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História Relíquia do Amor - Um ótimo aniversario


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Olá ^^
Eu queria agradecer aos que favoritaram e dar um oi aos que só leram!
Eu realmente estou muito feliz com os comentários *w*
Queria avisar que agora será aleatório os Pov de Harry e Draco.
Esse capitulo ficou bem longo, então eu estou em duvida se vocês preferem os capítulos longos assim, ou menores.
Enfim, boa leitura !

Capítulo 6 - Um ótimo aniversario


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - Um ótimo aniversario

 Várias imagens invadiam minha mente atordoada. Eu podia ouvir vozes, mas não consegui me mover. Quanto tempo estou aqui? Um dia? Uma semana? Não faço ideia.

Draco estava sofrendo sabe se lá quantas atrocidades, e eu aqui, sem sequer ter forças para acordar. Somente quando o vi sendo torturado através da mente de Voldemort, que pude intender a proporção de meus sentimentos por ele. Tão fortes como jamais senti por alguém. Eu sei que estou em uma enrascada, é cem vezes pior amar alguém do que odiá-lo, porque sempre há uma chance dele me machucar muito mais, simplesmente por amá-lo tanto, do que se ele me cruciasse sendo seu inimigo. Mas agora já é muito tarde, por mais errado que pareça ser, eu sinto que amá-lo já se tornou algo inevitável.

Mas será que ele me ama? Eu sei que ele “gosta” de mim, mas amor é algo totalmente diferente.

Eu realmente devo ser um tolo. É claro que Draco jamais arriscaria duas vezes sua vida por alguém que ele não amasse. Sinto que estou ficando meio paranoico com isso, afinal os sentimentos dele estão muito claros, mesmo que ele não diga.

Ouvi sons a minha volta. Passos pesados no chão de madeira. Presumi que fossem Rony e Hermione.

Há algum tempo (não sei quanto), que posso ouvir o que as pessoas falam a minha volta, mas ainda não sei o motivo deu não conseguir acordar. Mas nesse meio tempo, tenho tido vislumbres estranhos, como uma sala de estar bem grande, ou um quarto elegante e bem decorado. Constatei serem coisas da minha imaginação, embora eu saiba que não sou muito criativo para imaginar os tantos detalhes dos cômodos.

Os passos pararam.

– Ele continua igual. – suspirou uma voz que reconheci ser de Hermione.

Senti uma mão morna segurando a minha, de início pensei ser da garota, mas logo percebi que as mãos eram um tanto grandes para serem dela.

– Ele está um pouco pálido, não acha? – perguntou Rony, sua voz bem ao meu lado. Senti que as mãos que seguravam as minhas apertarem um pouco. Espera ai, essas mãos são dele?

– Experimente ficar dois dias desmaiado, sem comer ou beber nada, e então veja se não ficará tão pálido quanto ele. – comentou uma outra voz, que reconheci ser de Jorge.

– Remo disse que logo ele acordará. – disse Hermione. – Ele disse que os acontecimentos recentes, como você ter perdido a orelha e Olho-Tonto ter morrido, somados com algum choque emocional fizeram com que a mente dele se protegesse assim.

– A pergunta é: que choque emocional será que ele teve? – perguntou Fred ao mesmo tempo em que senti alguém se sentando aos pés da cama em que eu estava. Ouve alguns segundos de silêncio, onde todos provavelmente se perguntavam a mesma coisa. – Mas, mudando de assunto, Gina está furiosa com você, maninho, e agora estou entendendo o porquê.

– Gina é uma idiota. Harry é meu melhor amigo!

– Pode até ser, mas isso não justifica você ficar vinte e três horas do seu dia ao lado da cama dele. – afirmou Jorge. – Você está parecendo mais a noivinha preocupada, do que o amigo.

Não posso negar que o fato de saber sobre esse comportamento estranho de Rony me impressionou um pouco. Mas prefiro não dar importância a isso agora, afinal talvez ele só esteja muito preocupado comigo.

– Ah, não enche! – respondeu o ruivo irritado.

Alguns minutos se passaram e Fred e Jorge saíram deixando-me sozinho com Rony e Hermione.

