1. Spirit Fanfics >
  2. Relíquia do Amor >
  3. Taça de ouro

História Relíquia do Amor - Taça de ouro


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Oiii gente...
Sei que estou atrasando muito para postar, mas realmente minha criatividade está com defeito kkkkkk
Prometo me esforçar pra postar mais cedo ^^
Agradeço os comentário e favoritados !!

Enfim...
Boa leitura!!

Capítulo 26 - Taça de ouro


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - Taça de ouro

Pov Harry On

 

Ver Draco aparatar com Melli, me fez sentir uma sensação estranha, como se eu nunca mais fosse vê-los novamente. Claro que isso é bem possível, mas prefiro pensar que não.

Draco tinha uma tristeza muito grande estampada em seu olhar durante toda a nossa tarde. Por mais que estivéssemos nos divertindo, parecia que nada o deixaria feliz realmente. Teve um momento que pude jurar ter visto lágrimas em seus olhos, enquanto eu molhava os pezinhos de Melli na água do mar. Mas deve ter sido coisa da minha cabeça, afinal aquele era um momento feliz, não havia razão para que ele estivesse chorando.

O que não foi coisa da minha cabeça, eram as lágrimas que ele derrubou antes de aparatar. Se meu coração já estava em pedaços antes que eles partissem, naquele momento eu pensei que fosse morrer de tristeza. Dois dias. Fiquei somente dois dias com minha filha e ela já se foi. Tenho consciência de que ela estará segura com Draco, afinal eu mesmo sugeri que ele a levasse, mas não posso evitar de sentir essa dor, esse medo. Talvez essa sensação fosse apenas pelo fato de estarmos afastados, afinal não estou mais acostumado a ficar sem minha filha. Estive com ela na minha barriga por quase oito meses, e tem somente dois dias que ela nasceu, não sei mais o que é ficar sem ela. É uma dor semelhante à que senti quando Draco me deixou. Como se um pedaço de mim fosse levado para longe. E o pior é que dessa vez, foram dois pedaços levados: Melisandre e Draco. Duas partes de mim que não posso mais ficar sem.

Meu loiro me convenceu a reatar nosso namoro. Não foi um jeito muito justo de convencer alguém, já que ele estava lá, completamente pelado, e me tentando mais que tudo nesse mundo, mas, mesmo sabendo que ele se aproveitou da situação, eu aceitei. Para ser sincero comigo mesmo, eu teria aceitado de qualquer forma, apesar de não saber se foi uma boa decisão. Não quero feri-lo quando chegar o momento. Mas o amo tanto, como poderia negar mais uma vez seu pedido para reatarmos? Não houve jeito, meus sentimentos não permitiram que eu o magoasse naquele momento.

Faz exatamente uma hora que ele aparatou. Assim que ele sumiu com nossa filha, desatei em um choro quase desesperador.
Hermione e Luna vieram me amparar, enquanto os outros apenas me observavam com um olhar de pena. Odeio esse olhar, mas nesse momento pouco me importa. Mione me guiou de volta para o Chalé, mas antes de entrar, pude visualizar a figura pequena do duende nos observando do segundo andar.

Fiquei sentado no sofá e Gui me serviu uma taça de uísque de fogo, alegando que a bebida me acalmaria, e de fato acalmou. O líquido descia queimando minha garganta, mas continuei bebendo.
Os outros se sentaram à nossa volta e ficaram conversando sobre coisas que não me dei ao trabalho de tentar ouvir, só sei que se trata de Draco. Hermione, mais uma vez, se colocou ao meu lado acariciando meus cabelos e dizendo que ficaria tudo bem, enquanto Luna falava suas bobagens para Dino, e Rony nos observavam em silêncio.

– Você vai saí dessa, cara. – disse ele, se sentando no braço do sofá ao lado de Mione, e se servindo de uma taça de uísque de fogo. – Tenho certeza que logo você os verá novamente. Por mais que eu não goste do Malfoy, eu acho que ele cuidará bem da Melli.

Suspirei pesadamente, e tomei mais alguns goles da bebida.

– Não estou me preocupando com Draco cuidando de Melli, Rony, por que eu sei que ele cuidará… é só que… – como posso fazê-lo entender a proporção da minha dor, somente por estar longe dos dois? – E-eu não estava pronto para me afastar deles. Pelo menos não agora.

Retirei meus óculos para enxugar meus olhos.

