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História Relíquia do Amor - Enfrentando a... poção Veritaserum


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Olá!!
Gente eu sei que estou a um bom tempo sem postar, mas é que eu realmente não estava conseguindo escrever direito, parecia que tudo que eu fazia não ficava bom, então eu dei um intervalinho. Mas agora eu consegui, e estou de volta!

Obrigado pelos favoritados e pelos comentários, foram eles que me incentivaram a continuar tentando ^^

Espero que gostem do capitulo. E por favor, leiam as notas finais.
Enfim...
Boa leitura!!!

Capítulo 24 - Enfrentando a... poção Veritaserum


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - Enfrentando a... poção Veritaserum

Pov Draco On

 

– Ora, ora, parece que atrapalhamos alguma coisa interessante. – comentou um dos gêmeos (não sei dizer qual), nos lançando um olhar extremamente malicioso, que fez meu rosto queimar ainda mais.

Merda! Eles tinham que chegar logo agora que a coisa tava ficando boa?!

Eu estava aqui, finalmente decidido a deixar meu Harry tirar minha preciosa virgindade de trás, afinal quem sabe assim ele não percebe que estou sendo sincero sobre meus sentimentos, e aceita de vez voltar a me namorar? Mas eles chegam e atrapalham assim. É claro, que o fato de eu permitir que Harry retire minha virgindade, não quer dizer que vou tornar isso um habito. Até por que, eu ainda sou um Malfoy, gosto de dominar e não ser dominado.

Mas enfim, nada disso vem ao caso no momento. A única coisa que consigo pensar, é no quanto me sinto envergonhado e duro. Sim, completamente duro! Mas veja bem, a culpa não é minha, afinal foram eles que chegaram no momento errado. E para piorar a situação, agora toda a Ordem pensa que estou doido para dar a minha preciosa bunda para o Harry, o que não deixa de ser uma verdade, mas eles não precisavam saber disso.

Mellisandre (me recuso a chamar minha filhinha de “Melli”, o apelido que aquele ruivo idiota deu) continua chorando, mas todos os que entraram no cômodo, só parecem chocados com o que viram e ouviram, nem parecem tê-la notado.

Tudo bem, estou aqui com vergonha, mas isso não se compara ao estado do Harry. Posso jurar que ele está ficando roxo. Será que devo me preocupar com isso?

Houve um tempo de silêncio. Onde parece que todos começaram a tentar assimilar se o que viram realmente aconteceu. Todos menos os gêmeos, que parecem se divertir com nossa vergonha. Mellisandre continua a chorar. Quando vi que ninguém se moveu para pegá-la, eu mesmo decidi ir, assim pelo menos escondo meu rosto corado e consigo relaxar um pouco meu corpo quente.

Com cuidado, peguei o corpinho pequeno, que foi parando de chorar.

– Shh, papai está aqui. Está tudo bem. – murmurei em voz baixa, enquanto ajeitava a manta sobre ela em meu colo.

Posso ter falado em voz baixa, mas parece que isso despertou a todos, que ainda nos encaravam chocados.

Argh! Não sei por que todo esse choque. Que reação mais exagerada! Será que eles nunca viram antes algum casal querendo transar? É a coisa mais natural do mundo. É claro que também há o fato de que Harry e eu somos dois homens, e que sou um Comensal da Morte, mas se retirarem esses pequenos detalhes, verão que é algo razoavelmente bom. Deveriam ficar felizes pelo Harry, até por que, ele largou aquela ruiva sem graça e ficou comigo. Uma clara melhora em seus gostos na minha humilde opinião.

– Mas que diabos…? – começou a perguntar Weasley-pai, mas se interrompeu, me fitou e depois dirigiu o olhar ao filho mais velho. – O que Draco Malfoy faz aqui Gui?!

– Harry, querido, o que estava acontecendo aqui? – perguntou a Weasley-mãe, encarando Harry, que deu um posso para trás.

Revirei os olhos, corando novamente. É tão óbvio o que estava acontecendo aqui, por que diabos essa senhora precisa que digamos?!

Ouvi uma gargalhada.

– Harry, Harry… mal se livrou de uma barriga, e já quer arrumar outra? Tsc, tsc… – zombou outro gêmeo. – Ainda bem que Gina não veio conosco, minha pobre irmãzinha iludida, enfartaria.

Abri a boca para responder que era realmente uma pena não terem trazido a garota, mas me calei ao perceber que Lupin começou a me encarar de forma avaliativa, o que me incomodou.

– Reparo! – ordenou Hermione nervosa, concertando a mamadeira quebrada. – Vou buscar outra dose da poção para envelhecer.

E a garota deixou o cômodo apressadamente.

– Será que alguém pode nos explicar o que estava ocorrendo aqui? – perguntou um homem alto e careca, que de todos os presentes, parecia o mais calmo e sério a avaliar a situação. Somente quando vi suas vestes de auror, foi que me lembrei onde eu já o havia visto. Ele é Kingsley Shacklebolt, lembro-me que ele trabalhava para o Ministro da Magia, jamais imaginei que ele fizesse parte da Ordem da Fênix. – O Sr. Malfoy não é um Comensal da Morte?

– Sim, ele é. – afirmou o Cabeça de Fósforo, parecendo também estar um tanto nervoso pela situação. Então franziu o cenho. – Espera aí. Vocês não sabem por que vieram aqui? Quero dizer, Gui, você não contou a eles por que os chamou?

– Não. É algo íntimo do Harry, então só quem pode contar é ele. – explicou Gui. – Eu apenas disse que aconteceu algo grave, e que precisávamos nos reunir para discutir e ver o que poderemos fazer.

– Vocês não poderão fazer nada. – falei, e todos os olhares caíram sobre mim. Engoli em seco me sentindo intimidado. – O que a Ordem poderá fazer agora? A Mellisandre já nasceu, e caso o motivo da reunião seja eu, já está mais do que óbvio que eu não vou entregar o Harry!

– Mas você não é de confiança.

Bufei irritado.

Hermione retornou ao cômodo, e caminhou diretamente até mim, ignorando as perguntas dos demais.

– Um de vocês terá que passar uma hora com ela no colo, e quando essa hora passar, o outro deve fazer o mesmo. Terão que se revezar de hora em hora, até que o efeito da poção para envelhecer passe. – disse a garota. – Quem ficará com ela primeiro?

– Eu! – disse Harry, antes que eu respondesse. Ele caminhou até mim e estendeu seus braços.

Passei Mellisandre a ele, cuidadosamente. Podemos não ter mais a ligação mental, mas ainda posso saber o que ele pensa com facilidade, e nesse momento posso ver claramente que o que ele quer é se acalmar, e quer usar nossa filha para isso. Trocamos olhares por alguns segundos antes de nos afastarmos.

Harry pegou a mamadeira que continha um pouco de leite materno misturado com a poção, e começou a dar para a bebê.

– Suponho que essa criança seja a sua, Harry? – perguntou Lupin, de repente. Pude ver Harry assentir timidamente.

– Como assim? – indagou Weasley-pai, franzindo a testa.

Mais perguntas foram disparadas, e os gêmeos sorriram abertamente.

– Acho melhor se sentarem, para não caírem com o impacto da notícia, sabem? – disse um dos gêmeos, ainda sorrindo e logo conjurando duas poltronas iguais, onde ele e o irmão se acomodaram, como se estivessem prontos para assistirem a coisa mais interessante do mundo. E para eles realmente deve ser.

