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História Relíquia do Amor - Uma parte de mim


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oláaaaaaaa
Esse capitulo ficou mais comprido que o de costume, espero que não se incomodem com isso ^^
Quero agradecer a aqueles que favoritaram, os que só leram e também queria dizer que estou muito feliz com os comentários :3

Boa leitura!

Capítulo 17 - Uma parte de mim


Pov Draco On

 

Não sei se angustia é a palavra certa para descrever o que estou sentindo. Mas isso não importa agora. Para dizer a verdade, no momento, nada mais está importando. É como se uma parte de mim tivesse morrido lá... nos braços dele.

Dois meses antes...

Estou ansioso para passar esse tempo fora da mansão. Já estou cansado de viver cercado por Comensais, e além do mais, vou poder ficar ao lado do Harry, cuidando dele nesse momento. Quem sabe quando eu estiver ao lado dele, esse idiota tenha a decência de me contar o que exatamente o levou a invadir o Ministério e se colocar em risco daquela forma. Ele disse para eu não me meter, como se eu fosse realmente obedecer. Eu vou descobrir o que diabos eles estão escondendo.

E ainda tenho um outro problema chamado “Astoria”. Tenho tentado falar com ela desde a noite passada, mas não consegui. Não sei o que se passa pela cabeça dela nesse momento, só sei que ela ouviu demais e não sei se tenho que me preocupar com isso.

 

Aparatei no Beco Diagonal e fui até o Gringotes fazer uma retirada caso precisássemos nesse tempo que ficarei com eles.

– Harry?– chamei, andando por uma calçada assim que saí do banco. As pessoas passavam por mim assustadas. Está aí o único privilégio em ser um Comensal.

“Sim?” – respondeu rapidamente, fechei os olhos por breves segundos e vi que ele se encontrava na porta de uma barraca.

– Já estou a caminho da floresta, daqui a alguns minutos eu... – me interrompi quando alguém que usava um capuz preto, parou na minha frente. O que me intrigou, afinal quem seria o bruxo corajoso a entrar no caminho de um Comensal?

“Draco? O que houve?”– perguntou Harry, quando eu parei de falar.

Eu ia respondê-lo, mas então, a pessoa a minha frente retirou o capuz, revelando ser, ninguém menos que Astoria Greengrass. Mas o que essa idiota está fazendo aqui agora?

– Precisamos conversar, Draco. – disse ela.

Ah, agora ela quer conversar? Acontece, que não estou com paciência para conversar com ela no momento, tudo o que quero é ir para junto do Harry, agora.

– Esse não é um bom momento, Astoria. Eu estou indo...

– Se encontra com ele, não é? Com o papai do seu filho? – me interrompeu, sarcástica.

Merda, pelo visto ela ouviu e entendeu bem minha conversa com Severo. O pior é que agora o Harry já sabe que ela descobriu sobre nós.

“Draco, o que ela quis dizer com....?” – começou ele, mas me aprecei a interrompê-lo.

– Harry – sussurrei para que Astoria não me ouvisse. –, preciso conversar com ela... Nos falamos depois.”

Ele tentou contra argumentar, mas o ignorei e tirei minha mente da dele. Encarei Astoria com meu olhar superior, me virei e me afastei do Beco Diagonal, indo em direção da Travessa do Tranco, sendo seguido por ela. Entrei em um beco deserto e me virei para encará-la.

– Fale logo, não tenho tempo a perder com você. – brandeei, e me apressei a dizer: – Se for sobre aquele absurdo que você ouviu naquele dia, saiba que aquilo era tudo mentira. Você que foi idiota o suficiente para acreditar.

– Mentira? Isso quer dizer que você não vai ter um filho com Harry Potter?

– Mas é claro que não. Eu? Com o Santo Potter? Sabe que isso é impossível. – eu acho que fui bem convincente.

– Você realmente acha que sou idiota, Draco? – perguntou ela.

Sim, eu acho.

Não, claro que não. Justamente por você não ser uma idiota, é que eu acho que você sabe que aquilo tudo foi um mal-entendido, certo? – indaguei, usando todas as minhas forças para não ser sarcástico.  

– Ah, foi? – perguntou ela, erguendo uma sobrancelha e dando um passo na minha direção. – Então, se foi apenas um mal-entendido, você não vai se importar que eu conte ao seu pai ou, quem sabe, ao Lorde das Trevas, certo?

Não pude deixar de gelar. Mas que merda, se ela contar a alguém e o Lorde das Trevas descobrir, a vida do meu filho estará em risco. Astoria olhou para mim e sorriu cinicamente.

– Humm... Pelo jeito você vai se importar. – disse ela, chegando mais perto de mim. – Porque se importaria se vou ou não contar a alguém, se aquilo que ouvi foi apenas um mal-entendido?

Ela sabe. Ela sabe que aquilo não foi um mal-entendido. Talvez ela seja de confiança, afinal ela é minha “amiga”, certo? Mas algo me diz que não, que eu não devo confiar nela. Mas o que posso fazer agora que ela já sabe? Talvez se eu apagasse sua memória...

– Diga alguma coisa, Draco. Ou realmente não se importa que eu conte...?

– Você não pode contar a ninguém! – a interrompi, irritado. – Você contou a alguém, Astoria? Responda!

– Não, eu ainda não contei nada a ninguém. – disse ela erguendo as mãos em forma de rendição. Mas não pude deixar de notar que ela deu ênfase no “ainda”. – Vamos, Draco, não adianta mais esconder, eu sei que você estava falando sério. O homem que você alegou estar “apaixonado”, é Harry Potter, não é?

A encarei com ódio. Eu realmente odeio pessoas como ela. Mas se vou apagar sua memória, então não há por que esconder a verdade.

– Sim, é Harry Potter. – falei irritado. Ela sorriu erguendo uma sobrancelha.

– Sei que está pensando em apagar minha memória, mas se eu fosse você eu pensaria duas vezes. Antes de sair de casa eu entreguei uma carta minha onde conto tudo o que ouvi para meu elfo doméstico esconder, e deixei uma ordem bem clara de que ele não deveria ler nem falar dela para ninguém, a menos que algo me acontecesse. Também fiz alguns feitiços que garantirão que todos saberão da verdade caso algo me aconteça. – ela deu outro passo na minha direção, ainda sorrindo. – Então, se algo me acontecer ele a levará diretamente as mãos do meu pai, que com certeza a mostrará ao Lorde das Trevas.

Senti meu sangue ferver. Maldita! Será que ela diz a verdade? Como poderei me safar dessa agora? Mas, ela é minha “amiga”, certo? Então, provavelmente não contará nada a ninguém...

