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História Relíquia do Amor - A esperança perdida


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oláaaaaaaa!!!!!!!

Gente, eu demorei um pouco para postar por que parecia que tudo deu errado com esse capitulo! Primeiro; minha irmã buga meu pc e apaga tudo, inclusive esse capitulo que eu já tinha deixado prontinho pra postar na semana passada, sério quase chorei por ter que reescrever. Maaaaaas consegui. Segundo; Minha internet parou de funcionar e tive que esperar três dias para a visita do técnico! Como eu disse, tudo deu errado, e eu me sinto aliviada por finalmente poder postar!!

Quero agradecer a todos os comentários e favoritados. Eu nunca pensei que chegaria a 400... sério, to super feliz ^^
Eu ainda não respondi alguns comentários, Então logo estarei respondendo.
E esse capitulo ainda não está revisado, então provavelmente tem alguns errinhos.
Enfim...
Boa leitura!!!

Capítulo 22 - A esperança perdida


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - A esperança perdida

Pov Harry On

 

Tantas dores... tantas vozes, tantas palavras desconexas que não consigo compreender. Sinto-me tão confuso.

Lembro-me de me desesperar por conta da dor e do medo de perder meu bebê. Gritei tanto que minha garganta queimava. Draco estava aqui, me dizendo coisas bonitas e se declarando. Não sei se é minha imaginação, mas tenho certeza que o ouvi dizer que me ama. Oh, Merlim, será que minha mente está imaginando tudo isso? Tentei prestar a atenção nas coisas que ele me dizia, mas meu estômago começou a queimar e acabei vomitando.

Meus pensamentos foram cortados por um choro, abri os olhos lentamente e vi um anjo... era pálido, loiro e chorava muito... e de repente, tudo se escureceu.

 

Me senti perdido em meio a escuridão. Onde estaria meu bebê agora? Será que Draco está cuidando dele?

Tentei abrir os olhos, mas por mais esforço que estou fazendo, não consigo. Meu corpo está aquecido e tranquilo, não há nenhuma dor, então por que diabos eu não consigo acordar?

Ouvi alguém se aproximando.

– Harry, não sei se pode me ouvir, mas... há algo que preciso dizer. – murmurou uma voz baixinha, que reconheci ser de Hermione. – Não tenho coragem de te falar isso quando estiver acordado, por que você já tem preocupações o suficiente, mas seria uma traição da minha parte como sua melhor amiga se eu não te contasse, mesmo que por dentro esteja torcendo para que você não me ouça. – ela suspirou nervosamente. – Eu... eu estou pensando a algum tempo, sobre tudo o que Dumbledore disse a você sobre as Hocruxes e... sei que para se fazer uma você precisa romper a alma matando, assim sua alma se fixa no objeto. Então, me lembrei que isso também ocorria com criaturas vivas, que é o caso da cobra dele. E se na noite em que Você-Sabe-Quem matou sua mãe, uma parte da alma dele tenha se fixado na única pessoa viva daquele lugar, ou seja, você? Afinal, o objetivo dele sempre foi criar sete Horcruxes, não? E isso explicaria o fato de você ser ofídioglota, de poder entrar na mente dele e entendê-lo tão...bem. – ela deu uma fungada, e percebi que estava chorando. – Acho que essa é a primeira vez que desejo estar errada sobre algo. Espero que não esteja ouvindo isso por quê... sou uma idiota... você acabou de se tornar pai, o que deve ser sua maior alegria, pois finalmente terá a família que tanto queria, e venho aqui te dizer que você pode ser uma Horcruxe. Sinto muito, Harry... Não quero que você tenha que morrer! Por que você sabe que se for mesmo uma Horcrux, você teria que... Você tem um bebê agora que precisa de você. E tem o Draco que te ama mais do que eu poderia imaginar...

Um medo angustiante me dominou. Já havia suspeitado antes sobre esse fato, mas como Dumbledore não comentou nada, apenas o ignorei. Mas agora, com a explicação de Hermione, volto a pensar que realmente tudo isso faz sentido.

Senti uma tristeza descomunal me invadir. Acabei de ter meu bebê, e já vou deixá-lo? Sei que se eu for mesmo uma Horcruxe terei que morrer. Já sabia que essa era uma possibilidade na guerra, mas agora, pensar nisso é tão... difícil.

Ouvi mais passos a minha volta. Alguém segurou minha mão; sua pele morna e macia fez com que meu coração se acelerasse, o que indica que essa mão pertence a Draco. Automaticamente me sinto em segurança... confortado. Tentei apertar seus dedos para indicar que estou sentindo-o, mas não consegui.

– Você está bem, Hermione? Estava chorando? – perguntou Draco. – O Harry vai ficar bem, não se preocupe.

– E-eu sei, só estou emocionada, afinal não é todo dia que meu melhor amigo se torna pai. E fico preocupada, ele ainda é tão jovem...

Ouve um suspiro e passos de pessoas se aproximando.

– Já estou de partida. – disse uma voz que fez meu sangue ferver; Severo Snape. – Deixei tudo preparado, Granger, as poções de amamentação e as poções para que Potter recupere as duas costelas que perdeu e o pequeno osso da coluna, mas tem mas uma coisa que preciso falar com você, Draco, antes de ir embora.

– Diga... – murmurou Draco, sua voz parecia cansada.

– A criança, eu fiz os exames e o estado de saúde dela não é ruim, porém não é o melhor. Enquanto ela estiver tomando aquelas poções, tente não utilizar nenhuma magia para cuidar dela, faça tudo a modo trouxa. – disse Snape.

Espere um pouco, a criança que ele se refere, é o meu bebê? E o que diabos Snape faz aqui?! Oh, Merlim, ele sabe do meu bebê!

– Não faço a menor ideia de como se troca uma fralda. Mal sei fazer isso usando magia quem dirá sem... – comentou Draco.

– Não se preocupe com isso, Draco. – disse Hermione. – Fleur e eu conseguimos colocar a fralda, não pudemos usar o feitiço para que ela se limpe sozinha, então estaremos de olho. Ela está dormindo agora.

Ela? Meu bebê é uma menina? Mas Draco havia afirmado que em sua família não nascia uma mulher a décadas... Bem, isso não importa. Quero tanto vê-la. Isso não é justo, até Snape já a viu e eu não. Tudo o que vi foi um anjinho loiro chorando...

– Severo... muito obrigado por tudo o que você fez. – disse Draco suspirando. – Quer dizer, você se arriscou muito vindo até aqui, e se não fosse por você, Harry provavelmente estaria...

Ele se interrompeu.

– Ainda não entendi por que você nos ajudou... mas também estou grata. – disse Hermione.

– Já lhes disse, só os ajudei por que não queria o filho de Draco morresse. Não fiz nada por Potter.

Snape havia me salvado por causa do meu bebê? Sei que ele é padrinho de Draco, e deve se importar com ele, mas não posso deixar de me sentir muito surpreso. Salvar-me deve ser algo realmente difícil para ele, já que ele me odeia e teve que trair Voldemort. Não pude deixar de sentir um calafrio e fúria, ao perceber que esse assassino havia tocado suas mãos imundas em mim e no meu bebê. Mesmo que tenha sido por uma boa causa!

– Eu não sabia que tinha tanto valor a você, Severo. Nesses últimos meses você tem me ajudado muito, estou até surpreso. – disse Draco.

