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História Relíquia do Amor - A visita dos Gêmeos


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oiiiii
Está aqui mais um capitulo!
Eu queria agradecer aos que favoritaram, comentaram e mandar um oi aos que só leram!
Esse foi o capitulo mais cumprido que eu já escrevi, espero que gostem!

Boa leitura!

Capítulo 15 - A visita dos Gêmeos


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - A visita dos Gêmeos

Pov Harry On

Havíamos acabado de voltar do ministério. Hermione nos trouxe até floresta em que ocorreu a Copa Mundial de Quadribol, pois estávamos sendo seguidos por Comensais e não podíamos retornar ao largo Grimmauld. Rony teve problemas ao Aparatar e estrunchou, Hermione conseguiu conter o sangramento de seu braço usando Essência de Ditamno.

Não pude deixar de me sentir culpado pelo estado do meu amigo, pois só fomos perseguidos, por que eu fiz a burrada de retirar o olho que estava na porta da sala da Umbridge, pois no momento em que o vi, reconheci ser o olho do Olho-Tonto. Isso me deixou indignado. Como puderam fazer algo assim? Ele morreu e não teve nem um velório digno, assim como Sirius. Mas de Sirius não sobrou nada, de Olho-Tonto pelo menos temos esse olho, que fiz questão de enterrar embaixo de uma bela árvore. Não era o enterro que ele merecia, mas foi o melhor que pude fazer.

Após montarmos a barraca e acomodarmos Rony, Hermione testou alguns feitiços tentando destruir o medalhão, mas nenhum funcionou, então decidi que deveríamos nos revezar para usá-lo, até que saibamos como destruí-lo.

Depois de tomarmos um chá, me sentei com a garota de vigia na porta da barraca, pois não estava conseguindo dormir. Por alguma razão, minha mente não está se conectando à Draco mesmo que eu tente. Não sei exatamente o que está acontecendo, será que ele não está pensando em mim? Como vou lhe informar o local em que estamos, se não consigo entrar em contato com ele?

– Nós vamos conseguir destruí-lo, Harry, não se preocupe. – murmurou Hermione de repente. Seus olhos que antes fitavam a noite escura, agora estavam fixos no meu rosto.

– Eu sei, uma hora ou outra acharemos uma forma de destruí-lo. – concordei suspirando.

Ouve um breve silêncio, olhei para as árvores da floresta enquanto acariciava minha barriga tentando relaxar.

– O que está te incomodando? – perguntou ela.

– Eu me sinto... – procurei na minha mente a palavra certa. – frustrado. Primeiro Dumbledore me passa essa missão de encontrarmos as Horcruxes, mas não me disse como fazer para destruí-las. Estamos tão perto de destruir esta, como estamos de encontrar as outras.

Suspirei e passei a mão por minha cicatriz, que ultimamente tem ardido quase que o tempo todo.

– Tem algo mais te incomodando?

– Sim, Mione... É o Draco. Há alguns minutos tentei conversar com ele, mas... não consegui, parece que há um bloqueio, eu não sei. – olhei para minha amiga que me fitava preocupada. – Ou talvez, ele simplesmente não queira conversar comigo.

Me encostei na tenda da barraca. Tantos pensamentos ruins estão em minha cabeça que estou quase me sentindo angustiado. E se algo tiver acontecido a Draco? Não quero nem pensar nessa possibilidade.

Passei a mão por minha barriga novamente. Hoje meu bebê se mexeu o dia todo, mas por alguma razão agora ele está quietinho, talvez tenha se cansado e adormecido. Pensar nesse bebê me fez sorrir, talvez agora eu finalmente esteja vendo a gravidez pela perspectiva correta. Mas... e se algo acontecer ao meu bebê? E se ele estar parado for um mau sinal? Oh, Merlim, e se...

– Harry, em que momento você tentou falar com Draco? – perguntou Hermione de repente, interrompendo meus pensamentos conturbados.

– Ãh... Há alguns minutos...

– Hmm, talvez... Me dê o medalhão.

Franzi o cenho.

– Não é necessário, Mione...

– Entrega logo a droga do medalhão!

Revirei os olhos e retirei o objeto do meu pescoço e o entreguei a ela. Imediatamente senti um alívio imenso, todo meu corpo relaxou e os pensamentos ruins sobre Draco e o bebê foram embora, tão rápido quanto surgiram.

– Sente-se melhor? – perguntou ela, enquanto colocava o objeto no próprio pescoço.

– Muito.

– Esse objeto faz mal, pois está impregnado de magia das trevas. Ele deve causar algum mal a quem o usa, suponho que em sua condição deve ser pior, talvez você não usá-lo novamente. – abri minha boca para questionar, mas ela me interrompeu. – Por que não tenta chamar o Draco novamente? Acho que você só não conseguiu antes por que estava usando o medalhão.

– Tudo bem. – respirei fundo, e me deixei pensar em Draco; sua boca, seus olhos, seu cheiro... – Draco?

“HARRY!!!”

Pulei de susto por seu grito, e não fui só eu, pude sentir meu pequeno bebê se assustando também.

– Nossa, Draco, não precisava gritar... Até o bebê se assustou! – falei, involuntariamente esfregando o ouvido como se ele gritado ali.

“Desculpe... O bebê também se assustou?” – perguntou admirado.

– Sim... – falei sorrindo feito um idiota. – Mas, por que você gritou meu nome? Estava tentando falar comigo a muito tempo? Aconteceu alguma coisa?

“Pergunta se me aconteceu algo?! Caramba, Potter! Eu te deixei a um dia, apenas a droga de um dia, e você já comete a loucura de invadir o Ministério da Magia?!”

– Draco, por favor não se meta nisso... – pedi apreensivo.

“Não me meter?! Você poderia ter sido morto sabia disso? Será que não percebe como as pessoas se importam com você?!”

Caramba, ele se importa mesmo comigo. Nossa, por que eu me sinto feliz por ele está me dando uma bronca?