– Tudo bem, Astoria, eu não tocarei em você. Mas, você não contará nada disso a ninguém, certo? – perguntei, nervoso.

– Mais é claro que não contarei, Draco... – suspirei começando a me sentir aliviado. – Se, em troca do meu silêncio você fizer algumas coisinhas simples que eu mandar.

E lá se vai a sensação de alívio. Ela está me chantageando? Eu não vou cair em nenhuma chantagem, nem morto!

– Não farei absolutamente nada! Quem você pensa que é para tentar me chantagear? – exclamei furioso.

– Alguém que sabe seu segredinho... E se não fizer tudo o que eu disser, irei pessoalmente até o Lorde das Trevas...

– Não se eu alterar sua mente, fazendo com que passe o resto da vida pensando que é uma cadela no cio... – a interrompi, ela deu um passo para trás intimidada. – Mas, acho que no seu caso não mudaria grande coisa, não é mesmo?

– Tenha mais respeito com quem sabe seu precioso segredo, Malfoy... Faça qualquer coisa a mim e meu elfo entregará a carta. Você pode até pensar em ir atrás dele, mas você sabe que a magia dos elfos domésticos não permite que eles desobedeçam seus senhores, então ele não lhe dirá aonde escondeu a carta nem sobre tortura. E caso esteja pensando em matá-lo ou algo assim, saiba que não é somente ele que tem uma carta. Se algo me acontecer ela chegará às mãos do Lorde das Trevas de uma forma ou de outra. E ele não precisará de muito esforço para perceber que o que diz nela é verdade. – eu realmente estou me segurando para não amaldiçoá-la. Tenho que pensar em alguma coisa. – Você quer o meu silêncio? Então, você não tem outra opção, a não ser fazer o que eu mandar.

– Eu já disse que eu não farei nada!

– Bem... Entendo. Contarei tudo ao Lorde. Coitadinho do Potter e do bastardinho que ele carrega... – ela falou com uma falsa magoa.

E para mim foi a gota d'água. Peguei-a pelo pescoço e a prensei contra a parede.

– Preste muita a atenção da forma como fala do meu filho, se realmente quer viver, Greengrass. – sibilei, cego de ódio. – Não sabe como estou me segurando para não te matar, ou pelo menos te Cruciar agora...

– Se algo acontecer a mim, meu elfo...

– EU SEI! – berrei. – Mas se eu te soltar você irá correndo até o Lorde, então que diferença faz deixar seu elfo fazer isso por você, somente para ter o prazer de te matar...

– Você não pode me matar. Se fizer, amanhã todos saberão da gravidez do menino que sobreviveu. Posso até imaginar, com certeza dará uma bela primeira página no Profeta Diário, ainda mais quando descobrirei que o filho é seu...

– Cala essa boca!

– Ele realmente não tem nenhum pouco de amor-próprio, para engravidar de um Comensal da Morte. A propósito, como foi que ele fez isso?

– Não te interessa!

– É tem razão, isso não importa muito. O que realmente importa é que você terá que me obedecer, se não quiser que seu namoradinho e a criança sofram as consequências.

Ela está ameaçando as duas pessoas que mais amo. Meu orgulho não me permite ser chantageado, mas meu amor pelos dois parece ser mais forte. Eu não posso deixar que o Lorde descubra da gravidez, não só por que meus pais e eu estaríamos perdidos se acontecesse, mas também tem o fato de que Potter está sensível e vulnerável, e o Lorde poderia querer me usar para capturá-lo. Minha única saída é ceder as chantagens de Astoria... mesmo que isso vá contra todos os meus princípios.

– O que você quer de mim? – perguntei com a voz fraca.

Ela abriu um enorme sorriso vitorioso.

– Para começar, quero que me solte. – permaneci com minha mão em seu pescoço. – Agora.

Com um extremo esforço soltei-a e dei um passo para trás. Só Merlim sabe o quanto me arrependo por ter pensado que essa vadia era minha amiga. Está definitivo, eu não tenho e não preciso mais de amigos.

Suspirei e ergui meus olhos fuzilando-a.

– Diga logo, que merda você quer que eu faça.

– Quero que termine o que quer que tenha com Harry Potter e me peça em noivado. – disse ela simplesmente.

Meu queixo caiu. Sem conseguir me conter, gargalhei alto.

– Terminar com o Harry para ficar com você? Ai, Astoria, você está cada dia mais pirada. Eu nunca vou fazer isso.

– Eu não estou brincando, Draco. Você terminará esse seu “romance” nojento com Potter, e irá me pedir em noivado, se não quiser que o Lorde saiba do seu filho!

– Eu nunca farei isso! Eu o amo e vamos ter um bebê, será que não dá para entender?

– Você fará! – ela praticamente gritou. – Ou isso, ou eu vou agora mesmo...

– Como você se rebaixou a isso? Eu não sinto nada por você! Ou pelo menos não sentia, agora, tudo o que sinto é uma vontade imensa de te matar. Enfia na sua cabeça que eu nunca vou gostar de você, para quê insistir em algo que nunca vai acontecer? Você é uma Sonserina, deveria ter amor-próprio. Muito hipócrita da sua parte ter falado do Harry.

Ela deu um passo para trás. Seu olhar era de pura raiva.

– Eu estou cansada Draco. Cansada! Sabe quantos anos eu fiquei ao seu lado como uma idiota, aguentando seus maus humores e dando uma de Grifinória compreensiva, somente para que houvesse uma pequena chance de você me notar?! – berrou apontando o dedo na minha cara. – E então, quando começo a acreditar que isso poderia mesmo acontecer, você me vem e diz que comeu um cara, que estava apaixonado por ele e que, ainda por cima ele era seu inimigo?! Eu me senti humilhada... meu ego foi parar quase no fundo do poço. Quer dizer, você se apaixona por um inimigo, mas eu, que sempre te apoiei e fiquei ao seu lado, você nem se quer olha direito! Achei um absurdo! – ela passou as mãos pelo cabelo nervosa, depois deu uma risada irônica. – Mas eu ainda tive esperança... sim, uma garota não deve desistir do que quer com facilidade, certo? Especialmente uma Sonserina. Eu aguardei calmamente para que no momento certo eu tentasse te ter, mas você não facilitou! Além de não me contar nada, ainda me humilhou quando eu fiz uma tentativa! E agora, eu descubro que seu “amante”, tão amado e desejado é ninguém menos que Harry Potter. Eu deveria imagina... Perdi a conta da quantidade de vezes que te vi arranjar desculpas para arrumar briguinhas ridículas com ele, obviamente para lhe chamar a atenção, mas eu ignorei esse fato. E o pior, não é só você tê-lo preferido, é saber que vocês terão um filho! Um maldito filho! Sabe o quanto eu desejei isso para mim? E aquele mestiço nojento simplesmente veio e me tirou o que levei tantos anos tentando conseguir!