Pelo jeito não sou o único surpreso.

Alguém bufou.

– Não acha que já agiu como um Lufano suficientemente para um dia? – indagou Severo em claro tom de ironia. – Espero que não fique dizendo o quanto me ama, daqui para frente.

– Sabe que eu nunca diria isso. Não declaro meu amor, nem mesmo sobre efeito de uma maldição. – disse Draco, parecendo indignado.

– Você declarou a Potter. – disse Snape.

Oh, Merlim! Apurei meus ouvidos.

– Ele é... um caso especial. Precisava ser dito.

Meu coração disparou em felicidade misturada a tristeza. Quer dizer que ele realmente havia dito aquilo? Não imaginei! Não consigo me lembrar de tudo, mas... lembro-me do essencial. Ele me ama!

A tanto tempo eu queria ter ouvido isso dele, mas só agora, quando descubro que posso morrer, é que ele decide dizer? Meu coração se apertou dolorosamente.

– Claro. – disse Snape, então ouve um tempo em silencio. – Enfim, já vou indo. Sabem o que fazer quando ele acordar. E Draco, contarei a seus pais sobre o nascimento de sua filha, e informarei aquela garota Greengrass que você passará um tempo hospedado em minha casa, para que ela não cometa nenhuma loucura.

Urgh, Astoria novamente! Será que ninguém percebe que não é da conta dessa... vadia oferecida, o que Draco faz ou deixa de fazer?!

– Certo, mas, não conte a ela sobre minha filha. Por favor.

– Claro, Draco, não se preocupe. Adeus.

Ouvi passos deixando o cômodo.

– Ele quem preparava as poções para repor magia suponho? – questionou Hermione.

– Sim, era ele.

Não pude deixar de me sentir surpreso... novamente. Afinal, por que Snape esteve nos ajudando?

– Não pensou no perigo que correu em contar a ele sobre a gravidez de Harry? Quer dizer...

– Não contei a ele. – Draco a interrompeu. – Ele simplesmente já sabia; me viu traindo o Lorde na noite da transferência de Harry. Alguns tempo depois ele veio a mim e perguntou se existia algo entre nós... obviamente, neguei. Ele também perguntou se eu sabia se Harry havia tomado alguma poção estranha... neguei outra vez. Mas quando soube da gravidez, imediatamente desconfiei que ele estivesse envolvido nisso de alguma forma, e o questionei. Foi então que ele percebeu que sim, Harry havia bebido a poção, e eu não pude negar. Então Astoria ouviu nossa conversa e fugiu antes que eu pudesse explicar... Severo me deu as poções para repor magia, e prometeu acobertar minha ausência para que eu pudesse ficar com vocês, mas no dia seguinte, quando eu estava indo até vocês, Astoria me parou e... bem, o resto, suponho que já saiba.

– Sim, ela te chantageou. – afirmou Hermione.

Senti meu coração falhar por um segundo. Fora Astoria quem chantageou Draco?! Ele realmente foi chantageado, Hermione esteve certa esse tempo todo. Foi então que me lembrei das palavras de Draco quando estava se declarando:

...você não tem nenhuma razão para acreditar em mim, Harry... Eu sou um Comensal da Morte que te prometeu uma família, depois te abandonou pensando que tivesse sido usando. Você pode não acreditar, mas eu fiz aquilo por você e pelo Scorp... Astoria havia descoberto tudo e me chantageado...

– É... – continuou Draco, e deu uma risada sem graça. – Eu decaí muito, não é? Deixar aquela garota patética me chantagear foi a gota d'água para mim. Ficar longe do Harry foi... horrível. Nunca pensei que pudesse sentir algo assim tão forte por alguém.

Não posso descrever o quanto meu coração está acelerado nesse momento, num misto de felicidade e tristeza. Tenho que agradecer por eu ser um bruxo, se isso fosse em outra ocasião e eu estivesse em um hospital, provavelmente a máquina que monitora os batimentos cardíacos, explodiria nesse momento.

– Ele também sofreu muito. Quase entrou em depressão... – contou Hermione.

– Eu sei. Eu vi... estive vendo tudo que ele fazia através da ligação, não ajudava a matar a saudade, mas pelo menos amortecia um pouco a dor. – Draco suspirou tristemente e apertou um pouco minha mão. – Pena que não teremos mais a ligação.

– Veja pelo lado positivo, agora vocês são ligados por algo muito maior e mais precioso do que aquele núcleo idiota.

– E não haverá Weasley e nem nenhum outro cara cheio de hormônios querendo tirar Harry de mim. Tem razão, há muitos pontos positivos. Para nós dois aliás, pelo menos agora nada te impede de, finalmente, agarrar o ruivo de jeito.

Hermione riu sem graça.

– Você até que não é tão chato, arrogante, metido e idiota quanto eu pensava que fosse, Draco. – comentou ela.

– Obrigado por isso, Hermione. Você também não é... bem, talvez um pouco... hmm, ok, você não é nem a metade das coisas ruins que pensei que fosse. A lista é meio grande para descrever, sabe.

Não pude deixar de me sentir satisfeito com essa, quase amizade, que surgiu entre eles. Quem diria que um dia Draco simpatizaria com minha melhor amiga nascida-trouxa... bem, ninguém nunca imaginou que ele se apaixonaria por mim, então, Draco está surpreendendo a todos.

Ouve um barulho de alguém se aproximando.

– Rony e Dino acabaram de acordar. – contou uma voz que reconheci ser de Gui. – Rony está meio atordoado por tudo o que aconteceu... se sente culpado por ter tentado atacar Harry quando ele estava ferido, e até mesmo grato por Malfoy tê-lo estuporado. E bem, Fleur e eu queremos conversar com você a sós, Hermione. Malfoy, por que não vai verificar se sua filha já acordou?

Ouve um resmungo de desagrado.

– Claro. Hermione, se Harry acordar você...? – começou Draco.

– Sim, pode deixar que te aviso.

Então a mão de Draco deixou a minha, que de repente parecia mais fria que o normal, e ouvi seus passos se distanciando.

Movi meus dedos lentamente, sentindo a falta da mão de Draco. Foi então que percebi que finalmente podia me mover, aos poucos consegui abrir meus olhos. Olhei em volta um tanto desnorteado, e vi que agora me encontrava em um quarto com as paredes e o teto azul-claro.

– Harry! – exclamou Hermione, meus óculos foram repostos sobre meu rosto e o rosto dela entrou em foco. – Você está bem? O que sente? Consegue se sentar?

Ainda um pouco desnorteado, assenti e tentei me sentar, sendo impedido por uma forte dor nas costas.

– Acho que n-não consigo. – murmurei com certo esforço. Minha voz tão rouca que mal a reconheci. Olhei para baixo e me senti estranho ao ver que minha enorme barriga havia desaparecido. Me sinto, extremamente vazio. Olhei para Hermione, suplicante. – Minha... m-minha filha...?

– Está tudo bem, ela está com Draco. Ah, Harry, ela é tão bonita! É como uma mistura perfeita de vocês dois! – então o sorriso dela murchou. – Quero me desculpar por não estar pronta na hora do parto. Deveria ter feito as poções com antecedência, fui tão irresponsável. Eu tinha prometido a mi...

