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História Relíquia do Amor - A visita de Snape


Escrita por: DaianeSales

Notas do Autor


Olá!
Eu queria agradecer a todos que comentaram e favoritaram, e dar um oi aos que só leem!
Eu acho que esse capítulo não ficou muito bom, mas ele era necessário, então espero que não tenha ficado assim tão ruim.
Estou tendo sérios problemas em revisar antes de postar, por que a volta as aulas complicou um pouco as coisas. Então, se houver qualquer erro, relevem Ok.
Essa foto abaixo é como eu imagino a biblioteca da mansão.
Enfim, boa leitura!

Capítulo 8 - A visita de Snape


Fanfic / Fanfiction Relíquia do Amor - A visita de Snape

Pov Draco On

 

É realmente um saco ser um Comensal da Morte, eu vivo enfurnado nessa mansão e só saio para ir torturar pessoas inocentes. Não que eu me importe com esses sangues-ruins, mas também não sou tão cruel para gostar de torturar criancinhas. Meus pais a cada dia são mais humilhados, e eu, todos os dias sofro uma seção de tortura por ser um dos únicos Comensais a manter a mente fechada, e por que o Lorde insiste em descontar sua raiva em nós, até saber quem o traíra. E, do jeito que as coisas estão, logo ele saberá que fui eu.

Talvez eu devesse me sentir culpado por ter mentido para o Harry dizendo que só fui torturado naquela noite, mas não me sinto. Não quero que ele se preocupe ainda mais do que já está, se ele souber das torturas que estou sofrendo, do jeito que ele é todo nobre Grifinório, é bem capaz de tentar me afastar se sentindo culpado, só para que eu não corra mais perigo. E afastar-me do Harry, para mim está fora de cogitação. Por alguma razão, nós conseguimos conversar de maneira anormal na noite passada, então decidi que vou fazer algumas pesquisas hoje, para tentar descobrir como conseguimos tal feito.

Me levantei dolorido, por conta da tortura da tarde de ontem. Aprontei-me e desci para tomar café. Meu pai e minha mãe comiam em silêncio, e ignoraram minha chegada. Dei graças a Merlim, por minha tia Bellatrix não estar presente, pois havia saído para realizar alguma missão. Pelo menos o dia não começara tão mal assim.

Me juntei a eles em nossa enorme mesa de jantar, e me servi de panquecas e chá.

– Quanto tempo vou precisar ficar preso aqui nessa mansão? – perguntei mal-humorado, afinal já faz semanas que não saio. – Estou cansado de ficar trancado!

– Bom dia para você também, Draco. – disse meu pai, sem olhar para mim. Revirei os olhos. – Tenha um pouco de paciência. Pelo que me disseram, o Ministério estará sobre nosso controle em breve, e então você poderá sair livremente.

– Com licença, Senhor Amo. – disse Tibbi, nossa elfa doméstica, entrando na cozinha.

– O que foi, Tibbi? – perguntou meu pai.

– Tibbi só veio avisar, que o senhor Severo está na sala de estar, meu senhor.

Meu pai engasgou com suco de abóbora que tomava.

– Severo? Aqui? – perguntou ele, parecendo surpreso e preocupado. – Ele disse o que veio fazer aqui, Tibbi?

– Sim, senhor Amo. O senhor Severo, disse que veio conversar com o jovem amo, meu senhor.

– Comigo? – perguntei.

Não pude deixar de me surpreender com essa visita repentina, afinal Snape mal dirigia a palavra a mim desde a morte de Dumbledore, não compreendo o que ele quer agora.

– Termine o seu café, Draco. – disse meu pai, quando fiz menção de me levantar. – Vou ver o que seu padrinho quer. Eu estava mesmo querendo ter uma conversa com ele.

Meu pai se levantou e saiu antes que eu pudesse argumentar. Minha mãe parecia um pouco tensa, mas ultimamente ela sempre está assim, então não me surpreendi.

Alguns minutos se passaram enquanto eu terminava o mais de pressa possível, de comer minhas panquecas. Não posso negar que estou me corroendo de curiosidade para saber o que Snape quer comigo. Assim que terminei, limpei minha boca no guardanapo e arrastei a cadeira para levantar.

– Filho, espera. – falou minha mãe. Parei e olhei para ela. – Nós não pudemos conversar antes, por que seu pai estava por perto, mas, eu queria perguntar-lhe algo.

