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História Relíquia do Amor - O outro pai


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oláaaaa ^^
Está aqui o capitulo. Ele não ficou bem como eu queria, então não acho que está muito bom, mas isso é vocês quem tem que dizer, ok?
Estava tão ansiosa para postar logo, que não revisei kk
Espero que gostem, e que não esteja muito ruim.

Boa leituraaa!!!!

Capítulo 12 - O outro pai


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - O outro pai

Pov Draco On

 

Harry estava me escondendo algo a algum tempo, e agora, do nada ele decide me contar. Tudo bem que eu estou me corroendo de curiosidade, e louco para revê-lo, e é só por essa razão que estou nesse apartamento trouxa.

Andei de um lado para o outro, ansioso. Fechei meus olhos e vi que Potter já estava parado em frente a porta do apartamento, junto com a Granger e o Cabeça de Fósforo. Ouve uma leve batida na porta, mas antes que eu pudesse abri-la, ouvi o Weasley dizer:

Harry, eu já vou avisando... Eu perdoei sua traição, mas é bom que ele não tente tocar em você!”

Quem esse pobretão idiota pensa que é para impor alguma coisa? Ele ofendeu Potter, e ainda o está chamando de traidor, só porque ele tem bom gosto de gostar de mim. Sem contar que, está mais do que na cara, de que ele quer o Harry. O meu Harry. Qual o problema desses Weasleys, que todos querem o Harry? Primeiro a Weasleyzinha e agora o Cabeça de Fósforo? Mas se ele pensa que vou facilitar e dar brechas para ele, está muito enganado. Ninguém vai me tirar o que é meu.

Abri a porta, e antes que Potter pudesse dizer alguma coisa, o puxei de encontro ao meu corpo, num abraço apertado. De inicio ele pareceu surpreso, mas depois, passou os braços por minha cintura, retribuindo com um suspiro. Como eu senti falta desse cheiro adocicado, e desse calor que o contato com a pele dele me trás.

Ainda meio estasiado por abraçá-lo, olhei por cima de seu ombro e sorri ao notar a cara de idiota, que o Weasley estava fazendo. Não estava nos meus planos ser discreto com Potter na frente dele.

Depois de alguns segundos, nos afastamos. Potter sorriu para mim e, caramba, o brilho encantador que percorre sua pele, estava se tornando mais forte. Por alguma razão, sempre que vejo Potter, posso enxergar um brilho amarelado envolto a sua pele. No dia em que nos encontramos no casamento, mesmo de longe e sobre efeito da poção Polissuco, eu sabia que era ele por causa desse brilho. E, o mais estranho, é que, ao que parece, somente eu posso vê-lo. Mas, apesar de estranho, esse brilho é tão bonito que sinto que posso observá-lo por horas.

De repente, Potter cora intensamente e olha para os dois amigos a suas costas, parecendo se lembrar de sua presença. Granger parecia um tanto surpresa, já o Weasley, senti um imenso prazer ao notar que ele parecia com raiva.

– Desculpem-me... – pediu Harry há eles.

– Porque está se desculpando, Potter? – perguntei incomodado. – Não fizemos nada de errado, foi só um abraço. Ou será que sente vergonha de me abraçar na frente dos seus amigos?

– Não, claro que não! É só que... – ele olhou para Rony, e imediatamente entendi o problema.

– Ele tem razão, Harry. Vocês não fizeram nada de mais, não há problema nenhum em um abraço. – disse a Granger. Nossa, até que essa sangue-ru... menina, não é tão insuportável como eu pensei.

– É claro que há, Hermione! – exclamou o Weasley. – Essa doninha nojenta, não tem o direito de tocar no Harry depois do que ele fez!

– Nós vamos entrar, ou vamos ficar aqui na soleira da porta? – a Granger falou de pressa, antes que eu pudesse abrir a minha boca para responder, educadamente, o Weasley.

Todos adentraram o apartamento, e então nos dirigimos a pequena sala. Não pude deixar de notar que Harry parecia um pouco nervoso e envergonhado. Granger se sentou em um sofá e o Weasley se acomodou ao seu lado. Permaneci de pé ao lado de Potter.

Olhei para ele, e quando nossos olhos se encontraram ele corou. Não resisti e levei minha mão ao seu rosto, acariciando de leve. Tenho que admitir que meus sentimentos por Potter se intensificaram muito nesses meses. Só em tocá-lo, sinto meu coração acelerar como se eu tivesse correndo em uma maratona.