– Mione? – a interrompi. – Está tudo bem, sério. Eu agradeço por ter feito tudo o que podia, e peço desculpas também. Você estava ferida e mesmo assim teve que me ajudar.

– Está tudo bem. Estou feliz que tudo tenha dado certo.

Sorri aliviado. Ela deve realmente estar bem. Olhei em volta e meus olhos encontraram os de Gui, Freur estava ao seu lado parecendo um pouco preocupada.

– Que bom que acordou, Harry, precisamos falar com vocês. – disse Gui seriamente.

Foi então que minha ficha caiu, e percebi toda a situação embaraçosa em que me encontrava. Obviamente eles pedirão por explicações, afinal, do nada e no mesmo dia, mandamos para cá um elfo doméstico trazendo fugitivos, e então, apareço aqui grávido e com uma faca fincada na barriga, e claro, para complementar as situações estranhas, dois Comensais da Morte, que deveriam ser consideráveis e potencialmente perigosos, também aparecem, e ainda por cima salvam minha vida e a do bebê, cujo pai é um dos Comensais, aliás.

Caramba, quando penso que minha vida não poderia ficar mais problemática e embaraçosa, algo assim me acontece.

Há situação mais estranha e constrangedora?

Tossi tentando disfarçar meu nervosismo e limpar a garganta.

– Bem, eu já imagino sobre o que querem falar. – murmurei evitando seu olhar.

Antes que Gui dissesse algo, alguém bateu na porta e a abriu. Rony colocou a cabeça para dentro.

– Vocês já começaram a conv... Harry! Que bom que já está acordado, cara! – disse Rony animado, entrando no aposento e fechando a porta.

Sorri para Rony meio sem graça. Agora não há mais núcleo, então ele finalmente irá voltar a agir normalmente comigo. Isso me alivia...

– Sente-se, Rony, ainda não comecei a falar. – disse Gui.

Rony assentiu e se dirigiu a cadeira que havia ao lado da minha cama, onde provavelmente, Draco estivera sentado antes de sair do quarto.

Gui suspirou assim que o irmão se acomodou na cadeira.

– Harry, o que diabos está acontecendo? – perguntou ele. Suspirei sentindo a tão familiar vergonha me preencher. – Vocês aparecem aqui com um alfo doméstico, um duende semiconsciente, Hermione com a aparência de que foi torturada e, ainda por cima, grávido de um Comensal da Morte. Rony se recusou a dizer o que aconteceu... e você quase morreu essa tarde, sem mencionar o perigo que corremos por ter que receber dois Comensais na nossa casa!

– E- entendo, Gui. Eu sinto muito por todo esse... transtorno... – suspirei. – Não queria trazer problemas, nós só não conseguimos pensar em um outro lugar seguro para ir.

– Estavam fugindo de alguém, não é?

– Sim...

– Quem? Eram Comensais?

– Sim... Acabamos sendo capturados por sequestradores, levados para a mansão Malfoy, mas Draco nos ajudou a fugir... no fim, acabei sendo acertado pela faca de Bellatrix Lestrange e fugimos com Dobby. Por falar nisso, onde ele está?

Ele suspirou.

– O elfo está bem. Está no outro quarto com a elfa do Malfoy, montando guarda ao lado da sua filha. Está encantado por ter ajudado no parto do grande Harry Potter.

Não pude deixar de rir. Bem típico de Dobby.

– Nos desculpe por ter trazido todos esses feridos para cá... – disse Hermione.

– Nós não nos incomodamos em ajudá-los com os feridos e lhes oferecer abrigo. – disse Fleur. – Queremos ajudá-los no que der, e ficamos aliviados em saber que conseguiram escapar dos Comensais, mesmo naquelas circunstancias.

Sorri envergonhado. Sei que as tais “circunstancias” que ela se refere, é a minha gravidez.

– Harry, em algum momento, você pensou em informar sobre essa gravidez a alguém da Ordem? – perguntou Gui, parecendo ler meus pensamentos. Pude perceber que ele estava evitando tocar nesse assunto, mas sabia que não tinha jeito.

– Não. – respondi sinceramente.

– Não passou pela sua cabeça que nós poderíamos ter te ajudado? Querendo ou não, mesmo sendo Harry Potter, você agora é um adolescente solteiro que acaba de se tornar pai. Como pode ser tão irresponsável e ocultar isso da Ordem, quando sabe que nosso maior objetivo é ajudar você a vencer essa guerra?

– Eu... eu não sei, eu... não pensei. – gaguejei, me sentindo cada vez pior com as verdades sendo jogadas na minha cara.

– Gui, nós cuidamos do Harry. Eu fiz o que pude, não houve grandes problemas durante a gravidez. – contou Hermione, em uma fraca tentativa de me defender.

Bom, pelo menos ela tentou.

– Estou certo disso, Hermione, mas, ainda assim, vocês chegaram aqui com pessoas feridas, você parecia ter sido torturada e Harry tinha uma faca cravada na barriga! Na barriga! Não vê a gravidade?! Aquela faca era amaldiçoada, se ele não tivesse tomado as poções estaria morto! E além disso não sabem o perigo que correram por terem ocultado tudo. Gravidez masculina é algo altamente perigoso, Harry precisava de cuidados especiais, e teve sorte por ter sobrevivido com poucas sequelas, que logo se curarão com magia. Se ele não fosse um bruxo, provavelmente teria perdido o movimento das pernas...

– Mas ele é um bruxo, Gui. – interrompeu-o Rony. – Pare de dar bronca em Harry, agindo como se fosse o irmão mais velho dele! Você não é! Ele já passou por momentos difíceis o bastante para ainda ter que ficar te ouvindo.

Lancei a Rony um olhar agradecido. Gui passou a mão pelos cabelos ruivos e suspirou.

– Sei que não sou, Rony, mas, ainda assim, me preocupo. – insistiu Grui. – Até por que, ainda estamos em perigo...

– Se está se referindo a Draco... – comecei.

– Harry, ele ainda é um Comensal da Morte, sendo seu amante ou não ele...

– Ele não é meu amante! – brandeei com o rosto queimando de vergonha. Tentei me sentar e senti uma pontada aguda nas costas.

Hermione veio correndo até mim me ajudar, mas a ignorei lançando um olhar sério a Gui.

– Sabemos que ele é o pai da sua filha, Harry.

– Pode até ser o pai, mas não é meu amante! Quem pensa que sou?! – indaguei indignado.

Ele suspirou parecendo pensar um pouco no que disse.

– Tem razão, Harry, me desculpe. Sei que você não é esse tipo de pessoa. Foi realmente um desrespeito da minha parte pensar isso. – disse ele.

Passei as mãos pelo meu rosto, sentindo certa angustia crescendo em meu peito.

– Tudo bem, Gui. Eu sabia que as pessoas tirariam esse tipo de conclusão quando soubessem da gravidez, foi por isso que não contei a ninguém da Ordem. – murmurei nervosamente, evitando olhar nos olhos dos outros no cômodo. – Vão perder o respeito por mim... especialmente por ele ser um Comensal da Morte...

Ouve um breve silêncio.

