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História Relíquia do Amor - Na mansão Malfoy


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Olá!
Agradeço aos comentários e aos favoritados ^^
Como prometido, está aqui o próximo capitulo mais cedo, para compensar as duas semas que fiquei sem postar!
Espero que não surtem com esse capitulo! Eu particularmente achei ele meio sem graça...

Enfim
Boa leitura!

Capítulo 20 - Na mansão Malfoy


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - Na mansão Malfoy

Pov Harry On

Me dobrei de dor, incapaz de enxergar. Com as mãos, senti meu rosto inchar rapidamente, enquanto passos nos cercavam.

– Levante-se, verme.

Mãos desconhecidas me ergueram do chão com violência. Antes que eu pudesse fazer algo, revistaram meus bolsos e retiraram a varinha de ameixeira-brava que Rony havia me dado. Levei minhas mãos a meu rosto que doía cruciantemente, meus dedos não puderam me reconhecer, tenso, inflamado, balofo como se eu tivesse sofrido uma forte reação alérgica. Com os olhos praticamente reduzidos a fendas, eu mal podia enxergar, ainda menos agora que meus óculos haviam caído em algum canto da barraca. Pude divisar as formas de quatro ou cinco pessoas lutando com Rony e Hermione.

– Larga... ela! – berrou Rony. Ouve um som inconfundível de punhos socando carne; Rony grunhiu de dor e Hermione gritou:

– Não! Deixe ele em paz, deixe ele em paz!

– Seu namorado vai receber tratamento pior que isso, se estiver na minha lista. – disse a voz rascante, horrivelmente familiar. – Garota deliciosa... um petisco... adoro pele macia...

Senti meu estômago de revirar e uma imensa vontade de vomitar. Aquela voz é do Lobo Greyback, o lobisomem que tem permissão de usar trajes de Comensal da Morte em troca de sua selvageria de aluguel.

Ótimo, nós estamos ferrados.

Senti meu bebê me chutar fortemente minhas costelas quando fui atirado no chão.

– Revistem a barraca! – ordenou o lobisomem.

Um baque me informou que Rony havia sido jogado ao meu lado. Ouvimos passos e trancos. Os homens empurravam os moveis, revistando a barraca.

Comecei a sentir minha cicatriz doer, o que com certeza é em péssimo momento. Ignorei a dor, enquanto o lobisomem me perguntava qual é meu nome. Obviamente, inventei um nome falso, e Rony e Hermione rapidamente fizeram o mesmo.

– Qual o seu registro sanguíneo? – perguntou Greyback.

– Mestiça. – respondeu Hermione, rapidamente.

– É fácil verificar. – disse o outro bruxo, que ouvi Greyback chamar de Scabior. – Mas todos eles parecem que ainda estão na idade de frequentar Hogwarts.

– Saímos... – explicou Rony.

– Saiu foi, Ruço? – debochou Scabior. – E resolveu acampar? E achou que, só para se divertir, ia usar o nome do Lorde das Trevas?

– Não... isso foi um acidente...

– Acidente? – ouve algumas gargalhadas.

– Sabe quem gostava de usar o nome do Lorde das Trevas, Weasley? – rosnou Greyback. – A Ordem da Fênix. O nome lhe diz alguma coisa?

– Não.

– Bem, eles não demonstraram o respeito devido ao Lorde, por isso o nome virou Tabu. Mas é claro que ninguém além dos Comensais sabem disso. Alguns membros da Ordem foram apanhados assim. Veremos. Amarre-os com os outros dois prisioneiros!

Alguém me puxou pelos cabelos, me arrastando por uma pequena distância, empurrando-me, me obrigou a sentar no chão e começou a me amarrar de costas a outra pessoa. Continuei quase cego e com as pálpebras inchadas.

Draco havia nos avisado que o nome de Voldemort tinha se tornado Tabu... Eu havia me esquecido completamente e por causa dessa minha estupidez estamos aqui... Se algo acontecer a Rony, Hermione ou ao meu bebê, a culpa será toda minha!

Quando o homem que havia me amarrado se afastou, aproveitei a oportunidade para cochichar com os prisioneiros.

– Alguém ainda tem uma varinha?

– Não. – responderam Rony e Hermione ao meu lado.

– Foi culpa minha. Eu disse o nome, me desculpem...

– Harry?

Era uma voz conhecida, e veio diretamente de minhas costas, de alguém amarrado à esquerda de Hermione.

– Dino?

– É você! Se eles descobrirem quem prenderam...! São sequestradores, só estão procurando gazeteiros para trocar por ouro...

Greyback começou a verificar se os nossos nomes falsos estavam em sua lista. Minha cicatriz passou a queimar cada vez mais. Quando viu que não estávamos na maldita lista, comecei a inventar que era filho de um bruxo que trabalha no Ministério, e eles estavam acreditando, até que...

– Ei! – veio um grito do interior da barraca. – Olhe só isso, Greyback!

Um vulto escuro veio correndo até o lobisomem que estava agachado a minha frente. Ele segurava uma coisa prateada. Tinham encontrado a espada.

Continuei mentindo, alegando que a espada pertencia a meu pai. Foi então que eles virão a foto de Hermione em algo que carregavam. Rapidamente somaram dois mais dois e desconfiaram sobre quem sou.

A essa altura minha cicatriz já doía a tal ponto, que pensei que fosse vomitar.

– Que é isso em sua testa? – perguntou suavemente, Greyback. Seu bafo fedido fizeram minha vontade de vomitar piorar, quando comprimiu, com o dedo imundo, a cicatriz distendida em minha testa.

– Não toque aí! – berrei, não conseguindo me refrear.

– Pensei que usasse óculos, Potter, não? – sussurrou o lobisomem.

– Encontrei os óculos! – ganiu um dos sequestradores. – Tinha uns óculos na barraca, Greyback, espere...

Em questão de segundos, senti meus óculos sendo repostos, com violência, em meu rosto.

– É ele! – disse a voz rascante de Greyback. – Capturamos, Potter!