– Já chega! – reclamou o Weasley se levantando. Abaixei minha mão e o encarei, seu rosto vermelho estava contorcido de raiva. – Como se atreve a tocá-lo, Malfoy?! Se encostar nele novamente, eu vou...

– Você vai o quê? – desafiei, debochando. – O Harry não é uma menina indefesa, se ele não quisesse que eu o tocasse, tenho certeza de que teria me afastado.

– Rony... – chamou a Granger, parecendo triste e envergonhada.

– Harry, diga a ele que não quer que ele te toque. – pediu Weasley.

Olhei para Harry, e ele parecia estar começando a se irritar.

– Rony, será que você não me ouviu, quando chegamos aqui? – falou a Granger se levantando. A tristeza parecia ter sido substituída pela raiva. – O Harry não vai pedir para que ele se afaste por que ele ama o Draco! Será que você não percebe? Não viu como ele o defendeu quando estava discutindo com você? – a conversa está ficando interessante. Fui até a poltrona mais próxima, e me sentei para assistir mais confortavelmente. – Eu sei que você está sendo afetado pelo núcleo, mas tente usar o bom senso!

Ouve um breve silêncio. Que núcleo será esse que a Granger se referiu?

Olhei para Harry, e ele me observava. Seu olhar estava amedrontado, depois ele suspirou e olhou para o Weasley.

– Rony, o que a Hermione falou é verdade; eu realmente gosto do Draco, e não me importo que ele me toque. – disse ele, corando. Eu esperava que ele dissesse que me ama né, mas enfim. – Eu tentei te dizer isso várias vezes, mas você não me escutava.

– Como pode gostar dele? Ele é um Comensal da Morte e ainda por cima abusou de você quando você tomou aquela porcaria de poção, e agora olha o estado em que você está! – disse Weasley, e apontou para seu tronco.

Harry arregalou os olhos, e notei quando ele puxou seu casaco mais para baixo. Foi então que percebi, seu corpo estava diferente. Antes, ele era magro, exceto pelas coxas um tanto volumosas...e por Merlim, que coxas, mas enfim, agora há algo muito diferente nele. Sua barriga, que antes era completamente reta e levemente definida, agora continha um certo volume, não era nada muito grande, mas estava ali.

Franzi o cenho e olhei para ele, que me encarava amedrontado. Será que ele era esse o medo dele? De que eu não o quisesse por ter engordado?

– Humm... Eu não tenho culpa que Potter tenha... engordado um pouco. – falei ainda franzindo o cenho. Olhei para Harry, que ainda parecia com amedrontado, então acrescentei: – Não se preocupe Harry, ainda te acho sexy.

O moreno corou intensamente, me fazendo rir. O Weasley me encarou e apertou os punhos com força.

– Você não tem culpa?! Se não tivesse se aproveitado dele quando ele estava sobre efeito daquela poção, nada disso teria acontecido! – falou o ruivo.

Eu abusei dele? – perguntei irônico. – Foi isso que disse a eles Potter? Porque nos dois sabemos que não é bem verdade.

– Não... não foi bem isso que eu disse... – respondeu ele corando ainda mais.

– Já que o Potter não explicou direito para vocês, vou dizer exatamente o que aconteceu; vi Potter na floresta, conversamos, mas ele estava estranho. Estava ofegando e como ele mesmo disse no dia; estava se segurando para não me atacar. Quando me aproximei de toda boa vontade para verificar se ele estava bem, ele me atacou e se jogou em meus braços. Que homem resistiria a isso? A vítima de abuso aqui, sou eu! – falei, com uma falsa indignação. Potter me olhou com os olhos arregalados e eu ri novamente.

– Foi isso mesmo que aconteceu, Harry? – perguntou a Granger.

– Mas é claro que não, Hermione! – exclamou o Weasley, antes que Harry pudesse falar alguma coisa. – É obvio que ele está mentindo! O Harry nunca...

– Ele não está mentindo, Rony, foi exatamente isso que aconteceu. – disse Harry, interrompendo-o, estava claramente irritado. – Eu só não disse antes, por que é meio... muito constrangedor, mas a poção só me forçou a fazer o que eu já queria naquele momento. Rony, você é meu melhor amigo, então por favor já chega disso.

Weasley encarou Potter como se ele estivesse maluco.

– Isso quer dizer que antes de tomar aquela poção, você já queria...