– Nós nunca perderíamos o respeito por você, Harry. – disse Gui. – Mesmo tendo somente dezessete anos, já realizou mais atos poderosos que eu, em toda a minha vida. Sem contar que provou ser realmente forte... passar por uma gravidez masculina não é para fracos. Você é praticamente parte da minha família, nós te respeitaremos, não importa o que aconteça. – olhei para ele e percebi que ele parecia sincero. – A minha maior preocupação é com a sua segurança, por que você ainda está em perigo...

– Se o perigo a qual se refere é Draco, não precisa se preocupar, ele nunca faria nada que pudesse me ferir. Com certeza não representa nenhuma ameaça ou perigo para nós.

– Desculpe-me, Harry, mas tenho que discordar... Não deve depositar sua confiança em alguém assim! – insistiu Gui. – Ele trouxe Severo Snape até aqui e...

– Desculpe, Gui, mas foi graças a isso que Harry sobreviveu. Se Snape não estivesse aqui, eu provavelmente não saberia o que fazer. – falou Hermione.

Ignorei o fato de que ela tem razão, por que não gosto de pensar que Snape tenha me salvado, e pensei somente no fato de que ela também está defendendo Draco.

– Mas mesmo assim, foi algo perigoso, Hermione... Severo Snape é o assassino de Dumbledore, e mesmo que ele tenha feito o Voto Perpétuo comigo, jurando jamais contar sobre esse lugar a ninguém, ainda corremos perigo! Malfoy ainda está aqui e...

– Ele não nos machucará... ele traiu Você-Sabe-Quem, por mim! – exclamei começando a me irritar.

– Mas ainda assim não está completamente ao seu lado, não é? – persistiu Gui. – Percebo que tem sentimentos por ele, Harry, mas, você foi levado como refém para a casa dele, e agora teve uma filha com ele... Não percebe que a cada momento se torna mais vulnerável a ele?

– Mas é claro que não... Ele só quer me proteger, ele nunca faria nada que me ferisse, especialmente agora!

Isso não é bem verdade, mas não vou contar a Gui que Draco já me feriu uma vez. Não fisicamente, mas emocionalmente.

– Mas ele fez algo para impedir que Bellatrix lançasse uma faca contra você? – continuou Gui.

– Ele não podia...

– Gui, acredito que Malfoy realmente ama o Harry. – disse Hermione. – Ele já deu muitas provas, Rony e eu vimos.

– Será que é realmente isso, Hermione? Ou será que quem ele ama não é a criança que está lá com ele nesse momento?

Senti meu coração disparar. É claro que Draco ama nossa filha, mas ele também me ama! Estou certo disso. Afinal, ele não se declararia em vão, eu o conheço, falar de sentimentos é algo difícil para ele. E Tenho certeza que ele não diria que me ama por pena, ou... por que pensou que eu fosse morrer, diria?

Franzi o cenho e Gui viu a incerteza em meus olhos.

– Harry, tente clarear sua mente. Ele é Draco Malfoy, um Comensal da Morte, nunca saberemos se o que ele diz sentir é verdadeiro. E sejamos realistas, se ele quisesse mesmo ficar do seu lado, ele não seria mais um Comensal. – insistiu Gui. Me deixando cada vez mais desnorteado. – Ele pode lhe garantir que isso tudo não é uma armação? Já parou para pensar que Você-Sabe-Quem pode tê-lo mandado até você, e o induzido a fazer tudo isso?

Senti um nó se formando em minha garganta.

– Claro que não! Ele não... ele nunca... Pare, você está me enlouquecendo! – levei as mãos as laterais da minha cabeça, Meus pensamentos estão uma bagunça, e agora estou nervoso e com a cicatriz começando a doer.

Draco não faria nada disso. Tenho que confiar nele... mas que merda, por que sempre aparecesse uma duvida?! Por que sempre algo faz com que me questione sobre ele?! Por que não posso simplesmente me atirar nos braços dele, com total convicção de que ele me ama?! Talvez, quem não o mereça sou eu, pois sou sempre eu quem duvida dele. Ele nunca duvidou de mim, sei disso. Mas ao contrário dele, sempre que acontece alguma coisa, acabo em duvidas.

– Chega, Gui! – exclamou Rony irritado, quando viu que o irmão ia dizer mais alguma coisa. – Harry acabou de passar por um parto, está emocionalmente transtornado e ainda nem teve a chance de conhecer seu bebê, será que não pode ter a decência e esperar para falar sobre isso no momento certo?!

Hermione olhou para Rony um tanto admirada por sua atitude e palavras, enquanto Gui suspirou e passou a mão na nuca, parecendo sem graça.

– Você está certo, irmãozinho. Desculpe-me, Harry. Fleur e eu estamos realmente preocupados.

– Não nos leve a mal, Harry. Não quer dizer que não estamos felizes por você, sua filha é linda, parabéns. – disse Fleur sorrindo encantadoramente.

Pude ver o pequeno núcleo Veela que ela possui, brilhando nesse sorriso. Senti meu estômago embrulhar. Nunca mais quero ver um núcleo Veela na vida.

Suspirei.

– Obrigado, Fleur... – falei tristemente, pois ela estava me parabenizando por uma filha que até hoje de manhã estava dentro de mim, e que ainda não conheço. – E está tudo bem, Gui.

– Vamos deixar para falar sobre esse assunto, amanhã, quando todos os outros chegarem. – disse Grui.

Franzi o cenho.

– Todos os outros?

– Sim. Com o seu parto e a visita de dois Comensais nessa casa que está sobre feiços de proteção, não pude deixar de comunicar a Ordem da Fênix... ou pelo menos o que sobrou dela. – contou Gui, e me senti gelar somente em pensar que terei que enfrentar o interrogatório de todos. – Temos sorte que Gina está de férias. Se estivesse em Hogwarts, poderiam tê-la levado antes de chegarmos a ela. Agora sabemos que também está a salvo.

Franzi o cenho.

– Por que eles não vem para cá agora?

– Porque estamos tirando todos d'A Toca. – explicou. – Levei-os para casa da tia Muriel. Os Comensais da Morte já sabem que Rony está com você, finalmente irão perseguir nossa família; não se preocupe. – acrescentou ao ver minha expressão. – Sempre foi uma questão de tempo, papai vem dizendo isso a meses. Somos os maiores traidores do sangue que existem.

– Como estão protegidos na casa de Muriel?

– Feitiço Fidelius. papai é o fiel do segredo. E fizemos o mesmo com esse chalé; aqui sou o fiel do segredo. Nenhum de nós pode ir trabalhar, mas isso não é o mais importante no momento. Quando Grampo e Olivaras melhorarem, vamos transferi-los para a casa de Muriel também. Não temos muito espaço aqui, mas ela tem. As pernas de Grampo estão se refazendo, Fleur lhe deu Esquelesce, você também terá que tomar um pouco para que suas costelas que se desfizeram com o desaparecimento do núcleo se refaçam. Faremos a transferência de Grampo e Olivaras essa trade...

– Não. – falei rapidamente, e Gui pareceu espantado. – Preciso dos dois aqui. Preciso falar com eles. É importante. Olivaras poderá ir assim que eu terminar de conversar com ele.

Gui me encarou intrigado. Evitei seu olhar.

– Tudo bem. Malfoy vai ficar nesse quarto com você e sua filha. Rony e Dino ficarão na sala, Luna e Hermione no quarto que Olivaras desocupar, Fleur e eu no nosso e Grampo no de hospedes. – encontrei seu olhar, que me fitava sério.