– Desculpa, Draco, eu não queria te preocupar. O que fiz foi algo necessário.

“Necessário?! Arrombar a porta da sala da Umbridge é considerado algo necessário?” – questionou irônico.

– Não foi isso que fui fazer! – me defendi um pouco ofendido, ele acha mesmo que eu invadiria o Ministério por uma razão tão tola?

“Então o que diabos foi?”

– Eu não posso te contar, me desculpe. Eu já pedi e vou pedir novamente, por favor não se meta nisso.

“Se você cometer mais uma tentativa de 'suicídio' como você fez hoje, eu me meto sim!” – exclamou ele. – “E onde é que o Weasley e a Granger tem na cabeça, para te deixarem cometer essa loucura nas suas condições?”

– Não culpe Rony e Hermione, eles só me deixarão fazer o que era necessário! E eu estou grávido, não doente!

“Mas algo poderia ter acontecido a você e ao bebê...”

– Ah, agora eu entendi, essa preocupação toda é por causa do bebê? Não se preocupe ele está bem.”

– Claro que não é só pelo bebê, idiota! Eu me preocupo com você.”

Suspirei. Eu sei que ele se preocupa comigo, e eu queria muito poder contar a ele sobre as Horcruxes, mas infelizmente eu não posso. Dumbledore pediu que eu contasse só a Rony e Hermione e a mais ninguém.

– Eu sei me cuidar, não precisa se preocupar.

“Com a sorte que você tem, como espera que eu não me preocupe? Os problemas parecem procurar por você...”

Está certo, eu sei que ele tem razão, mas não pude deixar de me sentir um pouco ofendido. Ele acha mesmo que depois de todos esses anos, eu ainda não aprendi a cuidar de mim mesmo?

– Exatamente, eles procuram por mim, portanto não se meta nisso se não quiser que eles procurem por você também!

Me arrependi de falar no momento em que terminei e o ouvi suspirando. Eu sei que ele se preocupa comigo, não quis ser grosseiro com ele...

– Draco, me desculpe eu não quis ser grosso...

“Você tem razão. Não é só por que sou seu namorado, que você tem a obrigação de confiar em mim para contar esse tipo de coisas.” – sua voz mostrava sua magoa. Droga, eu não queria magoá-lo. – “Não se preocupe, não me meterei mais.”

– Não é questão de confiança... É só que eu não posso contar a ninguém.

“Não pode contar a ninguém, mas o Weasley e a Granger sabem, não é?” – por que ele deu ênfase no nome do Rony?

– Dumbledore me deixou uma missão, e só deu permissão para que eu contasse sobre ela a Rony e Hermione...

“Dumbledore? Isso... tem alguma coisa a ver com derrotar o Lorde das Trevas...?”

– Sim... então por favor não me pergunte o que eu não posso te responder. Você sabe que eu te amo e confio em você, se eu pudesse eu contaria tudo.

“Tudo bem, não vou perguntar. Só... tome cuidado, por favor, eu não sei o que faria se algo te acontecesse.”

Senti meu coração dançar como louco. É nesses momentos que tenho certeza de que Draco me ama tanto quanto eu o amo, pois eu posso sentir o quão grande é esse amor... mesmo que ele não diga.

Suspirei pesadamente.

– Nossa eu te amo tanto que chega a doer. – e como doía. Meu Deus isso é tão gay.

“Eu causo esse efeito nas pessoas.” – gabou-se e eu sorri por perceber que acabamos a discussão.

– Além de mim, a mais quantas pessoas que te amam?

“Humm, só mais uma... eu acho.”

Franzi o cenho. Oh, céus, há mais alguém que ama o Draco? Meu Draco?

– Quem? – perguntei enciumado.

“Uma outra hora eu te falo sobre isso, mas enfim, aonde é que vocês estão? O que ouve quando saímos do apartamento?”

Contei a ele que aparatamos assim que ele e o pai deixaram o apartamento, depois voltamos para a sede da Ordem da Fênix, que era o local em que estávamos, mas que agora não podíamos voltar lá, pois havíamos sido seguidos por Comensais. Também contei que agora estávamos acampados em uma floresta.

Hermione mandou um oi a ele, depois de insistir que eu deveria descansar.

“Acho que ela tem razão, Potter. Pelo que eu ouvi sobre sua aventura no Ministério, você teve um grande dia hoje, deve estar cansado.”

– Não estou cansado. – insisti.

– Harry, não seja teimoso... – insistiu Hermione, revirando os olhos. – A criança precisa disso...

– Argh! Tudo bem! – falei desistindo. – Draco, quando você virá nos encontrar?

“Amanhã mesmo. Tenho algo que preciso lhe entregar logo. “

– E o que...?

“Amanhã você verá. Boa noite, Potter.”

– Tudo bem. Boa noite.

Draco ainda parecia magoado comigo, mas eu entendo suas razões, eu também não ia ficar muito feliz se ele se arriscasse por algo que eu desconheço. Dirigi-me a uma das camas do beliche e me deitei olhando para o teto da lona.

– Harry? – chamou Hermione.

– Sim? – me sentei para olhar a garota, ela revirava sua bolsinha de contas com um olhar preocupado.

– Temos um problema. Quando saímos hoje de manhã para irmos ao Ministério, eu pensei que retornaríamos ao largo Grimmauld e não armazenei comida alguma. Tudo o que temos é chá.

– O que faremos agora? – perguntei preocupado. – Rony precisa se alimentar direito para se recuperar, e eu sinto fome o tempo todo... Talvez se fossemos há algum mercado...

– Não, Harry, será muito arriscado. – ela pensou um pouco, e então voltou a cavoucar a bolsinha, retirando de lá um aparelho que eu reconheci ser um dos celulares que ela havia comprado no dia em que fomos ao St. Mungos. – Fred e Jorge. – disse simplesmente.

Foi então que me lembrei que ela havia feito planos com Fred e Jorge, para que se caso precisássemos de algo, eles pudessem nos ajudar.