Todos recuaram vários passos, estupefatos com o próprio feito. Enquanto eu fazia o possível para me manter consciente. Esse não é o momento para entrar na mente de Voldemort! Preciso me manter firme.

“Ele voava através das montanhas, mas a frente pode enxergá-la... Uma fortaleza...”

Não! Tenho que manter minha mente aqui! Estamos acorrentados em perigo, preciso pensar em algo! Precisamos escapar dessa!

“… foi para a janela mais alta, na torre mais elevada...”

Forcei minha mente a voltar... Os sequestradores discutiam meu destino em voz baixa. Greyback lhes deu certeza absoluta que sou Harry Potter e afirmou que iam nos levar a mansão dos Malfoy, pois lá é o lugar que Voldemort tem usado como base de operações.

– Vamos Aparatar. Agarrem o resto do grupo bem firme. Levarei Potter! – disse Greyback por fim. – Quando eu contar três! Um... dois... três...

Desaparataram nos arrastando. Me debati tentando, inutilmente, me livrar da mão do lobisomem. Quando meus pés tocaram o chão, senti meu bebê se agitar novamente ao mesmo tempo em que minha cicatriz queimou ainda mais dolorosamente...

Os outros prisioneiros se bateram uns contra os outros por conta da aterrissagem. Meu bebê parecia querer me ferir por conta dos empurrões nas costelas. Ergui os olhos ajustando minha vista, então, vi portões com grades de ferro forjado à frente do enorme jardim de pedra e da maior casa que eu já havia visto. Senti uma pontada de alívio me invadir. Draco está aqui! Vou revê-lo pela primeira vez desde que ele me deixou. Sei que não deveria me senti nostálgico, mas não posso evitar. Só de pensar em vê-lo meu coração se acelera e o medo se esvai. Sei que Voldemort não está aqui, afinal ainda estou me esforçando para resistir a visão. Nesse momento ele sobrevoava uma fortaleza, quanto tempo ele demoraria para voar de lá até aqui quando soubesse da minha captura, eu não tenho ideia. Mas farei o máximo para fugir antes que isso ocorresse.

– Como entramos? – perguntou um dos sequestradores. – Estão trancados, Greyback, não consigo... caramba!

Ele retirou a mão da grade do portão rapidamente, como se tivesse sido queimado.

Ouvimos alguém se aproximando.

– Que é isso? – perguntou uma voz fria feminina.

– Estamos aqui para ver Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! – respondeu a voz áspera de Greyback.

– Quem é você?

– Você me conhece! – havia rancor na voz do lobisomem. – Lobo Greyback! Capturamos Harry Potter!

Greyback me virou a força, de frente para a luz. Vi Narcisa Malfoy se aproximar.

– Sei que está inchado, senhora, mas é ele! – soou a voz aguda de Scabior. – Se olhar mais de perto verá a cicatriz. E esta aqui, está vendo a garota? É a sangue-ruim que está viajando com ele. Não há dúvida que é ele, e trouxemos a varinha dele também! Aqui, senhora...

Narcisa arfou, parecendo assustada, enquanto examinava meu rosto deformado. Estranhei o fato de que ela não examinou somente meu rosto, seus olhos percorreram meu corpo, parando várias vezes na região do abdômen... como se procurasse por algo... como se soubesse... Oh, Merlim!

– T-tem certeza q-que é ele? Não vejo nenhuma semelhança... – questionou ela, parecendo conter o nervosismo.

– Sim, senhora. É ele! Pode verificar, a cicatriz está aí! – afirmou Scabior.

Narcisa me olhou assustada.

Ela com certeza deve saber da minha gravidez. É estranho pensar que até pouco tempo atrás ela era minha sogra... e que ela é avó do meu bebê, que continua me chutando sem dó.

– N-não acho que... b-em, n-ão pode ser... – ela sussurrou nervosamente e então suspirou e disse em voz alta: – Traga-os para dentro.

Os enormes portões se abriram, fomos empurrados para dentro. Greyback me arrastava de forma agressiva e violenta. Narcisa nos olhava com os olhos arregalados, enquanto caminhava ao meu lado, parecendo se assustar cada vez que eu tropeçava em um cascalho. Não há nenhuma dúvida, ela realmente sabe da minha gravidez.

Fomos chutados e empurrados na subida dos largos degraus de pedra, e adentramos em um hall com paredes cobertas de retratos.

– S-sigam-me. – gaguejou Narcisa, atravessando o hall.

– Que é isso? – a voz horrivelmente familiar de Lúcio Malfoy chegou a meus ouvidos.

A sala de visitas enorme nos ofuscou. Eu já estive aqui... bem, não literalmente, mas já há vi várias vezes nesses últimos meses, quando eu conectava minha mente a de Draco. Fomos empurrados para o centro da sala. Duas figuras se ergueram das poltronas assim que nos viram, havia um casal se beijando de pé um pouco à frente, e ao que me parece, ao ouvir a repentina movimentação apartaram o beijo...

Senti meu coração acelerado, gelar e uma dor me atingir como uma facada... meus olhos se encheram de lágrimas e tentei dar um passo para trás, mas tudo o que consegui foi pisar em Dino. Draco estava beijando outra pessoa... Me senti tão atordoado que nem me dei ao trabalho de verificar quem era a garota. Só consegui encarar aqueles olhos azuis acinzentados que me fitavam aterrorizados.

– Eles dizem que capturaram Potter. – informou a voz fria e um tanto amedrontada de Narcisa. – Draco, venha aqui.

Hesitante, Draco deu alguns passos se aproximando. Automaticamente a garota ao seu lado fez o mesmo, foi então que há reconheci, Astoria Greengrass. Ela sorria, enquanto seus olhos fitavam meu rosto e, assim como Narcisa, meu abdômen também.

Draco parou a alguns centímetros de distância. Minhas lágrimas começaram a cair, rapidamente abaixei meus olhos, me recusando a fitá-lo. Uma vozinha gritou em minha mente: Ele me trocou por ela... por essa garota esnobe que sorri triunfante ao me ver assim... Ele preferiu ela a mim e nosso filho...