Suspirei novamente, sentindo finalmente a dor nas costelas. Fiz uma careta.

– Vou buscar o Esquelesce para você conseguir se sentar. – disse Fleur saindo do quarto rapidamente.

– Obrigado por tudo, Gui. – falei realmente agradecido.

Ele me lançou um olhar preocupado, assentiu e logo seguiu a esposa.

Assim que ele saiu soltei um suspiro de alívio e levei minhas duas mãos ao rosto.

Olhei para Hermione e Rony, me sentindo angustiado.

– Está tudo bem, colega. Não dê ouvidos ao meu irmão. – disse Rony, que parecia saber exatamente os motivos de minha frustração.

– Mas e se ele estiver certo sobre Draco?

– Harry, você tem que... – Hermione começou, mas foi interrompida pela volta de Fleur.

A loira carregava um copo com um liquido transparente como água, que imediatamente ela me entregou. Quando aproximei o copo da minha boca, vi Rony dar uma risadinha disfarçada e Hermione revirar os olhos.

– Qual é a graça? – indaguei.

– Você vai reconhecer essa poção. – disse Rony rindo novamente.

– Beba logo, Harry. – falou Hermione.

Sem entender nada, coloquei uma grande quantidade do liquido na boca, cuspido tudo em seguida na cara de Rony, que parou de rir na mesma hora. Agora quem ria eram Fleur e Hermione.

– Mas que droga! – exclamei, por conta do gosto horrível, ácido e nojento da poção. Ignorando a cara de indignação que Rony fazia. – Isso é...

– É Esquelesce, Harry. Você já tomou antes, lembra? No segundo ano, quando Lockhart fez com que você perdesse todos os ossos do braço e eles precisaram crescer novamente. – informou Hermione, ainda rindo. – Por tanto, beba logo.

– E por favor, não cuspa novamente. – acrescentou Rony, usando a varinha para se limpar.

Respirei fundo e bebi todo o liquido de uma vez. Entreguei o copo a Fleur que riu da careta que fiz e saiu do quarto novamente. Olhei para Hermione e para Rony.

– Quero a minha filha... Por favor. – pedi um tanto suplicante, afinal estou morrendo de curiosidade para conhecê-la.

– Ah, sim, também não a vi ainda. – disse Rony. – Ela estava com Malfoy quando acordei, então preferi não me aproximar, já que ele parecia tão entretido.

– Droga, eu disse para o Draco que o avisaria quando você acordasse, Harry! – exclamou Hermione se levantando. – Vou chamá-lo, e pedir que ele traga sua filha.

Assenti sorrindo, vendo a garota sair do quarto.

Rony me encarou por alguns segundos, e então suas orelhas começaram a ficar vermelhas. Isso não é um bom sinal.

– Uma menina, em? Quem diria, você tinha tanta certeza que seria um menino. – comentou ele.

– Sim, mas estou feliz, afinal ela está bem. Fiquei com tanto medo de perdê-la.

– Você é muito forte, Harry. Enfrenta tudo o que lhe acontece com a cabeça erguida, talvez seja por isso que eu tenha me apaixonado por você. – disse ele. Precisei de um segundo para entender e arregalei meus olhos, surpreso e corando.

Merda, sabia que as orelhas vermelhas não era um bom sinal.

– M-mas... você disse que f-foi o núcleo...

– Sim, em parte foi. – ele suspirou. – Acontece, Harry, que sempre fui apaixonado por você. Começou no terceiro ano, mas eu não compreendia meus sentimentos. Só fui percebê-los realmente, quando estávamos no final do quarto ano. No inicio do quinto ano eu pensei em te contar, mas fiquei com medo, não queria perder nossa amizade, e tive medo de ser rejeitado, pois percebi que você estava interessado na Cho. Quando vocês se beijaram e você nos contou, eu fiquei realmente chateado, e comecei a cogitar desistir de você, por que para mim estava claro que você não se interessava por garotos. Quando você começou a namorar minha irmã, foi a gota d'água para mim; eu desisti. – ele riu sem graça, as orelhas quase roxas de vergonha. – Mas então, as coisas tornaram a mudar; primeiro encontrei Gina chorando por que você tinha terminado com ela, e mais tarde naquele mesmo dia Mione e eu te encontramos na Floresta Proibida. Sabe, eu não sou burro, aquelas marquinhas no seu corpo eram claramente chupões... mas não quis acreditar naquilo, e fingi que você tinha razão, e que não passavam de alergia. – ele parou um pouco, e aproveitei para respirar fundo, afinal agora quem está ficando vermelho sou eu. – Quando fomos te buscar na casa dos seus tios para te transferir você estava tão... lindo e... bem, meus sentimentos que haviam amenizado, pareceram voltar com força total. Até estranhei, pois estavam mais fortes que antes. Você pode imaginar o que senti, quando soube que você estava grávido? Quero dizer, passei anos esperando uma chance de ficar com você, me declarar, e você tinha ficado com outro garoto. Para você ter engravidado você precisava ter ultrapassado muito os beijos... me senti... péssimo, aciumado... E quando descobri que esse cara era Draco Malfoy... senti que ia explodir de tanta raiva. Como você poderia gostar dele, depois de tudo que ele já fez, e não gostar de mim após tantos anos de amizade? – ele me olhou nos olhos. Meu rosto queimava de vergonha, mas não desviei o olhar. – Você estava tão atraente, o tempo todo; seus olhos estavam cada vez mais brilhantes e intensos, e tudo em você me fazia querer... – ele se interrompeu, eu agradeci mentalmente por isso. – Bem, isso começou a me enlouquecer, então, aguentei o máximo que pude, até que surtei e fui embora. Somente quando parti, pude perceber a burrada que eu havia feito, afinal você nem sabia dos meus sentimentos por você, como poderia me corresponder? Quando voltei, estava determinado a me declarar, mas então eu te encontrei lá, destruído, com o coração quebrado, chorando e sofrendo como nunca, e ouve o beijo... Aquele beijo foi o pivô para me fazer enxergar... Quero dizer, eu havia sonhado tantos anos com ele, e finalmente tinha acontecido! Foi realmente bom... mas, você estava tão triste, tão desolado... eu coloquei todo o meu sentimento no ato, mas só pude sentir angustia vindo de você, era como alguém que necessitava de carinho. Foi então que eu percebi; os meus sentimentos por você não estavam corretos, por que você nunca me retribuiria, eu havia chegado para me declarar tarde demais, você já deu seu coração ao Malfoy. Então, posso assegurar que agora realmente desisti de você.

Olhei para o ruivo com os olhos arregalados. Tudo bem que agora muita coisa parece fazer sentido. As palavras grosseiras de Rony quando descobriu sobre Draco, o ciúme doido, as implicâncias, o surto... Me lembrei da conversa que eu havia tido com Draco naquela noite no apartamento:

Você sabe que seu amiguinho ruivo só reagiu desse jeito, por que quer você, não sabe?

– Ele só me quer por causa da poção...

– É o que você pensa, mas não acho que seja só por isso. – comentou ele.

Na época eu não quis acreditar que o argumento dele talvez fizesse algum sentido, afinal é tão... estranho saber que meu melhor amigo tinha sentimentos por mim. Vejo agora, que eu já o machuquei muito. Rony deve ter sofrido tanto quanto eu, ou até mais, sendo meu amigo esse tempo todo sem revelar seus reais sentimentos.