– Hermione, você é um gênio! – exclamei, me levantando. – Será que eles estão com os celulares deles?

– Provavelmente sim, eles me juraram que estariam sempre com eles para o caso de alguma emergência.

Hermione ligou para os gêmeos, e por incrível que pareça, eles conseguiram atender o celular de maneira correta. Contamos a eles onde estávamos escondidos, e combinamos que eles viessem ao nosso encontro e nos trouxessem mantimentos.

 

O dia mal havia amanhecido, e já ouvimos os resmungos de fome de Rony. Tudo bem, eu também estou morrendo de fome, mas tenho certeza que sou bem menos resmungão que ele. Fui junto de Hermione, que parecia desesperada para conseguir calá-lo, até um riacho perto de onde acampamos, e então consegui pescar alguns peixes.

Estávamos sentados na mesa da barraca comendo em silêncio. Hermione havia preparado os peixes com algumas ervas que conseguimos encontrar. Não estava tão ruim. Pelo menos para mim, que estou com tanta fome, que como sem mal conseguir sentir o sabor do alimento.

Já Rony cutucava, rabugento, os pedaços de peixe carbonizados em seu prato.

– Minha mãe – disse ele, ainda cutucando o alimento. – é capaz de conjurar do nada uma comida gostosa.

Automaticamente olhei para seu pescoço, e vi, como eu já esperava, o brilho da corrente de ouro da Horcrux. Consegui refrear o impulso de xingá-lo, pois sei que sua atitude melhoraria se retirasse o medalhão.

– Sua mãe não pode conjurar comida do nada. – disse Hermione. – Ninguém pode fazer isso. Comida é a primeira das cinco principais exceções à Lei de Gamp sobre a Transfiguração Elemen...

– Ah, vê se fala língua de gente, tá! – retorquiu Rony, extraindo uma espinha de peixe presa entre os dentes.

– É impossível preparar comida boa do nada! Você pode convocá-la se souber onde achar, você pode transformá-la, você pode aumentar a quantidade se já tem alguma...

– … pois não se dê ao trabalho de aumentar está aqui, tá uma porcaria – retrucou ele.

– Harry apanhou os peixes e eu fiz o melhor que pude! Estou notando que você quer que apenas eu resolva o problema da comida; por que sou uma menina, suponho.

– Não, por que a gente supõe que você seja melhor em magia! – disparou ele.

Hermione se levantou de repente, deixando cair seu prato com o que restava de seus pedaços de peixe no chão.

– Você pode cozinhar quando a comida que Fred e Jorge trouxerem acabar, Rony, você pode procurar os ingredientes e tentar transformá-los em alguma coisa que valha a pena comer, e eu vou me sentar aqui e fazer cara feia e reclamar e você vai poder ver....

– Calem a boca! – exclamei, me levantando de um salto e erguendo as mãos. – Calem  a boca!

Hermione me olhou indignada.

– Como pode apoiar o Rony? Ele nunca tenta cozinhar, e sempre fica aí, largado cobrando de mim, sem ao menos...

– Hermione, fica quieta, estou ouvindo alguém!

Permaneci em pé com os braços erguidos, alertando-os. E então ouvimos vozes.

– Você lançou o Abaffiato sobre nós, certo? – sussurrei a Hermione.

– Lancei tudo – sussurrou ela em resposta. –, o Abaffiato, Antitrouxas e o da Desilusão, todos. Sejam quem for, não podem nos ver nem nos ouvir.

Ouvimos as vozes se intensificando.

– … estamos caminhando a quase uma hora, Fred, será que eles estão mesmo nesta floresta? – disse uma voz que reconheci ser de Jorge.

– Está é a floresta onde ocorreu a Copa Mundial de Quadribol, é aqui que Hermione disse que estariam.

Hermione e Rony se entreolharam animados e saíram da barraca para irem de encontro aos gêmeos. Adiantei-me para segui-los.

“Harry?” – chamou Draco.

– Sim? – respondi parando, antes de sair da barraca.

“Já estou a caminho da floresta, daqui a alguns minutos eu...” – ele se interrompeu.

– Draco? O que ouve? – perguntei.

Fechei meus olhos e vi que alguém o havia parado. Ele estava em um local movimentado, talvez fosse o Beco Diagonal, não tenho certeza. Havia uma garota parada a sua frente. É uma garota bonita, com cabelos castanhos, compridos e ondulados, eu já a vi em algum lugar... Ah, sim, é Astoria Greengrass. Lembro-me de tê-la visto algumas vezes sozinha lendo na biblioteca e também na mesa da Sonserina.

“Precisamos conversar, Draco.” – disse ela.

“Esse não é um bom momento, Astoria. Eu estou indo...”

Se encontra com ele, não é? Com o papai do seu filho?" – o interrompeu.

Quase cai para trás de susto. Ela sabe que ele virá se encontrar comigo? Draco havia contado a ela sobre nós? Sobre nosso bebê? Por que diabos ele não me disse que mais alguém estava sabendo?

– Draco, o que ela quis dizer com....? – comecei, mas fui interrompido.

“Harry, preciso conversar com ela... Nos falamos depois.”

– Draco, espera... – já não pude ver mais nada. Ele havia mesmo parado de pensar em mim, e me deixado falando sozinho?! – Draco?! Responda!!!

– Harry? – chamou Hermione entrando na barraca, e sendo seguida por Fred, Jorge e Rony (que devorava com vontade um pedaço de pão recheado, que reconheci ser uma das iguarias da Sra. Weasley).

– Alô, Harry. – cumprimentou Jorge me olhando de cima a baixo, depois deu uma risadinha. – Você está ótimo.

– Oi, Harry... Nossa, você tá obeso! – exclamou Fred, rindo sem disfarçar.

– É um prazer ver vocês também. – falei irônico, enquanto cruzava os braços para tentar esconder minha barriga.

Hermione se adiantou para a cozinha da barraca segurando uma bolsa com o formato estranho, da qual ela começou a retirar travessas atrás de travessas cheias de comida. Também retirou ingredientes, pães e algumas garrafas.