Se pelo menos Melli anda estivesse em minha barriga, eu não me preocuparia tanto. Instintivamente passei a mão pelo meu ventre novamente liso, e me senti tão estranho. De início eu não havia gostado da ideia de estar grávido, mas agora sinto falta até dos chutes dolorosos que minha bebê me dava.
Se doeu na hora do parto? Sim, doeu como o inferno, ou até mais, era como ser dilacerado de dentro para fora, só que toda a dor foi esquecida ao ver minha filha. Agora ela está longe e isso me angustia.

Depois de algum tempo ali na sala, ouvindo conversas sobre o Ministério, e sobre as Horcruxes que eles não faziam ideia de onde encontrar, me levantei alegando que ia me deitar. Agora que Draco havia partido com Melli, Rony e Dino vieram dormir no meu quarto. Usamos um feitiço para transformar a cama de casal que havia no cômodo, em duas de solteiro, e Dino espalhou um colchonete no chão.

Não pude dormir durante boa parte da noite. Senti falta de Draco ali me abraçando, de sentir sua respiração no meu pescoço… Fico me perguntando o que ele faz nesse momento. Em simples hábito, fechei meus olhos e chamei por seu nome… mas não vi nem ouvi nada. Droga, eu havia me esquecido completamente de que não temos mais a ligação mental.

Suspirei sentindo as lágrimas caindo e olhando para o teto do quarto, somente esperando que o sono me pegasse.

 

 

Na manhã seguinte, o pessoal da Ordem estava se preparando para partir. Não antes, é claro, de insistirem mais uma vez em me ajudar com as Horcruxes, mas neguei novamente. Pude ver que o Sr. Weasley anda me evitando um pouco desde que soube tudo sobre mim e o Draco.

É claro que ele também havia paparicado Melli como os demais, mas, ainda assim, mal havia trocado uma palavra comigo desde a conversa de ontem. Mas não demorou para que eu descobrisse a razão disso.

Eu havia acabado de entrar na sala, Hermione me serviu uma xícara de chá, e eu me sentei ao lado dela e de Luna no sofá grande, o Sr. Weasley estava em uma cadeira na mesa da cozinha, que é praticamente emendada com a sala.

Ele estava sentado na cadeira que ficava de costas para o local, e não me viu entrar, mas Gui, Fleur e a Sra. Weasley viram, e ambos acenaram levemente com a cabeça. Fred, Jorge e Rony também se encontravam no cômodo, ambos em pé perto da porta de entrada devorando alguns bolinhos. Foi então que os gêmeos, ao me avistarem entrando, voltaram a caçoar de Rony por ele ter me beijado, e disseram que eu deveria me cuidar para não sofrer “abusos” enquanto dormia, já que agora dividíamos o mesmo quarto.

É claro que isso desencadeou um olhar triste de Hermione e um Rony roxo de vergonha quase duelando com os próprios irmãos, enquanto eu continuei em silêncio no sofá, segurando minha xícara de chá intocada, e encarando parcialmente o olhar de nojo que o Sr. Weasley lançou ao filho mais novo, ainda sem notar a minha presença.

– Chega! – exclamou ele olhando para os gêmeos. – Não quero mais que toquem nesse assunto! Não quero que fiquem me lembrando a cada maldito segundo que meu filho caçula cometeu a atrocidade de beijar um homem!

Fred e Jorge se entreolharam, enquanto Rony ficava ainda mais vermelho, e olhava para mim, parecendo um pouco assustado. Continuei fitando a lateral do rosto enojado do Sr. Weasley, que ainda não havia me notado.

Ele não está me ofendendo indiretamente, está?

– Papai, eu sei que eu não deveria ter beijado o Harry, mas eu fiz. E é bom que saiba que ele ser um homem para mim foi irrelevante. Temos que gostar das pessoas pelo que elas são, e não pelo seu sexo. Mas, ainda assim, é algo que não irá se repetir, por que estou gostando da Mione agora… – disse Rony, por incrível que pareça ele corou ainda mais, e Hermione também.

Fred, Jorge e eu ficamos boquiabertos, enquanto Hermione apenas o olhava orgulhosa e parecendo feliz com a declaração. Os outros no cômodo apenas observavam tudo em silêncio.

E mais uma vez minha presença não foi notada.