– Harry está estranho, não acha? – perguntou Mione alguns minutos após a saída dos gêmeos, parecendo preocupada.

– Sim. – concordou o ruivo. – E está escondendo alguma coisa de nós.

– É, eu sei. – disse a garota. Ouve alguns instantes de silêncio. – Lupin fez alguns exames nele, e descobriu que a magia dele está se comportando de forma estranha, mas como nenhum de nós é Curandeiro aqui, não podemos dizer com precisão o que há de errado.

– É realmente muito estranho, não é? Harry viu algo na mente de Você-Sabe-Quem que o perturbou mais do que qualquer coisa. – comentou Rony. – Quero dizer, ele já havia visto coisas perturbadoras antes, mas nunca desmaiou por isso.

Passaram-se algumas horas, e minha mente vagava. Senti meu corpo se tranquilizando, é como se eu tivesse tomado alguma poção para os nervos.

Abri meus olhos e vi o sol de fim de tarde refletido no teto do quarto. Com a visão embaçada, avistei Rony sentado na cama ao lado lendo com atenção um livrinho pequeno. Tateei o criado-mudo a procura dos meus óculos, o que chamou a atenção do ruivo.

– Harry! – exclamou ele, se levantou e veio até mim. – Tem ideia do susto que você deu em todos nós?

– Desculpe… não foi minha intenção preocupar ninguém. – falei com a voz rouca. Tossi para limpar a garganta e comecei a me sentir enjoado. – Onde estão os outros?

– Estão lá embaixo. Mamãe deu tarefas a todos por causa do casamento de Gui e Fleur que ocorrerá em alguns dias. – disse Rony, se sentando ao meu lado. – Mas, cara, o que aconteceu? O que foi que você viu que te fez ficar daquele jeito?

Rony se aproximou e tocou meu braço, como para dar apoio, mas, de algum modo, estranhei esse comportamento dele.

– Eu… não me lembro. – Foi a primeira desculpa que inventei. É claro que eu me lembrava perfeitamente, mas só de voltar a pensar no que Draco está sofrendo por minha culpa, me sinto tonto novamente e meu enjoo piora.

– Harry, está tudo bem? – perguntou o ruivo preocupado, colocando a mão na minha testa para medir minha temperatura.

– Acho que sim, só me sinto um pouco enjoado. – respondi. Estou estranhando cada vez mais esse comportamento de Rony para comigo. Ele está fixando seus olhos nos meus de um jeito que nunca havia feito antes. – Rony, por que está me olhando assim?

– Não sei, Harry. Eu só queria saber, por que seus olhos estão tão brilhantes? E por que sua pele está tão bonita? – arregalei meus olhos com as perguntas do ruivo. O que diabos será que está havendo com ele? – Por Merlim, Harry eu estou me sentindo estranho perto de você desde que te revi lá na casa dos seus tios.

Não pude deixar de me chocar. Como assim meu melhor amigo está se sentindo estranho perto de mim? Por que diabos ele está achando minha pele e meus olhos atraentes? Só pude ficar encarando-o e me sentindo atordoado.

O que está havendo com as pessoas, que todas estão mudando? Primeiro Duda e agora Rony?

– Hmm… Rony eu…não sei… – tentei falar mais meu enjoo piorou e tive que levar as mãos a boca.

Rony, parecendo notar o que eu precisava, conjurou rapidamente algo parecido com uma bacia. Puxei-a de suas mão e vomitei vorazmente, mesmo estando de estômago vazio. Rony ficou ao meu lado, dando palmadinhas nas minhas costas.

– Rony o que...Harry! – Hermione entrou rapidamente no quarto. Mesmo vomitando, pude ver os olhos da menina se fixarem por um segundo em Rony, que ainda me dava palmadinhas nas costas, depois voltarem a mim. – Que bom que acordou, estive tão preocupada!

Quando, finalmente consegui parar de vomitar, fui até o banheiro escovar os dentes, antes de voltar a falar com os dois.

– Aqui, Harry, – Hermione me estendeu um pequeno embrulho, que quando abri, descobri ser uma barrinha de chocolate. – Lupin pediu que eu lhe entregasse assim que você acordasse.