– É o suficiente, Mione? – perguntou Jorge, enquanto se atirava em uma cadeira.

– É mais que o suficiente, obrigado mesmo por terem trazido isso tudo isso...

– Vocês estão salvando nossas vidas! – falou Rony de boca cheia.

– Não exagere, Rony, nós só estávamos sem comida há um dia, não uma semana! – retrucou Hermione.

– Vocês trouxeram cerveja amanteigada? – perguntei, antes que outra briga se iniciasse.

– Nem vem, Harry. Você sabe que não pode... – começou Hermione.

– Mas é claro que trouxemos, colega. São aquelas duas garrafas, bem ali. – Fred apontou para duas garrafas idênticas que Hermione havia acabado de retirar da bolsa.

Sorri, feliz, pois estava sedento por cerveja amanteigada.

– Esqueça a cerveja, Harry. – falou Hermione firme, fazendo meu sorriso morrer.

Me adiantei e me sentei em uma cadeira. Fred e Jorge começaram a nos questionar sobre o local em que estávamos acampados, sobre a missão e sobre o fato de que haviam lido no Profeta Diário sobre a nossa invasão ao Ministério da Magia; coisa que eles acharam maravilhosamente incrível, e que realmente lamentaram por não poderem ter participado.

Parei de ouvi-los, quando me lembre de Draco. O que será que aquela garota estava falando com ele? Será que ela representaria algum perigo a nós? Sendo amiga do Draco, deve ser de confiança, se não ele jamais contaria sobre nós a ela. Mas, por alguma razão, estou com um mal pressentimento sobre isso.

– Harry? – Hermione chamou. Quando dei por mim, todos já me fitavam – Aconteceu alguma coisa? Você não está cabisbaixo assim por causa da porcaria da cerveja amanteigada, está?

Droga, por que ela foi me lembrar da cerveja justo agora que eu havia esquecido? Por causa disso a vontade voltou novamente, mas fiz um esforço para ignorá-la.

– Não, Hermione, não estou assim por causa da cerveja. – falei um pouco irritado, e então suspirei. – Acontece que o Dra... – Droga, esqueci que os gêmeos ainda não sabem quem é o outro pai do bebê. – O outro pai, faz alguns minutos que ele avisou que estava a caminho daqui, mas Astoria Greengrass, se lembra dela? Aquela garota da Sonserina que não implicava com ninguém?

– Sim, eu sei quem é Astoria, ela sempre estava lendo na biblioteca quando eu ia estudar. – contou Hermione. – Mas o que tem ela?

– Bem, ela o parou no caminho e disse que queria conversar com ele...

– Humm, não vejo mal algum nisso. – comentou Hermione. – Quer dizer, qual o problema dele conversar com uma colega de escola?

– Está com ciúmes, Harry? – perguntou Jorge erguendo uma sobrancelha.

– Não é isso! – falei irritado, e os gêmeos riram. – Acontece que... Ela deu a intender que sabia demais.

– Como assim? – perguntou Rony. – Acha que o doninh... – o fuzilei com os olhos. – digo, o outro pai contou algo a ela? Sobre você e o bebê?

– Acho que sim. – falei suspirando.

Ouve um breve silêncio.

– Deixa-me ver se entendi; o outro pai, aquele que o Harry tanto esconde a identidade, é um Sonserino e está vindo para cá? – perguntou Jorge.

Rony, Hermione e eu, nos entreolhamos em silêncio.

– Ótimo. Eu já imaginava que fosse um Sonserino, já que Harry faz tanta questão de esconder quem é.... – comentou Fred.

– Diz aí, Harry. Quem é? Blaise Zabini? Theodore Nott? – citou Jorge.

O fuzilei com os olhos e cruzei os braços. É claro que eles nunca desconfiariam que é o Draco, levando em conta que nós sempre fomos “inimigos”.

– Quem me dera fosse um desses. – comentou Rony bufando.

– Espera um pouco, vocês já sabem quem é? – questionou Jorge.

– Claro que sim. – gabou-se Rony.

– Isso, definitivamente não é justo, Harry! Você contou a eles e não contou a nós! – disse Fred parecendo indignado. Dei de ombros e continuei com os braços cruzados. – Bom, isso não importa agora, já que assim que ele chegar saberemos quem é.

– Como assim? – perguntei me levantando. – Vocês já estão de saída, certo?

– Bom, sabe o que é, Harry? Nós estamos muito cansados... Andamos por horas e....

– Horas o cassete! Não tente me enganar Jorge, eu sei perfeitamente que vocês Aparataram!

– Poxa, Colega, quanta consideração. Nós trouxemos comida para vocês e ainda assim....

– Chega! – exclamou Hermione, calando Jorge. – Harry, pelas causas de Merlim, deixe que eles fiquem e saibam de uma vez!

– “Pelas causas de Merlim”? Você realmente deve estar bem abalada. – comentou Rony.

Hermione revirou os olhos, foi até uma cadeira e se sentou.

– Tudo bem. – falei suspirando e voltando a me sentar. – Mas não quero nenhum comentário desnecessário. De nenhum dos dois. – avisei.

– Combinado. – Concordou Fred.

– Não faremos nenhum comentário... desnecessário. – afirmou Jorge.

Ele fez questão de dar ênfase ao “desnecessário”. Ótimo, já estou até imaginando o que me aguarda.

– O que vocês disseram a mamãe, para conseguirem sair com toda essa comida? – perguntou Rony de repente, franzindo o cenho.

– Dissemos a verdade, maninho. – disse Jorge.

– Contamos a ela que vocês entraram em contato conosco, que vocês estavam bem, mas que precisavam de alguma comida e que somente nós poderíamos trazer. – contou Fred.

– Ah, ótimo. Agora ela deve estar superpreocupada achando que estávamos passando fome. – falou Rony. – Ainda bem que ela não sabe da sua gravidez, Harry. Não quero nem imaginar o que ela faria.