Greyback me segurou pelos cabelos e forçou os outros prisioneiros a darem alguns passos para que meu rosto pudesse ficar na luz.

– Então, moleque? – perguntou o lobisomem.

Draco está bem próximo. Posso sentir seu hálito quente sobre minha pele. Sem conseguir me refrear, ergui meu olhar encontrando os dele. Meu coração se acelerou. Por Merlim, seu olhar intenso e claramente assustado, me faz ter vontade de pensar que Hermione está certa, e que tudo não passou de uma chantagem, mas... como isso explicaria o beijo que ele deu em Astoria?

Obviamente ele me reconheceu, tenho certeza que isso ocorreu no momento em que seus olhos bateram em mim, pois sei perfeitamente que ele pode ver o brilho do núcleo.

Astoria se aproximou também, ainda sorridente e enganchou seu braço ao de Draco. Ele olhou para ela rapidamente, não pude reconhecer seu olhar. Então, seus olhos voltaram a mim.

Senti um nó se formar em minha garganta. Eu havia mesmo acreditado e visto sentido no que Hermione havia dito sobre ser tudo chantagem, mas... e se ele tiver terminado tudo comigo por que se apaixonou por Astoria? Instantaneamente me lembrei da tarde, quase três meses atrás, em que ele viria ficar conosco, mas repentinamente mudou de ideia, após... após se encontrar com Astoria.

– Então, Draco? – perguntou Lúcio Malfoy. Seu tom era pressuroso. – É ele? É o Harry Potter?

Draco e Narcisa fitaram Lúcio com um olhar indecifrável, antes que Draco voltasse seus olhos para mim.

Fechei a cara para ele, com raiva. Entenda, estou com o rosto e a cicatriz doloridos, extremamente cansado por estar tanto tempo em pé por causa da enorme barriga que carrego (mesmo que ninguém a enxergue) e agora me sinto frustrado e furioso por conta desse ciúme me corroendo.

– Não tenho... não tenho certeza... acho que não. – respondeu Draco.

Se meu rosto não estivesse tão inchado, eu teria franzido o cenho. Draco sabe que sou eu, disso não tenho dúvidas... e mais uma vez ele está tentando me salvar. Não, não é a mim que ele quer salvar e sim o bebê.

– Mas olhe com atenção, olhe! Chegue mais perto!

Eu nunca tinha visto Lúcio Malfoy tão excitado.

– Draco, se formos nós que entregarmos Potter ao Lorde das Trevas, tudo será perdo...

– Lúcio, se ele diz que não é Potter é melhor não nos arriscarmos. – disse Narcisa, nervosamente.

– É claro que é Potter. Draco, vamos, olhe direito...

– Ora, não vamos esquecer quem, de fato, o capturou, assim espero Sr. Malfoy? – disse Greyback, em tom de ameaça.

– Claro que não, claro que não! – replicou Lúcio impaciente.

Draco me olhava de forma intensa, como se quisesse muito me dizer algo. Estou aqui furioso com ele por causa do meu ciúme, mas e se Mione estiver certa? E se ele foi realmente chantageado? Mas como posso ter certeza? Afinal ele é um Comensal da Morte e está aqui junto ao pai que está excitado com a ideia de me entregar a morte junto ao seu neto. Suponho que ele tenha descoberto novamente sobre minha gravidez, afinal se Narcisa sabe, é bem provável que ele saiba também, embora eu não tenha ideia de quem possa ter dito, por que eu sei que Draco não diria.

Draco é um Comensal... tenho que enfiar isso de algum modo na minha cabeça. Ele estava beijando outra garota e provavelmente quer me salvar somente por que estou esperando seu filho... se a situação fosse outra, será que ele me entregaria?

Argh! Não aguento mais essa confusão em minha mente! Não sei exatamente o que pensar, e não consigo me concentrar em meio a essa confusão.

Lúcio empurrou Draco para o lado e tomou seu lugar, chegando tão perto do meu rosto que nossos narizes quase se tocaram.

– Tem alguma coisa ali – disse ele, esquadrinhando minha testa. –, poderia ser a cicatriz, distendida... Draco, venha aqui mais perto, olhe direito! Que acha?

Hesitante, Draco voltou a se aproximar, agora muito mais perto, junto do pai. Eles são extraordinariamente parecidos, exceto que, enquanto Lúcio não se cabe em si de excitação, a expressão de Draco espelha em relutância e medo.

Observá-lo tão de perto, me fez sentir uma imensa saudade de nossos momentos juntos... Mas que merda eu estou pensando?! Estamos em perigo, e eu aqui pensando em Draco, Draco e mais Draco!

– Não sei. – respondeu ele, por fim, e se virou caminhando para junto da lareira onde sua mãe o observava.

– É melhor termos certeza, Lúcio. – disse Narcisa rapidamente. – Absoluta certeza de que é Potter, antes de chamarmos o Lorde... Dizem que isso é dele – comentou ela, olhando bem a varinha de ameixeira-brava. –, mas não se parece a que Olivaras descreveu... Se nos enganarmos, se chamarmos o Lorde das Trevas inutilmente… Lembra o que ele fez com Rowle e Dolohov quando eles o invocaram naquele calçadão no mundo trouxa, dizendo que com certeza haviam visto Potter e aquela menina, a sangue-ruim Granger?

– Essa Granger... é essa sangue-ruim aqui, não? – rosnou Greyback. Quase fui arrancado do chão, quando os sequestradores tornaram a forçar os prisioneiros a se virarem, para que a luz recaísse sobre Mione.

– Eu... já a vi antes, mas, não me lembro bem... – disse Narcisa hesitante.

– Sim, sim, é ela. – afirmou uma voz desconhecida. Com um pouco de esforço consegui ver que quem falava era Astoria. – Já vi Granger várias vezes andando com Potter e Weasley em Hogwarts, e também há uma foto dela no profeta. Olhe, Draco, querido, não é a Granger?

– Eu... talvez... é.

Que ela pensa que é para chamá-lo assim?!