– Bom, mais ou menos. Antes eu não sabia exatamente como me sentia em relação a Draco, tudo que eu sabia era que eu já não o odiava. Mas naquela noite, antes do funeral eu tive um sonho... e nesse sonho Draco e eu nos... bem, nós nos beijávamos... Então quando eu tomei a poção... – contou Potter.

–...o sonho fez com que você o desejasse. – completou Granger, pensativa.

– Como? – perguntei surpreso, assim que me lembrei do sonho quase erótico que tive com Potter naquela noite. – Você também sonhou isso naquela noite? Eu tive o mesmo sonho, e por alguma razão eu senti uma vontade enorme de vê-lo. Então, cometi uma loucura! Fui até Hogwarts, mesmo sabendo que o local estaria cheio de pessoas do Ministério, que foram para o funeral. Eu poderia ter sido preso a qualquer minuto, mas eu queria te ver, então... permaneci ali, até que te vi na beira do lago, e você veio até mim.

– Mas você não disse que foi até Hogwarts ver o funeral do Dumbledore? – questionou Harry, franzindo o cenho.

– Sim, eu disse. Nós eramos inimigos, lembra? O que esperava? Que eu dissesse que fui até lá por que queria vê-lo? – falei revirando os olhos. – Para dizer a verdade, naquele dia, eu havia planejado somente te observar de longe, não era para termos nos encontrado.

– Mas, se não queria que nos encontrássemos, então por que você me chamou? – indagou Potter.

Franzi a testa. O que ele quer dizer com isso?

– Eu não te chamei. Eu até tinha pensado em fugir quando você se aproximou, mas você já havia me visto, então... – falei

– Como assim, “não me chamou”? Você me chamou sim! – insistiu Potter. – Eu estava lá, pensando no sonho, e tentando controlar meu corpo que estava... estranho, quando ouvi você me chamar, então me levantei e fui até você!

– Mas eu realmente não te chamei... – comecei.

– Harry, o Draco pode estar falando a verdade. – disse a Granger. Desde quando ela me chama de “Draco”? – Talvez você só o tenha ouvido te chamar, por causa da poção. Lembra do que o Curandeiro disse? A poção te induz a pessoa que seu coração deseja. Naquele momento, seu coração deveria estar desejando o Draco, e como ele estava por perto, a poção te induziu até ele.

– Faz sentido... – afirmou Harry.

– Não faz nenhum sentido, para mim. – falei. Os dois se entreolharam. Granger se sentou novamente, acompanhada do Weasley. Harry permaneceu de pé, olhando para as próprias mãos. – Que poção é essa? Não era uma poção estimulante, que foi preparada de forma errada?

Ouve um breve silencio, que me fez sentir um certo nervosismo. O que será que estão me escondendo de tão grave, para que estejam agindo assim?

Potter suspirou.

– Draco eu... v-vou ter um bebê. – disse por fim.

De inicio, pensei ser uma piada ruim, mas como todos permaneciam sérios, comecei a sentir um certo medo. Como assim Harry vai ter um bebê? Não, isso não seria possível. Senti uma onda de ciúmes me invadir, e me levantei.

– Como assim, “vai ter um bebê”?! – perguntei, minha voz fria soou pelo cômodo. Potter me olhou amedrontado, e deu um passo para trás. – Você não pode estar falando sério!

– N-não, Draco, e-eu vou m-mesmo ter um bebê... – gaguejou ele, com voz fraca. As lágrimas grossas desciam por seu rosto.

Senti vontade de ir até ele e abraçá-lo para reconfortá-lo, pois não gosto de vê-lo chorando, mas não fui. Como ele pode fazer isso comigo? Eu me arrisquei várias vezes por ele, e ele me trai dessa forma?

– Não acredito que isso está acontecendo... depois de tudo... – me interrompi, sentindo um nó se formando em minha garganta.

– Draco... eu s-sinto muito... – disse Harry, as lágrimas ainda escorrendo sem parar.

A Granger e o Weasley se levantaram e foram até ele. A garota parecia preocupada, já o ruivo me olhava como se já esperasse por essa minha reação.

– Harry, acalme-se. – falou a menina, tocando-lhe o ombro. – Você sabe que esse estresse faz mal para o bebê...

– Sente muito? – exclamei indignado, me segurando para não chorar. – Você transou e engravidou uma garota qualquer, sem almenos pensar que... Espera um pouco, como assim “esse estresse faz mal para o bebê”?

– Transei com uma garota? Do que é que você está falando?! – perguntou Harry, secando suas lágrimas. Foi então que ele pareceu compreender algo. – Espera aí, você está pensando que eu engravidei alguém?

