhou bravo, mas eu não liguei. Ele era um babaca. Isso não era novidade para mim, porque eu passei um semestre inteiro observando as atitudes ridículas dele. Eu já sabia que ele era um idiota sem juízo. Mas não pensei que fosse tão maluco assim.

- Me desculpa, ok? Eu... Peguei pesado. Não devia ter gritado com você. - ele estava contrariado, mas eu via sinceridade.

– Você perdeu o juízo, isso sim! Eu não entendi o porquê desse surto. Mas entenda uma coisa: eu e você não temos nada a não ser uma estranha e improvável “amizade”. - usei os dedos para fazer aspas. – Amigos não surtam assim. Amigos são legais uns com o outro. E amigos não mandam nos outros amigos. Entendeu? – esclareci. Eu estava sendo uma mandona chata, mas queria deixar tudo claro.

– Eu não estou acostumado com isso. Não tenho amigas. Então me ensina a não estragar tudo, ok? Eu quero que isso dê certo. Você é legal, Lucky. E eu, como você já sabe, eu sou um idiota e tenho o costume de estragar as coisas antes mesmo que elas dêem certo.

Ele era uma máquina de problemas ambulante. E estava admitindo aquilo ali.

– Se vamos ser amigos, eu quero deixar claro que eu não sou do tipo de cara normal.

Eu estava me metendo em problemas. Tudo ao redor de Justin alertava falando que aquele era o caminho errado, mas foram os seus olhos que me conquistaram. Ou melhor, foram suas íris amendoadas que me convenceram a dar uma chance pra ele.

Abaixei a guarda e suspirei.

– Isso não vai dar certo. Eu e você. Isso é a fórmula perfeita pra um desastre! É fisicamente incompatível água e óleo se misturarem e...

– Se for pensar assim, não é impossível. Se colocarmos os dois elementos na mesma densidade e... – o olhei feio por ele ter me interrompido. – Tudo bem, pode continuar.

– Mas... - ele parecia esperançoso com as minhas palavras e ri fraco.

– Vamos começar com você me levando para casa em segurança, ok? - sugeri e ele abriu um largo sorriso, puxando minha nuca contra seu corpo e me abraçando de uma forma diferente. Ele parecia estar abraçando um amigo e não uma garota, mas foi bom.

– Segurança é o meu sobrenome.

Justin me soltou, montou na moto e me deu a mão para que eu montasse atrás dele.

Ele era um desconhecido. Quer dizer, eu sabia da lábia dele, da sua fama, mas ainda sim estava me arriscando e montando na sua garupa como se ele fosse um amigo. Justin era o erro. Das opções oferecidas ele era a única que eu sabia que era errada, mas, ainda sim, estava abraçando seu corpo enquanto corríamos em cima de uma moto.

Errar nunca foi tão bom. Antes de chegarmos ao campus, Justin parou em uma lanchonete.

– O que está fazendo?

Ele desceu e tirou o capacete.

– Eu estou morrendo de fome. Não comi nada no refeitório e você também não. Te pago um lanche, que tal?

Ele estava tentando ser legal comigo. Assenti, sorrindo e sai de cima da moto. Justin andou na frente e abriu a porta segurando-a pra mim. O lugar estava cheio com famílias e jovens. Muitas crianças também. E tinha uma barulheira terrível. Justin pareceu não se incomodar. Ele andou pelo balcão e sorriu para uma garçonete vestida como uma daquelas dos anos setenta. Ela sorriu e Justin se sentou em um banco no balcão mesmo, não acho que encontraríamos uma mesa vaga ali.

– Angel.

– Little Bieber. Olhe só o que temos aqui. - ela sorriu e apertou a mão de Justin, mas ele beijou as costas da mão dela em falso cavalheirismo.

A analisar pela idade dela e o modo como Justin a tratou, a ideia inicial de que ela já tinha ido pra cama com ele, se exauriu da minha mente.

- Lucky, essa é Angelina. Uma amiga de longa data da minha família. - explicou nos apresentando e estendi a minha mão por cima do balcão para cumprimenta-la. A mulher sorriu para mim e depois de apertar minha mão olhou para Justin como se trocassem informações.

– Eu sou só uma amiga dele. - esclareci logo já imaginando o que ela estava pensando de mim.

Justin e ela riram e corei.

- Não se preocupe. Eu entendo. Justin não traz garotas aqui. A menos que Taylor tenha feito algum tipo de cirurgia e...

Todos acabamos rindo.