– Mas é claro que é relevante! – falou o Sr. Weasley, parecendo mais nervoso do que eu jamais o havia visto antes. – Homens não devem beijar ou se relacionar com outros homens! Coisas assim são repugnantes, até os trouxas enojam tal ato. – arregalei os olhos. Ouvi a Sra. Weasley o chamando, mas ele a ignorou. – Toques, beijos, ou qualquer tipo de relações entre dois homens, é completamente anormal, repugnante e errado! Todos estranham, criticam, enojam, e com toda a razão, onde já se viu, gostar de alguém do mesmo sexo? Não quero que também tenha essa anormalidade, Rony! – ele suspirou profundamente, e Rony o encarava pálido, assim como os demais. – Sei que Harry é seu amigo, e eu o respeito muito, e somente por isso não falei umas boas verdades quando soube dessa… barbaridade que é ele namorar o Malfoy, e ainda por cima ter gerado um filho disso! Pelas barbas de Merlim, Rony, não quero que siga esse exemplo.

Tudo bem, agora ele me ofendeu. Anormal? Nojento? Repugnante? Errado? Desde quando amar é errado? E minha filha, foi um erro também? Não posso acreditar no que ouvi. Senti um aperto no meu coração e meus olhos se encherem de lágrimas, pois sempre tive um enorme carinho pelo Sr. Weasley, mas também nunca me senti tão ofendido.

– Arthur! – exclamou a Sra. Weasley, enquanto Rony, Fred e Jorge olhavam para mim com os olhos arregalados.

Me levantei rapidamente, e a xícara que estava no meu colo caiu e se quebrou. Todos olharam para mim assustados, e o Sr. Weasley pareceu, finalmente, perceber que eu estava na sala. Ele parecia perdido, sem saber o que dizer diante da situação.

Peguei minha varinha, concertei a xícara, a deixei em cima do sofá, e me virei para encará-lo.

– Saiba, que realmente há trouxas que pensam assim como o senhor, e eles são chamados de “preconceituosos”, que na minha opinião é quase a mesma coisa que os Malfoy ou os Comensais fazem com nascidos trouxas. Tem preconceito por quem não são como eles, sangue, opção sexual, para mim o preconceito é quase o mesmo. Com todo o respeito, Sr. Weasley, o senhor sempre criticou os Malfoy pelos preconceitos deles, mas agora, não vi muita diferença entre eles e o senhor. – as lágrimas caíram por meu rosto e todos me olhavam boquiabertos, mas eu simplesmente toquei um foda-se em tudo. Acho que estou convivendo muito com o Draco. – Sabe, eu não acho que amar seja um erro. E definitivamente minha filha também não! Com licença. – falei, me retirando do cômodo.

– Harry! – chamou Hermione, mas a ignorei e continuei meu caminho para o quarto.

 

Me joguei na minha cama, soluçando. Ótimo. Eu sabia que era isso que a Ordem pensaria de mim, por isso não contei a eles antes da Melli. Mas eu não me sinto errado, nem anormal. Tudo bem que meus sentimentos pelo Draco são realmente maiores que o normal, mas não me sinto mal por isso.

– Harry? – chamou Rony, entrando no quarto junto com Hermione. Ainda deitado, virei de costas para eles. – Cara, você está certíssimo em tudo o que disse. Sério, não de importância para o que meu pai falou, ele realmente não sabe de nada.

– Está tudo bem. – menti, ainda de costas.

– Não, Harry, não está tudo bem. Você está muito chateado. – disse Hermione, se sentando na beirada da cama. – E eu não tiro sua razão.

– Mas é claro que estou chateado, era exatamente essa a razão para eu não querer contar nada para a Ordem. – falei, me virando para olhar para os dois. – Tsc… “anormal” … – bufei. – Pensei que no mundo bruxo ninguém fosse muito normal mesmo, agora eu sou anormal por namorar um homem? – resmunguei.

– Olha, nesse ponto meu pai até tem razão, você está longe de ser normal. – disse Rony e eu o fuzilei com os olhos. – É sério, Harry, pensa comigo: primeiro você sobreviveu ao feitiço da morte, coisa que ninguém jamais fez antes, depois se apaixonou por Draco Malfoy, outra coisa rara, ou quase impossível, na minha opinião, de se acontecer, e ainda por cima teve uma filha com outro homem… Ou seja, você é completamente anormal, colega.

Revirei os olhos. Nessas coisas até que ele tem razão.

– E, Harry, seu amor com Draco não enoja ninguém… – começou Hermione.