Sem me importar com o fato de que havia acabado de escovar os dentes, devorei a barrinha rapidamente. Eu nunca gostei tanto de chocolate como agora, sem contar que estava faminto.

– Harry, agora que já está se sentindo melhor, você poderia nos dizer o que...

– Não sei Hermione. – cortei a menina, mas seu olhar me dizia que ela não acreditaria em qualquer coisa, então acrescentei. – Não me lembro bem o que vi, só sei que ele estava torturando alguns Comensais, e então me senti tonto e perdi a consciência.

– Mas Harry, você pareceu ter visto algo que te feriu muito e...

– Hermione, eu não sei o que eu vi, o.k.? – cortei-a mais uma vez.

– Tudo bem, Harry, vamos fingir que acreditamos. Mas não é só isso, você e Olho-Tonto conversaram sobre algo antes da sua transferência, e quando vocês terminaram, você estava tão pálido que parecia ter visto uma assombração! Nós sabemos que aconteceu alguma coisa, então...

– Hermione, – falei tentando manter a paciência. Eu realmente não estava com humor para mais um de seus interrogatórios. – Como eu disse naquele dia no trem, há coisas que não quero que vocês saibam. Eu sinto muito.

– O que sua conversa com Olho-Tonto tem a ver com o assunto daquele dia no trem? – perguntou Rony.

– Não tem nada a ver! – falei frustrado. – Mas, assim como eu não quis contar aquele assunto, também não quero contar este.

– Harry, você não confia mais em nós? – perguntou Mione. – Não importa o que for, nós sempre iremos te apoiar e ficar do seu lado, e você anda escondendo muita coisa de nós ultimamente.

– Não se trata de confiança, Mione. É claro que confio em vocês! Confio tanto que vocês são as únicas pessoas as quais eu contei sobre as Horcruxes!

– Então por que não desembucha logo, cara? – perguntou Rony.

– Eu simplesmente não posso. Não se trata só de mim Rony, isso também envolve outra pessoa, e... acho que vocês não me perdoariam. – eu disse a última parte em voz baixa.

– Você fez alguma coisa errada? – perguntou a garota. – Porque se fez, Harry, você sabe que vamos entender e te ajudar como sempre.

– Eu acho que vocês não intenderiam. – falei depressa olhando para Rony. – Mas eu vou pensar um pouco sobre o assunto, e então decido se lhes conto ou não. Mas parem de me pressionar.

– Bom, já é alguma coisa. – suspirou a amiga. Eu sabia que esse assunto ainda não tinha acabado.

 

Passei os próximos dias vomitando sem parar. Os enjoos haviam piorado a tal ponto, que nada que eu comia parava no meu estômago. A única forma de conseguir manter algo em meu estômago, era tomando a poção que a sra. Weasley me dera, porém seu gosto era repugnante.

Na manhã do meu aniversário, Rony me acordou feliz, e me deu seu presente. Que por algum acaso era um livrinho igualzinho ao que ele lia no dia em que acordei do meu desmaio. O livro se chamava doze maneiras infalíveis de encantar bruxas. Não pude deixar de rir, pois sabia que o livro não teria a menor utilidade para mim, já que eu já estou encantado por um bruxo.

Quando estávamos descendo para tomar café da manhã, a porta do quarto de Gina se abriu e a ruiva colocou a cabeça para fora.

– Harry, posso falar com você um instante? – perguntou ela.

– Claro... – respondi entrando no aposento. Rony ia me seguir, mas Hermione o puxou.

Gina fechou a porta e a trancou. Assustei-me ao perceber que a garota vestia só um roupão.

– Harry, eu não tive tempo para comprar nenhum presente para você, então decidi lhe dar algo que eu sei que você quer a muito tempo. – disse a garota se aproximando.

– Hmm... Gina, eu agradeço, mas realmente não é necessário nenhum presente... – falei rapidamente, e dei alguns passos para trás de modo que me encostei ao lado da porta.