- Eu estou brincando. Se você está aqui é porque realmente não foi pra cama com ele. Isso é um mérito! - ela riu.

Aquilo era bom? Bem, para mim era. Mas da forma que ela falou soou estranho.

- E então, já sabem o que vão querer?

- Um hot dog completo e uma coca.

Pensei em olhar o cardápio, mas acabei por pedir o mesmo que ele. - Sinta-se especial. Você é a primeira garota que trago aqui.

- Isso é um bom começo. - Justin virou o rosto para mim sorrindo sacana e riu fraco. - O que foi?

A barulheira das crianças se tornou mais intensa e eu não pude escutar o que ele falou, apenas vi seus lábios se movendo.

- O que?

Justin se inclinou na minha direção falando no meu ouvido.

- Você ainda me acha um babaca.

Ri fraco no pescoço dele e me segurei em seu ombro. Justin afastou seu rosto rindo e estávamos bem perto um do outro. Algo como dois centímetros nos distanciando. Pareceu muito e pouco.

- Hã-ram. - Angel colocou nossos pratos a nossa frente e me afastei dele.

- Obrigado.

- Mas e então, vamos começar por conhecimentos gerais. Qual a sua idade?

- Dezenove. E você? - dei a primeira mordida em meu hot dog.

- Já estou na casa dos vinte. E meu aniversário é dia primeiro de março, anote isso. É extremamente importante. - brincou e ri.

- Por que a Brown? – ele continuou seu questionário.

- Porque era a única faculdade que estava dentro da minha zona de conforto e nos limites territoriais do que eu considero seguro e estável pra mim.

Justin me olhou enquanto mastigava por alguns segundos e eu corei por ter todo aquele foco em mim. - O que foi? - perguntei rindo sem graça.

- Você é toda certinha.

- E você todo errado. - retruquei, mas não em um tom de ofensa, só queria rebater sua ideia.

- Sim, eu sou.

Justin sorriu como se tivesse pensando em algo e não perguntou mais nada. Nós apenas comemos olhando um para o outro às vezes, ele soltava uma piadinha sobre alguma coisa do lugar e eu ria porque era engraçado. Ele pagou tudo e me ofereceu um sorvete na saída, aceitei como uma enorme viciada em sorvetes. Caminhamos devagar até a moto dele. O sol já começava a se por deixando o céu alaranjado.

- Está sujo. - me avisou e se aproximou passando o dedo no canto da minha boca. Sorri fraco sentindo minhas bochechas corarem com a proximidade.

– Você fica corada muito fácil. - comentou soltando um riso nasalado. – E seus olhos são lindos.

A proximidade pareceu aumentar e a vergonha também. Ele olhava no fundo dos meus olhos, segurando meu queixo com o dedo e sorrindo. Naquele momento pensei que ele fosse me beijar e por dois segundos fiquei aterrorizada com a ideia, dei um passo pra trás recuando e ele me soltou.

- Tudo bem. - ele recuou.

Sorri assentindo e terminamos os picolés de chocolate. Justin se sentou na moto e montei atrás dele. O meu medo de andar com ele já tinha passado. Justin era um louco pilotando, mas ele me passava segurança acima de tudo. Eu apertava o corpo dele a cada manobra mais arriscada que ele fazia por entre os carros e eu sentia calafrios na barriga conforme ele aumentava a velocidade.

Percebi que ele não me levava para o Morgan e sim para uma área totalmente desconhecida por mim. Era uma espécie de bosque perto do lago. Eu nunca tinha andado por aquela área. Costumavam dizer que ali era perigoso, mas confesso que a primeira impressão causada por mim não foi nada de perigoso. Pelo contrario, a estrada vazia a beira do mar me dava uma visão maravilhosa do pôr do sol.

Justin foi diminuindo a velocidade e parou perto da entrada do bosque.

Ele desligou a moto e desceu me ajudando a descer.

- Onde estamos?

- Nothing Hill. Nunca veio aqui?

- Não. Penn sempre evitou esse lado da cidade. Dizem que é perigoso andar por aqui.

Justin riu fraco e saiu me puxando pela mão para frente do portão.

- E sabe o porquê dizem que aqui é perigoso?

Neguei com a cabeça o vendo escalar o portão de ferro antigo que guardava o bosque.

- Porque eu ando por aqui. Geralmente é nessa estrada que fazemos os rachas. - ele explicou enquanto pulava para o outro lado do parque.

- O que você está fazendo?

Justin procurou por alguma coisa do lado de dentro e depois abriu o portão pra mim. Arqueei a sobrancelha o questionando sobre aquilo.