– Fale por você. – a interrompeu Rony, e foi fuzilado pelos nossos olhos. – Ah, qual é, não é por ele ser um homem, é por ele ser o Malfoy!

Revirei os olhos novamente. Estou vendo que o anormal aqui é ele, como diabos alguém pode se sentir enojado com o Draco? Impossível.

– Enfim, como eu ia dizendo antes de ser interrompida… – Mione encarou o ruivo irritada. –O amor de vocês está longe de enojar alguém. Sinceramente, quando vejo vocês juntos, é como se vocês estivessem em sincronia… é tão raro ver duas pessoas se amarem assim. Mesmo que ele só tenha te dito uma vez, você sabe que ele te ama assim. É algo tão bonito… tão puro…

Suspirei tristemente, pensando em Draco e Melli.

– E não se preocupe, Harry, minha mãe surtou quando você saiu. Meu pai parecia envergonhado, até mesmo Fred, Jorge e Gui o criticaram pelo que ele falou. – contou Rony. – Acho que o pior foi você tê-lo comparado com os Malfoy… ele parecia bem para baixo.

– Está tudo bem, Rony. – falei e virei de costas novamente. – Deixem isso para lá.

– Então por que você está assim? – perguntou o ruivo.

– Sinto falta deles. – falei.

– Cara, eles só foram embora ontem à noite…

– Mas já estou com saudades, Rony. Será que os pais de Draco gostaram dela? – perguntei.

– Mas é claro que gostaram. Não tem como alguém não gostar da Melli. – afirmou Hermione, acariciando meus cabelos. – Por que não distrai a cabeça, hum?

– O que sugere?

– Vamos falar com Grampo. O quanto antes começarmos a planejar, mais cedo arrombaremos Gringotes, destruiremos a Horcrux, e você poderá reencontrar Draco e Melli. – disse ela.

– Ainda faltarão Horcruxes, Mione. Mesmo que eu reencontre os dois… eles não poderão ficar comigo. – suspirei tristemente.

Hermione ficou em silêncio, assim como Rony.

 

 

Naquela tarde a Ordem partiu, levando com eles Olivaras. Todos vieram se despedir de mim, inclusive o Sr. Weasley, que se desculpou timidamente. Assim que eles saíram, Rony, Hermione e eu fomos até o quarto do duende e começamos a planejar.

Os dias foram passando, e os outros habitantes do Chalé das Conchas não poderiam deixar de notar que alguma coisa estava acontecendo, já que agora só saiamos do quarto na hora das refeições. Ninguém fazia mais perguntas, embora eu pudesse sentir, com frequência, o olhar de Gui sobre nós três na mesa, sempre parecendo pensativo e preocupado.

Pude perceber que quanto mais eu me empenhava em planejar, menos tempo tenho para pensar em Draco e Melli, embora isso fosse impossível de se evitar a noite. E mais uma vez me encontro chorando antes de dormir, enquanto penso em Draco, imaginando como minha pequena está. Se ele lhe deu a poção para crescimento, e quantos centímetros ela pode ter crescido.

Mas assim que o dia amanhece, minha mente se ocupa em pensar em estratégias. Quanto mais tempo eu passava com Grampo, mais eu tomava consciência de que não gosto muito do duende. Grampo tem se mostrado inesperadamente sedento por sangue, ria-se da ideia de infligir dor a criaturas inferiores e parecia antegozar a possibilidade de que pudéssemos ferir bruxos para chegar ao cofre dos Lestrange. Me sinto incomodado em planejar com ele, mas sei que não há outra opção, precisamos dele.

Acordamos cedo como combinado. Nos despedimos de todos noite passada, por que precisaríamos sair em um horário em que todos ainda estivessem dormindo, até por que se vissem Hermione transformada em Bellatrix, certamente estranhariam.

Estamos no jardim do Chalé, e Hermione está fazendo barba e cabelo crescer em Rony, e então ela fez uma careta, de início pensei que fosse pelo modo como o rosto do ruivo ficou estranho pelo feitiço, mas então ela enfiou a mão no bolço das vestes negras e retirou de lá um galeão.

– Hermione, o que…? – comecei.