O Sr. e a Sra.Weasley hesitaram um pouco antes de caminharem e se acomodaram no sofá grande juntamente com Gui, Fleur usou a varinha para invocar um bule e algumas xícaras de chá (que começou a flutuar e servir os convidados) se acomodou ao lado do marido no estofado. Kingsley e Lupin se sentaram nas poltronas e Hermione invocou quatro cadeiras da cozinha, as posicionou em frente aos outros e indicou para que sentássemos. Tive que, praticamente guiar Harry até a cadeira, já que ele parece está um tanto desnorteado. Assim que ele se sentou, me acomodei ao lado dele, Hermione se sentou ao meu lado e Ronald ao lado dela. Dino, que até então só observava tudo com curiosidade, puxou Luna pelo braço para que se posicionassem em um canto da sala.

Todos no cômodo olhavam para nós, o que me fez sentir como se estivéssemos sendo jugados pela Suprema Corte do Ministério.

Respirei fundo e olhei para Harry. Este encarava fixamente o rostinho de Mellisandre, enquanto dava tapinhas nas costas dela depois de ter se livrado da mamadeira. Caramba, como essa menininha mama rápido. Havia uma luz fraquinha e dourada a circulando, o que quer dizer que o resto da magia do núcleo que havia dentro dela voltou a funcionar.

– Pode começar, Harry. – falou Weasley-pai, com um olhar sério.

Pude ver Harry engolindo em seco.

– E-eu não sei bem por onde… por onde devo começar… – gaguejou ele, nervosamente.

– Posso sugerir que comece explicando por qual razão encontramos você e Draco Malfoy em um momento tão íntimo e despudorado? – indagou Kingsley calmamente.

Vi Harry ficando mais e mais vermelho. Disfarçadamente, aproveitei o modo como nossas cadeiras estavam juntas, e toquei a ponta dos meus dedos nos seus como um convite, pude ouvi-lo suspirar, como se estivesse aliviado, então estiquei mais um pouco minha mão e apanhei a dele, entrelaçando nossos dedos de modo que os demais só notariam se se esforçassem muito.

Nossos olhos se encontraram, e tentei lhe passar alguma coragem com o olhar, afinal eu entendo sua preocupação com a reação que essas pessoas podem ter, até por que é a mesma que eu tinha com meus pais. É algo difícil, por que sabemos há uma possibilidade, de para eles ser muito para ser aceito.

Não entendo o porquê de termos que ter esses medos, eles deviam simplesmente nos aceitar, pois o que tem que importar é o amor, não é?

Nossa como estou sendo gay! Convivência com o Harry, só pode.

– Bem…

– Talvez seja melhor deixar que Harry conte tudo desde o início. Será mais fácil para que entendam. – sugeriu Hermione.

– Acho que está certa, Hermione. Prossiga, Harry.

Senti minha mão ser levemente apertada.

– Bem… A a-algum tempo atrás, mais precisamente no dia do funeral de Dumbledore, o professor Slughorn me deu uma poção afirmando ser uma poção estimulante, para que eu me sentisse melhor. – começou Harry, falando sem erguer o olhar do rostinho de nossa filha.

– Pode resumir, Harry? – perguntou um dos gêmeos.

– Não, Jorge, deixe que ele conte tudo, vai ser mais interessante. – falou o outro.

Harry apertou meus dedos novamente e prosseguiu.

– Então, logo após eu tomar a poção, eu terminei meu namoro com Gina… e quando o funeral acabou fiquei sozinho perto do lago e ouvi alguém me chamar até a Floresta Proibida… eu fui até lá e descobri que era o Draco…

– Não pensou que talvez pudesse ser uma armadilha? – perguntou o Weasley-pai.

– E-eu…

– Parem que interrompê-lo, e deixem que ele conte de uma vez. Será que não percebem que está sendo difícil para ele contar isso? – brandeou o Cabeça de Fósforo de repente, surpreendendo a todos, inclusive a mim.

– Está certo, Rony. Desculpe, Harry. Continue.

– E-eu e Draco conversamos e… a poção me fez ter… vontades e… Bem, nós… ficamos juntos.

Tenho que admitir que senti uma enorme vontade de agarrá-lo nesse momento. Ele fica tão sexy com essas bochechas coradas…

– Ficaram juntos…? – indagou a Weasley-mãe. – Em que sentido?

Revirei os olhos e vi um dos gêmeos fazer o mesmo, soltando uma gargalhada.

– No sentido de que eles se agarraram e transaram loucamente na Floresta Proibida, com uma plateia de centauros olhando. – falou ele rindo maliciosamente.

Houve um silêncio constrangedor no ar. A mão de Harry suava, provavelmente por causa do nervosismo.

Ninguém parecia apto a dizer alguma coisa, então me surpreendi quando o Weasley-pai tossiu para limpar a garganta.

– Isso é verdade, Harry? – perguntou ele, olhando fixamente para o moreno. – Você se deitou com… com Draco Malfoy?

Senti minha mão ser apertada. Vi Harry suspirar, como se tivesse tomando coragem.

– Sim, Sr. Weasley. – respondeu ele, firmemente. Ainda sem erguer o olhar.

– Tirando a parte da plateia de centauros. – acrescentei rapidamente.

Todos os olhos voltaram-se para mim. Pude ver muita coisa por trás dos olhares: nojo, desconfiança, acusação…

– Parem de olhar para mim como se eu tivesse estuprado o Harry, por que isso não aconteceu. Foi totalmente consensual! – brandeei irritado.

– Vocês estão juntos desde então? – perguntou Lupin, nos encarando com seriedade.

– Sim. – respondi, antes que Harry pudesse dizer o contrário.

– Mas… vocês são dois homens… – falou Weasley-pai parecendo chocado.

– Ah não, jura?! Eu não tinha reparado… – resmunguei com sarcasmo.

– Draco. – Harry me repreendeu.

Bufei irritado e o encarei.

– Ah, Harry, fala sério, para que eles tem que se importar tanto com o fato de sermos homens?! Isso é ridículo, o que deveria contar não é o sentimento? – falei.

Houve mais um tempo em silêncio. Senti os olhos de Lupin em mim novamente, me olhando como se estivesse intrigado.

– Como pode estar junto com ele? Harry, não é só o fato dele ser um homem, ele também é um Comensal da Morte! – exclamou o Weasley-pai, depois de me fuzilar com os olhos.

– Eu sei. M-mas eu… gosto dele…

– Mas, Harry, eu pensei que fosse interessado na Gina. Vocês até namoraram. Eu não fazia ideia que pudesse gostar de outra pessoa, ainda mais um homem! Não que eu tenha algo contra isso, mas… – Weasley-mãe começou a dizer.

– Que bom que a Senhora não tem nada contra, – falei. – se não, iria ficar realmente chateada em saber que seu filhinho caçula, Ronald, esteve apaixonado pelo Harry durante todos esses anos. Admito que se Harry não me amasse teria sido difícil competir com ele. E acredite ele batalhou muito para nos separar, até conseguiu um beijo do Harry, a Senhora acredita?

Harry espremeu meus dedos em sua mão novamente, e tive que me esforçar para não gemer de dor. Olhei para ele e ele olhava de maneira séria para o rostinho de Mellisandre, tentando acalmar a vergonha que estava estampada em sua face através das bochechas rubras. E ele não era o único, Ronald estava tão vermelho, que me pergunto se não vai desmaiar.

Os gêmeos gargalharam alto.

– Não perdeu tempo em maninho. – caçoou um deles.

– Viu, Fred, eu disse que essa visita seria divertida! – falou o outro.