- Me explica como você participa de rachas, lutas ilegais, invade propriedade privada e cursa direito na faculdade?

Indo totalmente contra o bom senso, atravessei o portão enquanto Justin soltava uma risada da minha pergunta.

- Uma tremenda ironia não? - ele fechou o portão e depois se virou pra mim. - Mas como sabe que eu curso direito?

- A Penn me disse... - expliquei indiferente colocando as mãos no bolso.

- Andou se informando sobre mim, Lucky? Hmm... - ele sorriu malicioso e depois puxou minha mão me guiando pelo lugar.

Era bem frio ali, devido ao mar e as árvores altas. Ele parecia saber andar por aquele lugar e fazia um caminho com certeza de onde estava indo.

- O que mais você sabe sobre mim?

- Nada além do que ouvi por ai. - dei de ombros diminuindo o passo.

- Aposto que sou bem mais interessante do que te contaram. - ele disse e ri.

- Pra falar a verdade as coisas que ouvi sobre você não foram realmente boas...

- Eu tenho certeza de que não. Mas eles devem ter me diminuído. - ele zombava e eu ria do seu tom. - Eu tenho certeza de que você tem alguma curiosidade sobre mim, agora é a hora. Pergunte.

Estávamos andando por entre as árvores sem destino certo em uma velocidade lenta e confortável.

- Tudo bem. De onde você é e por que escolheu BYU? - devolvi-lhe a pergunta que ele tinha me feito mais cedo.

- Nasci no Canadá me mudei pra cá quanto tinha quatro anos. Todos os meus irmãos cursaram a BYU. Não foi bem uma escolha minha vir pra cá. Meu pai foi um dos fundadores da Signa Tau. - explicou e eu o olhei surpresa.

- Você faz parte de uma fraternidade?

- Sim. Mas não é lá a coisa mais interessante da minha vida universitária.

Ele deu de ombros e continue surpresa.

- Por que saiu do Canadá?

Justin pareceu tenso. O braço dele estava ao redor do meu ombro me segurando a seu lado para que andássemos juntos. Ele pareceu incomodado.

- Minha mãe ficou doente... Os hospitais no Canadá não tinham um equipamento adequado para o tratamento. Nos mudamos pra cá pra que ela conseguisse se tratar. Eu não me lembro muito bem, tudo que sei foi contado pelos meus irmãos.

- Existem quantos de vocês? - perguntei e ele riu da maneira como falei.

- No total: três. Os três "J". Justin, Jaxon e Jason.

- Isso é sério? - perguntei rindo.

- Não ria. É uma tradição da família Bieber. O nome do meu pai é Jeremy, do meu avô Jonathan e assim vai...

Era realmente algo interessante.

- Se vocês são canadenses como seu pai cursou a Brown?

- Minha mãe era canadense. Meu pai é americano, ele se mudou pro Canadá depois da faculdade para trabalhar. - ele me explicava com detalhes para que pudesse entender tudo.

- Ah entendi... E a sua mãe? Ela conseguiu se recuperar?

- Ela... - ele respirou fundo e abaixou a cabeça. - O tumor dela estava avançando cada vez mais rápido e seus sentidos estavam começando a ficar debilitados. Ela fez a cirurgia que tinha tudo para salvar ela e acabar com o sofrimento de todos nós, mas... - a respiração dele acelerou e ele fechou os punhos e os olhos parecendo tentar se controlar. - O médico responsável cometeu um erro. - eu podia ver a sua veia saltando e ele travando o maxilar. - Um erro que custou a vida da minha mãe. 

Eu não soube o que dizer. Eu sentia muito por ele. Eu sabia a dor que ele deveria ter sentido ainda pequeno, e sabia a raiva que ele devia sentir do responsável por aquilo. Justin se afastou de mim como se quisesse me poupar do que poderia acontecer com ele mesmo a qualquer segundo. Ele me deu as costas e levantou o rosto respirando fundo. Sua postura estava dura e tensa. Ele estava à beira de um ataque de nervos.

- Justin... - toquei seu ombro com receio, mas ele continuou estático. - Eu... Eu sinto muito.

- Meu pai tinha gastado tanto com o tratamento que ficamos sem grana para contratar um bom advogado e processa-lo. Eu... Ele não pagou nada pelo erro. O médico continuou exercendo sua função por ai como se só tivesse sido mais uma vida que tinha acabado, mas não era. Era a vida da minha mãe. - suas palavras saiam carregadas de ódio e tristeza.