– Harry, se lembra que usávamos esses galeões para nos comunicarmos com a Armada de Dumbledore secretamente? – perguntou ela, e eu assenti, lembrando-me que no quinto ano sempre que íamos nos encontrar com a Armada de Dumbledore, Hermione mandava uma mensagem através do galeão, para os outros membros. – Eu entreguei um dos galeões ao Draco, para que ele soubesse como e quando nos encontrar, já que agora vocês não tem mais a ligação mental, e os celulares não funcionariam na mansão Malfoy por causa da forte magia de proteção que cerca o local.

– Muito inteligente, Mione. – elogiou Rony, apalpando o próprio rosto que agora está peludo.

– Draco mandou alguma mensagem? – indaguei preocupado.

– Vou verificar… – ela tocou com a varinha no galeão, e imediatamente palavras foram surgindo.

Arregalamos os olhos imediatamente.

Fujão imediatamente do Chalé.

Eles sabem onde estão! Vão agora!

 

– GUI! – berrou Rony, assim que leu a frase, correndo para dentro do Chalé.

– Nós temos que ir. – disse Grampo nervoso.

– Não sairemos daqui, enquanto não os avisarmos, Grampo! – falei irritado, logo correndo para dentro do Chalé junto de Hermione.

Subimos as escadas já ouvindo Rony os acordando.

– Depressa! Andem, eles descobriram onde estamos! Levantem! – gritava ele.

Gui e Fleur sairão de seu quarto, assim como Luna e Dino sairão dos quartos da frente. Todos parecendo confusos pelo sono.

– O que aconteceu? – perguntou Fleur, ajeitando o robe rosa que usava. – Oh, Merlim, Bellatrix Lestrange! – gritou quando viu Hermione.

– Acalme-se, Fleur. Não é a Bellatrix, é a Mione sob efeito da Poção Polissuco. – disse Rony.

– Que barba bizarra, Rony. – caçoou Dino.

– Tudo bem, escutem, Draco nos mandou um aviso, de alguma forma descobriram sobre esse lugar! – contei nervosamente.

– Droga! – exclamou Gui. – Eu sabia que o Malfoy não era tão confiável!

– Espera, o que?! – perguntei indignado. – Ele tomou a poção Veritaserum, você viu que ele é de confiança. Como pode estar insinuando que Draco entregou esse lugar?!

– Esse chalé está sobre o feitiço Fidelius, você sabe como funciona esse feitiço! Somente alguém que já esteve aqui pode falar sobre esse lugar, qualquer outra pessoa, mesmo que viesse até aqui, não poderia enxergar o Chalé. – disse Gui. – Tem que ter sido o Malfoy, não há outra explicação.

– NÃO FOI ELE! – berrei, completamente irritado.

– Harry, Gui, quem entregou esse lugar não importa no momento. – disse Hermione. – O que importa é que Draco nos avisou a tempo e vocês precisam sair daqui.

– Tudo bem, vamos para casa da tia Muriel. – disse Gui, empunhando a varinha e puxando Fleur para descer as escadas.

Descemos depressa, e assim que chegamos a sala de estar para sairmos, houve um estrondo e todas as janelas tremeram. Hermione me segurou pelo pulso arrastando-me para a porta dos fundos. Gui, Fleur, Luna e Dino estavam nos seguindo, quando houve outro estrondo e as janelas estouraram.

Gui retirou um colar de couro que tinha em seu pescoço e tocou com a varinha murmurando algumas palavras.

– O que é isso? O que está fazendo, Gui, nós temos que ir! – disse Rony.

– Estou fazendo uma Chave de Portal. Vocês virão conosco?

– Não. Temos que seguir nossa missão. – falei. – Boa sorte.

Corremos para fora, avistando Grampo nervoso ainda no jardim. Assim que saímos, houve outro estrondo. Rapidamente, deixei que Grampo subisse me minhas costas, e Hermione nos cobriu com a capa da invisibilidade. Demos as mãos e Aparatamos, não antes de vermos os Comensais voarem em torno do lugar e o Chalé das Conchas desmoronar e explodir.

Tudo que pudemos fazer e torcer para que Gui, Fleur, Dino e Luna tenham conseguido escapar a tempo.

 

 

Saímos da água depois de pular das costas do dragão. Meu corpo está cheio de queimaduras por causa dos malditos objetos daquele cofre, e tenho certeza que Rony e Hermione não estão diferentes de mim. Grampo nos traiu, fugiu com a espada e tivemos que escapar montados em um Dragão. Mas no momento não é isso que me preocupa. Voldemort irá descobrir que estamos caçando Horcruxes. Eu sabia que isso aconteceria em algum momento, mas agora tudo se tornará ainda mais difícil.