– Isso é v-verdade, Rony? – gaguejou a Sra. Weasley, parecendo tentar assimilar a informação. Ronald permaneceu em silêncio, então a mulher se voltou para o pimentão ao meu lado. – Harry?

Ele suspirou. Em seguida respondeu sem levantar os olhos.

– Sim, Sra. Weasley. M-mas – ele suspirou novamente e ergueu um pouco os olhos. – isso aconteceu num momento de fraqueza! Foi quando Draco havia me deixado, e eu não…

– Espere um instante, Draco havia lhe deixado? – interrompeu Lupin, franzindo o cenho.

– Bem, ele foi chantageado. Uma garota que estudava em Hogwarts, chamada Astoria Greengrass, descobriu sobre nós e o chantageou, afirmando que se ele não rompesse comigo, ela contaria tudo a Você-Sabe-Quem.

Chantagem? – indagou Weasley-pai. – É o que ele diz, Harry, mas quem pode garantir que não é uma mentira? Ele é um Comensal e não é de confiança!

– Ele não faria isso. Eu confio nele! – disse Harry, erguendo pela primeira vez o olhar.

– Confia mesmo, Harry? – questionou Sr. Weasley novamente. – Ele te deixou uma vez. Quem garante que não está te enganando? Não podemos confiar em alguém incerto assim. Não percebe o perigo que está correndo? Estamos sempre tentando te proteger, mas você nos trai se colocando em perigo assim!

Será que ninguém percebe que se eu quisesse realmente entregar meu Harry, eu já o teria feito?

Vi Harry apertar os olhos parecendo nervoso.

– Minha intenção não era trair ninguém. Me desculpe. – murmurou ele, parecendo chateado. – Mas eu sinto muito, não quero mais me afastar dele. E-Eu não posso. Eu nunca senti dor pior…

Senti a culpa me atingir e meu coração apertar com esse comentário. Acariciei as costas de sua mão com o polegar.

– Sim, eu posso imaginar o que sentiu, Harry. Mas por Merlim, vocês são inimigos, como acabaram assim?

– Não somos inimigos. – discordei.

– Não era o que me parecia, Malfoy. – discordou Weasley-pai. – Você era inimigo do Harry e nunca se esforçou para mudar isso. Como quer que acreditemos agora que o ama?

– Não importa o passado dos dois. – falou Lupin, ainda me encarando. – Estive um ano lecionando em Hogwarts, e tudo o que vi nas brigas de Harry e Draco, foram duas crianças se desentendendo e contendo sentimentos fortes uma pela outra, embora eu não possa dizer se eram sentimentos bons ou ruins. Não devemos nos prender ao que eles foram e sim avaliar o que são no momento. Contudo, ainda não confio nas intenções de Draco para com o Harry.

– Mas eu confio nele. Ele mudou de lado por minha causa. Eu decidi confiar nele e vocês tem que respeitar minhas decisões. – falou Harry.

Me senti feliz e irritado ao mesmo tempo; feliz por ver meu Harry empenhado em me defender, e irritado por que eles estão falando de mim como se eu não estivesse presente.

– Eu respeito sim suas decisões, Harry, mas também temos que levar em conta o fato que você puxou muito do Tiago. Você confia cegamente nas pessoas. Vi isso naquele dia que fomos te buscar na casa dos seus tios, todos sabíamos que claramente alguém entre nós havia nos traído e entregado o plano dos sete Harry’s, mas você se recusou a desconfiar de alguém. Harry, não estou dizendo que está errado, posso notar que o ama, mas não pode confiar totalmente nele baseado apenas em sentimentos. Tem que pensar nos fatos. Seu pai foi sentimental e acabou sendo traído por Pedro Pettigrew, pessoa que sempre esteve ao lado dele e que ele julgava ser de confiança. Sempre haverá uma suspeita e não há como mudar isso, levando em conta que ele ainda é um Comensal. E é disso que estamos falando. – falou Lupin. – Por favor, não nos leve a mal, eu sei que talvez ele tenha realmente mudado de lado por gostar de você, mas tem que entender que não a como saber se isso realmente aconteceu. Tudo que temos é a palavra de um Comensal da Morte, e isso não basta.

– Para mim, basta.

– Harry, ouça a voz da razão, Malfoy nenhum é confiável. – disse Weasley-pai. Se curvando e apoiando os cotovelos nos joelhos. – Ele decidiu seguir os caminhos do pai. É uma cópia exata de Lúcio Malfoy.

– Como se atreve a dizer algo assim?! – falei me levantando, perdendo de vez a paciência. – O Senhor nem me conhece! Estive quieto até o momento, mas para mim já deu. Entendo perfeitamente sua desconfiança e compreendo. Mas não fale de mim como se eu não estivesse aqui. Não sabe como estou me esforçando para não tocar um foda-se nessa merda, e dizer umas boas verdades a meu modo, a vocês, mas sei que não é isso que Harry ia querer que eu fizesse. – vi que ele ia abrir a boca para rebater, mas não dei chance. – Vocês realmente devem achar que Harry é burro, ou algo assim, não é? Acham mesmo que ele, correndo todo esse perigo de ser morto pelo Lorde das Trevas, simplesmente passou a confiar em mim, de uma hora para outra, só por que transamos e por que me ama?! – olhei para o rosto de cada um, e não dei tempo para que ninguém respondesse. – Acham que ele também não desconfiou?! Que Hermione ou o Cabeça de Fósforo não desconfiaram? Se eles confiam em mim, deve ter um motivo, não acham? Mas isso não importa agora. Quero que saibam que pouco me importa a opinião de vocês, se confiam ou não em mim, não interessa, só me importo com a opinião do Harry, mas como ele se importa com o que vocês pensam, e sei perfeitamente que não desistirão de tentar fazê-lo, como é que você disse mesmo? Ah, sim, “ouvir a voz da razão”, e como sei que isso vai demorar, por que ele me ama, já estou ficando entediado com essa conversa que não levará a nada. – olhei para Lupin. – Você disse que não há como provar se estou realmente falando a verdade. Querem provas concretas de que sou de confiança? Sugiro Veritaserum.

Todos ficaram em silêncio me olhado chocados. Harry me encarava com os olhos arregalados.

– Tenho que admitir que é uma excelente ideia, Malfoy, mas como conseguiremos uma dose dessa poção? – indagou Gui, quebrando o silêncio.

– Tem muito Veritaserum na minha casa. O Lorde das Trevas usa para interrogar os prisioneiros, as vezes… – comentei, mas quando vi todos estreitarem os olhos, percebi que tinha falado a coisa errada. Engoli em seco. – Enfim… posso chamar minha elfa, Tibbi, e pedir para que ela busque um frasco.

– Não! – exclamou Harry de repente, me puxando pela mão para que eu voltasse a me sentar. – Você não precisa fazer isso! Eu confio em você, não quero que tome essa poção. Não precisa se submeter a isso Draco…

– Não se preocupe, Harry, eu não me importo em fazer isso. – falei, entrelaçando novamente nossos dedos, dessa vez sem me importar em esconder dos outros. – Irá nos poupar tempo. Não tenho nada a esconder.

A não ser um monte de coisas vergonhosas que se passam em minha cabeça, e que fariam meus ancestrais Malfoys se revirarem nos túmulos se ouvirem-nas serem ditas em voz alta, mas se isso fizer com que esse povo chato pare de me perturbar com desconfianças, não me importo em pagar alguns micos.

