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História Relíquia do Amor - Nascimento e despedida


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oii pessoal.
Eu queria dizer que lamento muito não ter conseguido postar semana passada como prometi, eu realmente não tive tempo para escrever. Mas aqui está o capitulo. Não achei que ficou muito bom, mas espero que gostem...
Obrigado pelos favoritados e comentários, não sabem como isso me inspira a continuar ^^

O capitulo ainda não foi revisado, então por favor relevem os erros.
Enfim...
Boa leitura!

Capítulo 25 - Nascimento e despedida


Todos no cômodo arregalaram os olhos. Mellisandre começou a chorar e eu só conseguia pensar: Merda!

Tudo aconteceu muito rápido: levei minhas mãos a boca, Mellisandre escorregou, Hermione e Harry que estavam ao meu lado gritaram e praticamente se jogaram para pegá-la antes que ela atingisse o chão. Por sorte e para a salvação da minha pobre alma, Hermione conseguiu segurá-la a tempo.

Continuei com os olhos arregalados e com as mãos na boca. O único som que preenchia o cômodo era do choro de Mellisandre e Hermione que tentava acalmá-la, todos os outros pareciam em choque com o que acabara de acontecer, mas só havia uma pessoa que realmente me amedrontava.
Olhei para o lado e Harry me encarava completamente vermelho, mas dessa vez não era por vergonha e sim raiva.

É, estou fodido.

– DRACO! – berrou Harry, me enchendo de socos. – VOCÊ QUASE MATOU NOSSA FILHA!

– Desculpe… Ai! Não foi de propósito! Ai! Ai! Tá’ doendo! – falei tentando segurar seus punhos, por que os socos realmente estavam doendo.

– E é para doer mesmo, seu idiota! Quase me mata do coração!

Ele continuou me socando, até que finalmente consegui segurá-lo.

– Harry, calma. Eu juro que não foi de propósito. Eu só me assustei por ter contado das Horcruxes para eles e…

Os olhos dele se arregalaram novamente. Merda, eu só estou me ferrando.

– Idiota! Eu sabia que ia acabar abrindo essa boca, por isso eu não queria que tomasse essa merda de poção! – ele tentava continuar me socando, mas me mantive firme segurando-o.

– Não faz nem um dia que você descobriu sobre as Horcruxes, e já fez com que a Ordem inteira descobrisse também. Realmente surpreendente, em cara. – comentou Ronald rindo descaradamente da minha estupidez.

– Desculpe… eu me esqueci que eles poderiam perguntar isso… – tentei me defender, fuzilando o ruivo com os olhos.

– Argh… idiota. – resmungou Harry, se soltando do meu aperto e cruzando os braços.

– Mellisandre está bem, Hermione? – indagou Lupin.

– Está sim, foi só um susto. – respondeu a menina, enquanto ninava minha filha para que ela se acalmasse.

– É melhor você me entregá-la logo, a luz do núcleo já está se apagando novamente. A poção vai deixar de fazer efeito. – falei e a garota me olhou desconfiada. – Eu não vou derrubá-la, foi um acidente. – falei revirando os olhos.

– Se derrubá-la, Draco, eu juro que te mato. – ameaçou Harry.

Não pude deixar de rir, ele fica uma gracinha até com raiva.

– Não precisa se preocupar. E eu sei que você me ama. – falei piscando para ele e acariciando seu rosto que ficou ainda mais vermelho.

Ele bufou e afastou minha mão. Revirei os olhos e estiquei os braços para receber minha filha, que agora já estava mais calma. Hermione voltou a se sentar, ainda me olhando de maneira desconfiada.

– Então, esse tempo todo estiveram atrás de Horcruxes? – perguntou Kingsley pensativo.

Harry suspirou e me lançou um olhar mortal, se recusando responder.

– Tenho que dizer que estou decepcionado por vocês terem permitido que Draco soubesse da missão e nós não. – ralhou o homem, e então olhou para Harry. – Harry, sabe que Draco está sobre o efeito da poção Veritaserum, então creio não adianta mais nos esconder a verdade.

Harry bufou. E então suspirou pesadamente.

– Sim. Estivemos atrás de Horcruxes. Satisfeitos?! – respondeu ele.

– Horcruxes… por que não pensei nisso antes? – indagou Lupin, consigo mesmo.

– Eu pensei a mesma coisa quando fiquei sabendo. – comentei.

Percebi que todos estavam inquietos e pensativos.

– Alguém poderia nos explicar o que são Horcruxes? – perguntou Fred. – Nunca li sobre isso em nenhum livro de Hogwarts.

– E nem leria, Fred. Dumbledore retirou todos os livros que mencionavam Horcruxes da biblioteca de Hogwarts. – contou Hermione.

– Horcruxes são objetos no qual um bruxo usa magia das trevas para prender um pedaço de sua alma. – explicou Lupin. – Assim se algo acontecer a seu corpo no físico, a alma presa no objeto o impedirá de morrer. Mas para se fazer uma Horcrux, é necessário magia das trevas fortíssimas e assassinar alguém.

– Uau. Assassinar alguém não deve ser difícil para Você-Sabe-Quem, mas quer dizer então que ele não pode morrer? – questionou Jorge, preocupado.

– Não completamente. Pelo menos, não enquanto as Horcruxes não forem destruídas. – falou Ronald, provavelmente se achando um máximo por saber de algo que os irmãos mais velhos desconhecem.

– Quantas são? – perguntou o Sr. Weasley de repente.

– São sete. – respondeu Harry, a contragosto.

Observei ele e Hermione trocarem um olhar triste. Será que estão me escondendo mais alguma coisa?

– Pelas barbas de Merlim, sete?! – exclamou o Sr. Weasley, parecendo assustado. – Como alguém consegue fazer algo assim?! Romper a alma tantas vezes!

– Eu definitivamente não estou surpreso. – falou Gui. – Ele nunca mediu esforços para tentar se tornar mais poderoso, isso é fato.

– Ele é muito poderoso, Arthur, por isso é forte o bastante para realizar esse ato. Sabemos que matar pessoas não o afeta, e realizar magia das trevas também não. Também não estou surpreso. – disse Lupin. – Mas romper tantas vezes a alma pode causar certos danos.

– Isso explica aquela aparência medonha dele. – comentou Fred.

– Mas Dumbledore sabia disso o tempo todo? – perguntou a Sra. Weasley.

– Bem, de início ele só suspeitava, mas depois que eu destruí o diário de Tom Riddle na Câmara Secreta e ele destruiu o anel, ele teve certeza. – contou Harry, seriamente.

– É claro. Tom Riddle falou com Gina através do diário, e era óbvio que era um artefato das trevas. – falou o Sr. Weasley.

– E que anel é esse que você falou? – indagou Lupin.