Sem pensar, saquei minha varinha e apontei-a para seu peito.

– Ofenda qualquer um dos dois na minha frente novamente, e eu juro que toco um foda-se nisso e acabo com você. – ameacei.

Eu nunca pensei que ela fosse assim tão patética, mas tudo isso pelo menos explica o fato do por que ela sempre correu atrás de mim me oferecendo ajuda, ou tentando se tornar minha amiga. Tudo bem, eu sei que sou irresistível, mas isso é passar dos limites. Ninguém vai me afastar do meu Potter. Nunca.

– Ordeno que abaixe a varinha. – disse ela.

– Você ainda não é nada para ordenar alguma coisa. – rosnei, mas abaixei a varinha.

– Bom garoto. Eu preciso ir andando...

– Vai para o inferno. - brandeei, mas ela me ignorou.

– Eu estou sendo muito boazinha, Draco, tão boazinha que te darei um mês para que termine tudo com Potter. Apenas um mês. É bom que não falhe ou...

– Eu sei! – exclamei irritado.

Ela deu uma risadinha irritante, se aproximando de mim e me deu um beijo na bochecha. Merlim, como eu quero matar essa garota!

– A propósito, amor... – disse ela colocando o capuz. – Potter não pode saber que eu estou envolvida, e eu vou querer a memória do término para ter certeza de que você o realizou sem revelar nada.

Antes que eu pudesse argumentar, ela sorriu para mim e Aparatou.

Nunca me senti tão furioso e perdido em toda a minha vida. Eu preciso fazer alguma coisa, não posso terminar com o Harry, ele não teria forças para aguentar isso... e acho que nem eu. Mas eu ainda tenho um mês para pensar em algo, no momento eu preciso ir até Harry.

Desaparatei em uma floresta. Chamei Harry, e não pude deixar de me sentir ainda mais irritado quando vi que havia duas pessoas a mais com ele além do Weasley e da Hermione, e provavelmente essas duas pessoas sabem de tudo sabem de tudo. Como ele pode confiar nas pessoas com tanta facilidade? E o pior, como ele consegue sempre confiar nas pessoas certas? Me irrita o fato de saber que os amigos dele nunca fariam com ele o que a vaca da Astoria está fazendo comigo.

Depois de chamá-lo, rapidamente o encontrei. Senti um aperto no coração enquanto o abraçava, eu definitivamente não posso me separar dele.

Ele obviamente, percebeu que havia algo errado, mas ainda muito irritado, acabei sendo grosseiro com ele, o que o fez passar mal. Por mais que ele insista em negar, eu sei que foi minha culpa. Somente por ter sido grosso ele passou mal, não quero nem imaginar o que lhe aconteceria se eu terminasse tudo. Eu preciso, desesperadamente de uma solução.

Decidi que era melhor eu não ficar aqui com ele no momento. Eu não conseguiria ficar tão perto dele sem contar o que ouve com Astoria. E de alguma maneira, isso me faz sentir como se eu o estivesse traindo. E a única forma de eu não me sentir assim seria me afastando dele, pelo menos até encontrar alguma solução. Foi extremamente difícil deixá-lo no final da tarde, ele me pediu para ficar de um jeito que quase irresistível.

Mas que merda, estou tão apaixonado por ele que quase me doeu deixá-lo. Mas eu sou um Malfoy, tenho que me manter firme e tentar achar alguma solução. Mas de uma coisa eu tenho certeza, eu não vou terminar com meu Harry.

 

Com o passar dos dias eu tentava de todas as formas pensar em alguma solução, mas nada me vinha em mente. Os dias virarão semanas, eu comecei a me desesperar. Harry sempre tentava falar comigo, mas somente em ouvir sua voz me dizendo o quanto sentia minha falta, me sinto ainda mais perdido. Eu preciso dele, mas que merda!

Astoria me mandava uma coruja toda semana, com uma carta que continha somente uma frase:

Três Semanas.

Duas Semanas.

Uma Semana.

Quando deu exatamente um mês, fui até Potter determinado. Eu preciso fazer isso, tenho que ser forte... afinal é para o próprio bem dele e do Scorp. Mas quando o vi perdi toda minha determinação. O brilho que percorria sua pele estava mais forte do que nunca e sua barriga havia crescido um pouco. Somente em olhá-lo meu coração se acelerou. Não pude resistir, peguei em sua mão e o levei para o quarto, onde acabamos na cama completamente entregues um ao outro. É claro, que esse foi meu erro. Como eu conseguiria terminar com ele, quando o tenho tão entregue em meus braços assim? Após o sexo, ele me encarou de forma um pouco triste e esperançosa. Não pude aguentar esse olhar. Deitei minha cabeça sobre sua barriga, tentando evitar os olhos esmeralda, e fiquei sentindo Scorp se mexer. Permaneci assim por algum tempo, até que simplesmente não aguentei. Eu não posso terminar com ele, simplesmente não posso. Preciso sair daqui antes que eu acabe conseguindo alguma coragem.

Levantei-me rapidamente e comecei a me vestir o mais depressa que pude. Harry me perguntou o que havia de errado, e mais uma vez eu menti, e sem dizer mais nada eu parti.

Covarde! É isso que sou. Covarde e fraco.

Como pode doer tanto pensar em me separar dele? Eu queria lhe contar tudo, mas sei que se ele souber vai dar um de Grifinório e querer se arriscar. Mas eu não quero arriscar. A vida dos meus pais também estão em jogo, eu sei que se o Lorde descobrir, ele tentara usar meus pais para me atingir e me usar para atingir Harry. Eu simplesmente não tenho coragem suficiente para correr esse risco. Preciso da ajuda de alguém...

E então me lembrei que nessa manhã eu havia recebido uma coruja de Snape me pedindo para ir até Hogwarts, pois ele precisava urgentemente falar comigo. Talvez ele possa me ajudar.

 

Desaparatei em Hogsmeade e aquele alarme irritante soou. Ignorei completamente as cabeças nas janelas tentando ver se eu era Potter, e quando viram que era apenas eu, fechavam as janelas decepcionados.

– Quem está... – começou Dolohov, saindo do Três Vassouras com a varinha em punho.

– Sou eu, idiota. Snape me chamou, agora será que dá para desligar esse Feitiço Miadura? Já está me irritando. – falei ríspido, e sem esperar resposta fui em direção ao castelo.