– Pode dizer. – falei friamente.

O que me irritava na minha mãe, era sua tamanha covardia, até para as coisas mais simples. Tudo que ela fazia e dizia eram conforme as decisões do meu pai. Nunca tomava uma atitude sozinha. É por isso que estou um tanto surpreso por ela querer falar algo comigo agora, sem ter ele por perto.

– E-eu queria saber, o que você está escondendo de nós? – perguntou ela.

Engoli em seco, um tanto surpreso e amedrontado com a pergunta, mas logo relaxei, afinal não há como ela saber que eu realmente estou escondendo algo, até por que eu sempre mantenho minha mente fechada.

Fiz cara de desentendido.

– Não sei do que está falando. – falei calmamente.

– Eu te conheço, Draco. Seu pai pode não perceber, mas eu sei quando você esconde algo. – disse ela, de maneira firme.

– E o que a senhora acha que eu estou escondendo? – perguntei, em tom desafiador.

– E-eu não sei, Draco, mas eu gostaria que você me dissesse... quem sabe eu posso te ajudar ou...

– Eu não estou escondendo nada! – falei de maneira firme, e me levantei – E mesmo que eu estivesse, eu não ia querer sua ajuda! Até por que, a ajuda não seria sua e sim do papai te controlando, e me desculpe mãe, mas eu dispenso esse tipo de ajuda.

Caminhei em passos largos até a porta da cozinha, mas antes que eu pudesse sair ela disse:

– V-você está bem, Draco? Seu pai disse para eu não me preocupar, por que você é um rapaz forte, mas é difícil não me preocupar com meu filho sendo torturado quase todos os dias.

Suspirei, apesar de ser uma marionete do meu pai, é nesses momentos raros que me lembro que ela ainda é minha mãe, e que, mesmo não demonstrando sempre, se preocupa comigo.

– Eu estou bem, mãe, não se preocupe. – falei, mesmo não sendo totalmente verdade.

Ela deu um sorriso meio triste, e isso foi minha deixa para sair dali o mais depressa possível, e evitar mais perguntas.

Sei perfeitamente que estou longe de estar realmente bem. Tirando meu corpo dolorido e minha mente,(que desde que descobri estar apaixonado por Harry Potter, ainda me pergunto se não enlouqueceu de vez) tenho muitas coisas me preocupando. E por alguma razão, nos últimos dias, sinto que Harry está precisando de mim, mas quando falei com ele noite passada, ele aparentou estar bem, então, isso que estou sentindo deve ser só saudade, ou somente a mesma preocupação de sempre, por saber Comensais ainda estão a sua procura.

Adentrei na sala de estar, onde meu pai e Snape estavam conversando.

– Já lhe disse que será daqui a dois dias, Lúcio. Deveria parar de tentar conseguir informações através de mim. – avisou Snape. – Se o Lorde das Trevas não te conta, é porque não quer que você saiba.

– Eu só queria saber se os boatos eram verdadeiros, não é como se eu estivesse querendo saber sobre os segredos que sei que você tem com Milorde. – retrucou meu pai.

– Creio que sim, como acabei de dizer, os boatos são verdadeiros. Tomaremos o Ministério daqui a dois dias, Pio Thicknesse, que como sabe, está sobre efeito da Maldição imperius, está sendo de grande ajuda. – disse Snape. Seus olhos encontraram os meus, parecendo, finalmente notar minha presença. – Mais alguma pergunta, Lúcio?

– Não. – respondeu meu pai de forma fria.

– Ótimo. Não sabia que estava tão desinformado aponto, de na primeira oportunidade tentar me tirar informações. – falou ele dando um sorriso de canto. Meu pai, parecia que ia enforcar o homem a qualquer momento. Começou a dizer algo como; “Como ousa?”, mas foi interrompido por Snape, que se levantou e se virou para mim. – Chega desse assunto desnecessário. Draco, precisamos conversar.

Nesse momento minha mãe entrou na sala e foi se sentar ao lado do meu pai. Caminhei a uma poltrona.

– A sós. – acrescentou Snape, antes que eu pudesse me sentar.

– Não há nada que você vá me dizer, que não possa ser dita na frente dos meus pais. – falei, impaciente por conta da curiosidade.

Pude ver pelo canto do olho, meu pai sorrindo presunçoso, e ao que parece, Snape também viu, por que se virou para mim com a expressão mais séria que o normal.