– Era um anel valioso, que pertenceu a família bruxa de Você-Sabe-Quem. – explicou Harry. – Quando ele tinha quinze anos, descobriu sobre as Horcruxes. Ele queria ser invencível e nunca morrer. Em sua mente, ele já planejava as sete Horcruxes, então, depois que obteve as informações que precisava, mais precisamente no período de férias escolares, ele foi atrás de sua família bruxa, e encontrou somente seu tio, Morfino. E então roubou o anel de família que havia com Morfino e foi até a casa onde seu pai trouxa, que também se chamava Tom Riddle, e seus avós moravam. E foi então que ele os matou e fez sua primeira Horcrux, depois retornou à casa de seu tio e usou um feitiço muito complexo para fazer o homem pensar que fora ele quem cometera o assassinato. E assim Morfino foi para Azkaban, podendo dizer detalhadamente como havia matado os Riddle, e ninguém nunca soube da verdade.

Todos encaravam Harry boquiabertos parecendo surpresos e até assustados, inclusive eu. Como eu descobri das Horcruxes hoje de manhã, não tive tempo de perguntar a Harry sobre nada, e não imaginava que ele soubesse de tantas coisas.

– Como… Como sabe sobre tudo isso, Harry? – indagou o Sr. Weasley depois de alguns minutos, claramente chocado. – Quero dizer, se Morfino foi para Azkaban achando que matou os trouxas, como sabe que foi…?

Harry não o deixou terminar a pergunta.

– Uma lembrança. Dumbledore estava investigando a vida de Você-Sabe-Quem, e foi até Azkaban visitar Morfino, que se encontrava em suas últimas semanas de vida. Foi preciso uma boa dose de Legilimência competente para que Dumbledore conseguisse a lembrança. E mesmo assim, nós só pudemos supor o que aconteceu.

– Então, quando Dumbledore descobriu a verdade… – começou Lupin.

– Ele passou a investigar os possíveis locais aonde poderia estar o anel. – murmurou Harry. – Era isso que ele fazia quando saía de Hogwarts. E quando o encontrou, ele o destruiu.

– Então, a missão que ele deixou a vocês…

– É encontrar as Horcruxes de Você-Sabe-Quem, e destruí-las. – falou Hermione.

– Mas, como saberão onde estão esses objetos? – questionou Jorge. – Quero dizer, eles podem estar em qualquer lugar! Sem contar que podem ser qualquer coisa! É uma missão impossível!

Ajeitei Mellisandre em meus braços de maneira mais confortável, e continuei a prestar atenção na conversa.

– Meses antes da morte de Dumbledore ele começou a me dar algumas “aulas”. De todo modo, parecia que ele sabia que iria morrer em breve e estava me preparando para a missão. – disse Harry, e então deu uma pausa e me olhou. Abaixei minha cabeça sentindo o remoço e culpa me dominarem novamente. – Nessas aulas ele me mostrou várias memórias adquiridas com muito esforço de sua parte, desde o momento em que conheceu Você-Sabe-Quem, até o momento em que ele se tornou o que é agora. E é por isso que eu sei quais são quase todos os objetos que se tornaram Horcruxes.

– E quais objetos são? – perguntou Fred.

– Bem, tirando o diário e o anel, as outras coisas que sei que se tornaram Horcruxes são: uma taça, um medalhão, a cobra…

– A Nagini?! – perguntei surpreso.

– Por acaso Você-Sabe-Quem tem alguma outra cobra guardada, que não conhecemos? – perguntou Ronald.

– Cale a boca, idiota, eu não falei com você! – exclamei e voltei a olhar para Harry, me sentindo um pouco indignado. – Quer dizer que tinha uma Horcrux perto de mim esse tempo todo e você não me disse nada?!

Ele revirou os olhos.

– Você só descobriu das Horcruxes hoje, Draco. – disse ele. – E mesmo assim, de que adiantaria te contar que a cobra é uma Horcrux?

– Eu poderia ter tentado fazer algo. – falei, me sentindo eufórico. Mellisandre colocou a mãozinha na boca, enquanto olhava para Harry. – Ela sempre vai com ele a minha casa, eu poderia…

– Nem pense nisso! – Harry me interrompeu. – Se tentar algo contra a cobra e ele descobrir, pode suspeitar que você saiba sobre as Horcruxes e, com certeza, te matará!

– Mas, Harry, ele não vai saber! Serei cuidadoso, não sou idiota.

– Draco, por favor, me prometa que não tentará nada contra aquela cobra! – disse Harry parecendo um pouco desesperado.

Me ajeitei na cadeira. Mas que droga, eu aqui, tento minha chance de mostrar que posso ser útil, e ele não me deixa nem tentar. Argh, é um idiota mesmo.

– Harry, pense bem…

– Draco, o Harry tem razão. Você-Sabe-Quem não sabe que estamos caçando Horcruxes. Se fizer algo, ele pode descobrir. – disse Hermione, séria.

Não a respondi, por que meu olhar está preso no de Harry. Aquele olhar verde e brilhante, mirava-me preocupado.

– Prometa! Por favor… – implorou ele me fazendo suspirar pesadamente.

Talvez se eu fizer isso somente para que ele se sinta melhor…

– Não posso prometer o que não irei cumprir. – falei, e logo bufei irritado.

Eu pretendia mentir para agradá-lo. Droga de poção da verdade!

Harry tinha um olhar desesperado, e extremamente preocupado. Por mais fofa e adorável que seja essa expressão, não gosto de vê-lo mau. Merda, por que tenho que amá-lo tanto?

– Tudo bem, prometo. – resmunguei, e ele suspirou parecendo aliviado e sorriu fracamente. – Mas como pensa em matar a cobra sem a minha ajuda?

– Daremos um jeito. – falou ele sorrindo.

– Eu não sabia que animais podiam se tornar Horcruxes. – comentou a Sra. Weasley.

Nossa atenção voltou aos outros do cômodo, que nos olhavam preocupados. Não sei dizer se sua preocupação é maior pelo fato da Horcrux ser a Nagini, ou se é pelo modo como Harry se preocupa comigo. Algo me diz que a segunda opção está na frente.

– As Horcruxes podem ser qualquer criatura viva, até mesmo pessoas, Molly. – disse Lupin.

“Até mesmo pessoas…” Por que essa frase me incomoda tanto?

Harry abaixou a cabeça suspirando, e Hermione fez o mesmo. Eles estão me escondendo algo, tenho certeza.

– Vocês conseguiram encontrar alguma outra Horcrux depois que partiram para missão? – perguntou o Sr. Weasley.

– Sim, encontramos o medalhão e eu o destruí. – contou Ronald.

– É bom saber disso, Rony. – falou Lupin pensativo. – Presumo que o medalhão estava no Ministério da Magia, certo?

– Sim, por isso tivemos que invadi-lo. – contou Hermione, parecendo desconfortável. – Nós o encontramos e, depois de algum tempo conseguimos derruí-lo.

– Fazem alguma ideia de onde estão as outras Horcruxes? – perguntou Gui.

– Sim. Estávamos falando sobre ela hoje mesmo. – disse Ronald. – Suspeitamos que ela esteja no Gr…

– Cale a boca, Rony! – Harry o interrompeu, e olhou para os outros. – Não há motivo para contarmos onde estão as Horcruxes.

– Como não há motivos, Harry querido? – perguntou a Sra. Weasley confusa. – Nós precisamos saber se iremos ajudá-los.