– O que ela disse quando contaram isso a ela? – perguntou Hermione.

– Ela se sentiu aliviada por vocês estarem bem. E ela realmente pensou que vocês estavam passando fome, por isso passou a madrugada cozinhando para que trouxéssemos esses alimentos. – Contou Jorge.

– Uau, agradeçam ela por nós. – pedi me sentindo realmente grato.

– Claro, Harry. – disse Fred sorrindo. – Ah, já ia me esquecendo. Rony, ela queria te mandar um berrador, por vocês terem invadido o Ministério deixando-a ainda mais preocupada.

– Mas, nós explicamos que talvez essa invasão fosse parte da missão de vocês, então ela mudou de ideia e só mandou um recado. – falou Jorge.

– Qual recado? – perguntou Rony.

– “Se mantenham vivos e tomem mais cuidado na próxima loucura”. – citaram os dois em uníssono.

“Harry?” – chamou Draco de repente, me assustando.

– O que ouve? Por que você bloqueou minha mente? O que Astoria queria com você e por que eu não podia ouvir? – questionei, chamando a atenção de todos pra mim.

“O que os outros Weasleys estão fazendo aí?” – perguntou.

– Você não respondeu minhas perguntas.

“Já estou na floresta, quando eu chegar eu explico. Vocês estão perto do riacho, certo?”

– Sim. – fechei meus olhos e vi sua localização. – Continue caminhando em linha reta que logo chegará na barraca.

“Certo.”

– Ele está chegando? – perguntou Hermione.

Assenti não podendo deixar de sorrir. Rony bufou e foi para um dos quartos da barraca.

Me levantei animado, pois sabia que Draco já havia avistado a tenda.

– Você está apaixonado por esse sujeito, não está, Harry? – perguntou Fred erguendo uma sobrancelha.

Não pude deixar de corar. Abri a boca para responder, mas...

– Mais é claro que ele está. Quem não se apaixonaria por mim? – disse Draco, chegando a porta da barraca.

– Fala sério! – exclamaram Fred e Jorge ao mesmo tempo, chocados, quando finalmente viram quem era o outro pai do meu bebê.

Ignorei a reação dos dois, e fui até Draco. Faz somente dois dias que não nos vemos, mas já estava com saudades. Ele não disse nada, só veio até mim e me envolveu em um abraço apertado, ignorando a cara de tacho que os gêmeos faziam.

Enterrei meu rosto na curvatura de seu pescoço suspirando.

– Senti sua falta...

– Eu também.

– Caramba, Jorge! Olha só, eu nunca pensei que veria algo assim nessa vida! Eles estão se abraçando como um casal apaixonado!

– É o Draco Malfoy... – murmurou Jorge quase sussurrando.

Pareciam extremamente chocados, mas ignorei e continuei apertando meu loiro lindo.

– Eu nunca desconfiaria... – continuou Fred.

– É o Draco Malfoy...

– Caramba, eles vão se beijar!

– É o Draco Malfoy...

– Ah, por Merlim, já chega não é? – exclamou Hermione, que parecia em dúvida se se zangava, ou ria da reação extravagante dos dois.

Draco parecia querer chocá-los bastante, por que segurou meu queixo e me deu um breve selar nos lábios. Sorri corando, ciente de que Fred e Jorge vão me zoar pelo resto da minha vida.

– Olá, Granger, Weasleys. – cumprimentou Draco, adentrando na barraca, caminhando até uma das cadeiras e se sentando.

Voltei para meu lugar, e me sentei novamente. Olhei para Draco e ele parecia estranho, um pouco apreensivo e ansioso. Seus olhos estavam avermelhados, como se ele tivesse chorado... Não, não pode ser, Draco raramente chora, eu devo estar enganado.

– É o Draco Malfoy! – repetiu Fred de repente, assustando todo mundo, inclusive meu bebê, que até então esteve quietinho.

– Fred, por Merlim, você nos assustou! – falei irritado acariciando o local na minha barriga em que eu estava sento chutado.

– Mas, vocês não eram inimigos? – perguntou Fred, ignorando meu comentário. – E ele não é um Comensal?

– Longa história. Uma outra hora eu prometo que explico, mas agora... – me virei para Draco, ele fitava um caixote que eu não havia percebido que ele segurava. – Draco, me conte sobre Astoria. Ela sabe sobre nós, não sabe?

– Sim, ela sabe. – respondeu Draco suspirando.

– Mas, por quê contou a ela? Não acha que é perigoso? Você mesmo me pediu para não contar a ninguém e...

– Sim, eu pedi, mas olhe a sua volta, Potter. Todos que estão aqui sabem a verdade e são seus amigos, eu pedi para que você mantivesse segredo sobre aquela tarde na Floresta Proibida, mas você não manteve, não é?

Senti um certo aperto no coração com a forma fria que ele está falando comigo. No passado eu era acostumado com isso, mas agora... isso está me machucando.

– E-eu tentei manter em segredo, eu juro, mas não pude por causa da gravidez. – falei quase sussurrando, enquanto fitava minhas mãos. Droga, me odeio por ter gaguejado.

– Eu não estou brigando com você por isso agora. – ele suspirou. É definitivo, tenho certeza de que há algo errado. – Só quero dizer que nós temos direitos iguais, você contou aos seus amigos nos quais você deposita sua confiança... E eu contei a minha a-amiga na qual eu também c-confio.

Draco está gaguejando? Há algo muito, mas muito errado.

– O que ela queria falar com você? – perguntei calmamente.

– Não era nada demais. Só queria f-falar sobre um livro que ela pegou emprestado comigo.

– Se era só isso, por que bloqueou sua mente para que eu não pudesse ouvir?

– Porque eu quis! Não preciso que fique o dia todo tentando ouvir minhas conversas! Astoria e eu temos assuntos particulares que não são da sua conta! – exclamou ele parecendo irritado.

Oh, Merlim. Será Draco está zangado comigo? Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas lutei para não derramá-las. Não quero chorar. Não na frente de todos.