– Então, esse é o garoto Weasley! – gritou Lúcio, dando a volta nos prisioneiros para encarar Rony. – São eles, os amigos de Potter... Draco, olhe para ele, não é o filho de Arthur Weasley, como é mesmo o nome dele...?

– É. – tornou Draco, de costas para o prisioneiros. – Poderia ser.

– Draco, querido, você nos diria se esse é mesmo Harry Potter, não é? – perguntou Astoria, com a voz enjoada mente doce.

Que garota insuportável... só de ouvi-la chamando ele de “querido” meu sangue ferve! Como Draco pode ser amigo...ou se apaixonar por alguém assim?

Draco olhou para ela em silêncio.

– Mas é claro que ele diria. – disse a voz enjoada de Bellatrix Lestrange, que até então esteve assistindo a tudo em silêncio. – Nenhum Comensal hesitaria em entregar Potter, garota. Você não estava de saída? Não queremos a visita de ninguém no momento, não vê que estamos resolvendo algo importante?

– Mas se for Potter, Draco não...

– Se for Potter, obviamente iremos entregá-lo. – interrompeu-a Narcisa.

– Você ouviu o que Ciça disse, agora fora, garota. Vamos. – disse Bellatrix impaciente.

Astoria deu um sorriso um tanto esnobe, que fez sentir uma imensa vontade de estuporá-la.

– Mas é claro, está certíssima, Madame Lestrange. Bem, já vou me retirar. – ela se virou para Draco e depositou um beijo em sua bochecha. – Até mais, amor.

Meu sangue ferveu novamente. Vadia nojenta.

Assim que a garota saiu, direcionei um olhar mortal ao loiro, o que deve ter parecido mais uma careta, por conta do meu rosto inchado. Me sinto idiota... ele terminou comigo, não me deve explicação alguma, mas não posso evitar de me corroer de ciúme.

De repente, minha raiva foi sendo substituída por tristeza, senti um nó se formando em minha garganta e um aperto no coração. Tenho tantas dúvidas sobre ele, se realmente foi chantageado ou não... que já nem sei mais o que devo pensar.

Meus pensamentos foram interrompidos quando Bellatrix pareceu surtar e começou a estuporar todos os sequestradores, deixando somente Greyback acordado. Com a varinha ela o paralisou e se aproximou.

– Onde foi que você obteve essa espada? – sussurrou para o lobisomem ameaçadoramente.

Pelo canto do olho, vi a expressão de Draco se aterrorizar ainda mais e ele dando um passo para trás.

– Como ousa? – rosnou Greyback, parecendo conseguir somente mexer a boca.

– Eu perguntei, como foi que obteve a espada?! – repediu ela, desferindo um golpe no rosto do lobisomem. – Snape mandou-a para meu cofre no Gringotes!

– Estava com eles! Na barraca deles! – respondeu a voz áspera de Greyback. – Solte-me mulher!

Ela fez outro gesto com a varinha e o lobisomem se libertou e se afastou cautelosamente para um canto da sala.

– Draco, ponha esse lixo para fora – disse Bellatrix indicando o homens desacordados. – Se não tiver peito para acabar com eles, deixe-os no pátio para mim.

– Não se atreva a falar assim com Draco. – disse Narcisa furiosa.

Draco passou por mim de cabeça baixa, pensativo e usando a varinha para arrastar os homens para fora.

– Nós temos um enorme problema aqui, Ciça! – berrou Bellatrix. – É melhor levarmos os prisioneiros ao porão... Se for mesmo Potter, ele não deve ser ferido, pois pertence ao Lorde das Trevas... Mas se a espada... preciso verificar...

– Você não dá ordens na minha casa, Bela...

– Temos um problema muito maior no momento! Obedeça! Não faz ideia do perigo que estamos correndo! – disse ela, seu olhar era assustador, quase demente.

Narcisa pensou por alguns segundos.

– Leve os prisioneiros para o porão, Greyback. – disse ela por fim.

– Espere... – pediu Bellatrix. –, deixe a sangue-ruim...

– NÃO! – berrou Rony. – EU FICO! EU FICO NO LUGAR DELA!

O lobisomem desamarrou Hermione e a empurrou para algum canto da sala. Bellatrix desferiu um tapa do rosto de Rony.

– Não se preocupe, Weasley. Se ela morrer no interrogatório, você será o próximo. Na minha lista, traidores do sangue, vem logo abaixo dos sangues-ruins.

Fomos arrastados violentamente por corredores escuros. Meu bebê chutava sem parar e minhas pernas doíam em cansaço.

Rony ainda pedia para ficar no lugar de Hermione. Parecia verdadeiramente desesperado. Greyback ria.

– Acho que ela me dará uma sobrinha da garota quando terminar. – comentou. – Acho que ainda sobrará o suficiente para dar umas dentadas, o que acha, Ruço?

Fomos arrastados por degraus, até um portão de ferro. O lobisomem o abriu e nos jogou para dentro de um local completamente escuro, e então o trancou.

Ouvimos um grito de dor. O desespero me tomou. Mione estava sendo torturada!

– HERMIONE!!! – berrou Rony. – SOLTEM ELA MALDITOS!

Rony estava me empurrando de modo que fui forçado a dar um passo para trás.

– Ai!

– Desculpe, Dino... – pedi, nervoso. – Precisamos nos soltar! Precisamos sair daqui!

– HERMIONE! HERMIONE!

– Tem alguma ideia, Harry?

– Se tivesse algo para cortar essas cordas... – me bebê empurrou minha bexiga com força, e os gritou de Rony não me deixam pensar. – Rony, cale a boca! Precisamos pensar em um plano...

– HERMIONE! HERMIONE!

– Pare de berrar...! precisamos dar um jeito de soltar essas cordas...

Harry? Rony?

Reconheci a voz imediatamente.

– Luna?

– É sou eu! Ah, não... eu não queria que eles apanhassem vocês... – disse ela tristonha.

Hermione voltou a gritar no andar de cima. Ouvimos alguns passos, e o portão do porão se abriu deixando um pouco de claridade entrar.