– Não seja bobo, Harry. Você vai precisar de uma lembrança minha para levar com você nessa tal missão. – disse ela. E começou a puxar lentamente a corda que amarrava o roupão. – Eu prometo que ninguém ficará sabendo.

Se isso ocorresse no passado, eu provavelmente cederia, mas agora, amando Draco, não sinto o menor desejo pela Gina. Tudo o que sinto é uma vontade muito grande de fugir o mais rápido possível dessa situação constrangedora.

Preciso sair daqui!

– Gina, é melhor eu descer. Rony e Mione devem estar me esperando! E não fica bem eu ficar no seu quarto sozinho com você...

– Não se preocupe Harry, eu lanço o Abaffiato na porta...

– Não, Gina... Eu não quero isso. E eu realmente preciso descer!

A garota terminou de puxar a corda do roupão. Olhei para o chão constrangido tentando evitar sua nudez.

Droga como vou escapar dessa?

– Gina, eu... eu gosto de outra pessoa! – falei de uma vez, ainda sem erguer os olhos.

– Eu sei que está mentindo. – disse a garota, parecendo achar graça. – Eu sei que você gosta de mim, mas só está tentando ser nobre como sempre. E eu respeito isso, Harry, não estou pedindo para reatarmos o namoro, e sim para criarmos uma lembrança bonita para nós dois.

A garota veio até mim e encostou os lábios nos meus. Segurei-a pelos ombros e a afastei, de modo que nossos olhos puderam se encontrar.

– Gina, eu disse não! – falei calmamente. Comecei a me sentir enjoado novamente, afinal era para eu ter tomado a poção contra enjoo assim que descesse. – Eu realmente estou gostando de outra pessoa, aliás, gostando não, eu estou apaixonado por outra pessoa.

Os olhos da menina se arregalaram, o que me fez sentir aliviado por que ela percebeu que não estou brincando.

– Você não pode estar falando sério! – exclamou a ruiva, e eu dei graças a Merlim quando ela se afastou. Sem parecer se importar com sua nudez através do roupão aberto, ela deu três passos para trás. – Por favor diga que é mentira.

– Eu diria se fosse, Gina, mas não é. Eu sinto muito, mas estou mesmo apaixonado por outra pessoa.

A garota me fuzilou com os olhos.

– Quem é ela? – perguntou por fim.

Me senti enjoado, sabia que a qualquer momento teria que correr para vomitar. Tentei abrir a porta, e só então me lembre que Gina a havia trancado.

– Eu preciso sair, abra a porta. – pedi com urgência, já que meu enjoo estava piorando.

– Eu perguntei, quem é a vadia asquerosa! – disse a garota quase gritando.

– Não fale assim dele! – falei tão atordoado pelo enjoo, que quando dei por mim já havia dito.

Os olhos da garota voltaram a se arregalar e suas mãos taparam a boca de surpresa.

Dele? Você está apaixonado por um homem?

A porta do quarto se escancarou, o que seria um alívio se não tivesse sido Rony quem a abrira. O rapaz se encontrava extremamente vermelho com a visão de Gina quase nua na minha frente, enquanto eu tapava a boca enjoado. A garota rapidamente tentou se cobrir. Hermione vinha logo atrás do ruivo, provavelmente tentar impedi-lo de nos atrapalhar, mas quando viu a cena ficou tão chocada quanto.

Não tive tempo para me explicar, saí correndo em disparada do quarto, e adentrei depressa no banheiro antes de vomitar. Ouvi que Rony e Hermione haviam me seguido.

– Rony, não se entrometa nisso! – dizia Hermione. – Harry não teve culpa, foi um plano da Gina! Ela havia mencionado que faria algo assim, mas não acreditei que ela teria realmente coragem. Rony...

Assim que lavei minha boca e me virei dei de cara com o ruivo, que nem se deu a decência de me esperar sair do banheiro para falar comigo. Embora eu entenda, afinal Gina é sua irmã caçula e nos pegar em seu quarto com ela quase nua, com certeza deve tê-lo feito tirar muitas conclusões erradas.

– Calma, Rony. Eu posso explicar... – comecei.