– E não é isso que aconteceu? – perguntei confuso.

– Não, claro que não! Como pode pensar isso?

Isso não faz o menor sentido, mas não pude evitar de sentir um alívio muito grande.

– Mas você disse que vai ter um bebê...

– Sim, Draco, eu realmente vou ter um bebê, eu estou grávido.

Meus olhos se arregalaram. Será que eu ouvi o que penso que ouvi? Não, isso seria impossível.

– Você não está falando sério, está? – perguntei nervoso.

– Estou, Draco. Eu realmente estou grávido. Eu sei que isso é bizarro, e parece loucura, mas realmente aconteceu... – disse ele, um pouco descontrolado.

Comecei a me lembrar de várias coisas: O Harry vomitando na casa de seus parentes. Várias frases, que antes não faziam o menor sentido, agora começaram a fazer; “A criança já está chutando?”, “Rony o outro pai do meu bebê é o Draco Malfoy”, “Harry, acalme-se! Isso não faz bem para o bebê...”

Olhei para Harry, que me fitava claramente preocupado, e então desci meus olhos para sua barriga. Não consigo acreditar que, de fato, há um bebê ali... E que não é um bebê, é o meu bebê. Me deixei sentar na poltrona, coloquei meus cotovelos nos joelhos e apoiei meu rosto nas minhas mãos. Não sei dizer exatamente o que estou sentindo; tristeza, preocupação, raiva...felicidade? São tantas as emoções, que não sei qual é a mais forte.

Há tantas perguntas, que não sei qual fazer primeiro.

– C-como? – indaguei, sem nem me importar por ter gaguejado.

– Você sabe como, Draco... – respondeu ele corando.

– Não estou perguntando como foi feito, por que isso eu lembro muito bem, me refiro a como é possível essa gravidez. Você é um homem, então...

Harry ainda parecia amedrontado, ele olhou para Hermione e a garota assentiu.

– Ele tomou uma poção chamada Poção Gestante, que fez com que ele pudesse engravidar... – ela começou a contar tudo sobre a poção, e eu me forcei a ouvir. Tentei ignorar o fato de que o coração de Potter me desejava, e me concentrar somente nas coisas mais sérias, como; sua magia ser sugada diariamente, e ele precisar me manter por perto durante toda a gravidez.

Como isso pode ter acontecido? Vou estrangular aquele professor Horácio com minhas próprias mãos quando eu o encontrar!

– Então... – falei tentando intender, depois de alguns minutos. – Nossa ligação mental...?

– É por causa da ligação dos dois pais. – afirmou Harry.

– E o brilho que vejo a sua volta?

– Provavelmente é o brilho do núcleo, o Curandeiro afirmou que somente o outro pai poderia vê-lo. – falou a Granger

Tudo bem, é muito para assimilar. Como se nós já não tivéssemos problemas o suficiente, ainda tem que acontecer algo assim?

Não pude deixar de sentir medo. Meu medo não é pelo fato da gravidez em si, mesmo isso já sendo algo muito perigoso e assustador, meu medo é por ele ser quem ele é, e estar esperando um filho meu. Ele é caçado por centenas de Comensais, e agora também pelo Ministério. O Lorde das Trevas o quer morto de qualquer modo, e se descobrir do bebê, não quero nem pensar no que aconteceria.

Se fosse em outra ocasião, tenho certeza de que eu estaria radiante de felicidade. Eu sempre quis ter um filho, embora desde pequeno eu soubesse, que o dia em que eu o tivesse, seria com uma esposa de um casamento arranjado por meu pai, uma mulher que eu, com certeza não amaria, e que só se casaria comigo para me dar herdeiros.

Nunca, nem mesmo em sonhos, eu imaginei que teria um filho com a pessoa que eu amo. Depois que me apaixonei por Potter, eu havia pensado seriamente em desistir da paternidade, afinal, no dia em que meu pai descobrisse sobre nosso relacionamento, eu seria obviamente deserdado. Então, eu não precisaria de Herdeiros. E agora eu descubro que sim, eu vou ter um filho, e com a pessoa que eu mais amo e me importo.

De repente, a imagem de um garotinho de cabelos castanhos e rebeldes e de olhos azuis acinzentados, correndo até mim e me chamando de papai, me veio a cabeça. Por um segundo, me deixei esquecer do medo que sinto, e me veio uma felicidade tão imensa que me fez sorrir. Quer dizer, caramba, eu vou ter um filho!