– Eu sinto muito, mas vocês não vão nos ajudar. – disse o moreno firme.

– Harry, talvez… – começou Hermione.

– Não, Hermione. Eles não vão. – cortou o garoto, e encarou a garota. – Eles já sabem demais. Dumbledore não queria que ninguém soubesse. Mas agora todos já sabem, e isso não deveria ter acontecido.

– Mas você tem um bebê, e precisará de ajuda! Como espera ir nessa viajem sem a ajuda de ninguém? – questionou Gui.

– Ter um bebê não muda nada, ainda tenho uma missão, e somente eu posso achar as Horcruxes. – retrucou Harry. – E também não estarei sozinho.

Gui bufou e cruzou os braços.

– Por que somente você poderia encontrar as Horcruxes? – perguntou ele. – O que nos impede de ir procurá-las por nós mesmos, se você não quer a nossa ajuda?

Pude jurar ter visto Harry trincar os dentes ao meu lado.

– Podem tentar achá-las, mas nunca saberão onde procurar e se o objeto que encontraram serão mesmo as Horcruxes. – respondeu ele completamente irritado. – Somente eu posso saber disso.

– Por que somente você pode saber disso? Sem querer ofender, Harry, mas não está se vangloriando demais? – indagou Gui, ainda com os braços cruzados.

Me pergunto se Gui tem razão, afinal por que Harry insiste em dizer que somente ele poderia achar as outras Horcruxes? Sei que Harry não costuma se achar melhor que os outros, mas desta vez, realmente parece que ele se acha assim.

Vi meu moreno abaixar a cabeça, vermelho de raiva.

– Você deveria calar a merda dessa sua boca, Gui. – falou Ronald de repente. – Você não sabe de absolutamente nada!

– Então explique. – insistiu Gui. – Explique por que Harry pensa que somente ele poderia encontrar as Horcruxes!

Ouvi Hermione resmungar ao meu lado, parecendo cansada.

– Por que eu posso ouvi-las, Gui. – respondeu Harry, parecendo fazer um enorme esforço para não gritar.

– Ouvi-las? – questionou Lupin, franzindo o cenho.

– Sim. Quando as vejo, posso sentir o que há dentro delas, a pulsação… enfim, eu sei que são Horcruxes. – contou Harry, claramente desconfortável.

Houve algum tempo de silêncio. Todos se encontravam pensativos e apreensivos. Quanto a mim, não sei bem o que pensar. Só sei que a algo nessa história que não está se encaixando, e vou descobrir o que é.

– Não acha… estanho o fato de que somente você pode ouvi-las, Harry? – perguntei.

Ele me olhou por alguns segundos, parecendo um pouco chateado.

– É. Realmente é estranho. – respondeu ele por fim, cabisbaixo.

Houve mais algum tempo em silêncio.

– Então você irá mesmo voltar para essa missão, sozinho e sem a nossa ajuda? Tem certeza disso, Harry? – perguntou o Sr. Weasley.

– Eu não estarei sozinho, não se preocupe Sr. Weasley. – respondeu ele.

– Então, quer dizer que nossa ajuda você dispensa, mas a de Draco você aceita? – ralhou Gui.

Não pude evitar de sorrir, presunçoso.

– Harry, mas e a Melli? Como pretende… – começou a perguntar Fleur, mas foi interrompida.

– Não se preocupem, já pensei nisso. Nem Draco e nem Melli, virão conosco na missão. – falou Harry, abaixando a cabeça.

Engasguei com minha própria saliva. Como é?!

– O QUÊ?! – exclamei, e Mellisandre começou a chorar novamente. Me apressei a niná-la.

– Foi isso que você ouviu, Draco. – disse ele, parecendo incomodado. – Você sabe que não poderá vir conosco, Astoria já quer que retorne para sua casa, se ficar aqui, ela com certeza contará tudo o que sabe. Sem contar que Melli precisará ficar com alguém, enquanto eu…

Harry não terminou de falar, por que nesse momento todos no cômodo exclamaram e começaram a falar ao mesmo tempo.

– Você pretende deixar sua filha com ele?! – exclamou Sr. Weasley.

– Não pode estar falando sério, cara! – falou Ronald.

– Harry, querido, isso é loucura… – disse a Sra. Weasley.

–É como se a estivesse entregando de bom grado aos Comensais! – falou Jorge, e Fred concordou com a cabeça.

– Será que não entendem?! – exclamou Harry, abaixando a cabeça. – Eu preciso deixá-la com o Draco, ele é o outro pai dela. – suspirou. – Há alguns meses, Hermione nos deu uma ideia, pois já sabíamos que Melli não poderia vir conosco quando nascesse. A ideia era que ela ficasse com Draco, afinal ninguém sabe que estive grávido e muito menos do nosso relacionamento, então, poderiam facilmente acreditar que Draco engravidou alguma garota e ela não quis a criança. Simples.

– E seria realmente seguro para ela, afinal ninguém jamais desconfiaria que ela fosse filha do Harry. – explicou Hermione, ajudando o amigo. – Até por quê, quem em sã consciência constataria que Mellisandre é fruto de uma gravidez masculina ocorrida com Harry Potter? Isso seria um absurdo. E tenho certeza de que não haverá lugar mais seguro para Melli do que nos braços dos próprios inimigos. – disse Hermione.

– Essa pode não ser uma ideia ruim… – comentou Lupin pensativo.

– Remo, esse plano seria muito arriscado. Se sequer suspeitarem pode ser o fim. – falou Sr. Weasley.

– E logo Você-Sabe-Quem saberá da existência de Mellisandre. – falou Kingsley seriamente, atraindo a atenção dos demais. – É só uma questão de tempo.

– Nós estamos sendo cuidadosos, não há como ele saber. – insistiu Harry.

Foi então que me lembrei da conversa que tive com Severo a algum tempo atrás.

Merda.

– Podem ser cuidadosos, mas ele saberá. É inevitável. – disse Kingsley. – Há um livro no Ministério da Magia, cuja o nome de cada criança bruxa aparece magicamente desde o momento em que nasceu até o momento que se formar em Hogwarts. Aparece o nome e o sobrenome da criança, basta que algum Comensal cheque o livro e saberá da existência de Mellisandre.

– Droga, eu havia me esquecido disso! – brandeei irritado comigo mesmo.

– Você sabia disso, Draco? – indagou Harry, assustado.

– B-bem… Severo me falou sobre isso a algum tempo, mas tivemos tantos problemas que eu me esqueci de contar a você. – expliquei, me sentindo um idiota por esquecer algo de tamanha importância.

– Então, não há jeito? Ele saberá? – perguntou Harry com a voz fraca, provavelmente de medo.

– Se checarem o livro de nomes, sim. – explicou Kingsley.

– Mas… Kingsley, isso não ocorrerá tão cedo. O Ministério só checa esse livro na época de enviar as cartas escolares. – disse o Sr. Weasleys. – Durante o resto do ano o livro fica guardado em segurança. Temos alguns meses, antes que alguém possa checá-lo.

Suspirei aliviado. Bem, pelo menos ainda haverá um tempo.