– O que é que você fez a minha irmã? – perguntou ele. Suas orelhas extremamente vermelhas, em um misto de vergonha ou raiva.

– Eu não fiz nada! – Me aprecei a dizer. – Eu estava bem longe dela, você viu...

– Rony... – chamou Hermione tentando acalmar o amigo.

– Assim que você saiu do quarto, ela desatou a chorar dizendo que você preferia homens do que ela!

Não pude deixar de me sentir apreensivo com o comentário de Gina. Porém, também me sinto aliviado por Rony parecer está mais preocupado com as lágrimas dela, do que com o fato de ter pego ela praticamente pelada na minha frente.

– Ela só está exagerando por que eu disse que gostava de outra pessoa. – contei.

– Você gosta de outra pessoa, Harry? – perguntou Hermione.

– Não, claro que não! – aprecei-me a dizer. – Eu só disse isso a ela para que ela desistisse do que estava tentando fazer.

Preferi mentir para evitar o início de mais um interrogatório. Fiquei contente em ver que a raiva de Rony pareceu diminuir um pouco.

 

Algumas horas mais tarde, o episódio no quarto de Gina parecia ter sido esquecido pelos dois amigos, o que foi um grande alívio para mim já que eu não me sentia confortável para falar do assunto.

Estamos sentados no chão do quarto de Rony decidindo quais livros levaremos conosco em nossa viagem. Comecei a me sentir enjoado novamente.

Droga, já estou cansado de vomitar o tempo todo. Estou assim há duas semanas seguidas e não sei qual o problema, mas estou começando a me preocupar. Houve poucas ocasiões em que estive doente, mas sempre melhorava em um ou dois dias, e por alguma razão isso não está acontecendo agora.

– O que foi, Harry? – perguntou Hermione quando viu minha expressão.

– Estou enjoado novamente. Não sei o que há de errado comigo. Faz semanas que estou assim, e já estou começando a me preocupar.

Semanas? Eu pensei que fosse desde que chegou aqui, não fazia ideia de que já fazia semanas. – falou a garota, claramente preocupada. – Harry, precisamos descobrir qual é o problema! Isso pode ser alguma doença trouxa!

– Ah claro, e como sugere que descubramos o problema? Por acaso há algum Curandeiro por aqui? – perguntei irônico.

– O único jeito que eu conheço, é você ir ter uma consulta no St. Mungos. – incitou Rony.

– Eu tenho certeza que não estou com nada tão grave assim, para ter que ir a um hospi...

Com a mão na boca, tive que correr novamente ao banheiro. Tudo bem, talvez eu realmente precise ir a um hospital.

Assim que retornei ao aposento, Hermione me encarou de forma séria.

– Você precisa ir ao St. Mungos. – disse Mione decidida.

– Mas...

– Como você espera derrotar Você-Sabe-Quem doente? Vomitando em cima dele? – perguntou Rony.

– Mas o problema é que...

– Harry, você vai ao hospital, e pronto! – falou Hermione, me interrompendo.

– Mas acontece...

– É melhor desistir logo, colega. – falou Rony.

– DÁ PARA VOCÊS FECHAREM A BOCA E ME OUVIR? – gritei sem paciência. – Será que um dos dois gênios pode me explicar como vou fazer para ir ao St. Mungos, quando sabem melhor que ninguém que há Comensais por todos os lados, ansiosos para colocarem as mãos em mim?

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes, percebendo que eu tinha razão.

– Mas você precisa ir a um hospital... – insistiu Hermione. – Temos que dar um jeito de te levar!

– Mas, Mione, você sabe que não se pode simplesmente sair d'A Toca. Ninguém vai concordar em tirar o Harry daqui, nem que ele estivesse com sarapintose. – disse Rony. – E não podemos fazer nada, mamãe está de olho em nós, você sabe. Ainda mais agora que ela não quer dar brechas para que possamos viajar na missão. Não há nenhuma maneira de sairmos...

Maneira, até há, maninho... – disse Fred entrando no aposento. Nos viramos assustados com a chegada repentina dos gêmeos. – mas, vão precisar da nossa ajuda.

– A quanto tempo estão ouvindo a conversa? – perguntou Rony.