Adentrei no castelo, sentindo uma certa saudade do lugar. Era o horário do jantar, provavelmente Snape estaria no Salão Principal junto com os alunos já que agora ele é o diretor. Então, me dirigi para lá. Assim que entrei no local, todas as conversas sessarão, sendo substituídas por vários cochichos. Ao longe pude ouvir a exclamação de Pansy, que provavelmente estava animada em me ver, mas a ignorei. Não me dei ao luxo de olhar para ninguém, simplesmente ergui minha cabeça de forma superior e caminhei diretamente até meu padrinho.

Ele não disse nada, simplesmente se levantou e indicou para que saíssemos do salão. O segui a passos firmes, ouvindo os comentários dos alunos, mas os ignorei. Adentramos na sala do diretor e ele me pediu para me sentar.

– Boa noite, Sr. Malfoy. – cumprimentou-me Dumbledore em sua moldura. Senti a culpa me invadindo.

– B-boa noite. – gaguejei olhando para minhas mãos. – Severo eu... preciso da sua ajuda. – falei rapidamente.

Ele se acomodou na cadeira do diretor.

– O que houve? Aconteceu alguma coisa com o Potter? – perguntou um pouco preocupado.

– Não exatamente, com ele... – respirei fundo. – Eu estou sendo chantageado pela Astoria. Ela me deu um mês para terminar tudo que tenho com o Harry e que a peça em...noivado, ou então ela contará ao Lorde das Trevas sobre o bebê.

– Você já pensou em...

– Apagar a memória dela? Sim eu pensei, mas ela ordenou ao elfo doméstico da família Greengrass que escondesse uma carta que ela escreveu contando tudo, e que se algo acontecesse a ela, ele a deveria entregar ao Lorde. E além do elfo, ela também disse que mais alguém tinha uma carta como essa, caso eu decidisse matar o elfo essa pessoa a entregaria, sem contar os feitiços que ela fez... – contei rapidamente. – Eu não sei o que fazer, Severo... O prazo que ela havia dado acaba hoje, mas eu não consegui terminar com ele.

Ele pensou por alguns instantes.

– Eu não sei como te ajudar nisso, Draco. As únicas formas que consigo pensar é apagando a memória da menina, ou então matando o elfo, contudo se existe mesmo uma terceira pessoa que está com essa carta, e possíveis feitiços que ela tenha realizado... talvez seja melhor não nos arriscarmos.

– Sim, eu sei. Mas a única forma que consigo pensar de não arriscar, é terminando com Harry, mas isso está fora de cogitação.

– Já pensou na possibilidade de que talvez essa carta e feitiços, não passem de uma invenção dela, para conseguir o que quer? – perguntou Snape, pensativo.

– Claro que sim, mas e se essa carta existir? Eu devo arriscar? – suspirei nervoso. Eu realmente pensei que Severo pudesse ajudar, mas ele também não vê nenhuma solução. – Talvez eu deva... obedecê-la de uma vez. – apoiei meu rosto nas minhas mãos.

– Então, você irá mesmo terminar tudo com Potter?

– Tem alguma ideia melhor? Se tiver sou todo ouvidos. – questionei nervoso.

– Infelizmente não consigo ter nenhuma ideia que lhe ajude. – disse ele me fitando. – O que está me intrigando é o fato de que você, um Malfoy que cresceu aprendendo a não demonstrar suas fraquezas ou sentimentos, está aqui na minha frente, completamente nervoso e eu me atrevo a dizer que até mesmo desesperado, simplesmente por que terá que “terminar” com o Potter. Isso é intrigante por que, eu não sabia que vocês mantinham um relacionamento. Sei que vocês tem se encontrado, mas é por causa do bebê, não?

Droga, eu me esqueci de que não havia contado a Snape sobre meus sentimentos pelo Harry com medo do que ele diria. Mas nesse momento eu realmente não me importo com o que ele irá pensar.

– Snape, tem algo que eu tenho que te contar, você pode achar estranho, mas... eu amo o Harry. – contei envergonhado, sem olhá-lo nos olhos. Ouve um breve silêncio, e eu esperei ouvir críticas ou qualquer coisa, mas não houve nada. Curioso, ergui meus olhos e encarei meu padrinho. – Você não está surpreso?

– Por que eu estaria surpreso, se eu já sabia? – perguntou. Tudo bem, por essa eu não esperava.

– Como?

– Você se arriscou muitas veze por ele, e se preocupa mais do que deveria, não é o que se pode chamar de discreto. – disse ele. – E pode-se dizer que eu sei reconhecer alguém apaixonado.

Tudo bem, outra coisa que eu não esperava ouvir.

– Você já se apaixonou alguma vez?

– Sim, duas vezes.

Eu estou mesmo ouvindo Severo dizer que já se apaixonou não só uma, como duas vezes? Eu nunca suspeitei que algo assim pudesse ter acontecido, até por que ele nunca havia me contado nada sobre sua vida pessoal.

– E quem eram as duas pes...? – comecei curioso.

– Não quero falar sobre isso. – me cortou.

– Tá, que seja. – droga, eu fiquei na curiosidade. – Sobre mim e o Harry... você...?

– Se eu aprovo? – assenti. – E adiantaria de alguma coisa dizer que não? Você já está apaixonado de qualquer forma e ainda por cima vão ter um filho. Mas, se quer saber, eu realmente acho que você merece coisa melhor, Potter é metido, cego pela fama, arrogante e...

– Tá, eu já entendi. – falei revirando os olhos, e então acabei rindo. – Se for pelo fato dele ser metido ou arrogante, acho que ele e eu temos muito em comum, não?

– Nisso tenho que concordar. – ele deu um sorrisinho raro, e então ficou em silêncio me encarando.

– Eu... não quero terminar com ele. Se eu fizer isso ele nunca vai me perdoar. – falei suspirando.

– Eu sinto muito por isso.

Ouve mais algum tempo de silêncio.

– Ah, o ardor da paixão adolescente. – disse o retrato de Dumbledore de repente quebrando o silêncio. – Não se preocupe, Sr. Malfoy, Harry é um rapaz bom e compreensivo, se ele realmente te ama, vai perdoar o que quer que seja.

Receber concelhos de um morto é outra coisa que eu não esperava que acontecesse. Mas, ele tem razão. Talvez haja uma pequena chance de Potter me perdoar um dia, até porque o que vou fazer é por ele e pelo nosso Scorp.

Olhei para Severo, que me encarava pensativo, e então me lembrei que ele havia me chamado até aqui por alguma razão.