– Não precisarei que Melli fique muito tempo na casa de Draco, será temporário, até que eu consiga achar a taça e destruí-la. – falou Harry.

– Eu disse que quero ir na missão com vocês! – falei irritado por ele estar tomando uma decisão sem me questionar.

– E eu disse que você não iria. – retrucou me encarando.

– Acho que minha opinião não está valendo de nada aqui, não é, Potter? – sim, usei o sobrenome mesmo. Sei que isso o incomoda, mas se ele tem que ver o quanto está sendo um idiota, então serei também.

– Melli precisa ficar com alguém, e não vou deixá-la com ninguém que não seja você! – Harry praticamente gritou.

– Podemos deixá-la com alguém daqui! Eu quero ir com vocês! – insisti.

– Eu já disse que não, Draco!

– Argh, idiota teimoso! – exclamei irritado, ninando Mellisandre para que ela não chorasse com a gritaria.

– Se eu fosse você seria bonzinho, Malfoy, afinal vai ser esse “idiota teimoso” que tirará a virgindade da sua bunda… – comentou um dos gêmeos rindo.

– Não se meta, Fred! – mandou a Sra. Weasley, corando com o comentário do filho.

Revirei os olhos sentindo meu rosto corar, e vendo Harry da mesma forma.

– Draco, por favor me ouça. Eu preciso que você fique com a Melli. – disse Harry, com a voz mais calma, e esticou a mão para tocar a minha. Pensei em me desviar de seu toque, mas somente com ele meu coração acelerou. – E-eu não quero que se arrisque. Você tem uma ideia do que iremos fazer para pegar a taça, não tem? – concordei com a cabeça me lembrando da ideia maluca que ele teve de arrombar o Gringotes. – Então você sabe que… provavelmente depois disso Você-Sabe-Quem saberá que estamos atrás das Horcruxes. Se você estiver envolvido, ou se alguém te ver por perto no dia em que ele descobrir, tudo estará perdido, entende? Ele saberá quem é o traidor e talvez possa investigar e descobrir da Melli. E caso ele descobra sobre ela durante esse tempo que ela passará na sua casa, você precisa estar com ela para fugir. Eu preciso achar as Horcruxes… não poderei estar com vocês…

Ele abaixou a cabeça suspirando. Posso ver que, mesmo que ele não demonstre, ele está sofrendo com isso.

– Argh. Tudo bem, faça como quiser! – exclamei, desistindo. Eu sempre acabo fazendo as vontades dele mesmo.

Eu sei que ele está certo sobre tudo o que disse, mas, ainda assim, eu queria ir nessa missão. Queria poder ajudar em algo.

E não posso evitar de sentir certo medo em levar nossa filha para a mansão, afinal o local está sempre lotado de Comensais. Qualquer deslize pode ser o fim. Mas não posso negar que vai ser bom deixar minha mãe conhecer a neta… e ela pode me ajudar já que não sei bem como cuidar dela. Bem, vendo por esse ângulo a ideia não parece ser tão ruim.

– Harry, você está certo do que quer fazer? – perguntou Lupin, gentilmente.

– Sim.

– Melli não precisa ficar muito tempo na mansão Malfoy. – disse Hermione. – É só o tempo de pegarmos a taça, e poderemos avisar Draco para que ele nos encontre. Não poderemos saber quando Você-Sabe-Quem descobrirá a verdade, por isso é melhor que Draco e Melli já estejam conosco quando isso acontecer.

– Pelo menos assim, me livrarei de vez da Astoria. – falei animado.

– O que pensa em fazer com ela? – perguntou Hermione.

– Torturá-la até cansar e matá-la. É obvio. – respondi dando de ombros, e sorrindo abertamente só em me imaginar cometendo tal dádiva.

– Draco! – exclamou Hermione.

Todos me olhavam de forma acusadora, menos Harry que fitava as próprias mãos.

– Ah, qual é o problema?! – reclamei. – Essa garota tornou minha vida e a de Harry um verdadeiro inferno! Vai ser a primeira vez que matarei alguém, e farei com gosto! O Harry concorda comigo que ela precisa morrer. Não concorda, Harry?

– B-bem… eu… – ele gaguejou, mas antes que pudesse terminar de falar, fomos interrompidos por um barulho alto vindo da janela.

Uma coruja das torres acinzentada entrou às pressas, trazendo consigo um envelope que reconheci muito bem, e o soltando no colo de Lupin.

– Isso é um… – começou o homem.

– É um berrador! – disse Ronald, afobado. – Abra logo, Remo, se não já sabe o que acontece…

Lupin engoliu e seco e rasgou o envelope abrindo-o.

E a voz extremamente alta de uma mulher ecoou pela casa:

Remo, retorne imediatamente! Ninfadora acaba de entrar trabalho de parto!

Atenciosamente e esperando para te transformar em um lobisomem sem patas caso não apareça aqui em cinco minutos:

Andrômeda Tonks.

O pergaminho se incendiou e o cômodo permaneceu em completo silêncio, enquanto todos continuavam olhando para o local em que ele estivera.

– Remo, seu filho vai nascer! – exclamou Hermione emocionada.

Todos dispararam a falar ao mesmo tempo. E Lupin correu porta afora, desesperado.

Incrível, não vejo minha tia Andrômeda a tantos anos, e sempre pensei que ela fosse o ser menos assustador do mundo. Mas já vi que me enganei, A final até eu fiquei com medo dessa ameaça.

E parece que essa conversa completamente chata acabou, pelo menos por enquanto.

 

Se eu já achava essa casa pequena, nesse momento ela parece ser menor do que a casa do Hagrid. Todos se juntaram na cozinha para jantar, e eu me sentia aliviado, pois finalmente pude colocar Mellisandre no cesto depois que Harry a amamentou. Mas logo o jantar fora interrompido por Lupin, que chegou ao local pálido.

Hermione deu um gritinho ansiosa.

– E então?! Tonks… Tonks teve o bebê? – perguntou ela.

– Teve, teve o bebê! – gritou Lupin feliz e todos exclamaram alegres e aliviados. – É um menino!

– Parabéns. – exclamaram Hermione, Luna e Fleur juntas.

– Caramba, um menino! – Ronald exclamou, como se nunca tivesse ouvido falar em tal coisa.

– É… é um menino. – repetiu Lupin, e então olhou para Harry, caminhou apressado até ele e o abraçou. Harry parecia um tanto quanto desnorteado, mas retribuiu o abraço. E então Lupin se afastou o segurando pelos ombros, e sorriu. – E você será o padrinho!

– E-eu? – gaguejou Harry.

– Sim, você, é claro. Dora está de acordo, ninguém seria melhor… Eu estive com Tonks esse tempo todo é por que você abriu meus olhos. Eu agradeço tanto, Harry!

– Eu… é… caramba…

Harry parecia orgulhoso, espantado e encantado; agora Gui corria para buscar algumas garrafas de vinho, enquanto a Sra. Weasley e Fleur tentavam convencer Lupin e tomar uma taça conosco.

Harry se aproximou de mim sorrindo, e pegou minha mãos.