Comecei a me sentir culpado... Mas eu realmente tenho culpa?

Rony me fitava, esperando que eu dissesse algo.

– P-por que e-está me contando isso agora?

Me amaldiçoei por ter gaguejado.

– Porque o efeito do núcleo passou, e finalmente estou sendo coerente com meus pensamentos. Achei que era justo você saber, até porque, nós nos beijamos e você retribuiu, mesmo que estando sensível. Acho que no fundo você já sabia disso.

– Você está certo, eu já suspeitava. Agora Rony, sinto muito por tudo... mesmo. Você deve ter passado por maus bocados. – ele sorriu e acariciou meu rosto. Retribui seu sorriso e o puxei para um abraço, de modo que ele ficou curvado sobre mim na cama. – Eu realmente te amo... só que como meu irmão. – murmurei em seu ouvido. – Espero que um dia possa me amar assim também... então, por favor, vamos esquecer aquele beijo, sim?

O ruivo ergueu a cabeça, sem me soltar do abraço, abriu a boca para responder, mas a fechou e se afastou imediatamente, pois a porta do quarto foi aberta de forma brusca e barulhenta. Draco entrou, segurando um pequeno embrulho de mantas brancas, ele nos fitou por alguns segundos e então caminhou até mim fuzilando Rony com os olhos, o que me fez ter algumas duvidas. Será que ele ouviu alguma coisa? A julgar pelo sorriso que ele dirigiu a mim, provavelmente não.

– Que bom que acordou. Consegue se sentar? – perguntou gentilmente.

Minhas costas e costelas estavam doloridas por causa da poção Esquelesce, mas me esforcei um pouco, e com a ajuda de Rony, consegui me sentar.

Draco, fingindo não ver o ruivo se curvou para me mostrar o embrulho de mantas.

Foi quando eu finalmente a vi. Sua pele tão pálida quanto a de Draco, suas bochechas avantajadas e rosadas, seu nariz pequeno e levemente empinado, e boquinha minúscula com lábios finos e rosados; sua cabeça coberta por fios de cabelos loiros, tão claros quanto a luz do sol quando se olha diretamente para a estrela. Senti uma emoção diferente e extremamente forte me invadindo.

Não havia percebido que estava chorando, até sentir os dedos de Draco enxugando minhas lágrimas.

Oh, Merlim... ela é perfeita. Agora percebo que não era um anjo que eu havia visto antes de desmaiar e sim ela.

Estiquei meus braços num pedido mudo que Draco atendeu prontamente. Delicadamente ele colocou-a em meus braços e se sentou ao meu lado. Nunca havia segurado uma criança em toda a minha vida, e sinceramente estive assustado com esse fato, mas agora aqui, ela simplesmente parece se encaixar em meus braços, como se estivessem sido feitos para ela. O corpo tão pequeno, que com um braço só eu poderia segurá-la.

Mal posso acreditar que essa bebezinha tão perfeita, esteve dentro de mim esse tempo todo. Me sinto tão... conectado a ela.

Passei as costas do meu dedo indicador por sua bochecha macia, e sorri, tendo perfeita noção de que pareço um idiota. Mas não me importo.

– Ela é linda, não é? – perguntou Draco.

– Ela é a sua cara. – comentei com um sorriso encantado.

– E tem muito de você também.

– Hmm... a boca, talvez?

Nesse momento ela bocejou de um forma incrivelmente fofa, e seus olhinhos se abrirão, revelando íris tão verdes e intensas quanto as minhas.

– Viu só. – disse Draco, olhando abobado para a pequena. – Seus olhos.

– Ela é realmente muito bonita, Harry, parabéns, cara. – disse Rony, sorrindo enquanto olhava para ela. – Já pensou em algum nome?

Olhei para Draco, e para minha filha novamente. Não consigo tirar meus olhos dela.

– Não sei... não imaginávamos que fosse uma menina. – falei, acariciando a bochecha dela novamente, e conforme eu acariciava ela ia fechando os olhos.

– Eu não tenho ideias para nomes de meninas. – disse Draco. – Harry, você pode escolher, afinal fui eu que escolhi o nome caso fosse menino, então...

– Pelo menos ela escapou de se chamar Scorpius. – comentou Rony, me fazendo revirar os olhos.

Foi então que me lembrei...

– Draco, onde está Hermione?

– Ela...

– Estou aqui. – disse a garota entrando no cômodo. Posso jurar que os olhos dela estão avermelhados. Deve ter sido impressão minha

– Mione, qual era mesmo o nome de menina que você tinha me indicado, por que tinha visto em um livro e blá, blá, blá? – perguntei.

Ela sorriu encantada olhando para minha filha. Já vi que essa pequena conquistou a todos nas poucas horas desde que nasceu.

– Era Melisandre. – respondeu ela.

– O que acha, Draco?

– Eu gosto... Mellisandre Áurea Malfoy Potter. – disse ele sorridente.

– Áurea?

– Combina perfeitamente com ela, significa; coisa magnífica, valiosa que brilha ou resplandece. – disse ele. – O que combina com ela, já que ela nasceu daquele núcleo e é a primeira Malfoy em décadas.

Sorri.

– Sim, combina com ela. Esse nome é perfeito. – olhei para ela, depois para Draco.

– Mas... sobre os sobrenomes, não deveria ser Potter Malfoy? – questionou Hermione.

– Deveria, Mione, mas Draco não quer assim; Longa história. – acrescentei vendo seu olhar curioso. Olhei novamente para Mellisandre. – Ela é tão pequena...

– Harry, ela nasceu com sete meses de gestação, ainda faltava uma semana para que você completasse oito. Ela é muito prematura, por isso é tão pequena. – explicou Hermione. – Estamos dando a ela poção para ajudá-la a respirar sozinha e mais algumas para manter o organismo dela funcionando sem problemas. Por esse motivo não podemos utilizar magia para cuidar dela, o corpo dela é muito frágil para aguentar tanta magia.

– Quer dizer que ela está... vivendo a base de poções? – indaguei preocupado.

– Quase isso. Ela só precisará tomá-las enquanto for tão pequena. Agora que você acordou, podemos dar a ela uma poção para envelhecer que fará com que ela alcance o tamanho de uma criança recém-nascida de nove meses em poucos dias.

Mas... poção de envelhecimento não são temporárias?

– Sim, poção de envelhecimento é temporária, mas a poção para envelhecer é permanente, como ela só precisa envelhecer dois meses, ela só precisará tomá-la por um ou dois dias inteiros e logo terá o tamanho correto e saudável de um recém-nascido de nove meses. Tudo que você e Draco precisam fazer, é revesar hora em hora para ficar com ela no colo, pois como ela é um bebê, a poção só surtirá efeito se ela estiver no colo dos progenitores, por que assim, a magia do corpinho dela irá achar que ela ainda está na barriga do Harry. Devo acrescentar que ela será uma bruxinha muito poderosa, a magia dela é forte, parece que ela sugou bastante coisa de vocês dois.

Olhei para Mellisandre que dormia profundamente, suspirei preocupado.

– Não se preocupe, Harry, se fizerem como eu disse, vai dar tudo certo. – disse Hermione colocando sua mão sobre meu ombro.

– Já a amo tanto.