– Harry? – perguntou Draco. – Sou eu! Onde vocês estão?

Senti um imenso alívio ao ouvir sua voz, ao mesmo tempo em que a raiva e o ciúmes voltaram a me atingir. Mas vou deixar para pensar nisso depois, pois precisamos realmente de sua ajuda.

– Estamos aqui! – falei rapidamente. Ele entrou e fechou novamente o portão, voltando a deixar tudo como um breu. – Estou aqui! Nossos braços ainda estão amarrados...

Ei, esse sou eu! – disse Rony com raiva.

– Foi mal, Weasley. – disse Draco, então senti alguém tocar meu braço, mesmo no escuro, sem vê-lo, senti meu coração bater tão forte como se quisesse pular peito a fora, como a quase um mês não batia. É como se eu tivesse ficado quase um mês sem respirar direito... é uma sensação tão boa que até meu bebê se acalmou e parou de me chutar. Sua mão subiu por meu braço até alcançar meu rosto. Sem conseguir me conter, virei-o levemente para sentir o toque e o cheiro de sua pele fria. Ele suspirou parecendo aliviado. – Harry...?

– Sim... sou eu. Você precisa soltar essas cordas! – falei repentinamente, tentando afastar meu rosto de sua mão, ao me lembrar de sua imagem aos beijos com Astoria, minutos atrás.

– Está muito escuro... como vou cortar as cordas sem enxergar?

– Meu desiluminador está no meu bolso. – informou Rony. – Ele está cheio de luz!

Draco tirou a mão de mim e se afastou, somente com esse ato senti o vazio começar a retornar, mas o ignorei. Não posso deixar que ele perceba o que me causa, especialmente por que ainda estou furioso com ele por várias razões.

– Achei! Como é que se liga esse troço? – exclamou Draco, e com um clique algumas bolas de luz surgiram iluminando todo o local. Draco puxou a varinha e com um movimento, cortou as cordas que nos prendiam. – Pronto...

Dino correu para socorrer o duende que havia caído de cara no chão quase desacordado. A um canto não muito distante de nós, Luna e o Sr. Olivaras nos observavam, como os olhos semicerrados por conta da claridade repentina. Rony correu para o portão.

– Hermione!

– Obrigado... – murmurei para Draco, evitando seu olhar. Tenho certeza que se olhá-lo nos olhos, vou me esquecer de que ele estava beijando aquela garota e me atirar nos braços dele. Não posso demonstrar fraqueza, preciso pensar. – Você não terá problemas em nos ajudar?

– Eles me pediram para vir buscar o duende... – informou. – Precisamos pensar em uma forma de tirá-los daqui! O Lorde das Trevas não pode chegar perto de você de forma alguma!

– Ele está longe agora. Está em uma torre... – informei convicto, afinal minha cicatriz ainda queimava. – Se você nos ajudar todos saberão que você é o traidor...

– Eu não sabia que Malfoy estava do nosso lado. – comentou Luna, e então olhou para Draco. – Eu pensei coisas muito cruéis de você...

– Ele não está do nosso lado, Luna. – afirmei, deixando minha raiva transparecer em meu tom de voz, e ainda evitando olhar para Draco. – Ele está apenas salvando outra coisa que é importante para ele...

– Oh...

– Harry, quando vai enfiar nessa sua cabeça, que não faço isso apenas pelo bebê! – gritou Draco, me surpreendi com sua atitude e meu olhar encontrou o dele. Seu olhar parecia frustrado, o que me incomodou. Será que em algum momento conseguirei entendê-lo? – Você não percebe tudo o que fiz para provar que me importo com você?!

– Sim, você me salvou muitas vezes, mas seu modo de se importar é realmente muito peculiar, não? – falei o encarando com raiva. O que diabos ele pretende? Iludir-me novamente com esperanças falsas? – Levando em conta as coisas horríveis que me disse da última vez que nos encontra...

Seus lábios esmagaram os meus, me interrompendo, sem hesitar e com uma fome desesperadora. Por conta do feitiço de desilusão, a enorme barriga não atrapalhou o contato. Seus braços praticamente abraçaram minha cintura me mantendo aqui. Sentir aqueles lábios sobre os meus novamente, depois do que me pareceu uma eternidade, fez meu coração disparar ainda mais e meus olhos lacrimejarem.

Como eu ainda posso amá-lo tanto? A cada momento sofro mais por ele, por ser um Comensal, por ter terminado tudo sem explicações, por ameaçar tomar nosso filho de mim e agora por tê-lo visto aos beijos com aquela garota. Por Merlim, até quando isso vai durar?

Que raiva! Por que ele faz isso comigo?!

Sem conseguir resistir, movi meus lábios juntos aos seus, tão desesperado quanto. Agarrei seus cabelos o puxando para mais perto, me esquecendo completamente do perigo e da presença das outras pessoas no porão. Sua língua pediu passagem e não hesitei em conceder, me sentindo angustiado e fraco. Meus joelhos fraquejaram e eu teria caído se não fosse por seus braços me mantendo firme. O calor de seu corpo e o contato de sua pele, causam uma corrente elétrica por minhas veias, uma sensação única. Não é como o beijo de Rony... essa sensação eu sei que nunca sentirei com ninguém além de Draco. Um desejo tão forte e intenso...

Não consigo entendê-lo e isso está me enlouquecendo. Porque diabos ele está me beijando depois de ter beijado aquela garota?

Ele foi me empurrando, fazendo com que eu desse passos trôpegos para trás até estar com as costas encostadas na parede. Nossas bocas ainda buscavam desesperadamente o contato uma da outra...

– Deixem para se beijar em outro momento! – berrou Rony. – Malfoy, abra esses portões e nos deixe sair... Precisamos salvar Hermione!

– Eu vou perguntar mais uma vez! Onde conseguiram a espada? Onde?! – berrou Bellatrix.

– Achamos... Achamos... POR FAVOR! – berrou Hermione.

E foi o suficiente para me fazer acordar e me lembrar do que está acontecendo no momento. Segurei Draco pelos ombros e o empurrei, desgrudando nossas bocas com um estalo, e completamente ofegante.