Abaixei meus olhos e fitei minhas mãos. Meu bebê chutava sem parar e eu comecei a me sentir um pouco tonto.

– Desculpe-me, Draco... Eu não queria ouvir suas conversas, eu só...

– Está sendo intrometido! Acha que só porque não te deixei ouvir, há algo de errado! Nosso assunto não tem nada a ver com você! Pare de pensar que sempre está certo, e que o mundo gira somente em torno de você, Potter!

A tontura foi aumentando. Me sinto angustiado. O que ouve com ele para que me tratasse dessa maneira?

– Harry, você está bem? – perguntou Hermione, que até então esteve em silêncio ouvindo nossa discussão.

Ergui meus olhos, e olhei para ela. Droga, as lágrimas caíram. Fred e Jorge terão muitos motivos para me zoar. Olhei para eles, esperando vê-los rindo ou algo assim, mas pela primeira vez, eles estavam sérios.

Chega, não quero ficar aqui vendo o olhar de pena dos meus amigos e ouvindo as grosserias da pessoa que eu amo.

Me levantei para me dirigir ao quarto, mas assim que dei um passo senti uma tontura extremamente forte, ao mesmo instante que minha cicatriz queimou feito fogo. Levei minha mão a testa e não pude deixar de gritar, no mesmo instante em que a tontura aumentou e eu caí.

Eu era Voldemort.

– Entregue-me, Gregorovitch. – falei com a voz aguda, clara e fria.

– Não a tenho, não a tenho mais! Roubaram-me há muitos anos!

– Não minta para o Lorde Voldemort, Gregorovitch. Ele sabe... ele sempre sabe...

Voldemort entrou na mente do homem. Ele viu Gregorovitch perseguindo um homem jovem de cabelos dourados. Ele parecia extremamente feliz agarrado a sua varinha como se ela fosse seu tesouro. Lançou um Feitiço Estuporante em Gregorovitch que o perseguia tentando recuperar o que havia sido roubado, e então pulou do peitoril da janela com um grito de triunfo.

Voldemort sai da mente do homem.

– Quem foi o ladrão, Gregorovitch? – perguntou a voz aguda e fria.

– Não sei, nunca soube, um jovem... não... por favor... POR FAVOR!

Um grito agudo ecoou em minha mente.

 

– HARRY!

Abri os olhos, ofegando, tonto e com a testa latejando. Todos estavam agachados a minha volta completamente assustados. Olhei para cima com certa dificuldade por causa da tontura e vi o rosto de Draco completamente angustiado me fitando.

– Harry, perdoe-me! Eu não devia ter sido grosso com você daquele jeito! – exclamou Draco me abraçando de repente.

– Tudo bem, Draco...

– Não, não está tudo bem! Se eu não tivesse sido grosso, você não teria passado mal...

– Eu não passei mal por isso... Eu... desculpem... eu só cochilei, então...

– Cochilou de pé, Harry? Faça-me o favor, não é. Sei perfeitamente que foi a cicatriz! Percebo pelo seu rosto. Estava espiando a mente de Vol... – começou Hermione.

– Não diga o nome dele! – ouvimos a voz irritada de Rony vindo das profundezas da barraca.

– Ótimo! – retorquiu Hermione. – Você-Sabe-Quem, então!

– Eu não quis que acontecesse! – me defendi rapidamente, tentando me sentar, mas a tontura ainda me derrubava. – É involuntário, Hermione, não posso controlar! É como um sonho, você pode controlar o que sonha?

– Se tivesse aprendido Oclumência...

– Espera um pouco, você consegue entrar na mente do Lorde das Trevas? – perguntou Draco, me apoiando para me ajudar a sentar. – Foi assim que você o viu me torturando, depois que te salvei?

– Foi sim...

– Uau...

– Isso não é impressionante, Draco, é perigoso! Se ele usar isso contra o Harry...

– Ele não vai usar isso contra mim. – afirmei.

– Como pode ter certeza?

– Tenho certeza, porque dentro de mim há muito amor, e amor o fere. – falei isso olhando para Draco, ele deu sorrisinho um pouco... triste?

– Consegue se levantar? – perguntou Fred.

– Acho que não... Estou muito tonto...

– Granger, pegue um dos frascos que há dentro daquele caixote. – pediu Draco.

Hermione foi até o caixote e o abriu. Seus olhos se arregalaram e ela olhou para Draco.

– Como conseguiu isso? Essa poção é extremamente complexa! – perguntou a menina.

– Eu ganhei de um amigo. Agora traga logo um frasco. – Hermione concordou e lhe trouxe um frasquinho fino que continha uma poção prateada, muito parecida com sangue de unicórnio. – Aqui, Harry, beba tudo. Vai se sentir melhor. Tem que tomar um vidrinho dessa poção a cada dois dias.

Hesitei um pouco em beber aquilo, mas se Draco está me dando, sei que posso confiar. Apanhei o frasquinho e bebi a poção. Não continha gosto nenhum, mas quase que imediatamente minha tontura passou. Me levantei, me sentindo excepcionalmente bem.

– Obrigado. – falei, me dirigindo a Draco. Ele assentiu, e olhou para o chão. – Draco, qual é o problema? O que está havendo com você?

Ele suspirou.

– Harry, eu não poderei ficar aqui hoje. – falou ele.

Senti um aperto no peito.

– Por quê? E o bebê? Você tinha dito que ia ficar ao meu lado...

– Eu sei o que eu disse, e eu não menti, eu vou permanecer ao seu lado. Só não poderá ser neste momento. – ele se aproximou.

– Vamos... deixá-los conversar a sós. – disse Hermione. Ela e os gêmeos foram para outro cômodo.

Draco envolveu minha cintura e eu levei minhas mãos a sua nuca o puxando para um beijo. Foi um beijo cheio de ternura, calmo. Nossas línguas se enroscavam tranquilamente, enquanto suspirávamos. Meu coração parecia que ia saltar peito a fora de tão acelerado.