Hermione passou Essência de Ditamno em nossos ferimentos, e nos deu roupas secas. Depois, armamos a barraca que Gui no emprestou já que havíamos perdido a nossa quando fomos encontrados pelos sequestradores.

Me sentei em uma cadeira passando as mãos por meu rosto. Rony se jogou na cadeira ao lado e Hermione começou a preparar um chá.

Deixamos a taça em cima da mesa.

– Me sinto tão cansado que poderia dormir aqui mesmo. – disse Rony. – E o que faremos agora? Aquele duende maldito levou a espada, como destruiremos a taça?

– Não sei, Rony, vamos mantê-la guardada até que possamos destruí-la. – disse Hermione.

– Pelo menos essa não podemos usar, até por que seria estranhos se andássemos por ai com uma taça pendurada no pescoço. – disse o ruivo.

Apoiei meus cotovelos na mesa, ouvindo Rony falar que talvez os duendes de Gringotes escondam o nosso roubo, por medo. A voz de Rony foi se extinguindo: a dor quase rachou minha cabeça como um golpe de espada.

Voldemort estava num quarto mal iluminado, e um semicírculo de bruxos o encarava, e, no chão, a seus pés, se ajoelhava um vulto pequeno e trêmulo.

– Que foi que você disse? – Sua voz estava aguda e fria, mas a fúria e o medo o queimava por dentro. A única coisa que temia… mas não podia ser verdade, não podia entender como…

O duende no chão tremia, incapaz de fixar os olhos vermelhos acima dos seus.

– Repita isso! – murmurou Voldemort. – Repita!

– M-meu Senhor – gaguejou o duende, seus olhos negros arregalados de terror. –, m-meu Senhor… t-tentamos imped-dir… os imp-postores, meu Senhor… arrombaram… arrombaram… arrombaram o… c-cofre da f-família Lestrange…

– Impostores? Que impostores? Pensei que Gringotes tivesse meios para desmascarar impostores. Quem eram?

– Era o… era o… o garot-to P-Potter e d-dois cúmplices…

– E levaram? – perguntou Voldemort novamente, sua voz se elevando, e um medo terrível se apoderando dele. – Diga-me! Que foi que levaram?

– U-uma p-pequena t-taça de ouro, m-meu Senhor…

O grito de raiva e negação, irrompeu dele como se fosse da boca de um estranho: ficou possesso, frenético, não poderia ser verdade, era impossível, ninguém jamais soubera: como o garoto poderia ter descoberto seu segredo?

A Varinha das Varinhas cortou o ar e o clarão verde explodiu pela sala, o duende ajoelhado rolou para o lado, morto, e os bruxos que observavam dispensaram-se à frente, aterrorizados: Bellatrix e Lúcio Malfoy empurraram outros para trás ao dispararem para a porta. E repentinamente a varinha se abaixou, após todos os retardatários estarem mortos, todos por lhe trazerem essa notícia. Por terem ouvido falar da taça de ouro.

Voldemort ficou sozinho por entre os corpos, pensativo. Se viu pensando em todos os seus objetos, seus tesouros, sua ancora para imortalidade. Não era possível que o garoto estivesse sabendo disso. Será que Dumbledore tem algo a ver com isso? Ele sempre desconfiara de si, e mesmo morto ainda atrapalhava seu caminho tendo como intermediário, o garoto…

Mas se o garoto tivesse destruído uma de suas preciosas Horcruxes ele, Lord Voldemort, teria sentido, não teria? É claro que não sentiu quando o diário foi destruído, mas pensou que fosse por que não possuía um corpo para sentir, sendo menos que um fantasma na época…

Voldemort precisava verificar. Andou pela sala chutando os corpos dos duendes e bruxos que havia matado e pensando nos lugares em que havia escondido as Horcruxes: o casebre, o lago, Hogwarts…

 

Abri os olhos ouvindo Hermione e Rony me chamando e me encarando preocupados. Me levantei rapidamente.

– Ele sabe! – falei. – Ele sabe e vai verificar todos os locais onde escondeu as Horcruxes, começando pelo casebre e pela caverna.

Hermione arregalou os olhos.

– Quê?

– Como sabe? O que você viu?

– Eu estava na cabeça dele. Vi quando ele descobriu. – contei. – E a última Horcrux está em Hogwarts. Eu sabia!