– Hermione... – ofeguei mantendo as mãos no peito de Draco, para evitar ser beijado novamente. – Sua tia maluca vai matá-la! Preciso sair daqui agora!

Olhei em volta, Dino, Luna e Sr. Olivaras nos encaravam boquiabertos. Senti meu rosto corar. Droga, eu havia me esquecido da presença deles. E pelo que vejo, Draco também, por que até ele está um pouco corado... ele fica tão bonito assim e... Merlim eu tenho que me concentrar!

Empurrei Draco para longe de mim, somente assim conseguirei pensar coerentemente. Em um ato desesperado puxei a bolsinha que Hagrid havia me dado de aniversário, que se encontrava em meu pescoço, procurando por algo que nos ajudasse sem prejudicar Draco...

O loiro se aproximou de mim e tocou meu ombro, automaticamente o empurrei.

– Harry...

– Não encoste em mim, você não tinha o direito de me beijar! – exclamei, eu só não queria que ele se aproximasse para não me distrair da situação em que estamos, mas não vou dizer isso a ele. Ainda estou com raiva. Voltei a revirar minha bolsinha. – Precisamos sair, sem que a culpa recaia sobre você!

– Harry esse porão é completamente aprova de fugas. – informou Luna. – Já tentamos de tudo e não dá para desaparatar.

Na bolsinha só haviam o pomo de ouro, os restos da minha varinha e da Horcrux e o pedacinho de caco do espelho que Sirius havia me dado.

– Você retribuiu o beijo! Você ainda me ama, não é? – indagou Draco, voltando ao meu lado.

Me senti furioso, como ele é teimoso! Hermione está nas mãos da tia psicopata dele, e ele quer falar sobre nós?

– Draco, esse não é o momento... a Mione está em perigo! Todos nós estamos...

– Harry, sobre a Astoria...

– Eu não quero saber... Precisamos sair agor....

– … não tenho nada com ela, juro! Eu a odeio!

– Não me importa! Já disse que não quero saber!

– Então era verdade? – perguntou Luna de repente. Olhamos para ela com curiosidade. – Antes que me tirassem do Expresso de Hogwarts, estava rolando um boato pela Corvinal, que você e Draco Malfoy eram namorados, também havia um boato sobre ele ter te dado uma poção do amor...

Arregalei os olhos, preocupado.

– Como o pessoal de Hogwarts souberam disso? – indaguei.

– Pelo que eu soube foi Gina Weasley... Ela disse algo sobre ter visto um beijo...

– Minha irmã? – perguntou Rony, parando de gritar por um segundo. – Ela sabia sobre vocês, Harry?

– É uma longa história, Rony, e não temos muito tempo. – falei rapidamente.

Quando eu encontrar com Gina ela vai me ouvir. Como ela pode sair espalhando isso, assim? E se essa história chegar aos ouvidos de Snape?!

– Harry, me ouve, por favor...

Empurrei meus pensamentos sobre Gina para o lado e voltei a olhar para o caco do espelho, ignorando Draco, e vi algo estranho; um olho, o olho de Dumbledore? Não pode ser. Tomado por um ato desesperado, olhei para o espelho e gritei:

– Nos ajude! Estamos no porão da casa dos Malfoy!

– Que mais você tirou? Responda! CRUCIO! – berrou Bellatrix. – Como conseguiram entrar no meu cofre? Aquele duende nojento no porão, que lhes ajudou?! RESPONDA!

– Só o conhecemos essa noite! – disse Hermione chorosa. – Nunca estivemos no seu cofre! Essa não é a espada verdadeira, é uma cópia!

– Uma cópia? Ah, claro... – berrou Bellatrix.

– É fácil saber, Bela. – disse a voz de Lúcio. – É só esperarmos Draco trazer o duende e veremos... Aonde é que Draco se meteu? Narcisa, vá verificar.

Voltamos a ouvir os gritos de Hermione.

– HERMIONE! HERMIONE!

– Harry, você precisa me ouvir, merda! – berrou Draco, angustiado atraindo minha atenção. – Isso tudo é culpa dela! Ela fez com que eu me separasse de você! Astoria! Foi ela quem... – ele se interrompeu me fitando. – Droga, seu rosto está voltando ao normal...

A porta do porão se abriu e Rony se adiantou rapidamente, parando ao ver quem era.

– Draco...? – chamou Narcisa entrando no local e nos fitando, parecendo tentar entender a situação. – Droga, você é mesmo Potter...

– Sim. – respondi nervoso, afinal não há mais motivos para esconder a verdade evidente.

– Mãe, precisamos tirá-los daqui. – disse Draco rapidamente.

– Se fizer isso, todos saberão de sua traição e todo o sacrifício que você teve que fazer para manter Potter e o bebê seguros não terá valido de nada. – disse ela. – Precisamos pensar em algo que não te denuncie...

– Sacrifício? – perguntei, franzindo o cenho. – Que sacrifício?

– Algo que com certeza poucos Malfoys fariam, pensar em alguém que não nós mesmos é algo difícil para nós. Você deveria se sentir agradecido, Potter, por meu filho se importar com você! Devo acrescentar que me senti decepcionada por ele ter decidido se apaixonar justamente por Harry Potter, afinal isso pode nos matar, mas não tenho nada particularmente contra você, mesmo sendo uma Comensal. – disse Narcisa.

Arregalei meus olhos, atordoado pelas informações. Me assustei quando a bruxa puxou a varinha e fez um pequeno aceno, imediatamente minha enorme barriga apareceu a vista de todos. Como se para confirmar sua presença, meu bebê voltou a se agitar. Senti uma certa tontura...

– Mãe, por quê desfez o feitiço de desilusão...?

– Eu precisava ver com meus próprios olhos. – suspirou ela, dando algo como um sorriso olhando para minha barriga.

– Será que podem falar sobre isso em um outro momento?! – berrou Rony. – Hermione está sendo torturada e... HARRY!