Nos separamos para tomar ar, mas mantivemos nossas testas coladas.

– Eu te amo tanto, Draco... – falei um pouco ofegante.

– Ah, Harry... – ele suspirou, passou os dedos por minha bochecha e me puxou novamente de encontro a sua boca.

Dessa vez ele parecia desesperado. Sua boca pressionava minha com fervor e desejo. Enterrei meus dedos em seus cabelos ao mesmo tempo em que ele me apertava contra seu corpo. Suas mãos desceram até minha cintura e ele foi me puxando até a cadeira mais próxima, aonde ele se sentou e me puxou para que eu subisse em seu colo.

Nos beijávamos com tanta vontade, que tínhamos dificuldades para respirar. Ofegávamos alto sempre que separávamos nossas bocas para tomar folego. Senti as familiares fisgadas no meu baixo-ventre. Sei que o correto seria parar agora, mas suas mãos apertando meus quadris e sua boca contra a minha, está me tirando a sanidade. Mesmo que eu quisesse, sei que não conseguiria parar.

Senti seu membro já ereto me pressionando e rebolei para provocá-lo. Suas mãos deslizaram por baixo da minha camisa me provocando fortes arrepios e me fazendo gemer baixinho por entre seus lábios.

– Porque será que só podemos ouvir alguns suspiros e estalidos, e não estamos ouvimos nenhuma conversa, em Jorge? – perguntou Fred, com a voz propositalmente alta, no cômodo ao lado.

– Não sei, Fred. Talvez devêssemos ir até lá dar uma olhada, os pobrezinhos parecem estar com muita falta de ar para conversar... – respondeu Jorge, com a voz igualmente alta.

Sai rapidamente do colo de Draco, e apoiei minhas mãos nos joelhos ofegando. Mordi o lábio inferior ao contemplá-lo com o rosto avermelhado e uma ereção bem evidente.

– Seus amigos... sabem realmente como ser inconvenientes. – falou ele ofegante.

Não pude deixar de rir, pois ele tem razão. Foi então que tive uma ideia. Voltei a me aproximar, rapidamente para não perder a coragem, e me sentei no seu colo, mas desta vez sentei de lado como uma criança. Abracei seu pescoço e me aproximei do seu ouvido.

– Você tem mesmo que ir? – perguntei tentando parecer manhoso.

Ele estremeceu e se arrepiou, depois deu um risinho.

– Já é bem difícil para mim, ter que ir, sem você me pedir desse jeito...

– Então, não vá.

– Mas eu preciso ir. – ele me olhou de maneira séria. – Tem algo que eu preciso resolver antes de voltar para você.

Suspirei derrotado.

– Mas você voltará, não é? O bebê e... eu... bem, nós precisamos de você.

Ele sorriu e levou suas mãos que estavam em minha cintura, a minha barriga.

– Já pensou em algum nome? – perguntou de repente.

– Para dizer a verdade, não. Eu queria decidir com você. – falei corando, e ele riu.

– Eu sempre quis colocar o nome do meu primeiro filho de Scorpius.

Não pude evitar de fazer uma careta. Será que ele se magoaria se eu dissesse que achei o nome completamente estranho?

– Jura? – perguntei querendo rir.

– Sabia que não saberia apreciar um nome como esse. – falou ele revirando os olhos. – Aposto que você gostaria de colocar o nome de algum defunto no nosso filho, como o daquele seu padrinho, ou do Dumbledore... ou até mesmo, quem sabe o do Cedrico.

Como é que ele sabe que eu pensei mesmo em colocar o nome do meu padrinho, do Dumbledore ou do meu pai?

– Eu jamais pensei em colocar o nome do Cedrico. – falei sincero. Ele riu e acariciou meu rosto.

– Teremos muito tempo para decidir... – falou ele, se curvando para depositar alguns beijos em meu rosto. E de repente Scorpius me pareceu um ótimo nome... Tão lindo... Tão... Malfoy.

– Não precisaremos esperar muito. Eu já me decidi, nosso filho se chamará Scorpius. – se eu me decidi por esse nome, só por que ganhei alguns beijinhos? Sim, com certeza. Mas o que posso fazer se esses beijos me compram com facilidade? 

– Isso é adorável da sua parte, mas não precisa escolher esse nome só porque eu gosto... Podemos pensar em outro, um que nós dois gostemos.

– Não, eu já me decidi! Será Scorpius e ponto. Sem mais discussão.

– Tudo bem. – disse Draco rindo e erguendo as mãos em forma de rendição. – Desde quando você se tornou tão mandão?

Revirei os olhos ignorando a pergunta.

– Agora, me ajude a escolher um sobrenome... Humm, Scorpius...

– ...Sirius? – me interrompeu Draco. Olhei para ele boquiaberto e ele deu de ombros. – Escolhe logo o nome de algum defunto, que eu sei que é isso que você quer, e podemos colocá-lo como segundo nome...

– Pela última vez, eu não quero nome de defunto nenhum. Só de te ouvir falando que é um “defunto”, já me fez perder qualquer vontade que eu tenha tido de colocar.

Ele revirou os olhos, e acariciou meu rosto.

– Scorpius Hyperion Malfoy Potter. – murmurou ele.

– Malfoy Potter? – perguntei confuso. – Porque não, Potter Malfoy? Quer dizer... Potter Malfoy seria o correto, não?

– Sim, já que você é a mãe do bebê, isso seria o correto, mas... – não pude deixar de fazer uma careta por ele me chamar de “mãe”. Tudo bem, que sou eu que estou grávido, mas eu ainda sou homem! Eu ia questioná-lo sobre isso, mas estava curioso para saber suas razões pela ordem dos sobrenomes. – Eu prefiro que seja Malfoy Potter, porque eu não quero que o sobrenome que se destaque seja o de um Comensal da Morte.

Suspirei e o abracei. Preferi não argumentar sobre isso.

– E se for uma menina? – perguntei, tentando mudar de assunto.

– Não será. Não nasce uma menina na minha família a décadas.