Olhei para Harry, e ele me fitava apreensivo. Ergui minha mão, e a estendi para ele, o chamando, ele caminhou lentamente até mim, e parou na minha frente. Ainda sentado, levei minhas mãos, uma para cada lado de seu quadril e o trouxe para mais perto, de modo que ele ficou de pé, por entre meus joelhos. Seus olhos me encaravam, curiosos, mas eu não os encarei. Mantive-me com o olhar sobre sua barriga inchada. Subi minhas mãos e abri seu casaco expondo sua camiseta azul, Harry franziu o cenho, mas não lhe dei atenção. Segurei a barra da camiseta e a ergui deixando sua barriga a mostra. E me surpreendi ao perceber que o brilho encantador que emanava de sua pele, era mais forte ali. Não pude deixar de sorrir. Olhei para Harry, que já estava corado ao perceber o que eu pretendia com meu ato.

De forma delicada, pousei minhas mãos sobre o inchaço e as deslisei calmamente. Tenho certeza de que estou sorrindo de forma patética, mas não me importei. Isso é algo tão surpreendente. Quer dizer, quantos homens gays,(Sim, eu admito que sou gay... com o Potter) poderiam ter a chance de ter um filho seu com a pessoa que ama?

Olhei para Harry e então ele sorriu para mim e pousou suas mãos por cima das minhas.

– Por que só foi me contar agora? – perguntei, ainda deslisando nossas mãos por sua barriga.

Seu sorriso murchou, substituído por uma expressão envergonhada.

– Eu tive medo da sua reação. – respondeu ele, me encarando. Abri a boca para argumentar, mas ele continuou. – Quando eu descobri, foi um choque. Afinal, eu sou um homem, e o bruxo mais procurado, ou seja, nada propício a ter filhos no momento. Eu... sinto tanto medo de tantas coisas, Draco. Antes eu só tinha que tentar me manter vivo, mas agora, não sou só eu. – ele respirou fundo, e deu para ver quanto ele se segurava para não deixar transparecer seu desespero. – Eu temi que você também se desesperasse, que me culpasse ou que me deixasse sozinho... Então, eu preferi esperar para te contar quando eu estivesse... preparado psicologicamente para sua rejeição, caso ela acontecesse.

– Tudo bem, mas precisava esperar quase cinco meses? Eu não deveria ser o primeiro a saber, especialmente quando você sabe que precisa me ter por perto, para o seu bem e para o da criança? – falei indignado, mas não senti raiva. Afinal, posso imaginar o medo que ele sentiu. – O pior é saber que até os seus amiguinhos já sabem, menos eu, Potter!

– Draco, me desculpe... eu não fazia ideia de que você agiria assim... Se eu soubesse...

– Eu sei que você só esperou o pior de mim. Apesar de tudo que já fiz nesses cinco meses, para mostrar que realmente gosto de você, você ainda me vê como a draga de um Comensal da Morte, que pode te entregar a qualquer momento, não é? – perguntei magoado.

Realmente eu tenho tentado ser melhor. Eu traí minha família e o Lorde das Trevas, para salvá-lo, mais de uma vez, mesmo sabendo que se eu for descoberto é o meu fim. E mesmo assim ele só pensou o pior de mim. Eu, normalmente não sou assim. Se isto estivesse ocorrido em outra ocasião, eu provavelmente estaria com muita raiva por ter sido o último a saber da existência do meu bebê, mas tudo o que consigo sentir no momento é magoa. Essa... convivência com Potter tem me mudado muito.

Harry me olhou com os olhos marejados, percebendo minha magoa.

– Draco, me desculpe, por favor. Sei que não há justificativa, mas...

– Tudo bem, Potter. Não precisa se explicar eu entendo seu medo e sua situação. De qualquer modo, agora eu já estou sabendo, não é? – falei suspirando. Puxei sua camiseta para baixo, cobrindo sua barriga novamente e me acomodei na poltrona. Ele permaneceu parado de pé entre meus joelhos, me encarando.

Estivemos tão concentrado conversando, que nem havíamos notado que Weasley e Granger prestavam a atenção em tudo.

– Eu nunca vou me acostumar em ver vocês sendo gentis um com outro. – comentou a Granger, quando me viu olhando. – É tão...estranho pensar que agora vocês vão ter um bebê.

– E o que vocês são agora? Namorados? – perguntou Weasley, e pude notar a ironia na sua voz.