– Eu sei. Vai ficar tudo bem.

Assenti nervosamente.

Passei algumas horas admirando o rostinho e as expressões que Melli (apelido que Rony deu a ela, e que agora é utilizado por todos, menos por Draco) fazia dormindo, Draco permaneceu em silêncio ao meu lado. Parecia tão admirado quanto eu. Rony e Hermione haviam ido dormir, e não pude deixar de notar que a garota parecia estar evitando o ruivo. O que será que aconteceu?

– Você deve estar com os braços cansados e ela precisa mamar, quer que eu fique com ela um pouco? – perguntou Draco.

– Não, estou bem. Não se preocupe, se quiser eu dou mamá a ela... hum... como é que ela mama? Digo, eu não tenho seios, então... – perguntei corando.

Draco riu, o que me fez corar ainda mais.

– Você não precisa de seios, Harry. Veja; Accio mamadeira. – uma mamadeira de vidro cheia d'água e com a tampa branca entrou voando pela porta do quarto, Draco a apanhou, então retirou do bolso um vidrinho com uma poção branca como leite, abriu a tampa da mamadeira e despejou a poção na água. Imediatamente o liquido foi mudando de cor até ficar como um branco diferente, que lembrava leite desnatado... talvez um pouco mais fraco.

O loiro fechou a mamadeira novamente e a estendeu para mim. A apanhei e cheirei o bico curioso, sentindo um cheiro ruim e enjoativo, nada que me lembrasse leite de verdade.

– Ela tem que beber isso? – indaguei apreensivo. – Não se parece com leite comum...

Ele riu novamente.

– É por que não é leite comum, isso é leite materno. Pensaram em te dar uma poção para que seu corpo desenvolvesse leite materno e você pudesse amamentá-la de forma comum, mas... achei que ia ficar constrangido com isso, e que preferiria a poção para transformar água em leite...

– Você acertou... eu prefiro assim. – falei rapidamente, agradecido por ele me salvar de mais uma situação constrangedora.

Coloquei uma gotinha do liquido na palma da minha mão, e já ia levá-la aos lábios, quando:

– Não beba isso! – exclamou Draco, de repente.

Melli abriu os olhos remusgando pelo susto.

– Por quê? Não posso experimentar?

– Porque essa coisa é horrível e nojenta!

– Então por que vamos dar a ela se é tão ruim assim?

Ele revirou os olhos.

– Você é realmente burro, ou só se faz? – perguntou ele, o fuzilei com os olhos. – Isso é leite materno, Harry, ruim para nós, bom para ela. Agora dê logo isso, antes que eu mesmo dou!

Ainda desconfiado levei o bico a boquinha de Melli, e ela começou a sugá-lo com pressa.

Bem, não deve ser tão ruim assim, já que ela parece gostar.

– Viu só, ela estava com fome. – disse Draco.

– Quer que eu a faça arrotar? – perguntou Draco, quando Melli terminou de mamar.

– Não se preocupe, eu faço isso.

– Harry, você está com ela a horas...

– Estou bem, não se preocupe.

– Claro que me preocupo, você estava todo aberto, ensanguentado e quebrado há algumas horas atrás, só acho que deveria descansar.

– Eu estou bem, Draco. Estou a tão pouco tempo com ela...

– Harry, ela nasceu a no mínimo cinco horas atrás, e faz quase três que você está com ela no colo. Sem contar que ela estava dentro da sua barriga. Vamos acabar estragando ela.

Ri revirando os olhos.

– Porque não a colocamos no berço? – indagou Draco.

– Berço?

– Sim, aqui... – Draco acenou coma varinha, e um berço flutuante, redondo e cheio de babados surgiu. – Sei que você não pode comprar nada, até por que isso seria muito arriscado. Então, assim que ela nasceu, dei uma ordem a Tibbi e Dobbry, que rapidamente foram fazer algumas compras para mim no Beco Diagonal. Compraram tudo que ela precisa. Sabe... é engraçado, mas acho que eles estão se dando muito bem. Dobby deve ter se acostumado mal com a liberdade, para ter perdido o medo e ter tido a cara de pal de dar em cima da minha elfa bem na minha frente.

Não pude evitar, gargalhei imaginando a cena.

– Essa eu queria ter visto.

– Elfo sem vergonha.

Ajeitei Melli no meu colo e afastei o cobertor, pronto para levantar.

– Não, Harry. É melhor você só fazer isso amanhã, ok? – Draco colocou minhas pernas de volta no colchão e me cobriu. – Seus ossos ainda estão se recuperando, deixe que eu a coloco no berço.

Preferi não discutir. Dei um beijo na testa da minha bebê e a entreguei cuidadosamente a ele. Caramba, como ele fica lindo com ela no colo.

Ele a colocou no berço e o puxou para mais perto da cama. Então, caminhou até a cômoda, arrancou a camisa preta e a guardou.

Engoli em seco, vendo os muculos pequenos mais bem aparentes de suas costas se mexendo a cada movimento que ele fazia. O Merlim, como ele é sexy. Que saudade de ter aquelas mãos deslisando pelo meu corpo, tê-lo em cima de mim me...

Foi então que percebi que ele falava comigo.

– Harry...?

– S-sim? Desculpe, não ouvi o que você disse...

– Eu só perguntei se eu te machucaria dormindo ai com você...

Oh, Droga! Ele dormindo aqui do meu lado. Na mesma cama. Me tocando com aqueles muculos...

Mas o que está havendo comigo?! Estou parecendo um pervertido!

– C-claro que n-não...

– Está tudo bem com você? – perguntou ele, subindo na cama ao meu lado e sorrindo. Engoli em seco novamente. – Está me olhando como se fosse me devorar... É isso que você quer, me devorar...?

Ele pegou minha mão e deslisou-a por seu peito nu. Senti uma fisgada no baixo ventre. Oh, Merlim!

– E-eu... – socorro, meu Deus, quero meus pensamentos coerentes de volta. Sacudi minha cabeça. – Claro que n-não!

Puxei minha mão e ele riu.

– Não precisa mentir, da para ver em seus olhos, mas infelizmente hoje não podemos fazer amor, você ainda está se recuperando eu não quero te machucar...

– Você não vai me machucar! – somente depois que as palavras saíram é que eu fui perceber o que disse.

Senti meu rosto esquentar. Ele riu novamente.

– Você não sabe o quanto é difícil negar isso a você, quando você cora assim... – ele passou a mão pela minha perna e a subiu até meu rosto. – Vem cá...

Ele colocou a mão na minha nuca e me puxou para um beijo. Sua língua encontrou com a minha quase que imediatamente, me arrancando suspiros. Merda, por que ele tem que me causar isso?

Agarrei-o pelos cabelos e o puxei para mais perto, querendo que ele subisse em cima de mim. Ele riu sobre minha boca...

– Harry, assim fica difícil, não é? – sussurrou ele, mordendo meu lábio inferior. Eu podia sentir meu membro já endurecido, pulsar somente em ouvir sua voz. – Vem aqui... – ele fez com que eu deitasse minha cabeça sobre seu peito. – Amanhã juro que você não me escapa, mas agora é melhor você ficar assim, antes que eu acabe enlouquecendo, sim?

Revirei meus olhos, frustrado. Ele riu e me deu um selinho.