– A Teddy Remo Lupin, – disse o novo pai, erguendo a taça e sendo seguido por todos nós. – um futuro grande bruxo!

Todos bebemos enquanto Lupin contava como a cor do cabelo de seu filho já havia mudado três vezes somente nessas poucas horas em que nasceu. Mellisandre acordou chorando por causa dos barulhos e exclamações, e a Sra. Weasley se adiantou sorridente para pegá-la, enquanto Lupin sorria para ela e afirmava que o filho era somente alguns centímetros maior e que seriam grandes amigos quando crescessem. Se fosse antigamente, eu jamais iria querer que minha filha fosse amiga do filho de um lobisomem, mas hoje eu posso afirmar com convicção que esse fato pouco me importa.

Não pude deixar de sorrir em ver o quanto Lupin está feliz, afinal eu sei como ele se sente. Ser pai é a melhor sensação do mundo. Puxei Harry para meus braços o abraçando por trás e apoiando meu queixo em seu ombro.

Por alguma razão, ao ver todo esse alvoroço de pessoas sorridentes, nessa casa apertada, fez com que eu me sentisse… em casa.

É, parece que essas mudanças em mim, são algo bom, afinal.

 

Senti Harry me penetrando com cuidado, depois de uma longa preparação. Graças a Merlim lançamos um Abaffiato na porta e no berço de Mellisandre.

– AHHHHHHHHHH!!! – quase berrei, sentindo como se tivesse sendo rasgado ao meio. Gemi sôfrego e com os olhos lacrimejando. – Isso arde! Por Merlim, tem certeza que… me preparou direito?

– Sim, Draco, eu…hum… te preparei até melhor do que…você fez comigo na minha primeira vez. – disse Harry ofegante, provavelmente se controlando para não se mover dentro de mim. Então senti vários beijos molhados em minha coluna subindo até meu pescoço, me causando arrepios deliciosos. Levou a mão a meu membro iniciando uma masturbação para me ajudar com a dor. – Agora relaxe, já vai passar.

– Estou tentando relaxar, mas está ardendo ainda… ah… – gemi, fechando os olhos. – E na sua primeira vez você tinha tomado a poção, nem pareceu sentir tanta dor…

– Na hora eu realmente não senti quase nada, mas depois… hum… – ofegou ele, olhei por cima dos ombros e tive uma visão extremamente sexy: Harry estava todo corado, e com os lábios rosados e inchados. Completamente fodivel… mas no momento o único que será fodido aqui sou eu. – Nossa, Draco, é tão… apertado… Tão bom…

A ardência começou a se tornar suportável. E vendo Harry com essa expressão de puro prazer e deleite, não pude me segurar, me impulsionei para frente e para trás calmamente, indicando que ele podia se mexer mesmo que a ardência ainda não tenha acabado. Nesse momento eu me encontro praticamente deitado de bruços na cama, com a bunda empinada na direção do meu moreno, que segura com força meus quadris e se move lentamente.

Aos poucos a ardência pareceu diminuir e o prazer aumentar.

– Anh… – gemi, apertando os lençóis com as mãos e fechando os olhos. Eu não queria ter que pedir, mas Harry está se movendo tão lentamente que chega a ser torturante. – Harry… mais… m-mais rápido…

Ele não me respondeu, somente apertou meus quadris com as mãos e aumentou a velocidade das estocadas, me fazendo revirar os olhos de prazer. Tudo bem, eu nunca pensei que isso pudesse ser tão fodidamente bom e desesperador. É como se eu precisasse de mais e mais dele, e fosse impossível esse desespero acabar.

Harry está apertando meu quadril com tanta força que tenho certeza que seus dedos marcarão minha pele, mas pouco me importa. Ele estoca com força, e tudo que posso fazer é pedir por mais. Os rangidos da cama e nossos gemidos ecoam pelo cômodo.

– Aí! – berrei quando senti minha próstata ser atingida com força. – Puta que pariu! Mais forte, Harry! Mais!

Os gritos saiam sem que eu pudesse controlar, e então Harry parou subitamente e saiu de dentro de mim. Virei a cabeça irritado, para reclamar, mas antes que eu dissesse algo ele me virou com certa brutalidade, me deitando de barriga para cima, se encaixou por entre minhas pernas e me penetrou com força, investindo contra mim freneticamente. Levei minhas mãos a sua nuca e o puxei para um beijo, que resultou em uma briga de línguas fora da boca, por conta dos movimentos que não paravam.

Harry me olhava e gemia baixinho, se concentrando em ir cada vez mais forte e fundo. Senti meu rosto esquentar e meu coração se acelerar ainda mais, quando vi seus olhos verdes (agora estavam sem os óculos) escuros de tanto desejo. Arranhei suas costas com força, e joguei minha cabeça para trás, sentindo-o chupar e lamber meu pescoço, sem parar com os movimentos.

Desci minhas mãos até sua bunda maravilhosa, a apertando de modo que ele fosse mais fundo em mim tocando minha próstata novamente, me fazendo gritar.

– D-Draco… Humm… tão apertado… – gemeu ele, me apertando e passando as mãos pelo meu corpo.

Impulsionei meu quadril para cima rebolando com vontade, fazendo nossas peles se encontrarem com força a cada investida dele.

Senti arrepios percorrerem meu corpo, conforme minha próstata continuava a ser atingida com força. Nunca senti um prazer tão desesperadamente avassalador.
Sinto como se fosse explodir a qualquer segundo, e Harry não estava muito diferente de mim. Ele apoiou uma das mãos ao lado de minha cabeça e a outra levou ao meu membro iniciando uma masturbação no mesmo ritmo que as estocadas.

Ondulava o quadril indo cada vez mais forte em mim. O cômodo estava tomado pelo barulho das estocadas tão rápidas e intensas, juntamente com os gemidos altos que as vezes eram abafados pelos beijos eufóricos que trocamos. Tudo tão intenso… Tantas sensações misturadas, que mal consigo pensar. 

Suas mãos em meu membro me masturbando juntamente com as estocadas atingindo com força minha próstata, estão me levando à loucura.

– H-Harry… eu vou… – comecei a dizer, mas meus lábios foram tomados novamente pelos dele, e nem mesmo o ósculo foi o suficiente para abafar o gemido que dei quando gozei de forma avassaladora, entre nossos corpos suados. Sentindo meu corpo inteiro até os dedos dos pés se contraírem de prazer. – Ha-Harry… H-hummm! – gemi cravando minhas unhas nos braços dele, inebriado pelas sensações.

Harry mordeu o próprio lábio inferior e continuou me estocando mais algumas vezes, logo alcançando seu ápice com um gemido alto.

Lentamente ele se retirou de dentro de mim e se deitou ao meu lado, ofegante. Passamos alguns minutos em silêncio, até que nossas respirações se normalizassem.

– Isso foi… – começou ele.

– …intenso. – completei.

– É…

Comecei a rir, e ele me olhou confuso.

– O que foi? – questionou.

– Para quem teve um bebê ontem… você já está muito bem. – falei, ainda rindo.

– Pois é. Agradeça a todas as poções que tomei.