– Desde que ouvimos a bela voz do nosso amigo, Harry, ecoando pelo corredor. – contou Jorge. – E então decidimos vir dar uma olhada para descobrirmos o motivo dos gritos, e ouvimos algo sobre, precisar levá-lo ao St. Mungos.

– Estamos dispostos a ajudar, pelo bem do Harry, claro, e não por que estamos completamente entediados com essa bagunça de casamento. – disse Fred.

E então, com a ajuda dos gêmeos, começamos a planejar uma forma de distrair a sra. Weasley, para que eu pudesse sair com Rony e Hermione.

Fred iria, por “acidente”, explodir uma bomba de bosta do outro lado da casa no jardim, aonde por um acaso, seria realizado a cerimonia de casamento, enquanto Jorge soltaria um Detonador-Chamariz no chão do segundo andar, alegando ter deixado cair uma caixa com objetos da loja, também por “acidente”.

Teríamos distrações o suficiente para que possamos sair sem que percebam. Então decidimos fazer isso pela manhã, já que hoje ainda comemoraríamos o meu aniversário de dezessete anos.

Ao anoitecer, todos nós nos reunimos no jardim para meu jantar de aniversario. Fiquei realmente feliz com a chegada de Lupin, Tonks e Hagrid,. Ganhei alguns presentes, e depois comemos o bolo que sra. Weasley fez em forma de pomo.

Estava tudo perfeito até a chegada do ministro da magia que veio ler o testamento de Dumbledore. Senti-me extremamente zangado por ele se recusar a me entregar a espada de Godric Gryffindor, o que só me fez ficar enjoado novamente. Assim que ele foi embora, voltei ao jardim e pedi a sra. Weasley outra dose da poção contra enjoos.

Ainda me sentindo um pouco mal, decidi me recolher mais cedo, e subi para o quarto que dividia com Rony. O ruivo provavelmente demoraria a subir, já que mantinha uma conversa interessantíssima com Hermione. Agradeci a Merlim por ele não ter voltado a tocar no assunto sobre se sentir “estranho” perto de mim.

Abri minha mochila, guardei meus presentes e puxei meu pijama. Meus olhos se fixaram na capa preta, que não me pertence, e que por alguma razão eu quis trazer comigo. Tirai-a da bolsa, me vesti e me deitei segurando a capa.

O dia de hoje foi muito bom. Mas o que eu realmente queria era ver Draco. E então, se eu esquecesse o probleminha com a Gina e a visita desagradável do ministro, sim eu poderia dizer que tive um ótimo aniversario. Mas sei que isso seria impossível, então tenho que me contentar em sentir seu cheiro na capa, que mesmo depois de lavada, ainda continha sua fragrância.

– Seu cheiro é tão bom Draco... – suspirei.

Me virei abraçando a capa, imaginando o que Draco deve estar fazendo neste momento. Será que o Lorde voltara a torturá-lo? Só de pensar nisso meu coração se aperta.

“Potter?”

Me sentei depressa. Tenho certeza que ouvi alguém me chamando. Olhei em volta, mas o aposento estava vazio.

“Potter, consegue me ouvir?”

Olhei em volta novamente, tenho certeza que reconheço essa voz.

– Draco? – perguntei surpreso, uma onda de felicidade me invadindo. – Você está aqui?

Devo ter ficado maluco. Aprendi no segundo ano que ouvir vozes realmente não é um bom sinal.

“Claro que não, idiota! Como acha que eu poderia penetrar a proteção que cerca esse lugar?”

Me levantei confuso, agora eu tenho certeza que estou ouvindo a voz de Draco.

– Mas se você não está aqui como posso te ouvir? – perguntei ainda olhando em volta.

“Não sei direito. Deve ser algo parecido com Legilimência. Em um segundo eu estava pensando em você, e no segundo seguinte ouvi sua voz na minha cabeça dizendo algo sobre meu cheiro... e então fechei os olhos e pude ver um aposento, se é que se pode chamar isso de aposento. Logo em seguida te chamei, e você respondeu...” – contou ele.

– Mas como? Isso é loucura... – falei chocado e me sentei novamente.