Harry suspirou e olhou assustado para Hermione depois voltou a me olhar, como se quisesse me dizer algo. Não estou entendendo nada.

– Pois muito bem, Sr. Malfoy. Acho essa sua decisão muito corajosa e honrada. Chame a elfa. – murmurou Kingsley.

Respirei fundo.

– Tibbi, venha! – chamei. Imediatamente dois estalos altos se fizeram presentem e Tibbi apareceu no centro da sala, acompanhada de… – Dobby? O que faz aqui, eu chamei a minha elfa!

– Dobby veio por vontade própria, Senhor. Dobby quer ajudar Tibbi que veio ajudar o senhor que é pai da filha de Harry Potter, e como Dobby é um elfo livre, então…

– O.k. O.k. Elfo livre, já entendi. Faça o que quiser. – falei, revirando os olhos, e ignorei a testa franzida dos demais que não haviam entendido o comentário do elfo. – Tibbi, preciso que vá até a mansão e me traga um frasco de Veritaserum. E, por favor, faça isso sem que ninguém veja, inclusive meus pais.

– Sim, Sr. Malfoy. Tibbi apanhará a poção sem ser vista. – respondeu ela, aparatando logo em seguida, juntamente com Dobby.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos.

– Sabe o que ainda não entendo? – perguntou o Weasley-pai, seriamente. – Rony, Hermione, como puderam deixar Harry se expor a um perigo assim? Vocês concordaram com essa loucura?

– Sr. Weasley, Malfoy tem se provado ser alguém de confiança. No começo eu até suspeitei, mas depois pude ver com meus próprios olhos o quanto dele gosta do Harry. – disse Hermione, logo suspirando pesadamente. – Então sim, eu concordei.

– Bem… eu não concordei no começo… e ainda não vou com a cara do Malfoy, mas… bem, se ele faz Harry feliz, então… – comentou Ronald, nervosamente.

Pude ouvir um dos gêmeos comentarem algo como: “É claro que ele não concordava, afinal ele queria traçar o Harry. Muito bem maninho, um bom jogador tem que saber a hora de desistir”.

– Vocês concordaram?! Ele é Draco Malfoy, Ronald! E Hermione, você é uma nascida trouxa, sabe como ele é preconceituoso e…

– Ele mudou. – disse a garota dando de ombros.

– Não entendo vocês. Como puderam deixar Harry ficar com ele sabendo quem ele é e tudo o que já fez…

– Eu não preciso de permissão, Sr. Weasley. Com todo respeito, mas eu sou maior de idade. – disse Harry, um tanto ríspido, com um tom misteriosamente parecido com o meu. Tô vendo que não foi somente eu que aprendi coisas com ele. Ai que orgulho do meu moreno. – Eu decidi parar de desconfiar de Draco. Sempre que alguém diz algo sobre o que ele é, ou o que já foi, eu começo a me perguntar se estou tomando a decisão certa ao confiar nele, ou se há alguma possibilidade dele estar me enganando. Mas agora, pensando em tudo o que ele já fez e sacrificou por mim e por Mellisandre… vejo que sim, posso confiar. E decidi que nada do que disserem vai abalar essa confiança.

Olhei para ele orgulhoso e um pouco aliviado com o que ouvi. Essa é a primeira vez que aprecio realmente a coragem Grifinória.

– Harry, com toda essa bagunça eu esqueci de perguntar. Quem é esse bebê que você carrega? – perguntou a Sra. Weasley, provavelmente tentando quebrar o clima pesado, e esticando um pouco o pescoço para tentar ver o rostinho da bebê.

Vi Harry engolir em seco e apertar minha mão novamente. Droga, e eu pensando que a parte difícil de contar a eles já havia passado.

– E quem é a Mellisandre que você mencionou? – perguntou Kingsley, franzindo o cenho.

Decidi responder por Harry.

– Essa criança que está com Harry se chama Mellisandre Áurea Malfoy P…

– Malfoy? – Weasley-pai me interrompeu. – Essa bebê é sua filha?

– Sim…

– Não sabia que tinha se casado. Você não está com Harry?

– Eu não me casei. E sim, estou com Harry.

Todos se entreolharam surpresos, todos menos Lupin. Percebi que eles estavam tirando as conclusões erradas.

– Mas… ela é tão pequena. Tem quantos meses? – perguntou a Sra. Weasley.

– Ela nasceu ontem. – falei, calmamente e sorri ao ver a cara de chocados dos demais.

– Como? Então, você já estava com Harry quando engravidou a mãe dela? Você traiu Harry! – exclamou o Sr. Weasley. – Você aceitou isso, Harry?

Houve um suspiro alto de impaciência, que percebi vir de Lupin.

– Digam logo a eles. Eles precisão saber de uma vez. – disse ele.

Olhei para Harry, que assentiu e respirou fundo, provavelmente reabastecendo seu estoque de coragem Grifinória.

– Ela é minha filha. – falou de uma vez.

Houve um breve silêncio.

– Como assim, Harry? Você quer criar a filha de Malfoy como se fosse sua, é isso querido? – questionou a Sra. Weasley.

– Não. Eu quero dizer, que ela é mesmo a minha filha. – explicou ele.

– Eu entendo que você a veja como sua, já que tem relacionamento com Malfoy, mas, a mãe dela não vai estranhar o fato de…?

– Sra. Weasley, ela é minha filha de sangue. Não adotiva. Eu sou a mãe… digo, pai dela! – falou Harry impaciente. Suas bochechas corando de maneira extremamente fofa.

Todos franziram o cenho em confusão. Então Harry começou a se explicar.

– Bem… Vocês lembram que depois da minha transferência para A’ Toca, eu fiquei um pouco adoentado? Sempre vomitando e tendo tonturas que me fizeram até mesmo desmaiar? – perguntou ele timidamente, e os demais assentiram. – Quando Hermione e eu fomos ao St. Mungos, descobrimos que eu estava… q-que eu estava g-grávido. A poção que o professor Slughorn havia me dado em Hogwarts afirmando ser uma Poção Estimulante, era na verdade, uma poção muito rara, chamada Poção Gestante. Essa poção fez com que eu engravidasse do Draco naquele dia na Floresta Proibida.

Tudo bem, se fosse em outra ocasião, eu teria rido muito com a cara que todos fizeram com essa descoberta. Me pergunto se eu também fiz essa cara de idiota quando soube que ia ser pai. Hmm, acho que não. E mesmo que eu tenha feito, acho que eu estaria belíssimo de qualquer jeito, então não há razão para me preocupar.

– Gravidez? Isso é sério? – perguntou a Sr. Weasley, claramente tentando assimilar a situação. – M-mas você é um homem… Por Merlim.

– Quando Gui nos chamou, não pensei que a situação aqui fosse tão séria. – comentou Kingsley, nervosamente.

– Eu não imaginei que Poções Gestantes pudessem engravidar até mesmo homens, eu era uma criança na época em que ela foi proibida pelo Ministério. – falou a Sra. Weasley pensativa, como se estivesse se lembrando de algo. – Foi por isso que você estava tão estranho quando chegou do hospital, sem nem sequer nos contar o que tinha…

– Foi… Eu estava em choque naquele momento. – contou Harry de cabeça baixa, brincando com uma mãozinha de Mellisandre. – Eu fui criado por trouxas, não fazia ideia que um homem pudesse engravidar. Era… assustador.