– Sim. – respondi ao mesmo tempo em que Potter respondia “não”. Franzi a testa olhando para ele. – Não somos? – perguntei.

– Você disse que, devido a nossa situação, nós não temos um termo, lembra? – questionou ele. Revirei os olhos.

– Quando eu disse isso, era o inicio, e só faziam algumas semanas que havíamos deixado de nos “odiar”, mas agora já fizeram meses e nós vamos ter um bebê, então...

– Não quero que me namore só por que vou ter um bebê! – me interrompeu.

– Deixa de ser idiota, Potter, não vai ser só por isso...

– Pelas barbas de Merlim, será que podem nos poupar de ouvir essa discussão bizarra?! – exclamou o Weasley. – Já não basta termos presenciado vocês acariciando a barriga como uma família feliz, para ainda termos que...

– Isso tudo é inveja ou ciúmes Weasley? – perguntei. E ele arregalou os olhos. – Pensa que não sei o quanto tem dado encima do Harry? Eu já presenciei muitas conversas, mesmo que você não soubesse.

– Ele só tem agido assim por causa da magia do núcleo, Draco... – disse Potter, sem graça.

– Será que é só por isso, mesmo? – questionei. O Cabeça de Fósforo me encarava com a boca ligeiramente aberta, e com as orelhas vermelhas como um tomate.

Foi então que uma ideia me ocorreu. Puxei Harry pelo pulso, e o sentei em meu colo como uma criança.

– Draco, o que...?! – perguntou ele, tentando levantar, mas eu o prendi.

– Você está de pé a muito tempo, precisa descansar, e eu também quero continuar tocando sua barriga, sem contar que temos o dever de acostumar a Granger a nos ver sendo gentis um com outro, certo? – sua expressão me fez rir. Ele revirou os olhos, e antes que pudesse abrir a boca para questionar, acrescentei. – Sem argumentos, Potter. Lembre-se, ainda estou muito chateado com você.

Imediatamente ele bufou e parou de tentar se levantar. Chantagem emocional sempre funciona. Vi Granger rir de sua situação. Estou começando a simpatizar com essa menina. Já o Weasley parecia que queria vomitar, e suas orelhas já estavam começando a ficar roxas. Decidi brincar mais um pouco.

– Caramba, em Potter, se eu soubesse que aquela nossa transa na Floresta Proibida resultaria numa criança, eu teria... – comecei.

– Eu sei, você não teria feito. – disse ele cabisbaixo.

– Pelo contrário, eu teria feito muito melhor, e de maneira inesquecível. – falei, e ri quando ele corou ainda mais e Weasley bufou irritado.

 

Algumas horas se passaram. Harry mantinha a cabeça deitada em meu ombro, enquanto eu acariciava seus cabelos. Vez ou outra, eu sentia os olhos do Weasley me fuzilando, mas ignorei. Ainda estou tentando assimilar tudo o que ocorreu, e tentar acostumar com a ideia de que vou mesmo ter um bebê com Harry Potter. Mas por incrível que pareça, eu me sinto feliz. Mas além da felicidade, há tantas preocupações que martelam minha mente. Segundo a Hermione(sim, eu a estou chamando pelo primeiro nome, afinal ela também me chama Draco), todos os dias o bebê suga um pouco da magia do Harry, mas ela não sabe como fazer a poção para repô-la. E se continuar assim ele pode morrer, e isso no momento, é minha maior preocupação. Precisamos desse poção o mais depressa possível, mas se nem Granger pode prepará-la, quem poderia?

Arregalei os olhos. Sim, há alguém que poderia fazer essa poção com facilidade. E essa pessoa parecia saber que Potter havia tomado a Poção Gestante. E também parecia saber que... eu precisaria de sua ajuda!

As palavras de Snape ecoaram em minha mente:

– Escute com atenção, Draco. Caso decida me contar a verdade sobre esse relacionamento, é só me chamar. Por enquanto, não há nada que eu possa fazer por você, a não ser continuar mantendo segredo. – disse ele. – Ah... E se Potter realmente tiver tomado a poção, como eu acho que ele fez, e tudo tiver acontecido como acho que aconteceu, me procure. Você pode não intender nada agora, mas futuramente perceberá, que se isso tiver acontecido você irá realmente precisar da minha ajuda.

A pergunta é: Como ele sabia que Potter havia tomado essa poção? Há algo nessa história que não está se encaixando. Será que Snape tem algo haver com isso? Não, isso não seria possível, afinal, quando Harry tomou a poção, Snape já não estava em Hogwarts.