“O que é isso ao seu lado, Potter? É a minha capa?”

– Não... quer dizer, é. – falei corando. – Mas como você sabe?

“Quando fecho meus olhos posso enxergar o local em que você está! Eu estava tendo vislumbres estranhos quando pensava em você durante o dia, pensei que estava ficando maluco. E por falar nisso, a casa dos Weasleys até que não é tão pequena quanto eu imaginava.”

Revirei os olhos.

– Haha, muito engraçado.

“Isso foi um elogio, perto do que eu imaginava realmente foi um elogio. Mas, chega de conversa fiada. Porque você não faz um teste para descobrir se você consegue ver onde estou também? É só fechar os olhos e pensar em mim.”

Fechei meu olhos, e nem precisei me esforçar para pensar em Draco. Logo vi um aposento que reconheci imediatamente. Quando eu estava desmaiado eu já havia o visto. Era um quarto elegante e bem decorado, e três vezes maior do que o quarto em que estou.

– Belo quarto.

“Obrigado.”

– Isso é realmente incrível, não acha? Podemos conversar sempre que quisermos! É como telefone, só que através das nossas mentes!

“Eu só queria intender como isso é possível. Eu nunca havia ouvido falar antes de duas pessoas que podem conversar através das mentes. Acho que vou fazer umas pesquisas na biblioteca aqui da mansão.”

– Eu realmente estou feliz de poder falar com você. – felei corando. – Estava com saudade.

“Percebi, já que estava cheirando a minha capa. Que bom que ela serviu de alguma utilidade para você.”

Tenho certeza de que estou parecendo um tomate agora. É sempre assim, com algumas, simples palavras de Draco e eu coro como nunca.

– Draco, você está bem? – perguntei me lembrando do Lorde o torturando. – Ele ainda está torturando você?

Ouve um breve silêncio.

“Como você sabe...?”

– Não importa como eu sei. – falei rapidamente. – Só me responde.

“Não, ele só fez isso naquela noite. Mas ele ainda não desistiu de descobrir quem o traiu. Eu sei que é só uma questão de tempo até que ele perceba que fui eu.”

– Ele não vai perceber! – falei rápido. Sei que estou tentando convencer mais a mim do que a ele. – Eu me desesperei ao ver aquilo... Eu agradeço tudo que fez por mim, mas por favor não me ajude mais. Não suporto te ver sofrendo por minha culpa.

“Você viu aquilo? Como?”

– Em uma outra ocasião eu te explico. – falei impaciente. – Mas, agora me prometa que não vai mais arriscar a vida para me salvar.”

“Pode me garantir que não vai morrer em nenhuma de suas imprudências e idiotices?”

– Sabe que não posso garantir isso...

“Então lamento, não posso prometer nada.”

Suspirei. Draco é realmente teimoso quando quer. Será que ele não compreende o quanto me machuca saber que está sofrendo por minha causa?

– Faz ideia da dor que senti ao vê-lo torturando você?

“Faço, lembra, era eu quem estava sendo torturado.”

Estremeci com seu modo frio de falar.

– Por que faz isso comigo? – resmunguei suspirando.

“Porque eu...gosto de você, e eu não vou te deixar morrer se eu puder te salvar.”

– Eu te amo. – As palavras sairam e quando dei por mim já havia dito.

“É, eu sei. Eu também.”

Meu coração falhou por um segundo. Eu ouvi direito o que ele disse?

– Você acabou de dizer que me ama também? – perguntei feliz.

“Sim, a meu modo. E não se acostume, não sou muito de declarações.”

Sorri feliz. Agora sim é um aniversario ótimo.

– Sabe, eu...

– Está falando sozinho, cara? – perguntou Rony entrando no quarto e me assustando.

– Não. – respondi me deitando.

Ele começou a andar pelo quarto apanhando seu pijama e guardando suas coisas.

“Fala sério, o cabeça de fósforo chegou?”

– Shii... fique quieto. – falei com medo de que Rony pudesse ouvi-lo.

– Mas eu estou quieto. – disse Rony

– Não estava falando com você, eu estava falando com...meu estômago que voltou a roncar! – falei me sentindo um idiota.