– Por que diabos vocês não nos contaram sobre isso? – perguntou o Sr. Weasley, e Ronald e Hermione se moveram desconfortáveis na cadeira. – Harry tem ideia do tamanho do perigo que correu? Esconder uma gravidez, por Merlim! Se Você-Sabe-Quem descobrir sobre isso, essa criança correrá um enorme perigo! Isso se ele já não souber…

– Ele não sabe! – o interrompi. – Até o momento somente meus pais e Astoria sabem. Mas Astoria ainda pensa que está me chantageando, então ainda terei um tempo para pensar no que fazer com ela.

– Contanto que não a beije novamente… – disse Harry de repente, e logo se lembrou que todos estavam na sala e corou violentamente.

Fred e Jorge riram como nunca. Esses gêmeos são realmente inconvenientes. Me lembram a mim mesmo.

Me virei para meu moreno, sorrindo para seu ciúme.

– Isso nunca mais vai acontecer, Harry. Prometo.

Ele suspirou parecendo ao mesmo tempo aliviado e ainda mais constrangido.

– Como podemos saber se seus pais são de confiança? – questionou Sr. Weasley, parecendo fazer o possível para fingir que não ouviu minha conversa com Harry.

– Mellisandre é minha filha e neta deles! Minha mãe nunca faria nada que a prejudicasse, e meu pai é covarde demais para dizer alguma coisa. – afirmei sinceramente.

– Harry, você só tem 17 anos… é tão novo para ser pai. – falou a Sra. Weasley.

– Mas agora eu já sou. – disse ele erguendo o olhar. – Eu não queria que tivesse acontecido, mas já que aconteceu eu tive que aceitar. E… eu já amo tanto minha filha.

Todos encararam Harry por alguns segundos. Vi vários tipos de emoções em seus olhares.

– Draco, você disse que ela nasceu ontem? – perguntou Lupin e eu assenti. – Mas… o funeral de Dumbledore não fazem nem oito meses, pelas minhas contas, ainda faltaria dois meses para que a gestação de Harry acabasse.

– Harry teve um parto prematuro. – contou Hermione. – Nós tivemos alguns problemas e ele acabou sendo atingido por uma faca que rompeu o núcleo que carregava a criança… Então tivemos que fazer o parto o mais rápido que pudemos, para salvar os dois.

– A saúde dela está boa, querem que eu dê uma olhada? – tornou a perguntar o lobisomem.

– Ah, não se preocupe, a saúde dela está boa. Demos a ela ontem uma poção para ajudar o organismo dela a funcionar corretamente. – explicou a garota. – E, como puderam ver quando chegaram, dei a ela uma poção para envelhecer, em um ou dois dias ela estará do tamanho de uma criança que nasceu aos nove meses.

– Muito esperta, Hermione. – elogiou ele.

– Graças aos céus deu tudo certo! Eu sabia que essa missão seria perigosa, e Harry… – a Sra. Weasley olhou para ele severamente. – mesmo sabendo da sua gravidez e dos riscos, você foi nessa maldita missão colocando você e sua filha em risco!

– Sra. Weasley, eu fiz o possível para manter Harry e a criança bem. – disse Hermione, tentando ajudar Harry que parecia perdido. – Draco arrumou poções para repor magia e eu fiz Harry comer nas horas certas e…

– Mas ainda assim foi perigoso! – assistiu a mulher. – Se não tivessem partido nessa missão absurda, eu teria cuidado de Harry e o ajudado no que precisasse! Por Merlim, e se seus mantimentos acabassem e…

– Mas acabaram, mamãe. Lembra que Fred e eu levamos alguma comida para eles? – disse Jorge. – Nesse dia Harry estava parecendo uma abóbora de tão grande.

– Nem era tanto assim. – resmungou Harry.

– Espere um instante, vocês sabiam isso esse tempo todo?! – indagou a Sra. Weasley com uma voz, que tenho que reconhecer, é assustadora, encarando os gêmeos, que não se deixaram intimidar.

– Claro que sim, mamãe. – respondeu Fred, com um ar superior. – Harry nos ama e nos conta tudo.

– Ou vocês simplesmente usaram chantagem emocional para fazer com que ele contasse, não é? – falou Ronald rindo.

– Isso também, maninho. – respondeu Jorge rindo.

– Ainda não entendo, por que não nos contou nada, Harry. Poderíamos ter lhe ajudado de alguma forma. – falou Sr. Weasleys.

– Eu… tive medo. – disse Harry, ajeitando Mellisandre em seu colo.

– Medo de que?

– Mamãe já não queria que partíssemos na missão, se descobrisse da gravidez de Harry, iria surtar e o prenderia até em uma gaiola se isso o impedisse de ir. – falou Ronald, como se fosse óbvio.

– Não é para tanto, Rony! Eu certamente os impediria de ir, mas jamais prenderia o Harry em uma gaiola! – retrucou a Sra. Weasley, com um tom ofendido.

Ronaldo e os gêmeos reviraram os olhos.

Harry suspirou.

– Eu também não contei por que senti medo de que vocês… me julgarem por estar apaixonado por um homem… ou se decepcionassem comigo. – disse ele, acariciando a bochecha rosada de Mellisandre. – Quer dizer, eu já dava problemas demais somente por ser Harry Potter. Não queria trazer mais problemas para vocês. Eu tinha consciência de que essa gravidez só deixaria tudo ainda mais complicado.

Houve um breve momento de silêncio. Puxei a mão de Harry para se entrelaçar a minha novamente.

– Harry, querido, nós jamais te julgaríamos. Tenho que admitir que estou chocada, mas… você é como um filho para mim, eu teria o ajudado. Todos teríamos te ajudado. E sobre o fato de estar apaixonado por um rapaz… bem, nunca pensei que fosse dizer isso, mas Malfoy tem razão, o que importa são os sentimentos. Se você o ama e ele estiver sendo sincero com você, vocês terão todo o meu apoio. – falou a Sra. Weasley, de forma carinhosa. – E eu entendo que estava com medo, mas nos contar poderia ter tornado as coisas mais fáceis.

– Foi exatamente isso que eu disse a Hermione no dia em que visitei o Largo Grimmauld e acabei descobrindo tudo depois que Harry desmaiou. – disse Lupin. – Nós poderíamos ter te ajudado, Harry. Depois de resolver as coisas com Tonks eu até voltei ao Largo Grimmauld alguns dias depois de minha visita, para checar se estava tudo bem, mas a casa estava enfestada de Comensais. Por pouco não me apanharam. – ele se curvou para apoiar os cotovelos nos joelhos. – Fiquei preocupado, por que a magia do Harry estava sendo sugada pela criança. Como conseguiram se virar esse tempo todo em que estiveram viajando?

Hermione e Ronald passaram a explicar tudo o que ocorrera durante o tempo de gestação do Harry, ocultando somente algumas coisas. Olhei para o moreno ao meu lado, e ele parecia um pouco assustado, me senti tentado a abraçá-lo. Mellisandre estava com seus olhinhos extremamente verdes abertos e com uma mãozinha na boca. Tão adorável. Eu tenho uma família realmente linda, se não fosse pela guerra que está por vir, tudo poderia estar perfeito.

– Harry, posso segurá-la? – perguntou a Sra. Weasley de repente, me tirando de meus devaneios.

– Sinto muito, Sra. Weasley, mas Harry tem que segurá-la por uma hora. Efeito da poção para envelhecer, sabe? – falou Hermione.

– Ah, sim, entendo. Mas, pelo menos, pode trazê-la para que eu possa olhar mais de perto? Gosto tanto de crianças…

Já deu para notar que ela gosta de crianças, né? Afinal a mulher tem sete filhos!