Mesmo sendo arriscado, ele é a única pessoa que acho que seria capaz de nos ajudar. Tenho que correr o risco, não posso ficar parado vendo a magia do Harry ser sugada até sua morte... Então está decidido; irei até Snape e exigirei que ele faça a poção. Farei com que ele faça essa poção, nem que para isso eu tenha que usar a maldição impérios.

– Está tudo bem? – perguntou Harry, de repente. Eu não havia notado que ele me observava enquanto eu estava pensando. Ele suspirou. – Eu sei como se sente... são tantas preocupações, que nem ao menos sabemos em qual pensar primeiro.

– Eu estou bem. – falei com sinceridade. – Você não deveria se preocupar tanto, faz mal para o bebê.

– Você está parecendo a Hermione. – disse ele rindo, e vi a menina revirando os olhos. Depois ele suspirou e me encarou sério. – Não sei como não me preocupar. Quer dizer, já faz cinco meses que descobri dessa gravidez, mas sinto como... se ainda não acreditasse totalmente, sabe?

Revirei os olhos.

– Pois eu acredito completamente. Eu sei que está com medo, e acredite, eu também estou, mas devemos ver o lado bom disso, não acha? – perguntei, e antes que ele pudesse responder, eu peguei sua mão e a pousei sobre sua barriga, mas desta vez com a minha por cima. – Pensa que, embaixo da sua mão, há um bebê, o nosso bebê. Você seria muito burro, se não percebesse o quanto isso é algo bom. Mas que droga, eu estou falando como alguém da Lufa-Lufa!

– Caramba, Draco, eu jamais pensei que você seria assim. – comentou Hermione, surpresa.

– O Harry que está grávido, e ele é quem fica sentimental. – caçoou o Weasley.

– Não estou “sentimental” Cabeça de Fósforo, só quero que o Harry veja, que ter o nosso bebê não é o fim do mundo.

O ruivo bufou e cruzou os braços.

– Por falar no bebê, vocês já pensaram no que irão fazer, quando, vocês sabem, ele nascer? – indagou Hermione, de repente.

– Bom... suponho que teremos que... cuidar dele, não é? – perguntou Harry, franzindo a testa.

– Claro, Harry. Mas o que quero dizer é, como farão isso? Você sabe que Vol...

– Não diga o nome dele! – exclamei rapidamente, assustando Harry. – O nome dele está tabu, qualquer um que o pronunciar será encontrado rapidamente por outros Comensais da Morte.

– Isso explica eles terem nos encontrado na cafeteria, na noite do casamento. – comentou Harry, e obviamente, eu não intendi nada.

– Obrigado por nos avisar, Draco. – falou Hermione. – Isso teria sido um grande problema. – comentou ela. Harry se ajeitou novamente em meu colo. – Mas, enfim, o que eu estava dizendo mesmo? Ah, sim, sobre o bebê. Harry, como você e Draco cuidarão do bebê, sendo ele um Comensal e você o Eleito? Você sabe que haverá uma guerra, e que você terá que matar Você-Sabe-Quem, mas como fará isso com um bebê no colo, sem que todos descubram sua existência?

Harry pensou por alguns segundo. Olhei para Granger, que permanecia apreensiva.

– E-eu não havia pensado nisso... – contou Harry, nervoso.

– Harry, eu andei pensando sobre isso a algum tempo – confessou a menina. –, e acho que, talvez, quando o bebê nascer, devamos deixá-lo com o Draco.

– O que? Comigo? – perguntei confuso. – Mas, como levarei um bebê para casa assim? Quero dizer, minha casa está sempre enfurnada de Comensais e...

– Hermione, isso é loucura! – exclamou Harry, me interrompendo.

– Concordo plenamente, colega! – falou o Weasley. – Pensar em entregar o bebê do Harry nos braços de um Comensal, é o mesmo que entregá-lo ao próprio Você-Sabe-Quem!

– Lembre-se, Weasley, que esse “Comensal”, também é o pai desse bebê! Eu jamais deixaria alguém fazer mal a ele, mesmo que eu também ache loucura levá-lo comigo.

– Muito pelo contrário, é uma ideia genial! – insistiu Hermione. – Pensem comigo, são poucas as pessoas que sabem sobre a gravidez do Harry, e ainda menos sabem sobre ele e Draco. Draco pode, facilmente dizer ao seu pai que engravidou uma garota, e que ela não quer o bebê, então ele leva a criança para a mansão Malfoy, assim que nascer. Ninguém saberá que é filho do Harry. Não haveria lugar mais seguro para a criança, do que nos braços dos próprios inimigos.