Justin ainda não tinha superado. Assim como eu, ele ainda estava ferido com uma perda tão importante. Meus olhos lacrimejaram, mas chorar naquele momento só pioraria as coisas.

- Eu...

- É por isso que eu vou me formar em direito. É pra fazer justiça pela vida da minha mãe. A primeira coisa que eu vou fazer quando me formar, é processar aquele idiota e colocá-lo em uma cadeia pelo resto da vida.

Eu entendia o desejo de vingança que ele tinha. Eu compreendia tudo que ele sentia e ver a dor dele me lembrou da minha. Eu não disse nada, deixei que meus olhos derramassem lagrimas silenciosas e antes que ele se virasse para mim novamente as enxuguei.

O olhar de Justin estava perdido, vermelho. Eu via a frustração exalando do corpo dele. Eu não soube o que fazer. Pensei em abraçá-lo no momento porque foi isso que eu mais quis quando perdi meus pais. Mas Justin possuía um escudo ao redor de si mesmo. Ele passou as mãos pelos olhos e suspirou mais uma vez.

- Eu sinto muito. - disse baixo e ele olhou pra mim voltando a sua realidade.

- Me desculpe eu... Acabei... Arght, esquece.

Justin balançou a cabeça como se quisesse se esquecer disso.

- Eu sei como é. Eu perdi os meus pais quando eu tinha nove anos. Foi... - respirei fundo e funguei. - Um incêndio. Minha casa pegou fogo. Meu pai me tirou de lá e quando viu que minha mãe não tinha saído ele... Ele voltou pra procurá-la e... Eles não saíram de lá. Nunca mais.

O que era pra ser um passeio divertido se tornou um drama. De todas as formas. Eu não pude conter minhas lagrimas. Chorei. Abaixei a cabeça e chorei a começar a me lembrar daquela noite, as imagens passavam como flashes na minha cabeça.

Senti o corpo de Justin me abraçando com força e enterrei meu rosto no seu peito. Ele beijou o topo da minha cabeça me acarinhando em seus braços. Ele sabia como eu me sentia. Ele compreendia o que ninguém nunca conseguiu compreender.

Aos poucos me acalmei, mas ele continuou me abraçando.

- Acho que temos mais em comum do que imaginei. Pena que isso não é algo bom. - ele comentou com um sorriso triste.

Respirei fundo e levantei o rosto.

- É... Que coincidência desastrosa. - ironizei. Justin passou os polegares pelo meu rosto e me limpou meu rosto.

Eu odiava chorar na frente das pessoas, mas com ele, as lagrimas simplesmente saíram sem que eu pudesse controlar.

- Mas e então, o que mais você ouviu falar de mim por ai? - ele perguntou desviando o rumo do assunto.

Sorri aliviada por aquilo e agradecida também. Voltamos a andar pelo bosque e quando me senti recuperada tornei a falar.

- Sei que sou sua primeira amiga.  E que você não sabe como agradar mulheres, por isso só transa com elas.

Voltamos a andar, mas ele segurou meu braço me olhando feio.

- Como é? Eu não sei como agradar uma mulher? - Justin me olhava incrédulo e ri da sua expressão. Passei minhas mãos pelo meu rosto tirando qualquer vestígio de lagrimas dali e sorri.

- É o que ouço por ai. - dei de ombros me rendendo e ele continuava pasmo.

Saímos caminhando por aquele bosque até chegarmos à praia do outro lado. Se eu estivesse sozinha já teria facilmente me perdido, mas Justin parecia saber exatamente aonde ia. Ele segurava minha mão ficando junto a mim como se estivesse preocupado em me perder.

Quando finalmente voltamos pra casa já era noite. Eu estava com os pés doloridos de tanto andar e esgotada. Justin me deixou em frente ao Morgan e eu podia sentir o olhar das outras garotas sobre mim quando Justin estacionou na frente e se despediu com um abraço.

- Até amanhã. - sorri fraco e acenei.

Ele assentiu e esperou até que eu entrasse para ir embora.

 


Notas Finais


Mackenzie: http://data3.whicdn.com/images/87002668/large.jpg
Taylor: http://data2.whicdn.com/images/88285947/large.jpg
e então...? eu nao gostei de ter que cortar o cap, ficou meio zzzzzz, mas a proxima parte está mais legalzinha, ok?

mais uma vez, obrigada pelos comentários e obrigada por lerem!!!!
se quiserem falar comigo, podem mandar asks na conta da mika, eu vivo lá... ask.fm/gojdrewb
xx


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