– É sobre Potter, tem absoluta certeza de que ainda quer que eles ouçam? – falou ele.

Meu olhos se arregalaram, e pude sentir meu coração falhar por um segundo. Será que acontecera algo com Harry? Mas, se estivesse mesmo acontecido, por que Snape viria me contar? Será que ele sabe de alguma coisa? Não, isso não é possível, meu relacionamento com Harry é um segredo somente nosso, e que ninguém além de nós sabe. Percebi que Snape e meus pais avaliavam minha expressão, então, quase imediatamente, a suavizei e tentei parecer o mais despreocupado possível.

– V-vamos até a biblioteca. – falei, me amaldiçoando por ter gaguejado.

Meu pai se levantou para protestar, mas eu não lhe dei chance. Me virei e sai do cômodo, acompanhado pelo meu padrinho. No caminho, pedi a Tibbi para que nos servisse chá enquanto conversávamos. Adentramos na biblioteca, me sentei em uma poltrona e Snape se sentou em outra, de frente a minha. Ficamos em silêncio, apenas nos encarando. Snape parecia avaliar cada uma de minhas expressões, era como se ele soubesse que estou escondendo algo.

Tibbi entrou com uma bandeja, que flutuava ao seu lado, contendo um bule de chá e xícaras. Depois de nos servir, saiu logo após fazer uma reverencia exagerada.

Beberiquei o chá, esperando que meu padrinho começasse a falar.

– Draco, eu vou perguntar, e quero que me responda verdade. E pode ter certeza que vou saber se estiver mentindo, por que eu sei muito mais do que você pode imaginar.

Engoli em seco novamente, e para disfarçar minha curiosidade e nervosismo, deu um pequeno gole no chá, sentindo minha língua queimando por conta do liquido quente.

– Fale. – pedi, não aguentando mais de curiosidade.

– Você está mais próximo de Potter do que de costume? – perguntou.

Não pude deixar de arregalar os olhos, assustado com a possibilidade dele realmente saber mais do que eu imaginava. Mas ele está perguntando e não afirmando, o que quer dizer que ele pode não saber de nada, e sim, simplesmente suspeitar. Mas, por que ele suspeitaria disso? Não, não posso me preocupar com isso agora! Preciso fazer com que ele tire essa ideia absurda(que não é tão absurda assim) da cabeça.

– Porque diabos, eu me aproximaria do Potter? Não sei se você se lembra, mas eu o odeio e tenho certeza que esse sentimento é recíproco. – falei de maneira convincente.

– Então, isso quer dizer que você não se tornou amante do Potter? – perguntou ele de forma simples, ainda me fitando.

Engasguei com a bebida, assustado com suas palavras, mas imediatamente me recompus e decidi fingir que o susto foi pelo absurdo que ele havia acabado de falar, e não por que ele ter acertado no que disse.

– Que absurdo é esse?! – exclamei, tentando parecer ofendido. – Eu jamais seria amante do Potter! Preferiria me casar com um hipogrifo!

Ele me encarou como se ainda desconfiasse.

Fechei os olhos por um momento, suspirando, e vi uma sala pequena e organizada. Nela estava a Granger conversando algo com um homem bem feio, que usava um óculos de fundo de garrafa e um jaleco verde-claro.

No caso dos homens é quase a mesma coisa". – dizia o homem. –" A apenas um detalhe diferente. O único jeito da Poção Gestante funcionar em um homem é se ele sentir atração física por outro homem de maneira tão forte e intensa quanto seria se fosse com uma mulher. Se esse homem, por algum acaso, nunca sentisse atração por nenhum homem dessa forma, e ele tomasse a poção, esta não surdiria efeito algum. Seria como se ele nunca a tivesse bebido.”

Não intendi quase nada do que o homem havia dito. Poção Ges-o quê? Tudo que consegui compreender sobre o que ele dizia, é que para essa poção fazer efeito, era necessário um homem sentir atração por outro homem.

“Então...isso só pode significar que você sentiu essa “atração” por algum homem, não é?" – perguntou Granger a Harry, mas parecendo se dirigir a mim, já que eu enxergava através dos olhos dele.