– Você disse que queria falar comigo... – comecei.

– Sim. Preciso que me faça um favor. Tem algo que quero que você entregue ao Potter o mais rápido que puder. – ele foi até a moldura do diretor e a abriu, retirando de lá uma espada muito bonita. – Essa é a espada de Godric Gryffindor. Quero que você a entregue a ele.

– Tudo bem, mas o que Harry fará com ela? Você não espera que ele use essa espada para matar o Lorde das Trevas, espera?

– Ele saberá o que fazer com ela. – disse ele estendendo a bela espada para mim. A apanhei e escondi embaixo da minha capa. – Há mais uma coisa importante que precisa saber, você não pode entregar a espada pessoalmente. Tem que fazer com que ele a encontre e a conquiste de alguma forma corajosa. Coisa de Grifinório. Enfim, você pode colocá-la no alto de uma montanha, enterrá-la, ou como está quase na época gelada, você pode colocá-la no fundo de um lago congelado. Depois, tudo que tem que fazer é guiá-lo até o local com um Patrono para que ele a encontre.

– Pelo visto você já planejou tudo. Pode deixar, eu farei corretamente. – falei me levantando. – Há mais alguma coisa que queira me pedir?

– Eu fiz mais poção para repor magia, imagino que o estoque de Potter já esteja na metade. – ele apanhou uma caixinha que até então estava ignorada em cima da mesa.

– Ok, Obrigado. – guardei a caixinha no meu bolso. – Então, eu já vou.

Caminhei até a porta, mas antes que eu pudesse abri ele disse:

– Draco? – olhei por cima do ombro. – Eu sinto muito pelo que está acontecendo. Eu sei como doí ter que se afastar de quem se ama, então... se precisar de alguma coisa, pode vir até mim. Não precisa se envergonhar se quiser somente, conversar ou... desabafar. É isso, agora pode ir.

– Hum... Obrigado. – falei um tanto sem graça.

Quando fechei a porta da sala pude ouvir Dumbledore murmurar:

– Estou orgulhoso, você finalmente está se comportando como um padrinho.

– Se for começar com seu sentimentalismo é melhor se calar. – respondeu Snape, friamente.

Revirei os olhos e desci.

Pelo jeito a conversa com Snape não adiantou muita coisa. Eu vou ter que terminar com Harry, não há outra solução. Não quero nem pensar no mal que isso fará a ele. Por que isso teve que acontecer? Justo agora que eu finalmente ia pode ficar com ele, e protegê-lo de suas maluquices, mas Astoria está me tirando isso.

A minha vontade e agarrá-la pelo pescoço e...

Trombei com alguém que deixou alguns frascos caírem. Eu ia passar reto, quando percebi em quem eu havia acabado de esbarrar. Rapidamente, puxei minha varinha, e a coloquei em seu pescoço empurrando-o contra a parede.

– Pelas barbas de Merlim... – exclamou ele olhando para a ponta da minha varinha que quase encostava em seu nariz. – Senhor Malfoy, o que...?

– Há algumas coisinhas que eu gostaria de lhe perguntar, professor. – perguntei com raiva. Eu finalmente descobrirei a verdade.

– P-pois pergunte, meu rapaz, pergunte.

– Por que diabos você deu a Poção Gestante a Harry Potter?! – Slughorn arregalou os olhos.

– Como você...? – perguntou extremamente nervoso. – Se está me perguntando isso, significa que Harry está...?

– Sim, ele está! – exclamei, praticamente gritando. – Tem ideia do que fez com a vida dele?! Tem ideia do que fez com a minha vida?!

– Eu s-sinto muito... eu não... – ele tremia assustado, mas nesse momento seus olhos triplicaram o tamanho em surpresa. – Você disse que isso também mexeu com sua vida... isso significa que você é o outro...?

– Não importa! – o interrompi antes que pudesse terminar.

– Pelas barbas de Merlim, eu nunca imaginaria... Você e Harry viviam brigando e...

– Eu disse que isso não importa! – pressionei minha varinha contra sua bochecha. – Eu quero saber agora, por que deu a Harry aquela maldita Poção Gestante?

Ele engoliu em seco.

– Eu não queria entregá-la, eu avisei que era uma má ideia entregar uma poção proibida, ainda mais a Harry Potter. Embora eu jamais tenha imaginado que realmente faria efeito nele, pois eu achei que ele não sentiria atração por um homem... mas já percebi que me enganei.

Rosnei irritado e forcei mais a ponta da minha varinha.

– Diga logo por que deu a porcaria da Poção Gestante...

– Foi uma ordem... nem ao menos fui eu quem a preparou... Quem pediu que eu a entregasse a Potter foi o...

– Abaixe essa varinha, Malfoy. – ordenou uma voz as minhas costas.

Sem mexer um músculo para abaixar a varinha, olhei por cima do meu ombro. Gina Weasley, Neville Longbottom e um outro garoto da Grifinória que não sei quem é, e nem me interesso em saber, apontavam suas varinhas para mim.

– Eu disse para abaixar a varinha! – rosnou Neville, e logicamente eu não obedeci. Quem ele pensa que é para fala assim comigo e para me interromper justo no momento em que estou prestes a descobrir algo tão importante? – Expelliarmus!

Minha varinha se soltou de meus dedos e foi para em sua mão. Fala sério, desde quando Longbottom sabe desarmar alguém? Isso é algo que eu não esperava que acontecesse.

– Pode ir, professor.

– Obrigado por isso, Longbottom. Vinte pontos para Grifinória. – e então, o professor me lançou um outro olhar amedrontado, recolheu seus frascos que ainda estavam no chão e saiu apressado pelo corredor.

– Imbecil! – exclamei irritado. – Tem ideia do que acabou de fazer?! Eu precisava de uma informação importante, que somente ele pode dar!

– Não nos importa o que você precisa, Malfoy! – falou a Cabelo de Salsicha Weasley. – Vamos levá-lo e interrogá-lo junto com os outros, Nev.

O rapaz assentiu.

– Venha, Malfoy. – pediu ele.

– Eu não vou a lugar nenhum com vocês!

– Estamos com sua varinha, se a quer de volta é melhor vir com a gente.

Argh! Malditos Grifinórios intrometidos! Sem dizer nada eu os segui, a ruiva vadia ainda apontava sua varinha para mim enquanto andávamos. Subimos ao sétimo andar e paramos em frente a uma parede aonde uma porta apareceu. Então, é aqui que eles se escondem.

Me surpreendi quando adentramos o local. Estava cheio de alunos de todas as casas, menos da Sonserina. Haviam redes para todos os lados. Está explicado por que não há ninguém da Sonserina, até parece que os Sonserinos dormiriam em redes, que absurdo.