– Claro.

Harry soltou minha mão e foi até eles. Todos se levantaram para ver nossa filha, inclusive os gêmeos.

– Céus, como ela é linda. – murmurou Sra. Weasley, sorrindo e pegando uma mãozinha.

– Tiago e Lilian teriam ficado tão feliz. Especialmente por causa dos olhos… – comentou Lupin rindo.

– Tem os seus olhos, Harry… – falou o Sr. Weasley, também sorrindo.

– É mais o resto é do Malfoy. Até mesmo os cabelos oxigenados… – falou Fred, e quando viu o olhar mortal que Harry lhe lançou, acrescentou: – Mas ela é linda. Essa bruxinha vai dar trabalho quando crescer.

Trinquei os dentes somente em pensar. Qual é, ela só tem um dia nascida e já estou me preocupando com homens?! Sacudi a cabeça espantando esses pensamentos.

– Especialmente perto do meninão do Remo, não é? – disse Jorge.

– Um menino? – perguntou Harry, sorrindo para Lupin.

– Ainda não sabemos, mas Tonks acha que é. – falou ele orgulhoso. – Mas logo iremos descobrir, não é? Afinal, agora pode nascer a qualquer momento.

Harry deixou o sorriso morrer, enquanto encarava Lupin.

– Eu… eu gostaria de me desculpar, Remo. - disse ele. – Da última vez que nos encontramos, eu te ofendi e…

– Mas você estava certo, Harry. – cortou o lobisomem. – Eu realmente estava sendo um covarde, não precisa se desculpar. Até por que, você estava em uma situação complicada, não é?

Harry sorriu parecendo aliviado. Os outros continuaram mexendo com Mellisandre. Percebi que o único que ainda estava pensativo e calado era Kingsley.

Eu ia perguntar o que havia de errado, mas um estalo alto ecoou pelo cômodo. Tibbi e Dobby correram até mim.

– Desculpe a demora, Sr. Malfoy. Tibbi teve alguns problemas para pegar a poção sem ser vista. – contou a elfa, temerosa.

– O que aconteceu?

– A Srtª. Greengrass, Senhor. Ela estava na biblioteca, não havia como Tibbi pegar a poção que estava no cofre, meu senhor. – contou a elfa. – Tibbi teve que esperar, meu senhor.

Pelo canto do olho vi os outros voltarem a se sentar, e Harry voltar para meu lado.

– Mais o que aquela maldita estava fazendo lá? Você ouviu alguma coisa, Tibbi? – perguntei, com raiva.

– Sim, meu amo. Tibbi ouviu a senhora Narcisa comentar que ela está lá desde o nascer do sol, e que afirma que só iria embora quando o senhor chegasse, senhor. Tibbi teve que esperar até que ela fosse embora, para apanhar a poção, meu senhor.

A elfa estendeu o frasquinho com o Veritaserum, e eu apanhei nervosamente.

Maldita Astoria. Em algum momento eu terei a chance de matá-la, e quando esse momento chegar eu não desperdiçarei.

– Você ouviu ela dizer alguma coisa antes de ir embora, Tibbi?

– Sim, jovem amo. Ela gritou com meus senhores, exigindo saber onde o senhor está, mas eles não disseram, meu senhor. Então, a senhorita Greengrass gritou dizendo que se o senhor não estiver lá amanhã, ela contará tudo o que sabe a Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. – a vozinha fina de Tibbi parecia muito amedrontada.

Suspirei.

– Obrigado, Tibbi. Pode ir, e não conte jamais a ninguém o que houve aqui, ou onde é esse lugar. – ordenei e ela se curvou.

– Sim, jovem amo. Tibbi não contará.

E então ela pegou na mão de Dobby e ambos desapartaram. Espere um instante, esse elfo sem vergonha pegou na mão da minha elfa?!

– Draco? – Harry me chamou. Olhei para ele. – O que vai fazer agora?

– Eu ainda não sei. – Harry abaixou os olhos parecendo triste e preocupado. Levei minha mão ao seu rosto acariciando sua bochecha, que imediatamente corou como um pimentão por estarmos em público. – Não se preocupe, o.k.? Não deixarei Astoria contar nada.

– Por favor, evitem se agarrar na nossa frente, sim? – disse um dos gêmeos caçoando.

– Oh, mais isso não é agarração. Se quiserem Harry e eu mostramos a vocês exatamente como é uma agarração, mais tarde. – falei rindo maliciosamente.

– Draco! – exclamaram Harry e Hermione em uníssono, o moreno afastou minha mão de seu rosto ainda mais vermelho, enquanto Ronald corava até as orelhas e os gêmeos se contorciam de rir.

Ouvimos alguém tossindo e paramos de rir imediatamente. Kingsley olhou para mim com seriedade.

– Você já tem o Veritaserum. Pode tomar uma gota. – disse ele.

– C-claro.

Tirei a tampa do frasquinho, e o levei a boca, mas antes que eu pudesse beber Hermione praticamente gritou:

– Não! – todos olharam para ela sem entender. – Draco, não é uma boa ideia você beber essa poção. – disse ela. – O Harry e o Rony concordam comigo, não é?

– Com certeza. – disse Harry rapidamente, parecendo muito nervoso.

– Se vocês estão dizendo… – disse Ronald, parecendo confuso.

Franzi o cenho em confusão.

– Por que não é uma boa ideia? – indaguei.

– Harry, Hermione, se querem que confiemos no Draco, essa será a maneira mais rápida e mais fácil… – explicou Lupin, de forma calma.

– Mas…

– Harry, é sério, eu não tenho nada a esconder. E tenho certeza que ninguém perguntará nada sobre nossas intimidades, então pode ficar tranquilo. – falei, e Harry começou a corar novamente depois que eu falei sobre as intimidades.

Levei o frasco a boca novamente.

– Draco, não…! – exclamou Hermione, mas foi tarde demais.

Um pouco do líquido caiu na minha boca. Merda, eu não deveria ter tomado só uma gota? Será que tomar essa quantidade fará mau? Bem, agora já foi.

Respirei fundo, sentindo uma certa sensação de leveza.

– Então, Malfoy fala aí sobre as suas intimidades com Harry… – falou um dos gêmeos rindo.

– Bem, nos sempre nos beijamos, e não é qualquer beijinho não, é uns amassos legais e quentes, com direito a mão boba e tudo. E sempre que estamos sozinhos acabamos transan… – levei minhas duas mãos a boca, tentando impedir que o resto saísse. Eu falei tão rápido que quando vi já havia falado.

– Draco! – exclamou Harry.

Merda.

Os gêmeos começaram a gargalhar alto. O Sr. Weasley tossiu tentando disfarçar o desconforto. Olhei para o lado e vi Harry com os olhos arregalados e as bochechas mais vermelhas que nunca. E ele não era o único, Ronald se encontra quase roxo de vergonha.

– Quantas vezes você e o Harry já transaram? – perguntou o outro gêmeo, rindo.

– Fred e Jorge, já chega! – exclamou a Sra. Weasley.

Tirei a mão da boca, pronto para dizer que não era da maldita conta deles, mas o que saiu foi:

– Umas cinco ou seis vezes, não sei dizer precisamente quantas vezes foram, por que no dia em que eu descobri que seria pai, Harry e eu nos empolgamos lá no quarto do apartamento e eu meio que perdi a conta… – levei as mão a boca novamente. Não pude evitar de corar.

Como eu pensei antes, esses gêmeos são completamente inconvenientes.