O que isso tudo queria dizer? Que Harry havia tomado essa poção Ges-sei-lá-do-quê, e que provavelmente ela havia tido efeito, já que a Granger afirmou que Harry havia sentido atração por um homem... Foi ai que me lembrei de uma coisa, como a Granger sabe que o Harry sentiu atração por um homem? Sei perfeitamente que sou o primeiro homem que ele ficou, então só a duas explicações: ou ele ficou com outro homem além de mim, ou ele contou a ela sobre...nós!

– Draco! – chamou Snape, abri os olhos fazendo com que minha mente voltasse a minha biblioteca. Nossa, eu nunca vou me acostumar com esse contato mental. Eu quase havia me esquecido que estava no meio de uma conversa extremamente comprometedora e tensa com meu padrinho. – Mesmo não sendo mais um professor, eu ainda não gosto que as pessoas durmam enquanto falo!

Ufa, ele pensou que eu estava dormindo. Graças a Merlim.

– Desculpe-me. – pedi, fingindo estar envergonhado. – O que estava dizendo mesmo?

– Vou lhe fazer só mais uma pergunta. – disse ele. – Sabe se Potter tomou alguma poção que o fez agir de forma anormal?

Engasguei com o chá novamente. Será que ele se refere a poção que o Harry havia tomado no dia em que transamos na floresta? Ou talvez ele se refira a poção a qual a Granger e o homem estranho falavam.

– Não, como eu poderia saber? – perguntei, tentando parecer indiferente, mas sei que, dessa vez, não funcionou muito bem.

Ele sorriu e se curvou um pouco para frente.

– Porque será que eu acho, que tudo o que você disse aqui hoje, é mentira? – perguntou, pronunciando cada palavra lentamente.

Agora é definitivo, ele realmente sabe de algo. Mas não vou dar o braço a torcer, preciso me manter firme.

– Porque tem tanta certeza de que estou mentindo? – perguntei, desafiador.

– Porque sei perfeitamente bem, que foi você quem salvou Potter no dia da emboscada. – falou ele, me fazendo parar de respirar por alguns segundos. Parece que ele sabe muito mais do que eu imaginava, e dessa vez ele não está perguntando e sim afirmando, o que quer dizer que ele está totalmente certo do que diz. Um medo terrivelmente grande me preencheu. – E deveria tomar mais cuidado, Draco, você tem muita sorte de ter sido somente eu a ver você voltar para junto dos Comensais, logo após Potter ter pulado de sua vassoura. O que é ainda mais interessante, é que posso jurar ter visto Potter te beijar antes de pular da sua vassoura, mas como você afirmou com tanta sinceridade, que você e Potter continuam inimigos, presumo que esse beijo deve ter sido ilusão minha, certo?

O encarei boquiaberto. Ele havia visto o beijo! Ele sabe tudo, ou quase tudo. Senti um misto de vergonha e medo. Sei que Snape odeia o Harry, então não quero nem imaginar o tamanho da sua raiva por ter me visto beijando-o. Mas a pergunta é, por que será que ele ainda não havia me entregado? Esforcei-me para conseguir falar.

– V-você vai c-contar a ele? – perguntei com a vós baixa.

– Se eu quisesse contar, pode ter certeza que eu já teria contado.

– Por que não contou?

– Porque não quero que meu único afilhado seja morto por uma estupidez. – respondeu de forma ríspida. – Acho que essa visita acabou. Estou certo de que você não me contará a verdade hoje.

Ele colocou a xícara com o chá intocado em cima de uma mesinha, e se levantou. Caminhou a passos largos para sala de estar, onde meus pais e, infelizmente, minha tia Bellatrix, conversavam. A conversa parou quando adentramos o lugar.

– Olá, Bella. – cumprimentou Snape, se dirigindo a porta da frente.

– Espere! – falei, ainda havia coisas que eu queria saber, ele não podia simplesmente ir embora assim. – Eu ainda tenho perguntas, e...

Ele se virou e veio em minha direção, parando perto do meu ouvido.

– Escute com atenção, Draco. Caso decida me contar a verdade sobre esse relacionamento, é só me chamar. Por enquanto, não há nada que eu possa fazer por você, a não ser continuar mantendo segredo. – ele ia se afastar, mas pareceu se lembrar de mais alguma coisa. – Ah...E se Potter tiver sido tão idiota a ponto de realmente ter tomado a poção, como eu acho que ele fez, e tudo tiver acontecido como acho que aconteceu, me procure. Você pode não intender nada agora, mas futuramente perceberá, que se isso tiver mesmo acontecido, você irá realmente precisar da minha ajuda.