Meu joelhos fraquejaram quando fui atingido por uma tontura fortíssima, caí com força sobre o chão de pedra e meu estômago começou a embrulhar.

– Harry, o que...? – Draco se interrompeu, e cambaleou parecendo tão tonto quanto eu com a mão na cabeça, enquanto Rony e Luna correram para me ajudar – Mas que merda! V-você tomou a poção para repor magia hoje?

– Sim, eu... tomei. – fechei os olhos me sentindo completamente estranho, era como se eu pudesse sentir a magia de Draco entrando em meu corpo. – Não sei o que está havendo...

– Nem eu...

– O que está sentindo, Potter? – perguntou Narcisa, parecendo um pouco preocupada.

– Não sei... é estranho, mas já está passando. – a sensação estranha foi diminuindo aos poucos, e com a ajuda de Rony, me sentei.

– Sim, está passando... – concordou Draco, parecendo estar se recuperando também. – O bebê está bem?

– Acho que está bem até demais... – comentei, sentindo os chutes fortes retornarem.

– Bebê? – perguntou Luna. – Oh, então você realmente está grávido? Pensei que estava ficando louca quando senti seu núcleo no casamento do Gui e da Fleur. É uma Poção Gestante, não é? Eu também nasci de uma, minha mãe não podia ter filhos e meu pai conseguiu contrabandear um pouco de poção... foi um parto bem difícil... Crianças que nascem dessa poção, podem sentir o núcleo mágico de gravidez de pessoas que também a tomaram, sabem...

– Muito interessante, garota, mas é melhor nos apresarmos... – interrompeu-a Narcisa. – Draco você precisa levar o duende, ou virão verificar por que está demorando...

Ouve um estralo alto.

– Dobby? O que faz aqui? – perguntou Draco franzindo o cenho, provavelmente estranhando a repentina presença do elfo.

– Dobby? – perguntei também surpreso. – Como você...?

– Dobby veio salvar, Harry Potter.

O elfo doméstico arregalou os olhos quando viu que estava parado ao lado de sua antiga senhora.

– Você pode aparatar aqui nesse porão? – perguntou Rony ansioso.

– Sim, Sr. Weasley.

Me esforcei para me levantar rapidamente.

– Ótimo, leve Luna, Dino e o Sr. Olivaras para...

– O Chalé das Conchas nos arredores de Tinworth! – disse Rony, olhando desconfiado para Narcisa.

Dobby assentiu e estendeu as mãos para os prisioneiros.

– É bom que saiba que não estou do seu lado, Potter. – informou Narcisa rapidamente. – Estou do lado do meu filho e do meu neto que você carrega.

Encarei a mulher a minha frente por alguns segundos e assenti. Eu nunca esperei que ela ficasse ao meu lado, eu sabia que tudo era pelo bebê.

– Espere, Dobby! – falei rapidamente, antes que o elfo aparatasse. – Draco, leve Grampo junto com sua mãe antes deles aparatarem, se não suspeitarão de vocês!

– Certo... – disse Draco se aproximando do duende, antes de se virar para mim novamente e estender a mão para tocar minha barriga. – Harry, eu...

– Depois, Draco... – o interrompi antes que pudesse dizer algo, e me esforcei para me agachar e sussurrar para o duende: – Grampo, você precisa dizer a eles que aquela espada é a falsa... por favor... Prometo te tirar daqui!

O duende resmungou quase desacordado.

Draco me lançou um olhar angustiado, tocou a varinha na minha barriga murmurando outro feitiço de desilusão, fazendo-a desaparecer, antes de sair com sua mãe arrastando o duende.

– Pode ir, Dobby. – falei e o elfo aparatou com um estalo, levando todos menos Rony e eu.

Hermione tornou a gritar.

– Droga... precisamos fazer alguma coisa! – disse Rony desesperado.

Ah, finalmente, Draco! – exclamou Bellatrix. – Por que demorou tanto, se perdeu no caminho para o porão?

– Você ouviu esse barulho? – perguntou Lúcio. – Veio do porão... Rabicho, vá verificar!

Apontei para o outro lado do portão e Rony correu para lá rapidamente, aguardando que os portões se abrissem.

– Fiquem todos encostado na parede dos fundos, se tentarem algo mato vocês. – disse Rabicho.

O portão abriu, mas antes que pudéssemos fazer algo, ouve um estampido e o bruxo caiu de cara no chão. Sem pensar duas vezes, puxei a varinha do bruxo desacordado e olhei escada acima, onde Narcisa estava parada com a varinha em mãos.

– Mas você disse que não estava do nosso... – comecei.

– Não estou fazendo por você, estou fazendo por meu neto e por que não quero passar o resto da vida ouvindo Draco reclamar. – avisou ela, me interrompendo. – Vou na frente, esperem alguns minutos antes de aparecerem lá, para que não suspeitem de mim. E vê se cuida do meu neto Potter!

Ela se virou e se afastou por um corredor escuro. Esperamos alguns segundos e a seguimos, nos escondendo para espiar o que se ocorria na sala.

Hermione estava jogada no chão, aos pés de Bellatrix. Draco estava parado ao lado de sua mãe de frente a lareira, ele encarava Mione com um olhar estranho... de preocupação, talvez?

– Então? – perguntou a bruxa a Grampo. – A espada é verdadeira?

Prendi a respiração com medo da resposta do duende.

– Não. – respondeu ele. – É falsa.

– Tem certeza? – ofegou Bellatrix. – Certeza absoluta?

– Tenho.

– Ótimo. – disse Bellatrix. – Agora... Vamos chamar o Lorde das Trevas e lhe entregar o que é dele.

Ela puxou a manga para cima e encostou o dedo na Marca Negra.

Senti uma dor rachante na cicatriz novamente, e minha mente não estava mas aqui. Eu era Voldemort.

Havia um bruxo esquelético a sua frente, com um sorriso desdentado; sentiu a marca queimar e enfureceu-se. Havia avisado a eles para não lhe invocar por nada menos importante que Harry Potter. É bom que tenham uma boa razão para fazê-lo, ou então sofrerão as consequências.