– Então será nosso Scorp?

– Isso. – ele sorriu e me beijou. – Eu preciso ir, já está tarde.

Olhei para fora da tenda e percebi que o sol já estava se pondo. Caramba, como o dia passou tão rápido?

– Quando voltarei a te ver? – perguntei aflito, me agarrando mais a ele.

– Em breve. Assim que eu resolver o que tenho que resolver, eu juro que volto.

Fitei aqueles olhos azuis acinzentados e assenti. Levantei-me do seu colo e ele me abraçou. Eu sinto que há algo de errado com ele, que ele parece triste, mas não sei dizer qual seria o problema. Ele selou nossos lábios brevemente, e então se foi.

Senti um impulso de correr atrás dele, mas me contive, pois sei que ele vai voltar.

A chuva começou a cair forte.

– Ele já foi? – perguntou Hermione, que havia voltado a cozinha junto de Fred, Jorge e Rony.

– Sim. – respondi tristonho.

– Você não precisa dele, Harry, você tem a gente. – falou Rony.

– Rony... – alertou Hermione. – Harry, você está bem?

– Ele voltará logo, então estará tudo bem. – falei suspirando.

– Por que você tem sempre que pensar nele em? – esbravejou Rony. – Por que para você ficar bem, ele tem que está por perto? Não basta para você ter a mim aqui?!

Percebi que Rony ainda usava o medalhão, e provavelmente está agindo sobre o efeito do núcleo também. Droga, seu olhar sobre mim está um pouco assustador...

– Rony, olha o que você está dizendo. Está se deixando levar pela magia...

– Cala a boca Hermione! – gritou ele, se descontrolando. Hermione deu alguns passos para trás, claramente assustada. – Você me tem do seu lado, não precisa dele para nada!

– Rony, olha o que você está falando! O bebê precisa da magia dele...

– Eu disse para ficar quieta, Hermione! – berrou ele.

– Maninho, você está perdendo o controle... O núcleo, você sabe que ele faz isso... – tentou Fred.

– Calem a boca...

– Rony, tire o medalhão. – ordenou Hermione, mas foi ignorada. – Ele está te deixando mais vulnerável ao núcleo...

Rony parecia completamente descontrolado. Ele se aproximou. Dei alguns passos para trás, assustado.

– Se é magia que você precisa, eu tenho muita magia! A criança pode sugar de mim! – disse ele chegando mais perto.

Hermione chorava inconsolável assistindo a cena. Senti-me extremamente mal pela minha amiga. Os três murmuravam coisas tentando pará-lo, mas Rony os ignorava.

– Rony... – falei calmamente. – Eu agradeço por me oferecer sua magia, mas é da magia do Draco que meu bebê precisa...

– Isso é só uma desculpa, Harry! Eu sei! Você só diz que a criança precisa dele, por que na verdade você não admite que é você quem o quer por perto. – berrou ele, apontando o dedo na minha cara. A cada segundo eu tento me lembrar que ele está sobre efeito do núcleo, para não Estuporá-lo. – Mas eu sou muito melhor que ele. Eu te conheço melhor. Eu seria um pai melhor, também! E eu nunca fui e nem pretendo ser um Comensal!

– Rony... – alertei. Ele se aproximava cada vez mais. Eu poderia atacá-lo, mas entenda, eu realmente não quero ferir meu melhor amigo.

– Harry, ele não presta para você, nem para o bebê. Para que precisa dele se tem alguém como eu?

– Rony... eu agradeço por suas... hum, ofertas... Mas eu amo o Draco.

Seus olhos se arregalaram. Agora ele estava tão perto e eu não posso mais dar passos para trás pois já cheguei a parede da barraca. Puxei disfarçadamente minha varinha do bolso... Não quero feri-lo, mas...

– Rony, saia de perto do Harry! Agora! – ordenou Hermione com a varinha apontada para suas costas.

– ÓTIMO! EU SABIA QUE VOCÊ ESTAVA DO LADO DAQUELE LOIRO! – berrou ele apontando para a menina, que chorava enquanto se mantinha firme empunhando a varinha. – Eu percebi como você e ele se tornaram amiguinhos!

– R-Rony... – a menina tentou falar.

– Mas meu assuntou não é com você... – ele se virou para mim novamente. – Harry, pense bem, eu posso te dar a família que você sempre quis! Coisa que você jamais terá com aquele trasgo...

– Não fale assim dele! – berrei perdendo o pouco de paciência que me restava. – Rony, eu vou repetir só mais uma vez: eu amo o Draco! E se não ficou claro, eu nunca vou ficar com você! Você é meu melhor amigo, mas terá que aceitar que eu estou com o Draco. E se não consegue aceitar isso, pode ir embora.

Foi horrível para mim, dizer algo assim a meu melhor amigo. Mas ele tem que entender. Ele estava deixando a magia do núcleo subir-lhe a cabeça.

Com os olhos arregalados ele deu dois passos para trás.

– Ótimo! Eu vou! Mas quando aquela doninha nojenta te ferir, não espere contar com a minha ajuda.

– Tire o medalhão. – mandei.

Ele retirou a Horcrux do pescoço, a jogou no chão, apanhou sua mochila e saiu.

– Rony...! – Hermione saiu atrás dele.

A chuva caía com força lá fora. Pudemos ouvir o estalo de alguém Aparatando.

– Não acredito que isso aconteceu... – comentou Jorge.

– Ele se descontrolou por completo. – concordou Fred.

Me sentei com as duas mãos no rosto, deixando as lágrimas caírem.


Notas Finais


Então é isso ai !
Vocês devem estar putos com o Rony, não é? Mas levem em conta de que ele estava usando a Horcrux e sobre o efeito do núcleo ao mesmo tempo!
E também tem a reação estranha do Draco que logo será esclarecida.
Não vou dar spoiler, mas daqui pra frente as coisas vão começar a esquentar.
Enfim, espero que tenham gostado!
Deixei seu comentário, ok?
Beijinhos <3


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