“Fala sério? Estômago, Cicatriz? Até você poderia inventar desculpa melhor!”

– Rony, você não consegue ouvir? – perguntei franzindo a testa e ignorando a risada do Malfoy.

– Como você acha que eu conseguiria ouvir seu estômago daqui? – perguntou Rony rindo.

“É obvio que só você pode me ouvir, Potter! Estamos conversando através de nossas mentes, lembra?”

– É, tem razão. – Falei me deitando, ignorando o olhar confuso de Rony.

“Ei Potter, acabei de me lembrar, você melhorou do estômago? Aquele dia que fui te visitar você vomitou, então fiquei preocupado.”

Não pude deixar de sorrir ao ouvi-lo dizer que se preocupa. Não quero preocupá-lo com minha possível doença, então decidi mentir.

– Sim. – sussurrei para que Rony não ouvisse.

“Que bom. Então eu estou realmente feliz em falar com você, mas é meio chato conversar quando só eu posso falar sem parecer um maluco. Então boa noite.”

– Boa noite...Estou realmente feliz por pode falar com você. – respondi relaxando e puxando a coberta por sima de mim.

– Valeu, cara, eu também gosto de falar com você. – disse Rony com as orelhas vermelhas. Senti uma enorme vontade de rir, mas me contive.

Mas Malfoy não, pude ouvir claramente sua risada.

“Esse paspalho acha realmente que você está falando com ele?”

– Hmm... que bom Rony. Boa noite. – falei me virando de costas para ele.

Fechei os olhos, e quando estava quase dormindo ouvi:

“A propósito, feliz aniversario. Você deve está se perguntando como eu sei, não é? Enquanto ainda achava que estava vendo coisas, eu vi um bolo bem maneiro em forma de pomo, então constatei que fosse seu aniversario, espero ter acertado.”

– Obrigado. – murmurei feliz.

Rony murmurou algo como “Hmm, como é?”, mas ignorei e logo peguei no sono me sentindo excepcionalmente feliz.

Quando acordei, tomei um banho me arrumando para sair. Logo enfiei minha capa da invisibilidade no bolso do meu casaco. Quando desci para o café da manhã, vi que Hermione segurava uma bolsinha pequena de contas e Rony trocava olhares comunicativos com Fred. Percebi que Gina também olhava para os dois, e quando nosso olhar se encontrou a garota abaixou a cabeça envergonhada.

Assim que terminamos o café da manhã, Rony, Hermione e eu fomos para sala d'A Toca e esperamos. Vimos Fred se dirigir aos jardins, enquanto Jorge subia as escadas dando uma piscadela para nós.

Um minuto se passou e nada.

– Meninos o que estão fazendo ai parados? – perguntou o sr. Weasley se aproximando. – Temos muito trabalho a fazer e...

BUM!

Todos pulamos assustados. Essa era a nossa deixa.

– O que diabos... – exclamou o sr. Weasley interrompido por outro estrondo vindo do segundo andar. – Rony, vem comigo! Vocês dois vejam o que ouve lá encima!

Dito isso ele correu para o jardim arrastando Rony consigo.

– Não pai...espera... – dizia Rony, mas o pai não lhe deu ouvidos.

A sra. Weasley correu escada acima acompanhada de Freur e Gina.

– Vamos Harry, é a nossa chance! – disse Hermione.

Saímos para o jardim da frente indo em direção ao portão.

– Mas e o Rony? – perguntei olhando por sima do ombro.

– Ele vai ter que ficar para trás, não podemos esperar, essa é nossa única chance! – dito isso ela puxou a varinha e tocou o portão que se abriu. – Trouce a capa?

Peguei a capa da invisibilidade e a joguei por sima de nossas cabeças. Assim que passamos pelo portão, pude ver o sr. e a sra. Weasley vindo correndo em nossa direção, provavelmente percebendo nosso plano.

O portão começou a se fechar, e assim invisíveis, Aparatamos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado ^^
Obrigado por lerem!
Deixem seus comentários para eu saber o estão achando.
Beijinhos <3


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