Maravilha... eu querendo sexo, e o que ganho é um selinho. Tem como melhorar?!

Permanecemos assim, nos olhando por alguns minutos.

– Você ouviu o que eu disse a você durante o parto, não é? – perguntou ele de repente.

– Mais ou menos... mas pude ouvir a maior parte.

– Então você já sabe da chantagem que Astoria me fez?

– Sim.

Olhou no fundo dos meus olhos.

– Harry, eu jamais te abandonaria. Mas ela disse que contaria ao Lorde das Trevas e eu... eu temi por você e pela Mellisandre! Fiz o que ela mandou... ela ia ver minhas memórias, então tive que terminar daquele jeito, mas ela ainda ficou furiosa por termos transado e acabou contando para os meus pais... – ele parou para olhar para minha expressão. Então suspirou. – Você me perdoa? Por ter te deixado daquela forma... dito aquelas coisas?

Vi que ele está sendo sincero. Ele me ama e nunca diria aquilo se não fosse pela chantagem, isso é fato. Mas as coisas não podem mais ser como antes, minhas esperanças não são mais como antes e isso me causa uma angustia e uma dor no coração inescapável.

– É claro que te perdoo, Draco. Você só estava nos protegendo...

Ele sorriu e me abraçou.

– Que alívio, por um momento pensei que nós nunca voltaríamos a ser como antes...

– Mas nós não vamos mais ser como antes, Draco.

Ele se afastou para ver meu rosto.

– Como assim?

– Nós podemos ficar assim, e fazer amor sempre que nos virmos, mas não vamos mais ser namorados.

– Como assim? Por que não?!

– Porque não quero mais namorar você. Prefiro que fiquemos assim, juntos, mas sem um relacionamento.

Ele se sentou rapidamente.

– Por que isso?!

“Porque você quase morreu de desespero somente em assistir meu parto, imagina quando souber que sou uma Horcrux que vai ter que morrer para salvar o mundo bruxo? Eu só não quero te ferir mais...” pensei, mas obviamente não vou dizer isso a ele.

– Porque eu prefiro assim. Para que não haja dor novamente quando houver separação.

Ele riu nervosamente.

– Não vai mais haver separação, Harry. Não terminarei novamente, iremos ficar juntos sem que ninguém saiba até essa guerra acabar, então podemos criar Mellisandre juntos e...

– Já disse que não quero, Draco.

Senti um nó se formar em minha garganta, por que esse futuro que ele deseja não poderá existir. Não estarei aqui.

Por que diabos ele simplesmente não aceita que não quero namorar, e pronto?!

Ele suspirou.

– Você não me perdoou.

– Eu perdoei sim, Draco.

– Então qual é o problema, Harry? Você sabe que tudo aquilo foi uma chantagem, e que eu jamais faria aquilo com você... Então por que se recusa a voltar para mim?! – ele parece um tanto desesperado. Ok, por essa eu não esperava. – Isso é por vingança pelo que eu fiz?

Eu não acredito que ele realmente pensa que eu seria capaz disso?!

– Não sou um Sonserino vingativo, Malfoy.

– Ah, então agora é “Malfoy”? – ele riu negando com a cabeça. – Eu realmente não te entendo. Você não me ama mais?

– Eu amo...

– Então para que isso, Merda!

– Não grita comigo! Melli está dormindo! E só estou dizendo que não quero namorar... não estou te afastando de mim!

– Me diz o que eu te fiz de tão mau para...

Eu não confio em você! – as palavras sairam sem que eu pensasse. E não são totalmente mentiras. – Você me abandonou uma vez, não quero me iludir novamente...

– Você disse que me perdoou! Como pode não confiar em mim? É por qual motivo, exatamente? Por eu ser um Comensal? Você tem ideia de quantas vezes eu trai o Lorde das Trevas?!

– Está vendo? Você até chama ele como um Comensal!

– É um habito, Droga! Eu cresci vendo meus pais o chamando assim! – ele passou a mão pelo cabelo. – Pare de inventar desculpas, você sabe que fiz de tudo por você! Trai o Lord... Você-Sabe-Quem por você! Arrisquei a vida dos meus pais por você! Eu...

– Mas você sempre voltou para eles, Draco! Nunca ficou verdadeiramente ao meu lado! Na guerra, você não vai estar comigo, e mesmo que esteja agora, logo você vai ter que voltar para ele e essa divisão não pode existir! – respirei fundo tentando me acalmar. – E tem seus pais... eles sempre vão preferir que você fique com qualquer outra pessoa, até mesmo Astoria, pelo simples fato deu ser quem sou! Eles não vão ficar do nosso lado. Eles não vão aceitar a mim e nem a Melli!

– Eu... eu não me importo com o que eles pensam! Eu quero ficar com você... eu...

– Não quero namorar, Draco. Gui tem razão, você não está do nosso lado, me largou sem ao menos cogitar a minha opinião quando aquela vadia te chantageou. Eu sinceramente não posso ficar com você agora. Não haverá um futuro como o que você planeja no nosso relacionamento. Eu nem sequer pude dar um herdeiro, que eu sei que é o que você precisa...

– Eu não me importo, eu sou novo e se fizer necessário podemos adotar... – ele passou as mãos pelo rosto. – E eu não podia te contar da chantagem!

– E por que contou agora?

– Porque Astoria só veria minhas memórias daquele dia, ela não saberá de nada do que ocorrer agora.

– Não importa...

– Vai ser realmente assim? Você diz que me perdoou, mas não perdoou. Diz que me ama, mas se afasta de mim sem sentir a menor dor. Sabe o quanto sofri em te afastar? – perguntou, parecendo realmente triste. Meu coração se apertou. Mas é claro que eu sei o que ele sentiu, afinal eu senti o mesmo. – Acho que você poderia ser mais prático, Potter. Não precisa inventar desculpas... você não me ama mais.

– É claro que eu te amo, mas...

– Mas você não me quer como namorado. Não quer voltar comigo por conta de uma chantagem que sofri por proteger vocês.

– Draco, não é por isso... por favor, tente entender...

– Ok, Harry.

Ele se levantou se dirigindo a porta.

– Não, Draco... fica, por favor, eu quero ficar perto de você, eu te am...

– Não diga mais nada, já sei de tudo...

– Como é?

– Sei do beijo que você deu no Weasley.

Meu queixo caiu. Merda, sabia que ele tinha ouvido.

– Não é nada disso... bem... não foi bem... Você também beijou a Astoria!

– Eu fui forçado a isso!!! – ele gritou e Mellisandre começou a chorar. – Você não foi forçado, Potter!

– Você tinha terminado comigo! Eu... eu estava sofrendo, precisava de carinho... Eu... me perdoe, ok? Não vai se repetir... Por favor, volte para cama...

– Ah, claro. Completamente compreensível. – seu sarcasmo foi claro. Senti vontade de chorar. – Só vou beber água e esfriar a cabeça... depois eu volto, com licença.

– Você pode usar o feitiço Aguame...

Antes que eu terminasse de falar ele já tinha saído.

Levantei e fui até minha filhinha acalmá-la, enquanto deixava minhas lágrimas caírem. Droga, odeio ser Harry Potter. 


Notas Finais


Mais uma vez desculpe pela demora! Espero que o capitulo esteja bom ^^
Deixem seus comentários para eu saber, ok?
Beijinhos.


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