Pensei um pouco, e comecei a compreender, que isso faz sentido. Essa ideia não é tão ruim, pois tenho certeza que meu pai receberia muito bem seu neto, mesmo não sendo fruto de um casamento que ele arranjou. O único problema que poderia ocorrer, é se a criança nascesse muito parecida com Harry.

– Eu... não acho que a ideia seja ruim... – disse Harry por fim. Havia algo estranho em seu olhar, seria tristeza? – Eu... posso pensar um tempo sobre isso?

– Claro, Harry. – respondeu Hermione.

– Isso é loucura... – comentou o Weasley, passando a mão pelo cabelo ruivo.

Depois de algumas horas, Harry reclamou de fome, e fiquei surpreso quando Hermione retirou de uma bolsinha estranha de contas, uma garrafa de sulco de abóbora, alguns bolos de caldeirão e mais algumas guloseimas. Todos nós nos servimos e comemos, ouvindo a menina alegar que havia trazido comida, pois sabia que o apartamento estivera vazio a algum tempo, portanto não haveria mantimentos.

No final da tarde, Harry havia adormecido com a cabeça no meu ombro(há algumas horas eu o havia soltado caso ele quisesse descer do meu colo, mas ao que parece, ele nem percebeu) Hermione, que antes conversava com o Weasley no outro sofá, começou a me encarar. Passaram-se alguns minutos antes que ela dissesse algo:

– Você gosta mesmo dele, não é? – perguntou suspirando e olhando para o Harry adormecido. Recebeu uma carranca do ruivo. – Eu nunca vi o Harry gostar de ninguém assim, você não faz ideia do quanto ele sofre quando você é torturado e... eu tenho medo que você o machuque. Então, por favor Draco, seja sincero, você realmente gosta dele?

– Gosto. E... eu não vou machucá-lo. Pode ficar tranquila. – falei com sinceridade.

A garota sorriu.

De dentro do apartamento, observei o sol se por pela janela. Esse dia havia sido mais surpreendente e cansativo do que eu imaginava. Em hipótese alguma, eu imaginava que o “segredo” que Potter me contaria fosse algo tão... assustador e feliz. Sim, eu sei que haverão muitos problemas daqui para frente, mas vou fazer o possível para estar ao lado de Harry.

Por Merlim, como as coisas mudaram. Há alguns meses, meu maior medo era que minha família fosse assassinada, e ainda existe essa possibilidade, mas agora a muito mais a temer. Afinal minha família não se resume mais só, em meu pai e minha mãe.

– Draco, acho melhor nós irmos descansar. – falou Hermione. – Nosso dia foi longo... especialmente para vocês.

Concordei e acordei Harry. Nos levantamos e a garota entregou algumas roupas para ele.

– Granger, quantos quartos tem nesse lugar? – perguntei.

– Dois, um no começo do corredor e outro no fim, por quê?

– Ótimo, Potter e eu ficamos no final do corredor. – falei, já puxando Harry comigo.

– Ei, espera um pouco! Vocês vão dormir no mesmo quarto? – perguntou o Weasley, me encarando com raiva.

– Obviamente. – falei revirando os olhos. – Por quê? Tem medo que a gente acabe transado novamente, Weasley? Você sebe que nós não faremos nada que já não tenhamos feito.

Gargalhei quando vi o ruivo ficando tão vermelho quanto seu cabelo. Tenho que admitir que irritá-lo é realmente prazeroso.

Segurei a mão de Harry(que parecia competir com o Weasley, para ver quem fica, mais vermelho) e comei a puxá-lo em direção ao quarto, quando senti alguém segurar meu pulso.

– É bom vocês dois se lembrarem de que Harry está grávido! – falou Hermione, nos encarando. – Se eu ouvir um único som de você...

– Tudo bem, Hermione, não vamos fazer nada. – afirmou Harry rapidamente. – Não é, Draco?

Como é?

Os olhos da garota encararam os meus, claramente desconfiada.

– Claro. – concordei de má vontade.

– Ótimo. Boa noite, então. – falou a garota sorrindo.

– Boa noite. – respondi.

Puxei Harry em direção ao quarto, e não pude deixar de sorrir com a ingenuidade de Hermione. Até parece que não faremos nada.

 

Pov Draco Off


Notas Finais


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