Ouvi um chiado que me lembrou um gato sendo estrangulado, ao meu lado. Harry estava até suando de tão vermelho, que me pergunto se ele está bem.

– Hermione, por Merlim, você conhece algum feitiço que cave um buraco bem fundo? – perguntou ele com a voz falha.

Os gêmeos começaram a rir novamente.

– O Harry geme alto? – perguntaram ainda rindo.

– COMO É QUE É?! – berrou Harry, parecendo desesperado, e então olhou para mim. – Draco, mantenha essa sua boca fechada, pelo amor de Deus!

Apertei minhas mãos sobre minha boca quase me sufocando, mas a poção parece fazer a resposta gritar em minha mente. Gemi, frustrado…

– Chega! Fred, Jorge, mais uma pergunta e eu juro que enfio o resto daquela poção goela abaixo dos dois! – gritou a Sra. Weasley, fervendo de raiva.

Gemi novamente… a resposta queria sair, se eu abrir minha boca, Harry com certeza me matará.

– Hermione, faça alguma coisa! – implorou ele.

Estou me sufocando, preciso retirar a mão da boca…

ABAFFIATO! – berrou a menina, apontando a varinha em minha direção, de modo que somente Harry ouviria o que eu disser.

E foi bem a tempo…

– Sim, ele geme alto… e também grita. Mais isso só aumenta o tesão! – falei em disparada. E suspirei aliviado quando vi que ninguém havia escutado.

Olhei para o lado e vi Harry me fuzilando com os olhos.

– Idiota, eu disse para não tomar a poção! – disse ele, tentando acalmar Mellisandre que havia começado a chorar por causa da gritaria.

– Relaxa, Harry. Está tudo sob controle. – falei sorrindo. – E você é muito sexy com vergonha. Da vontade de morder.

– Como é? – perguntou ele corando.

– Acho que eu tomei mais do que deveria da poção… eu tô falando tudo o que penso. – Droga, Draco. E se eles perguntarem das…

Antes que ele terminasse, o barulho da risada dos gêmeos voltou a nos atingir. O que indica que Hermione retirou o Abaffiato.

– Ele ficou coradinho, o que você falou para ele em Dr… – antes que gêmeo terminasse a pergunta a Sra. Weasley o olhou de uma forma assustadora e ele se calou.

Ufa.

– Malfoy, falaremos de coisas sérias. O que exatamente Greengrass sabe para te chantagear? – perguntou Kingsley, ignorando as brincadeiras dos gêmeos.

– Ela sabe tudo. Sobre eu ter dormido com Harry na Floresta Proibida, a gravidez e nosso namoro. – contei.

– Foi você quem contou a ela?

– Não.

– Essa garota pode ser um problema, Remo… – disse a Sra. Weasley, com um olhar preocupado.

– Sim, eu sei, Molly. Mas agora tenho que perguntar… Draco, o que realmente sente pelo Harry? – questionou Lupin, me olhando de forma avaliativa.

Respirei fundo, rezando para que eu não dissesse besteiras.

– Eu sempre gostei do Harry, desde Hogwarts, por isso eu implicava tanto com ele. Por que ele é Harry Potter, e certamente não repararia em mim se eu não fizesse algo para chamar sua atenção. Mas eu só percebi que sentia isso depois daquele dia na floresta, por que antes eu pensava que o odiava. Ele rejeitou minha amizade no primeiro dia de aula, por preferir o Ronald, isso feriu meu ego e como eu era muito novo, constatei que o que sentia era ódio. – engoli em seco. – Mas, depois do ocorrido na floresta eu finalmente descobri o que eu sentia. Acho que o amo. Embora eu só tenha conseguido dizer isso com todas as letras uma única vez, quando pensei que talvez pudesse perdê-lo… ele estava sangrando muito… Eu me desespero em pensar que ele possa correr algum perigo. Me machuca vê-lo se arriscar. Eu sinto meu coração disparar ao vê-lo sorrir ou simplesmente olhar para mim… E quando ele me toca, ou cora, eu sinto uma vontade quase descontrolada de abraçá-lo. Cada simples reação dele desperta algo dentro de mim. Não posso dizer com toda certeza se isso é amor, por que eu nunca amei ninguém antes. Mas já estudei a teoria, e posso afirmar que bate exatamente com que sinto, afinal nunca senti algo tão forte assim por alguém.

Assim que terminei de falar, senti meu rosto corar como nunca. Droga, eu nunca fui tão malditamente gay e sincero ao mesmo tempo.

Houve alguns longos minutos no silêncio, onde puder ver a incredulidade, estampada no rosto de cada um, inclusive do próprio Harry. Ele me encarava com os olhos arregalados e marejados, como se nunca tivesse me visto na vida.

– Caramba, eu tinha quase certeza de que ele estava mentindo sobre os sentimentos dele. – comentou Gui, que até então se manteve em silêncio, e cruzou os braços. – Nossa, não posso acreditar no que ouvi…

– Foi realmente surpreendente, e lindo. – murmurou Fleur, sorrindo.

– Isso realmente foi bem… esclarecedor. – concordou Lupin, sorrindo para mim e se encostando mais relaxado na poltrona.

Harry continuou me encarando.

– Malfoy, você realmente trocou de lado por causa do Harry? – perguntou o Sr. Weasley.

– Sim, por Harry e por nossa filha. Pretendo convencer minha mãe afazer o mesmo, por que no momento em que a guerra chegar eu não conseguiria lutar contra o Harry, mas se eu tiver que enfrentar meus pais, enfrentarei.

Recebi mais olhares incrédulos.

– Você entregaria Harry a Você-Sabe-Que?

– Não, como eu disse, eu troquei de lado.

– Alguém te mandou aqui para espionar, ou para conquistar o Harry e enganá-lo?

– Não. Que parte do “troquei de lado” o senhor não entendeu?

– Por que virou um Comensal da Morte? – perguntou Kingsley de repente.

– Por que meu pai me obrigou. O Lorde das Trevas pediu a ele, e ele simplesmente me obrigou. – contei, fitando minhas próprias mãos. – Mas o que o Lorde queria mesmo era se vingar do meu pai por ter perdido a Profecia e deixado Harry a quebrar. A vingança dele era simples, ele queria que eu falhasse em matar Dumbledore, por que ele sabia que eu falharia, assim ele poderia me matar.

– O que sentiu quando recebeu essa missão? – perguntou Hermione, me olhando com pena.

– Nervoso, amedrontado, apavorado, triste… desesperado e um pouco… confiante. – respondi, ainda fitando minhas mãos. – Eu estava com medo, por que eu sabia que nunca conseguiria vencer Dumbledore em um duelo, e caso vencesse eu não conseguiria matá-lo. Mas eu me fiz de forte e orgulhoso, e tentei… mas não dei o máximo de mim, por que eu não queria matar Dumbledore. Nunca fui muito com a cara do velho, mas daí a matá-lo… Enfim, eu sabia que Harry estava me seguindo e no fundo eu pedia a Merlim para que ele me parasse. Foi horrível, e ainda me sinto culpado. Me sinto envergonhado sempre que vejo o retrato dele sorrindo para mim na sala do diretor em Hogwarts.

Mais algum tempo em silêncio, enquanto eles se entreolhavam. Harry continua me fitando.

– O que sente quanto a Rony e Hermione? – questionou novamente Sr. Weasley.