Ele suspirou, e se arrastou para junto de mim, se aconchegando em meus braços com um gemido manhoso.

– Você gostou? Como me saí? – perguntou ele, parecendo relutante.

Tive que rir. Ergui seu rosto corado e juntei nossas bocas em um simples selo.

– Você foi ótimo, Harry. Foi muito bom, por que foi com você. – falei, e fiz uma careta. – Olha eu falando como um Lufano novamente.

Ele revirou os olhos, e suspirou quando comecei a acariciar seus cabelos. Foi então que me lembrei de algo.

– Você… tem certeza sobre sua decisão sobre deixar que Mellisandre venha comigo? – perguntei cuidadosamente. – Você sabe que preciso voltar para a mansão hoje, se não Astoria irá contar. Tem certeza que ficará bem em se separar da nossa filha nesse momento?

Ele não respondeu. Continuei acariciando seus cabelos e me sentindo angustiado somente em pensar em me separar dele. E dessa vez não há ligação mental, o que tornará tudo ainda mais difícil. E não sabemos quanto tempo ficaremos sem nos ver. Droga, por que as coisas têm que ser tão complicadas?

De repente, imagens do dia de hoje invadiram minha mente. Tirando a parte da conversa chata com a Ordem, o resto da tarde foi legal. A Sra. Weasley se empenhou em ensinar ao Harry e a mim como se troca uma fralda da maneira correta, ou como devemos segurar nossa filha se ela sentir cólicas. Por mais que eu não goste dos Weasleys, e tenho certeza que esse sentimento é recíproco, eu acho que simpatizei um pouco com essa senhora. Ela trata o Harry como um verdadeiro filho, e…

Meus pensamentos foram cortados quando ouvi Harry fungar e senti algo molhado em meu peito onde ele está deitado.

– Ei… por que está chorando, Harry? – perguntei, tirando a cabeça dele do meu peito, a deitando no meu braço e me virando para ele. Passei o polegar por seu rosto, enxugando suas lágrimas. – O que houve?

– Eu n-não quero deixar vocês irem. – soluçou ele. – Eu juro que não quero, Draco. E-ela nasceu ontem, e-eu só queria m-mais tempo…

Ele fungou novamente, as lágrimas escorrendo por sua face. Senti meu coração apertar. É incrível como me torno vulnerável perto dele, como ver o sofrimento dele me machuca.

Deslizei minha mão por seu rosto bonito, e suspirei.

– Harry…

– Mas eu preciso fazer isso. Não posso deixar Melli com outra pessoa, não confio em ninguém para cuidar dela que não seja você. – disse ele, com a voz embargada. – Eu s-só preciso invadir o Gringotes o quanto antes, para achar e destruir aquela Horcrux. Eu preciso acabar com isso logo. Não quero que nossa filha e meu… afilhado cresçam num mundo onde ninguém pode viver em paz por cauda de Você-Sabe-Quem.

Não respondi, afinal ele está certo. Quanto antes isso acabar melhor, assim esse tormento acabará. Já posso imaginar como seria uma vida sem preocupações ou Você-Sabe-Quem, uma vida onde Harry e eu possamos criar Mellisandre em paz.

Continuei acariciando o rosto do meu moreno, que continua a me encarar, deixando as lágrimas caírem.

– Isso vai acabar um dia, Harry. E a nós seremos felizes.

Ele sorriu, tristemente. Não sei por que, mas acho que Harry está me escondendo alguma coisa.

Continuei olhando dentro daqueles olhos bonitos e brilhantes, e passei meu polegar por seu lábio inferior macio.

– Eu estava com saudades de você, durante todo esse tempo em que estivemos afastados. – contei, mudando de assunto, e descendo minha mão por seu corpo. Ele mordeu o lábio inferior. Me aproximei encostando nossos narizes. – Senti falta do seu cheiro, dos seus olhos, do som da sua risada, de como você fica lindo corando… – ele corou e eu ri, me aproximando ainda mais, distribuindo beijos por seu pescoço. – Do seu corpo… Ah, Harry, volta para mim? Seja meu novamente?

Sei que não estou sendo justo, fazendo um pedido desses quando estamos nessa situação, mas pouco me importa, eu ainda sou um Malfoy e Malfoys não são conhecidos por serem justos. Eu posso mudar, mas os velhos hábitos nunca mudarão.

Eu só preciso tê-lo de volta. Não importa como.

– Eu… eu… – ele pensou um pouco e então suspirou como se tivesse sido derrotado. – Tudo bem, Draco. Eu volto a namorar você.

Não pude evitar de sorrir abertamente. E puxá-lo para meus braços.

– Ah, Harry, não tem ideia do quanto fico feliz. – falei, enchendo seu rosto de beijos, enquanto ele ria. – Eu prometo que nunca mais vou te deixar. Não importa o que aconteça.

Ele sorriu e assentiu, antes de juntar nossos lábios. O beijo se iniciou calmo e apaixonado, mas entenda, nós ainda estamos completamente pelados e sedentos de saudades um do outro. Rapidamente o beijo foi se tornando afoito e necessitado, minhas mãos corriam pelo corpo ainda mais maravilhoso do Harry (ele ganhou mais coxas e bunda após a gravidez), ouvindo-o arfar em meu ouvido, por estar tão sensível. Logo estávamos completamente excitados, e Harry não pareceu pensar duas vezes, sentou-se sobre meu quadril com uma perna de cada lado, apoiou uma de suas mãos em meu abdômen, e com a outra posicionou meu membro em sua entrada e foi se preenchendo lentamente, gemendo sôfrego por estar sem nenhuma preparação.

Não pude deixar de gemer junto dele, ao sentir meu membro sendo esmagado em seu interior.

– Ah, Harry… eu posso ter gostado de perder a virgindade da minha bunda, mas… nada se compara a sensação maravilhosa que é estar dentro de você. – falei, passando minhas mãos por suas coxas macias.

– E-eu também prefiro assim… hum… – gemeu ele com os olhos fechados enquanto rebolava, logo começando a subir e descer calmamente sobre meu membro, me arrancando um gemido alto. – Então se mexe, Draco… Por favor…

Não o esperei pedir uma segunda vez. Levei minhas mãos a sua cintura o ajudando a subir e descer rapidamente, impulsionando meu quadril para frente à medida que ele descia.

Gemi longamente, já prevendo que a noite vai ser longa.

 

Horcruxes… Horcruxes… sei que estou sonhado. Estou sonhando que estou vendo as malditas Horcruxes que Harry mencionou hoje mais cedo. Vejo uma taça dourada… Algum objeto prateado que não sei o que é… um medalhão estranho… um diário com uma capa antiga… um anel bonito… a Nagini… e Harry?! Por que vejo Harry entre as Horcruxes?

E então vozes começaram a ecoar em minha mente:

“Horcruxes podem ser qualquer criatura viva, até mesmo pessoas, Molly. – disse Lupin”

Não… isso não pode ser verdade… ele não pode ser… Eu tenho que estar errado!

“Por que eu posso ouvi-las, Gui. – disse Harry”

“Ouvi-las? – questionou Lupin”

“Sim. Quando as vejo, posso sentir o que há dentro delas, a pulsação… enfim, eu sei que são Horcruxes.”