– O quê? Hogwarts? Por Merlim… estava em baixo dos nossos narizes o tempo todo! – disse Rony atordoado.

– Ele vai para o casebre e para o lago primeiro, por que pensa que a Horcrux de Hogwarts está segura por que Snape está lá! – falei rapidamente, guardando a taça apressadamente. – Precisamos ir agora. Só levará algumas horas para que ele verifique esses lugares e vá para Hogwarts. Temos pouco tempo.

– Como assim? Você quer ir para lá agora? – perguntou Hermione. – Harry, não podemos ir assim, temos que planejar, temos…

– Hermione, não temos tempo para planos. – a interrompi exasperado. – Imagine o que ele fará quando descobrir que o anel e o medalhão desapareceram?! Precisamos ir para Hogwarts logo, se ele alcançar a Horcrux que está lá primeiro, e mudá-la de lugar, talvez nunca mais a encontremos!

– Você viu onde em Hogwarts está a Horcrux? – indagou Rony, me ajudando a desmontar a barraca.

– Não. Ele não pensou com precisão no lugar. Teremos que procurar.

– Mas, Harry, não podemos simplesmente entrar em Hogwarts assim. – disse Hermione. – Snape está lá, e, com certeza, vão nos pegar! Como entraremos?

– Vamos a Hogsmeade. De lá poderemos usar algumas das passagens que conhecemos. – peguei a capa da invisibilidade. – Vamos Aparatar com a capa. Vem, Hermione.

Rony e Hermione entraram debaixo da capa.

– Mas, Harry, a capa fica pequena sobre nós três. – disse a garota.

– Não se preocupe, está escuro ninguém vai reparar nos nossos pés. – falei, e aparatamos.

 

Meus pés tocaram o chão. Vi a rua principal de Hogsmeade, penosamente familiar: vitrines apagadas, os contornos escuros das montanhas além, a curva da estradinha que a ligava a Hogwarts à frente, e a luz das janelas do Três Vassouras: e com um sobressalto, lembrei-me da última vez que estive aqui, sustentando um Dumbledore desesperadamente fraco.

De repente o ar foi cortado por um grito que lembrava Voldemort ao perceber que a taça tinha sido roubada. Um grito tão alto que quase despedaçou todos os nervos do meu corpo. Percebi que esse grito deve ser algum alarme que disparou por nossa aparição. Olhei para Rony e Hermione nervosamente sob a capa, no mesmo instante em que outro som de aparatação se fez presente. O som teria sido quase completamente despercebido por conta do alarme, mas a pessoa desaparatou bem perto de nós, portanto não pudemos deixar de notar.

Hermione segurou meu pulso e me puxou para que descemos alguns passos para trás, evitando que a figura encapuçada que havia acabado de chegar nos visse. A porta do Três Vassouras se escancarou e uma dúzia de Comensais da Morte de capa e capuz, correram para rua, empunhando varinhas.

Segurei o pulso de Rony quando o vi erguer a varinha. Havia bruxos demais para estuporar, e isso nos denunciaria.

O vulto recém-chegado ia dar um passo, mas se refreou quando os Comensais começaram a falar.

– Está embaixo da sua capa, Potter? – gritou um dos Comensais.

– Vamos, Potter, sabemos que está aqui! – gritou o outro. – Talvez seja melhor trazermos uns dementadores… Tenho certeza que eles não demorarão a encontrá-lo.

– O Lorde das Trevas quer ele vivo. Ninguém pode matá-lo, a não ser ele… – discordou o outro Comensal.

– Os dementadores não vão matá-lo. O Lorde das Trevas quer a vida dele, e não a alma.

Engoli em seco.

– Harry, temos que ir embora. – cochichou Hermione. – Temos que aparatar. Agora.

– Ótima ideia, Mione. – disse Rony.

Os Comensais gritavam, e por alguma razão o vulto recém-chegado, não saiu do lugar.

– Eles estavam de prontidão. – falei, o mais baixo que consegui. – Devem ter sido avisados que talvez pudéssemos vir. Tenho certeza que armaram alguma coisa para que não possamos fugir.

– Droga, o que faremos agora, Harry? – resmungou Rony.

Foi então que um frio anormal baixou sobre a rua. Dementadores. Os Comensais andavam de um lado para o outro, e o vulto também deu alguns passos para trás por conta do frio. Vi as criaturas horrendas deslizarem sobre a rua silenciosamente, e comecei a me desesperar.