Dito isso, ele se virou rapidamente fazendo com que sua capa esvoaçasse de maneira um tanto dramática, e saiu. Deixando-me aqui, extremamente curioso, e com, no mínimo oitenta perguntas.

– Draco, por que Severo queria falar com você sobre Potter? – perguntou meu pai.

– Ele só queria saber se sei algo sobre o Ha...digo, Potter, que possa ajudar a localizar seu paradeiro. – falei, de forma bem convincente. – E eu lhe disse que não haveria como eu saber, afinal, nós somos inimigos e Potter jamais confiaria em mim.

– Ah... Se era só isso ele poderia ter dito na nossa frente. Tenho certeza de que ele só ficou fazendo aquela ladainha, fingindo ser algo sério, para parecer mais importante. – reclamou meu pai.

E os três reiniciaram a conversa que estavam tendo antes de atrapalharmos. Decidi voltar para a biblioteca e procurar em alguns livros sobre a anomalia que está havendo entre o Harry e eu.

Procurei alguns livros sobre Legilimência, ou coisas parecidas e comecei a ler. Fiquei ali alguns minutos, mas não consegui me concentrar em nada, havia muita coisa na minha cabeça.

Pensei em Harry, e na tal poção que Snape havia falado. Será que ela é a mesma poção a qual o homem que conversava com a Granger, se referia? Que efeito será que tem essa poção que Potter bebeu? Pelo modo como Snape falou, parecia ser algo perigoso, mas será que aquele idiota sabe que tomou algo perigoso?

Por mais incrível que pareça, parece que Snape está disposto a nos ajudar com alguma coisa, é claro que não faço a menor ideia do que seja. No momento, tudo o que consigo sentir é curiosidade e um alívio enorme por saber que Snape não vai me entregar ao Lorde das Trevas.

Tentei esquecer um pouco todas essas perguntas sem resposta. E pensei na conversa que tive com Harry noite passada, e o modo como ele pareceu feliz em poder, simplesmente falar comigo. Ele deve mesmo me amar, mas não sei exatamente por que, afinal eu sempre fui grosso e ignorante com ele. Mas, se for pensar por esse ângulo, eu também não sei por que gosto dele. Ele é sempre tão bobo e idiota, tentando bancar o herói e proteger todo mundo. Como pude gostar tanto de alguém tão ingênuo? Sem contar que o azar parece andar colado nele o tempo todo. Talvez o que eu goste nele seja aqueles olhos brilhantes, ou aquele jeito tímido e corado que ele tem sempre que falo algo que ele considera constrangedor. Ou talvez, o que eu mais goste nele seja, que somente com um olhar ele consiga descontrolar meu coração. É, deve ser isso.

Fechei meus olhos por alguns instantes e pude visualizar um portão que levava a uma casa um pouco torta. Granger estava parada olhando para Harry, seu olhar era triste.

Porque não contou sobre seu namorado? Era esse seu grande segredo?"– indagou a Granger, cruzando os braços. – "Aliás, eu não sabia que você era gay.”

Uma das minhas perguntas acaba de ser respondida. Granger sabe sobre nós. Ah, mas o Harry vai se ver comigo quando nos encontrarmos...

“Eu não sou gay. Eu só sou...com ele." – disse Harry. – "E sim, esse era um dos meus segredos, e eu não contei por quê... não achei uma boa ideia.”

Tudo bem, com esse argumento incrivelmente fofo, pode ser que eu o perdoe por ter aberto a boca.

Quem é ele, Harry?”

Granger não sabe que sou eu? Então o erro dele não foi tão grande, afinal.

“Hermione, desculpa, mas eu não...”

“NÃO ME VENHA COM DESCULPAS! QUEM É ELE HARRY POTTER?!" – gritou a menina, seu rosto parecia triste, quase em lágrimas. – "É o Rony, não é?”

O que?! – exclamei em uníssono com Harry. Por sorte, parece que Harry está tão surpreso que nem percebeu minha exclamação.

Que bom que ele não ouviu, por que me sinto um intruso ouvindo conversa alheia. Mas a curiosidade me pegou novamente. Fechei os olhos e vi que a Granger continuava falando.

“...Eu tenho visto como vocês estão mais próximos, e como ele está tratando você e... Bom, só um cego não veria que ele está afim de você.”