– Não vou com a cara de Ronald. Em todo esse tempo em que estive com Harry, percebi os olhares de desejo que esse ruivo idiota nem disfarçava em lançar, minha única vontade era dar um soco na cara dele e azará-lo. – falei, sorrindo. Pelo canto do olho vi Ronald se ajeitar na cadeira corando novamente. – Mas agora que ele finalmente desistiu e passou a olhar para a pessoa certa, eu passei há… humm, não, eu ainda não vou com a cara dele. Mas aturo para agradar o Harry. – vi o Cabeça de Fósforo revirar os olhos.

Lupin riu, e negou com a cabeça.

– Quanto a Hermione, eu não gostava dela por causa do sangue, mas com a convivência percebi que ela é mais inteligente do que eu pensava, e uma ótima amiga. Gosto dela e a admiro. – falei sinceramente.

Mais uma vez os olhares incrédulos. Tudo bem que até eu teria ficado chocado se me ouvisse falando essas coisas a um ano atrás. Realmente essa convivência com o Harry me mudou.

– Acho que já tá bom. – falou Lupin sorrindo abertamente. – Pelo que pudemos ver, Harry estava certo sobre ele. Por incrível que pareça ele é de confiança.

Harry sorriu largamente e suspirou aliviado.

– Harry, é hora da Melli trocar de colo. Dê ela para o Draco. – falou Hermione.

Estiquei os braços, e Harry me passou a bebê. É impressão minha ou cresceram mais cabelos na cabecinha dela? Que poção rápida.

Ajeitei ela no meu braço, e ela abriu a boquinha num bocejo fofo.

– Alguém mais, além dos Malfoy, sabe sobre a existência da bebê? – questionou Kingsley, me olhando enquanto seguro minha filha.

– Bem… – Harry hesitou nervoso.

– Snape. Ele sabe. – falei. Estive evitando falar de Snape, mas essa poção não me deixa mentir.

Todos exclamaram. Reação exagerada na minha opinião.

– Por Merlim, então Você-Sabe-Quem já deve estar sabendo também! – exclamou Sr. Weasley. – Eu sabia que você estava escondendo algo importante!

– Sr. Weasley, foi Snape quem realizou o parto de Harry. Se não fosse ele, Harry provavelmente estaria morto! – contou Hermione me ajudando. – Ele que deu as poções que precisávamos para Mellisandre, acho que se fosse nos entregar, não estaria nos ajudando.

– Quando ele esteve aqui, eu também me senti nervoso, mas ele realmente ajudou Harry. Como ninguém aqui confia nele, o forcei a fazer comigo o Voto Perpétuo, para que ele não pudesse contar a ninguém nada do que havia ocorrido aqui. – explicou Gui.

Lupin suspirou, e o Sr. Weasley apoiou os cotovelos nos joelhos passando as mãos no rosto, nervosamente.

– Menos mal, então. Pelo menos poderemos pensar em algo antes que ele faça alguma coisa.

Revirei os olhos.

– Ele não fará nada. Severo é meu padrinho, jamais faria algo que colocasse minha filha ou a mim em perigo.

– Como pode ter certeza disso? Ele matou Dumbledore, o homem que mais confiou nele, como pode ter certeza que não te trairia ou te mataria ele mesmo?

Senti o Veritaserum fazer efeito mais uma vez.

– Por que eu o conheço, e sei que ele se preocupa comigo. Nesses meses, durante a gravidez de Harry, eu admito que fiquei um pouco desnorteado, afinal eu iria ser o pai do filho de Harry Potter, isso me assustou, mas ele me ajudou. Fez as poções para repor magia de que o Harry precisava, sem que eu ao menos pedisse. Ele perguntava sobre a saúde do Harry, e se preocupava com as prováveis idiotices que ele pudesse cometer, que o colocaria em risco. E quando eu fui chantageado e tive que terminar com ele, Severo quem me consolou e me aturou cho… – me interrompi, tentando não falar a verdade, mas a maldita poção venceu. – Eu… Cho...Chor… MERDA EU CHOREI! – todos se entreolharam, e os gêmeos sorriram erguendo as sobrancelhas. – Eu fiquei chorando na sala dele em Hogwarts por horas, ele e o quadro de Dumbledore que me ajudaram, ele até me contou uma história sobre sua fracassada vida amorosa para me confortar, mas enfim… Acho que ele se preocupa com Harry de alguma forma, e que esconde algo. Ele está traindo o Lorde das Trevas me ajudando, e isso não o afeta. Ele é o Comensal no qual o Lorde mais confia, e o está traindo enquanto nos ajuda, sem pensar duas vezes.

Houve um breve silêncio e todos ficaram pensativos.

– Snape está traindo o Lorde por vocês. Não parece que estamos falando do mesmo Snape. – falou Sr. Weasley, pensativo.

– Não posso acreditar… – disse um dos gêmeos com os olhos arregalados.

– Pois é, maninho, Draco Malfoy chorou pelo nosso Harry! – emendou o outro.

– Não, Fred, não é isso o que me surpreende, afinal está na cara que o Harry conseguiu amarrar a Doninha, o que realmente me surpreendeu é que o Morcegão das Masmorras Snape, já tenha tido uma vida amorosa!

Eles riram. Revirei os olhos.

– Isso é um absurdo! Primeiro temos que aceitar que Draco Malfoy é de confiança, e agora isso?! Severo Snape é um assassino! Dizer o contrário é uma traição a memória de Dumbledore! – exclamou o Sr. Weasley de repente.

– Malfoy está sobre efeito do Veritaserum, então certamente acredita em tudo o que diz. – falou Lupin.

– Eu acho que faz muito sentido, tudo o que Draco falou. – murmurou Hermione, pensativa. – Snape deve mesmo esconder alguma coisa.

– Chega. Por favor, não quero mais falar desse homem. – pediu Harry.

Todos assentiram. E eu compreendi, que Harry deve realmente odiar meu padrinho, afinal ele também estava na torre quando o mesmo matou Dumbledore.

Kingsley pigarreou depois de alguns minutos, pensativo. Mas quem falou foi Fleur.

– A algo que não entendi, por que o professor de poções de Hogwarts daria a Poção Gestante a você? Essa poção é extremamente rara, por que tem de utilizar um núcleo de uma veela, se ele a vendesse ganharia uma fortuna!

– Boa pergunta. Nem eu sei. – respondeu Harry dando de ombros. – Mas um dia vou descobrir, com toda a certeza.

– Bem, acho que já está na hora de vocês nos contarem da missão que Dumbledore nos deixou, não? Com um bebê, é impossível vocês fazerem tudo sozinhos. – falou Kingsley

– Não posso contar. Vocês sabem, Dumbledore me pediu para manter em segredo… – falou Harry, com paciência.

Gui suspirou.

– Desculpe, Harry, mas você não me deu outra alternativa. – murmurou ele.

– Hum? – questionou Harry franzindo a testa.

Então Gui olhou para mim.

– Draco, qual é a missão que Dumbledore deu a eles?! – perguntou, firme.

– Caçar Horcruxes, é óbvio! – levei as duas mãos a boca.

– DRACO! – berraram Harry, Ronald e Hermione em uníssono.

Todos no cômodo arregalaram os olhos. Mellisandre começou a chorar e eu só conseguia pensar: Merda! 


Notas Finais


Se vocês estão se perguntando se Draco derrubou a Melli... o jeito é esperar pelo próximo capitulo para descobrir huahuahua sou má... mas nem tanto...
Se tiver mais de 25 comentários, eu postarei o próximo ainda essa semana ^^
Aí é com vocês !
Obrigado por lerem!
Beijinhos <3


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