Tenho certeza que eles puderam sentir nosso medo. Pareciam avançar cada vez mais rápido agora, inspirando daquele jeito arrastador e vibrante, saboreando o nosso desespero no ar… e nos cercando.

Não tive opção.

Me lembrei do momento em que Draco dizia que me amava, e que o chorinho de Melli ecoava pelo cômodo… O rostinho da minha filha…

– Expecto Patronum! – sussurrei.

O veado prateado cavalgou os empurrando para longe. Nesse momento vi o vulto praguejar em voz baixa.

– Eu vi! Lá embaixo! – gritou um dos Comensais. – Era o Patrono de Potter! Era um veado!

O vulto parou de praguejar e começou a caminhar tranquilamente em direção a estrada onde se encontravam os Comensais.

– Potter? – perguntou o vulto parando de andar. E quase gemi ao ouvir a voz familiar. O que ele faz aqui?! – Que Potter, seus idiotas, sou eu! Por que diabos jogaram dementadores em mim?

– Malfoy? – perguntou um dos Comensais. – Foi você quem conjurou o Patrono?

– Foi. E daí? Vocês soltaram esses malditos dementadores em cima de mim! – disse Draco, irritado.

Mas é claro. Obviamente ele sabe que estamos aqui e está nos acobertando.

– Aquele Patrono não é seu! – contestou o outro Comensal. – Era um veado! Era o de Potter!

– Mas é claro que era um veado, idiotas. – exclamou Draco, fazendo os outros o olharem confusos. Até eu não entendi. – Expecto Patronum! – ordenou.

E então a luz prateada saiu e um… veado irrompeu galopando… Por Merlim, o Patrono dele também é um veado? Como? Olhei para Hermione e ela sorria para mim, parecendo esquecer completamente a situação complicada em que nos encontramos.

Foi então que entendi. O Patrono dele se transformou em um veado por que ele me ama. Já vi isso acontecer antes, com Tonks. O Patrono dela se tornou um lobisomem por causa dos sentimentos dela por Remo.

Eu estou em uma situação tão complicada, como posso me sentir tão feliz?

Me lembrei da noite em que vi o Patrono de um veado, e que ele me guiou até a espada. Claro, eu estava certo em suspeitar. Tinha sido ele.

– Seu Patrono também é um veado? – questionou outro Comensal, e então fez um feitiço sobre Draco. – Você não está sob efeito da Polissuco, é mesmo Draco Malfoy. Por que nunca mencionaram sobre seu Patrono ser o mesmo que o de Potter?

– Isso não importa. Não era da conta de ninguém qual a forma do meu Patrono. – retrucou Draco.

– Que seja, mas o toque de recolher foi violado. Você sabe que o Lorde das Trevas não quer ninguém perambulando pelas ruas a noite!

– Sempre que eu quiser vir falar com meu padrinho, virei! Agora será que podem desligar esse maldito Feitiço Miadura?! Eu odeio esse som!

– Então… foi você quem disparou o alarme? – questionou um outro Comensal, sacudindo a varinha e fazendo o grito horrível parar.

– Mas é claro. Está vendo mais alguém aqui além de mim? – perguntou Draco friamente, cruzando os braços e revirando os olhos.

– Sabe bem que o Lorde das Trevas avisou a todos que Potter poderia tentar entrar na escola essa noite. Não deveria ter vindo.

– Eu nem sabia que você podia sair de casa. Você e sua família agora não estão rebaixados a tal ponto, que nem de casa podem sair? – perguntou o Comensal, caçoando.

– Acho que isso não é da sua conta, é? – retrucou Draco. – Agora se me derem licença, tenho que me encontrar com meu padrinho.

– Pode ir. Mas é melhor não desrespeitar o toque de recolher novamente. Da próxima vez não seremos tão indulgentes!

Então os Comensais deram meia volta e retornaram ao Três Vassouras. Vi Draco suspirar e olhar em volta. Quando ele ia começar a andar, sai debaixo da capa rapidamente e o puxei para escuridão, o colocando contra a parede.

– O que diabos faz aqui?! – exclamei, e ele me olhou parecendo… zangado?

Droga…

 

Pov Harry Off


Notas Finais


Aiii... Deixem bastante comentários ok? Isso sempre me inspira a continuar mais rápido ^^
Espero que tenham gostado!
Beijinhos <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...