Assim que me virão, todos se colocarão de pé e apanharam suas varinhas. Nossa, eles estão com medo de quê? Eu estou desarmado, que bando de covardes!

– Malfoy...

– Ele veio mesmo...

– Finalmente essa história será esclarecida...

– Deve ter amaldiçoado ele, com certeza...

Os comentários já estavam me incomodando. Mas do que diabos esses retardados estão falando?

Longbottom puxou uma cadeira de montar e colocou-a na frente de todos.

– Sente-se, Malfoy.

– Para quê tenho que sentar aí? Por que me trouxeram para a Sala Precisa? Percebem que acabaram de revelar o esconderijo de vocês a um Comensal, não é? – falei, gostando de ver a cara de assustados que fizeram.

– Senta logo.

– Não vou me sentar se não me disserem o que querem de mim.

– Só queremos perguntar algumas coisas, depois que você responder, você pode ir. – falou Longbottom.

Suspirei irritado e me dirigi a cadeira, sentando-me e cruzando braços.

Todos ficaram em volta, parecia até um julgamento, aonde eu era o julgado.

.– Perguntem logo, não tenho o dia todo.

– O que você deu para o Harry? – perguntou a Weasleyzinha. – Você deu alguma Poção do Amor ou usou a maldição Imperios?

Como é que é? Precisei de um segundo para entender o que ela quis dizer, e não pude me segurar. Gargalhei alto, fazendo com que todos me olhassem confusos e ela ficasse ainda mais furiosa.

– Do que diabos está falando, sua imbecil? Eu Draco Malfoy, dar puma Poção do Amor a Potter? – me fiz de desentendido.

– Vocês estavam se beijando! Eu vi e Vitor Krum também viu! Você só pode ter dado uma Poção do Amor a ele ou ter usado uma maldição, Harry nunca te beijaria, ele me ama!

Agora ela mexeu com fogo. Eu não queria que esse povinho que se esconde aqui descobrisse sobre mim e Potter, mas agora não me importo mais.

– Quer saber a verdade, Weasleyzinha? Eu não precisei dar nenhuma poção a Potter para que ele me beijasse. – falei e todos na sala exclamaram, iniciando novamente os cochichos.

– Você e Harry realmente se beijaram? – perguntou Longbottom, parecendo extremamente surpreso.

Revirei os olhos. Eles estão surpresos com os beijos, imagino se descobrissem o quanto nós havíamos avançado dessa etapa...

– Sim, nós nos beijamos. E não, eu não o amaldiçoei nem usei poções.

– Como isso?

– Potter enlouqueceu?

– Você não é um Comensal da Morte?

– Vocês estão tendo algum tipo de relacionamento?

– Vocês não se odiavam...?

– Harry era gay? Se eu soubesse eu tinha tentado... – comentou o menino da Grifinória que os havia acompanhado e que eu não sabia o nome. O fuzilei com os olhos. 

– Simas! – exclamou a Weasleyzinha indignada com que o rapaz havia falado. – O Harry não é gay! É obvio que ele está mentindo.

Minha paciência se esgotou.

–Chega! Se querem saber, eu e Potter estamos namorando! Nós ficamos pela primeira vez no dia do enterro do Dumbledore na Floresta Proibida, alguns minutos depois que ele havia terminado com a Weasleyzinha. Desde então, nós temos nos encontrado. Eu até me arrisquei para salvá-lo algumas vezes e traí o Lorde das Trevas. Ele disse que me ama... Mas em uma coisa você está certa Weasleyzinha, ele não é gay. Ele mesmo disse que só é gay comigo.

Todos ficaram boquiabertos.

– Quer dizer que você traiu Você-Sabe-Quem? Pelo Harry? – perguntou Longbottom, quebrando o silêncio.

– Sim. Tenho me encontrado com ele e Hermione sempre que posso.

– Você está mentindo. – insistiu a ruiva irritada. – O que você não sabe é que Rony está com eles, e ele jamais permitiria que você e Harry ficassem juntos, mesmo que esse absurdo todo fosse verdade.

Algumas pessoas na sala concordaram com a cabeça, vendo sentido no argumento da garota.

Sorri abertamente.

– O que você não sabe, é que faz um mês que ele abandonou Harry e Hermione, e quer saber o motivo? Ele os abandonou, por que ele também queria o Harry, mas ele não o quis, preferiu a mim. E isso parece ter sido um pouco demais para seu irmãozinho. Engraçado não é? Ele quis o Harry mesmo sabendo que você é ex-namorada dele e ainda o ama. Belo irmão.

– V-você não pode estar falando sério...

– Mais é claro que eu estou! E se te serve de consolo, ele até tentou me separar do Harry, foi uma briga e tanto, mas o Harry não o escutou por que me ama. – sorri debochando.

A garota parecia muito atordoada. E então, me lembrei de falar:

– E já vou avisando, é bom que nada do que eu disse aqui seja contado a ninguém. Se o Lorde das Trevas descobre que eu o traí e que tenho um relacionamento com Harry, ele pode querer me usar para atraí-lo. E acreditem se quiserem, mas se ele tentar atraí-lo me usando ele vai conseguir, com certeza Potter com sua mania de herói iria querer me salvar e poderia acabar morto. E acho que não é isso que nenhum de nós queremos.

Todos concordaram com a cabeça rapidamente.

– Não se preocupe, Draco, não contaremos. Todos que estão aqui são de confiança. – afirmou Longbottom.

Espera aí, ele acabou de me chamar de “Draco”?

– Ãh... Ok. Acabaram-se as perguntas? Posso ir agora? – perguntei me levantando.

– Não! Isso não está certo! – falou a Weasley, indignada. – Você está mentindo, o Harry me ama...

– Pode ir sim, Draco. – disse Longbottom, cortando-a. – Aqui... – ele me estendeu minha varinha e eu a peguei.

Percebi que eles confiam nas pessoas com muita facilidade, pois me entregaram minha varinha sem ao menos se preocuparem se posso ou não atacá-los. Me virei e fui em direção a porta, mas antes que eu a abrisse eu ouvi:

– Ei, Draco...? – chamou Longbottom.

– Hum?

– Você disse que o Harry diz que te ama... mas e você? Também ama o Harry?

Franzi o cenho.

– Eu não namoraria uma pessoa que não gosto...

– Você não respondeu corretamente. Você ama, ou não ama? É simples.

Mas que mania esses Grifinórios tem de querer ouvir “eu te amo” claramente.