As vozes não paravam de ecoar e meu desespero aumentar, por que posso ver que tudo faz sentido…

“O problema é que você pode morrer! – exclamou Harry. – É muito perigoso! Você precisa se manter seguro. Melli precisa ter, pelo menos, um pai vivo!”

Me lembrei da nossa conversa pouco antes da Ordem chegar:

“Eu sei quais são seus motivos. – falei. – Você pensa que vai morrer, não é?”

“C-como s-sabe disso? – gaguejou ele...

“Você é bem previsível as vezes, Harry. Mas não se preocupe, você não vai morrer.”

“Não há garantias disso.”

“Eu não vou deixar nada te acontecer.”

“Não poderá impedir se tiver que acontecer.”

Esse medo que Harry passou a ter recentemente de morrer, e convicção de que isso pode acontecer. Essa capacidade de ouvir as Horcruxes.

Ele não pode ser uma… Por Merlim, não…

 

– Não! – gritei acordando. O suor escorria por meu rosto, e meu coração extremamente acelerado.

O sol entra pela janela de forma suave, iluminando todo o aposento. Me sentei nervoso passando minhas mãos por meu rosto e minha cabeça. Olhei para o lado e vi Harry dormindo serenamente, com o pescoço cheio de marcas que eu fiz na noite passada. Tão bonito.

Será que não há uma pequena chance deu estar errado?! Eu nunca quis tanto estar errado em algo como agora. Apesar de que tudo se encacha… Droga! Merda!

– Não, não, não… – resmunguei agarrando meus cabelos nervosamente. – Ele não pode… ele simplesmente não pode ser…

Por mais que eu queira negar a mim mesmo, eu sei que estou certo.

Senti um nó se formando em minha garganta. Eu estaria mentindo para mim mesmo se dissesse que não havia notado que ele e Hermione escondem algo. Sempre que tocam em certos assuntos, ambos abaixam as cabeças, parecendo tristes.

É claro que Hermione saberia, do jeito que é inteligente não deve ter demorado muito para que descobrisse, e contasse ao meu moreno. O problema é Harry ser um Grifinório, e tem aquele maldito complexo de herói, que me faz ter certeza que se ele realmente for uma… Horcrux, ele tentará não machucar ninguém, muito menos a mim… isso explica a razão para ele não querer reatar o namoro! Mais é claro! E eu sei que ele não me contará nada sobre isso a ninguém, e quando destruir as outras Horcruxes que faltam ele irá… Não! Não! Não! Eu não vou deixar! Não posso deixar meu Harry morrer! Ele foi a única coisa boa que me aconteceu depois de tanto tempo vivendo sem nada, sendo apenas o que queriam que eu fosse. Harry me mudou, mudou minha vida, me deu a Mellisandre… Não posso viver sem ele, simplesmente não posso. Podemos ter o Lorde das Trevas nos atormentando nesse mundo pelo resto das nossas vidas, mas não deixarei que nada ocorra com ele.

Se estou sendo egoísta querendo Harry vivo somente para que eu não sofra sem ele? Sim, estou. Mais não me importa. Somente de uma coisa estou certo: Harry não vai morrer. Não vai.

 

Depois que Harry acordou, continuei fingindo que tudo está normal, afinal se ele sabe que é uma… Horcrux, e não me contou, também não contarei a ele sobre o que descobri.

O duende queria que Harry, Ronald e Hermione fossem até ele para começarem a planejar sobre o arrombamento em Gringotes, mas, por incrível que pareça, Harry recusou dizendo que passaria a tarde comigo.

Cuidamos de Mellisandre (que cresceu 4 centímetros durante o dia de ontem por causa da poção), e depois do almoço fomos caminhar pela praia com ela. Parecemos uma família feliz, e talvez realmente estaríamos sendo, se não fosse essa angustia no peito que não passa. Ver Harry sorrir com nossa filha no colo torna tudo mais difícil, por que somente em imaginá-lo correndo algum risco, me desespero.

Mellisandre mantinha os olhinhos verdes bem abertos, parecendo gostar de ver todas as cores do dia na praia: o vestidinho amarelo entra em um perfeito contraste com sua pele branca e cabelos quase do mesmo tom que os meus. Harry molhava os pezinhos dela na água e ria olhando para ela e depois para mim. Tão lindo. Senti meus olhos se encherem de lágrimas, por que não posso perder isso. Simplesmente não posso.

Mas que merda. Odeio não poder fazer nada. Me sentir um inútil.

Rony, Hermione, Fleur, Gui, Luna, Dino, e o Sr. e Sra. Weasley, assistiam tudo de longe, conversando e nos observando. Enquanto os gêmeos nadavam no mar, jogando água um no outro como duas crianças tolas.

Passamos a tarde na beira da praia, molhando os pés no mar, e cuidando de Mellisandre para que o sol não ferisse sua pele fininha de recém-nascida. Quando ela dormiu, a deixamos com Hermione, e nos deitamos na areia. Harry se aconchegou em meus braços, beijando minha bochecha de vez em quando, e falando sobre coisas aleatórias. Às vezes eu me pego batalhando comigo mesmo, para me manter quieto e não contar a ele que sei de tudo, e começar a implorar para que ele me dissesse que estou errado, e que ele não é uma Horcrux. Mas sempre que abro minha boca para dizer algo, acabo desistindo, para não estragar nossa tarde que está perfeita. Não sei quando poderemos ter outra tarde como essa.

Também é difícil me afastar dele. Somente em pensar que tenho que retornar a mansão, sinto um certo medo, afinal Astoria ainda estará lá. E parece que as preocupações nunca acabam.

 

Suspirei pesadamente. Vi Harry respirar fundo, enquanto ajeitava Mellisandre em seu colo, parecendo fazer o possível para não chorar, enquanto caminhávamos para fora do Chalé das Conchas junto com os outros. Ainda pareciam relutantes em nos ver juntos, mas, pelo menos, não fizeram mais nenhuma pergunta ou comentário desagradável.

– Harry, ainda há tempo de desistir dessa ideia absurda… – falou a Sra. Weasley, e eu revirei os olhos.

– Sra. Weasley, já é a terceira vez que a senhora me diz isso hoje, eu agradeço a preocupação, mas não vou mudar de ideia. – disse Harry, firme.

– Desista, mamãe, Harry não vai desistir. – avisou Ronald.

– M-mas… se algo der errado, Melli estará nas mãos do inimigo. – insistiu a mulher.

Suspirei novamente e olhei para ela.

– Se algo der errado, fugirei com ela não se preocupe. – assegurei.

A senhora crispou os lábios e assentiu, não parecendo convencida.

– Remo disse que se algo der errado você pode fugir para a casa de sua tia Andrômeda. Apesar de não te ver a muito tempo, e sempre achar que você seria pior que Lúcio Malfoy, ela ficou feliz em saber que você mudou de lado. – contou Gui. – E te receberá de bom grado se precisar.

– Remo também contou a ela sobre seu romance com Harry, e ela aceitou tudo alegremente, especialmente quando soube da filha de vocês. – disse Fleur, sorrindo.