Como é? O Cabeça de Fósforo está interessado no Harry? Senti uma sensação estranha de raiva crescendo dentro de mim.

“Não, Mione! Não é ele. De onde foi que você tirou isso? Eu e Rony somos amigos!" – Harry se aproximou da menina. – "Eu estava estranhando o modo que Rony tem me tratado, mas depois do que o Curandeiro disse, eu acho que ele só está assim por causa da magia da poção”

Granger enxugou as lágrimas que teimavam em cair com as costas da mão, depois sorriu para o Harry..

“Jura que não...?”

“Eu juro, Hermione. Eu só sinto carinho de irmão pelo Rony.”

É muita sorte do Weasley que eu sei que Harry gosta de mim. Porque se o Potter preferisse ele novamente, ele iria se ver comigo. Eu ia acabar com a raça dele e pegar o Harry de volta, entenda, eu não costumo gostar das pessoas, essa é a primeira vez que gosto de alguém assim, então, com certeza eu iria pegá-lo de volta.

– Jovem, amo? – chamou Tibbi, que estava parada na porta da biblioteca. – A senhorita Greegrass está aqui novamente, meu senhor.

– Traga ela até aqui, Tibbi.

– Sim, jovem amo. – disse a elfa, fazendo uma reverencia e saindo.

Logo, Astoria adentrou na biblioteca e se acomodou em uma das muitas poltronas.

– Olá, Draco. – disse ela entusiasmada.

Já estou me acostumando com a companhia de Astoria, pois quase todos os dias a garota faz visitas. E a alguns dias, havia até proposto uma amizade. Eu nunca tive um amigo, não verdadeiro, então estou um pouco feliz por Astoria querer assumir esse papel.

– Oi. – respondi.

– O que ouve? Você parece preocupado. – comentou ela.

– Não é nada. – falei, automaticamente. Já estou acostumado com a curiosidade irritante da menina.

– Pode não parecer, mas eu já te conheço bem, Draco. E eu sei que há algo errado. – disse ela. – Se quiser pode desabafar comigo, é para isso que servem os amigos.

– Eu não preciso desabafar, eu... – foi então que me veio algo em mente, Harry havia contado a Granger sobre nós dois, então, que mal faria se eu também contasse nosso segredo a minha amiga? É claro, que eu ocultaria alguns detalhes, mas tenho certeza de que isso não faria mal algum. Suspirei me preparando para falar. – Tudo bem, Astoria, mas tem que jurar não contar a ninguém...

– Eu juro, faço até o Voto Perpétuo se quiser! – disse ela animada.

– Sério? Isso é uma boa ideia. – falei, e vi seu sorriso murchar, o que me fez pensar que ela havia falado da boca para fora, sem esperar que eu fosse realmente querer. – Tudo bem, não é necessário. Mas fique sabendo, que se eu desconfiar que vai contar isso a alguém, vou apagar sua memória, está intendido?

– T-tudo bem.

– Bom, por onde eu começo? – perguntei a mim mesmo. – Eu estou apaixonado por um homem, e por um acaso, esse homem era meu maior inimigo. Nós transamos na Floresta Proibida no dia do enterro de Dumbledore, e depois disso eu descobri que ele também me ama. Ele é procurado pelos Comensais, e estavam fazendo uma emboscada para ele, então eu fui visitá-lo na casa de seus parentes para alertá-lo. Nós trocamos beijos e agora estamos em uma espécie de...namoro. Há alguns dias, eu arrisquei mais uma vês minha vida traindo o Lorde das Trevas, para salvá-lo. E agora, sofro torturas todos os dias como castigo, mesmo que o Lorde das Trevas não saiba que sou eu o traidor. E hoje eu descobri que Snape, o Comensal da Morte mais fiel, sabe que sou o traidor e sobre o meu...romance com aquele homem. Ele parece saber até mais coisas do que eu, aliás.

Olhei para Astoria, que estava boquiaberta e de olhos arregalados.

– Que situação difícil. Mas, espera aí, você é gay? – perguntou por fim.

– Depois de todos os absurdos que eu contei, você só se preocupou com isso? – perguntei rindo. Mas ai então me lembrei de uma coisa e respondi a sua pergunta: – Eu não sou gay. Eu só sou...com ele.

 

 

Pov Draco Off


Notas Finais


Espero que tenham gostado ^^
Eu gosto muito de comentários, então deixem bastante ta!
Beijinhos <3


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