Abaixei a cabeça olhando para meus dedos que giravam minha varinha, completamente constrangido.

– Sim, eu o amo. – ergui meus olhos constrangido, e vi que vários Grifinórios aparentando surpresa, enquanto os Lufa-Lufas estavam sorrindo.

– Agora sim. Até mais, Draco.

– Até mais, Long... Neville. – e então me virei e saí.

Até que os Grifinórios (tirando a Cabelo de Salsicha) não são tão ruins.

No dia seguinte, eu já esperava a visita de Astoria, certamente para saber se terminei ou não. Preciso pedir a ela que aumente o prazo... não posso simplesmente ir até lá e terminar tudo com ele.

Ela entrou na biblioteca antes mesmo que Tibbi anunciasse sua chegada.

– E então? Terminou com ele? – perguntou ela cruzando os braços.

Respirei fundo.

– Eu tentei... mas...

– Você está me desafiando, Draco? – exclamou ela furiosa. – Se quiser eu vou até lá e conto tudo ao Lorde e então...

– Eu sei! Mais que merda! Eu só preciso de mais um prazo...

– Ah, então você quer mais um prazo? Tudo bem. – disse ela. – Mas, agora será pior para o Potter...

– O que quer dizer?

– Se você tivesse terminado com ele no prazo que mandei, você poderia tê-lo feito como quisesse, de uma forma mais... suave para não machucá-lo. – ela ergueu as sobrancelhas olhando para o lado. – Mas agora, como castigo por não ter cumprido o prazo de um mês, quero que você termine de forma agressiva, quero que ele sofra pensando que você não sente mais nada por ele, que você só o usou... Assim ele irá te odiar e nunca te perdoará. O que tornará impossível a possibilidade de um dia vocês voltarem.

– EU NÃO VOU FAZER ISSO!!! – berrei, cego de ódio. – Vou fazer do meu jeito, ou senão...

– Senão, o quê? – ela me cortou. – Você não pode fazer nada, ou me obedece ou eu conto tudo!

– Vadia imunda!

– Olha o respeito, Draco.

– E o meu filho, em? Como você acha que não verei mais Potter, se vamos ter um filho?

Ela deu um sorrisinho sínico, se sentou uma das poltronas e cruzou as pernas.

– Eu já ia chegar nesse assunto. Eu estive pensando, e quero que você tire a criança de Potter. – arregalei os olhos. – Não quero que ele tenha nada que é seu, isso inclui o bebê.

– Você é completamente louca...

– Quê isso, Draco, eu estou sendo até muito boazinha, por aceitar criar o bastar...

Não deixei que ela terminasse a frase, puxei minha varinha e estava com tanta raiva que nem precisei pronunciar o feitiço, ela voou contra as estantes. Foi só então que eu percebi a burrada que havia feito.

Ela se levantou me encarando com um olhar mortal.

– Definitivamente você não sabe com quem está lidando. – ela se ajeitou. – Eu vou embora. Você tem mais um mês para acabar com essa palhaçada e dizer a Potter que vai ficar com o bastardinho. Lembre-se, Draco, essa é sua última chance, se não fizer tudo direito acabou, e eu contarei tudo.

Dito isso ela se retirou. Sentei-me na poltrona com as duas mãos no rosto sendo tomado pelo desespero.

 

O mês passou voando. Eu tentei me preparar mais estava tão difícil. Tentei agir da forma mais fria que pude usei um feitiço para encolher a espada e a guardei no bolso do meu sobretudo, engoli meus sentimentos pensando que tudo que estou fazendo é por eles. Faço isso por meus pais... por Harry... pelo nosso filho. Algo aqui dentro do meu coração me diz que estou fazendo a maior burrada da minha vida. Mas é preciso.

Eu devo agir como um Malfoy, ser frio e conter minhas emoções. Me sinto angustiado. Ontem o Lorde das Trevas havia ido até a mansão furioso por ter deixado Potter escapar novamente. Como posso deixá-lo se ele vive se metendo em perigo?

Depois de descobrir aonde eles estavam acampados, fui até lá. Tentei agir friamente com ele, mas não consegui. Ele alegou ser meu, mesmo que eu o esteja fazendo sofrer. Acabamos na cama novamente. Fizemos amor, literalmente. Talvez até ele tenha sentido que é uma despedida, pois seus olhos estavam completamente tristes, e as lágrimas escorriam sem parar. Como ele pode ser tão perfeito para mim, agora? Parece que a cada instante que passo ao lado dele ele se torna mais perfeito... e eu o amo mais.

Ele gemeu meu nome.

– Merda, Harry, como pode ser tão... Tão... – tentei encontrar a palavra certa que o descrevesse no momento mais não consegui.

A cada lágrima que eu via escorrendo por seu rosto eu sentia um novo aperto no coração. Quando dei por mim ele me encarava chocado, e eu entendi o motivo: eu estava chorando. Eu sou um caso perdido mesmo, eu deveria terminar tudo e não chorar enquanto transamos uma última vez.

Após o sexo, eu comecei a conversa. Engoli ao máximo meus sentimentos e emoções e falei. Obviamente ele não quis acreditar em mim. Ele não é burro, era lógico que ele sabia que havia algo errado e por um momento eu pensei em contar a verdade, mas meus olhos desceram para sua barriga e travaram minha boca.

A cada frase dele um pedaço dentro de mim ia morrendo.

– Draco... Por favor, seja lá o que esteja fazendo pare. – falou, angustiado. – Se realmente não quer me machucar, pare.

Mais um pedacinho morto...

– Draco... por favor... Não faz isso... Quer dizer... Você disse que me ama...

Outro pedacinho...

Sim, eu o amo. Mas eu nunca disse isso a ele, agora talvez eu me arrependa disso, por que eu perdi todas as oportunidades de dizer.

– Você não pode estar falando sério. Nós acabamos de fazer amor... e...

Sim... fizemos amor com todos os sentidos da frase. E lá se vai mais um pedacinho de mim morto...

Ele tentou me questionar, perguntou até se o Lorde das Trevas havia descoberto sobre nós. Como eu queria que ele soubesse... Mas não poderia arriscar. Não posso. Tentei ir embora rapidamente, mas ele me seguiu.

– O que você quer, Potter? Eu preciso ir. – perguntei impaciente. Se eu ficasse aqui mais um pouco talvez eu não aguentasse... eu preciso ir.

Por que fez isso comigo? Recuso-me a acreditar que ficou comigo esse tempo todo sem sentir nada...