– Mate-me então. – exigiu o velho a sua frente. – Você nunca vencerá, aquela varinha nunca será sua... nunca...

Em fúria, clarões verdes explodirão por todo o local e o homem caiu morto, duro e largado. Foi até a janela, com sua cólera quase incontrolável...

Forcei minha mente a retornar. Ele está vindo. Fechei os olhos e vi que Draco estava com a mente conectada a mim, pois pude ver a sala por seu ponto de vista. Dei alguns passos para trás e sussurrei:

– Draco, ele está vindo.

Voltei para o lado de Rony.

– Acho que agora podemos nos livrar dessa sangue-ruim. – comentou Bellatrix. – Pode levá-la se quiser, Greyback.

– NÃÃÃÃO! – berrou Rony, e puxou a varinha de Rabicho de minha mão gritando: – Expelliarmus!

A varinha de Bellatrix, que estava completamente surpresa, voou e eu a apanhei no ar.

– Estupefaça! – berrei e Lúcio Malfoy, que já havia se preparado para atirar em mim, voou de encontro a lateral da lareira.

Posso jurar ter visto uma sombra de sorriso passar pelo rosto de Draco, mas foi muito rápido e não tive tempo para ficar olhando. Jorros de luz voavam das varinhas de Draco, Narcisa e Greyback (os dois primeiros pareciam ter uma péssima pontaria, pois o feitiço passava longe), o lobisomem quase me atingiu; atirei-me no chão atrás de uma poltrona.

Meu bebê se agitou violentamente e comecei a me sentir enjoado, mas ignorei por conta do momento.

– PARE OU ELA MORRE!

Ofegante e ainda enjoado, espiei pelo lado da poltrona. Bellatrix tinha uma faca de prata na pressionando a garganta de Hermione.

– Larguem as varinhas ou verão como o sangue dela é sujo! – ela pressionou um pouco a faca e gotas de sangue começaram a brotar.

Me levantei olhando para a cena, sentindo meu estômago embrulhar.

– Está bem! – gritei largando a varinha e Rony fez o mesmo.

Erguemos as mãos na altura dos ombros e demos alguns passos à frente.

– Draco, apanhe-as. – Bellatrix mandou.

Draco correu até as varinhas e as apanhou, passando por mim com um olhar preocupado. Bellatrix voltou a dar ordens, enquanto eu segui Draco com os olhos. Ele fitava algum ponto no teto, pude ouvir sua voz cochichando em minha cabeça: “Vá mais depressa!”

Instintivamente segui seu olhar, ao mesmo instante em que todos na sala ouviram um rangido. Tudo que pude ver foi Dobby sentado sobre o lustre, antes que o objeto se soltasse e despencasse. Teria atingido Bellatrix em cheio, mas esta empurrou Hermione e se afastou antes que o lustre atingisse o chão, espalhando cristais para todos os lados.

Rony correu e puxou Hermione para seus braços. Corri até Draco puxando as varinhas de suas mãos, e ele as soltou sem hesitar. Corri até o duende o puxando para perto, pronto para segurar a mão de Dobby, mas parei quando vi Greyback lançar um feitiço, Draco deu um passo à frente, iria atingi-lo em cheio. Sem pensar, me impulsionei para frente empurrando Draco, que caiu com força no chão de madeira.

– Harry! – Rony chamou.

Vi um clarão da faca prateada de Bellatrix vindo em minha direção e o olhar assustado de Draco, antes que tudo se tornasse um borrão.

 

Caímos sobre a areia úmida da praia. Meu bebê, que até então esteve extremamente agitado, parou de se mover de repente. Senti uma vertigem me atingir, mas forcei-me a me sentar e levantar.

– Hermione! – disse Rony correndo para a garota fraca. – Você está bem?

A garota assentiu se abraçando com força ao ruivo, que retribuiu o abraço com a mesma intensidade.

Vi um chalé a alguns metros de onde nós estávamos, de onde saíram Fleur, Gui, Luna e Dino, correndo em nossa direção.

– Harry Potter! – gritou Dobby de repente.

Meu enjoo começou a piorar.

Franzi o cenho quando vi que os olhos do elfo doméstico estavam arregalados me fitando.

Rony e Hermione me olharam curiosos e vi a garota ofegar e levar as mãos a boca...

Foi então que senti, uma ardência alguns centímetros a direita de meu umbigo. Olhei para baixo e quase grite. O feitiço de desilusão havia acabado de ser desfeito e a faca de Bellatrix estava cravada em minha barriga.

Somente ao ver o objeto, comecei a sentir a dor e o enjoo piorou. Minhas pernas fraquejaram por causa da dor e caí de joelhos com o corpo curvado para frente.

Minha vista estava se tornando turva. Toquei o cabo da faca e gritei com a dor do corte. E então o enjoo veio com força, me apoiei nas mãos e nos joelhos e vomitei ferozmente.

– Harry! Por Merlim, Hermione faça alguma coisa! – berrou Rony.

– Eu não... eu não sei... – disse a menina desesperada.

Ofegante, comecei a entrar em pânico. Meu bebê não estava se mexendo! Em um ato desesperado agarrei o cabo da faca e a puxei de uma só vez, urrando de dor. Joguei a faca ensanguentada na terra... Olhei para baixo, e com a vista embaçada pude ver um brilho dourado e um liquido amarelado escorrer do corte.

– Harry... O... o núcleo... – disse Rony com os olhos vidrados.

Um grito ecoou por toda a praia, demorei um segundo para perceber que ele era meu. Uma dor insuportável me atingiu, e não se comparava a do corte da faca. Era como se meus ossos do quadril e da coluna estivessem se quebrando.

Caí sobre a areia tremendo, berrando e me contorcendo de dor... Merlim me ajude, meu bebê não pode morrer!

 

Pov Harry Off


Notas Finais


Agora ferrou tudo não é?
Quero avisar que voltarei a estar postando toda sexta feira, como antes.
Espero que tenham gostado ^^
Deixem sua opinião nos comentários, ok?
Beijinhos <3


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