Concordei com a cabeça, apenas para que parassem de me encher, e me preocupar ainda mais com o fato de levar minha filha para a mansão.

Chegamos mais perto da praia, onde o feitiço de proteção acaba e é possível aparatar. Respirei fundo várias vezes, me mantendo de costas, e tentando de alguma forma, me manter forte para me despedir de Harry. Sei que levarei Mellisandre comigo, mas, ainda assim, é como se algo ficasse para trás. Um pedaço de mim que sempre acabo sendo obrigado a deixar.

Quando me virei, vi que Harry havia entregado Mellisandre a Ronald, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele circulou os braços em meu pescoço e me beijou. Mantivemos nossos lábios colados, sem movê-los por alguns segundos. Me concentrei somente na sensação de seus lábios macios nos meus. Até que Harry segurou minha nuca com as mãos e me puxou para mais perto, enquanto eu circulei sua cintura com meus braços e suguei de forma bem leve seu lábio inferior, para que ele abrisse sua boca e permitisse que aprofundemos o contato. Quando penetrei sua cavidade bucal, me senti extasiado com a textura de sua língua acariciando a minha em um roçar leve e sincronizado.

É como se estivéssemos nos beijando pela primeira vez. Tive que me segurar para não ficar afobado, devido ao gosto bom do meu moreno. Meu coração está batendo tão forte, que se nos aproximarmos mais, tenho certeza que ele poderá senti-lo.

Não quero romper esse beijo apaixonante, e tenho certeza que Harry também não deseja isso, mas o fôlego está ficando cada vez menor. Lamentando muito, fui apartando o beijo, porém, antes de me separar de vez desses lábios que tanto amo beijar, deixei vários selares estalados, fazendo Harry rir.

Quando nossas bocas se separaram, mantive meus olhos fechados, puxando o ar de maneira forte e profunda, tentando me acalmar. Quando abri os olhos, vi Harry me encarando com os lábios vermelhos e molhados. Seus olhos verdes, se encontram completamente cheios de lágrimas, que posso ver, que ele tenta conter.

O nó em minha garganta quase me sufoca por conta da vontade desesperadora de chorar, mas tento não demonstrar.

Tossi para limpar a garganta.

– B-bem eu… acho que é melhor eu ir. – murmurei, minha voz saiu com um tom estranho.

– C-claro.

Ele se virou, caminhando até Ronald. Hermione beijou a testa de nossa filha, seu ato sendo repetido por Fleur, Luna e a Sra. Weasley, enquanto Ronald e os outros acariciavam de leve os cabelinhos loiros. O ruivo devolveu a bebê a Harry, que caminhou até mim. Ele a abraçou de leve, beijando-a em várias partes do rostinho pequeno e rosado, fazendo com que a bebezinha resmungasse e movesse os bracinhos para cima. Pude ver uma lágrima escapando do rosto de Harry quando ele a colocou em meus braços.

Posso ver a dor que ele sente, e não estou diferente dele. Mellisandre resmungou novamente, ameaçando chorar.

Estiquei minha mão e enxuguei a lágrima na bochecha de Harry, e olhei para os outros, que pareciam um tanto sem graça por nossa tamanha demonstração de carinho. Mas isso pouco me importa.

Pigarreei.

– Eu agradeço a hospitalidade. Peço que… cuidem do Harry, sim? – falei. E eles não fazem ideia do quando estou falando literalmente.

A Sra. Weasley riu.

Querido, não se preocupe. Só cuide bem da minha nova netinha. – pediu ela, e fiquei surpreso com o modo como me tratou, mas não pude deixar de sorrir e assentir ao seu pedido.

Olhei para Ronald e Hermione.

– Só não o deixe fazer loucuras, por favor. – pedi a eles.

– Como se fosse fácil impedir Harry de fazer alguma coisa. – falou Ronald.

– Rony! – exclamou Hermione, vindo até mim e selando minha bochecha, para logo depois sorrir. – Faremos o possível para mantê-lo seguro, Draco. Não se preocupe.

Harry bufou e cruzou os braços.

– Excelente, eu sou maior de idade e agora preciso babá. – resmungou ele. – E também não é como se eu quisesse fazer loucuras… simplesmente acontecem. Eu não busco por isso.

– Claro que não… você não buscou por isso da vez que você invadiu o Ministério lotado de aurores e Comensais, pouco tempo depois foi a um bairro trouxa onde acabou sendo picado por Nagini, e ganhou uma queimadura horrenda no peito… e aliás, fazendo tudo isso enquanto ainda estava grávido… Mas não, é claro que você nunca comete loucuras. – citei, e ele fez uma careta.

– O.K., já entendi. – falou ele, revirando os olhos.

– Bem, então eu já… vou indo. – falei, pronto para me afastar.

– Espere, Malfoy. – pediu Gui, logo tossindo para limpar a garganta parecendo um pouco sem graça. – Eu… queria me desculpar com você por ter suspeitado de suas intenções desde o começo. Depois que tomou a poção Veritaserum pude ver o quanto estive enganado sobre você. Pude ver também o quanto está apaixonado por Harry, e por mais que eu não esteja… acostumado em presenciar um relacionamento entre dois homens, eu quero que saiba que quero muito que vocês dois sejam felizes. – ele tossiu mais uma vez, coçando a nuca. – Enfim, é isso. Desculpe-me.

Meu queixo caiu pateticamente ao ouvir tudo isso. Eu tinha quase total certeza de que esse cara jamais iria com a minha cara, mesmo depois que tomei a poção da verdade. Bem, mas se ele se desculpou, então…

– Claro. Não se preocupe com isso, eu não imaginava ração diferente depois de tudo que fiz. – respondi sinceramente. – Bem… agora tenho que ir…

Olhei para Harry, e vi suas lágrimas escorrendo por seu rosto. Acariciei sua bochecha com a ponta dos meus dedos.

– Eu te amo Draco. – disse ele, colocando sua mão por cima da minha. – Você e nossa filha…

Ele se curvou selando a testa da bebê, e uniu brevemente nossos lábios.

– Vai ficar tudo bem, Harry. Logo nos encontraremos de novo. Prometo. – murmurei e ele assentiu.

Respirei fundo, soltei minha mão da de Harry, e dei dois passos para trás. Ao me afastar o medo que havia em meu peito aumentou. Medo de que Harry se entregue para morte por ser uma Horcrux e eu não esteja aqui para impedi-lo. Um medo tão angustiante… Todos acenaram para mim, mas meus olhos só conseguem focar no meu moreno, e seus olhos verdes me implorando mudamente para que eu ficasse.

Senti minhas lágrimas finalmente caírem, e forcei meu pensamento a irem para a mansão Malfoy. Abracei Mellisandre e Aparatei rapidamente, antes que eu acabasse por atender o pedido daqueles olhos.

 

Pov Draco Off

 


Notas Finais


Sim, a virgindade do Draco foi-se embora kkk
Espero que tenham gostado.
Comentem bastante, por que isso sempre me inspira a continuar o mais rápido possível para vocês ^^
Beijinhos <3


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