– Quer saber a verdade? Eu gostei de você, mas não gosto mais. Foi algo passageiro, passou. – o brilho de seus olhos levando os últimos pedacinhos meus que ainda viviam. – Eu não queria te dizer isso dessa forma, para que você não comece a chorar ou passar mal, como sempre faz. Mas foi você quem pediu.

Eu podia ver sua dor... Eu podia até mesmo senti-la.

Ele perguntou do Scorpius... e foi então que eu dei o golpe final. Era o fim, ele nunca vai me perdoar.

– Quando ele nascer eu venho buscá-lo. – disse simplesmente. Sem encará-lo. – Não faça essa cara, Potter. Sabe perfeitamente que o melhor para ele é ficar comigo, vai ser a única chance que ele terá de sobreviver. E mesmo que houvesse uma chance dele sobreviver com você, eu não posso deixar meu filho vivendo com um pai suicida. Olhe para si mesmo Potter. Somente por ser quem você é, já é um risco na vida do meu filho.

M-mas ele também é meu filho...

– Sim. E por também ser seu filho, sabe que o melhor para ele é ficar comigo e não crescer fugindo com você do Lorde das Trevas.

– Você... Você disse que me ajudaria... Que ficaria ao meu lado. – ele parecia que ia desmoronar a qualquer segundo. Meus instintos mais profundos imploraram para que eu me aproximasse e o abraçasse, mas não o fiz.

Eu não posso mais ficar aqui... Eu também estou desmoronando.

– Eu sinto muito, por tudo, Harry. Mas eu não posso te ajudar. Acredite, vai ser melhor assim. – é por você e pelo nosso filho meu amor.

Me virei e me apressei a sair. Eu estou acabado. Me sinto o pior monstro que já existiu meu coração já está ferido, mas o que o fez sangrar foi ouvir:

– EU TE ODEIO DRACO MALFOY!

Me apoiei na árvore apara não cair de vez.

– Pode esperar aí, sua doninha oxigenada... Você vai me ouvir!

Olhei para trás e Hermione vinha em disparada na minha direção. Merda, ela me viu assim.

– Você disse que não iria machucá-lo! Eu avisei que ele gostava muito de você, como pode fazer isso com ele e... – ela parou me encarando. – Você não fez por que quis, fez?

Olhei-a no fundo dos olhos castanhos.

– Eu não posso dizer...

– Ah, droga, alguém descobriu? Te chantagearam? – perguntou rapidamente. Nossa essa menina é realmente muito inteligente, percebeu a situação com essa facilidade.

– Não posso dizer...

Nos encaramos por alguns instantes e ela tomou isso como uma sim à sua pergunta.

– Eu posso falar com o Harry... ele vai... perdoar. Draco, por favor, não o deixe, nós podemos dar um jeito...

– Eu pensei em todas as soluções possíveis, mas não encontrei nenhuma. – virei-me para ela. – Cuide dele, por favor.

– T-tudo bem, eu prometo. – ela falou com a voz embargada, suas lágrimas escorreram por seu rosto.

Me virei e parti. Entrei mais fundo na floresta escura e quando vi que já estava longe o suficiente, me sentei abraçando meus joelhos.

E deixei a dor me invadir. Chorei como nunca havia chorado na vida. Eu sempre me orgulhei de ser frio, e gostava de ser mal com as pessoas, mas eu nunca pensei que um dia eu sofreria com isso. Não quero nem imaginar o que pode ter acontecido com Harry.

Lembro-me de quando ele quis terminar comigo e eu praticamente implorei para que ele não fizesse. Sim, eu implorei. Eu não podia ficar sem ele, e ainda sinto que não posso. É como se ele fosse o que faltava na minha vida. Saber que aquelas lágrimas que ele está derramando nesse momento, são por mim... que o feri... Por Merlim, ele nunca vai me perdoar. Perdi meu moreno para sempre. E tudo culpa daquela... Ah, mas ela não sabe com quem se meteu. Quando eu tiver uma oportunidade, qualquer que seja, eu mesmo faço questão de matá-la. Afinal ela matou um pedaço de mim, certo? Me condenou a uma vida infeliz?

Argh, até que ponto cheguei. Já estou me conformando de que sou um caso perdido mesmo. Eu não devia amar, não devia ter me deixado sentir nada disso. Sou um Malfoy e não devia nem estar chorando. Mas pelo que percebi, Potter conseguiu me mudar.

Como posso odiar essa mudança e amá-la ao mesmo tempo?

Olhei para o céu, e vi que já estava escuro. Estava tão concentrado nos meus pensamentos, aqui chorando que nem percebi o tempo passar. Preciso esconder a espada logo. Olhei em volta e avistei um lago congelado. Parece até que Snape sabia que haveria um. Caminhei até lá, usei a varinha para derreter um pouco do gelo, fiz a espada voltar a seu tamanho normal então a coloquei no lago, congelando-o novamente.

Retomei meu caminho para perto da barraca aonde eles estavam, e avistei Harry sentado cabisbaixo, debaixo de uma árvore.

Peguei minha varinha busquei no fundo de minha mente os momentos mais felizes que já tive... com Harry, e então ordenei:

Expecto Patronum!

Esperei que meu Patrono em forma de dragão surgisse, mas para minha surpresa, o que saiu foi um... veado? Desde quando meu Patrono é um veado?

Foi então que me lembrei sobre uma aula que tivemos em Hogwarts, que o professor disse que o Patrono segue nossas emoções, e que as vezes toma a forma do Patrono da pessoa que mais amamos. Isso explica tudo.

Meu Patrono guiou Harry até o lago congelado. De longe, o vi tentar convocar a espada, mas por alguma razão, não conseguiu. Então ele começou a tirar a roupa, esse louco vai mesmo mergulhar?

– Malfoy? – alguém me chamou.

Virei-me dei de cara com o...

– Weasley?

– O que o Harry está fazendo? – perguntou ele, no momento em que o Harry mergulhava. – Ele é louco?

– Você deveria ir até lá ajudá-lo. – se ele não for eu mesmo vou. Esse maluco mergulhou em uma lagoa congelada, estando grávido!

– Por que você não vai?

– Porque estou de partida... – olhei para trás e Harry ainda não tinha surgido na superfície. – Anda, Weasley, não vê que ele está demorando para subir?!

– Droga...

O ruivo correu em direção ao lago, largando a mochila e mergulhando com roupa e tudo. Aproveitei essa deixa e aparatei. Rezando por dentro para que nada de mal tenha ocorrido ao Harry e ao bebê... eu não ia conseguir conviver com essa culpa também.

 

Pov Draco Off


Notas Finais


Espero que tenham gostado e perdoado nosso Draco.
Deixem seus comentários :3
Beijinhos <3


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