Ver Nicolas me olhando me cortava o coração, eu sentia tudo o que ele estava sentindo.
Ele hesitou um pouco em ir falar comigo, mas apenas voltou para trás em direção à sorveteria.
_Precisamos sair da cidade o quanto antes... - Arthur disse me fazendo parar de olhar para Nicolas - Eles vão tentar te procurar por toda a cidade...
Assenti com a cabeça e ele me puxou pela mão. Alguns minutos depois eu já estava no portão da minha casa.
_Não quer entrar? - perguntei vendo ele ficar parado no portão.
_Não - ele respondeu - É melhor você ir sozinha, fala que é algum tempo de férias no Brasil ou algo do tipo. - ele sorriu.
Entrei em casa, Martha estava na cozinha, segui em direção ao meu quarto, peguei uma mochila e coloquei algumas roupas dentro dela, e em um bolso especial minha lamina, peguei outra mochila e fui em direção à cozinha, quando cheguei lá Martha me perguntou:
_Aonde você pensa que vai?
_Vou passar algum tempo no Brasil - menti.
Peguei algumas comidas e frutas, e quando estava na direção da porta, bem próxima a ela, Martha diz:
_Não quer que Frederick te leve ao aeroporto?
_Tenho dinheiro para o táxi, podem ficar despreocupados.
Saí, lá no portão Arthur me esperava, entreguei a ele a mochila com as comidas e fomos na casa dele.
Chegando lá, o pai dele estava para o trabalho, só ele estava em casa, entramos logo.
_Então - ele murmurou - Quer mesmo fugir para ninguém te achar?
_Quero - respondi.
_Avisou seus pais?
_Não... - murmurei - Disse que iria passar alguns dias na casa de uma amiga e ficaria sem celular lá...
_Seria mais fácil falar que iria pro Acampamento Meio-Sangue... - ele disse pegando algumas roupas.
Descemos para o primeiro andar, e ouvimos a porta se abrir, logo um homem entrou falando no celular e usando terno.
_Não aceito essa oferta, já lhe disse, eu... - ele olhou para nós - Me ligue depois.
_Pai... - murmurou Arthur - Essa daqui é a Katherine...
_Oi... - murmurei dando um sorriso.
_Olá... - ele respondeu - Arthur, essa é a sua namorada?
_Não pai... - ele respondeu - É uma semideusa, vamos pro acampamento passar um tempo lá.
_Tudo bem então... - disse o pai dele - Se me permitem, vou voltar a ligação.
Fomos até a cozinha, ele pegou mais comida e colocou na mochila que já continha comida.
_Vamos de táxi, meu pai não pode desconfiar para onde vamos.
Assenti com a cabeça. Saímos da casa dele e logo vimos um táxi, entramos e Arthur disse que iríamos para Washington, D.C.
Já estava escurecendo, ainda iria demorar um pouco para chegarmos até lá, eu olhava para a estrada, estava um vazio imenso.
_Se quiser dormir pode... - disse Arthur - Quer colocar a cabeça no meu ombro?
Neguei com a cabeça, coloquei a cabeça no vidro que agora estava fechado e fechei meus olhos, mas não consegui nem tirar um cochilo.
O carro desviou de outro que vinha em nossa direção, as três velhinhas que vimos hoje estavam no outro carro, eu bati a minha cabeça no vidro, fez um corte pequeno.
_Precisamos sair daqui! - gritou Arthur para mim pegando as mochilas e me puxando.
Estávamos perto de uma plantação, adentramos nessa plantação e estávamos esperando que conseguíssemos nos enconder.
_Aii! - murmurei colocando a mão na minha testa e vendo que sangrava.
_Oh meus deuses! - murmurou Arthur - Deixe-me colocar essa toalha na sua testa.
Tentávamos estancar o sangue, o céu estava lindo, as estrelas brilhavam intensamente, era diferente dos outros dias.
_Vem - ele disse puxando a minha mão - Precisamos sair daqui, e pelo o que eu me lembre, tem um hotel pequeno aqui perto.
Fomos para a estrada, eu já não conseguia mais ver o táxi nem mesmo o outro carro.
_Tudo bem? - ele perguntou - O seu dia foi bem agitado hoje...
_Vou ficar bem assim que eu conseguir descansar - respondi.
Vimos algumas luzes acesas, era o hotel que ele tinha falado.
Fomos até lá, quando entramos, ele pediu um quarto e a moça simplesmente lhe entregou a chave.
_Como conseguiu um quarto sem eles nem pedirem seus documentos? - perguntei intrigada.
_Usei o charme. - ele respondeu dando de ombros.
Quando entramos no quarto, reparei que ele era pequeno e continha apenas duas camas de solteiro com um pequeno armário.
Peguei meu celular, tinha até esquecido que estava com ele e comecei a ler as mensagens.
Helena: Como assim tu beijou um cara na frente do Nicolas?
Nicolas: Me desculpa ter atrapalhado aquela cena sua hoje.
Josh: Katy, é sério o que o Nicolas disse? Você fez mesmo isso?
Ignorei todas as mensagens, coloquei minha mochila em uma das camas e peguei uma roupa, fui em direção ao banheiro, precisava tomar um banho relaxante.
Saí usando uma calça jeans e uma blusa preta de moletom, me deitei na cama e fechei meus olhos.
_Vai mesmo dormir assim? - Arthur me perguntou.
Vou. - respondi.
_Posso te perguntar uma coisa?
_Claro que pode, só não garanto que vai ter uma resposta.
_O nosso beijo de hoje... O que você sentiu?
_Eu não sei... - murmurei - Um sentimento novo, eu não sei!
Ele deu um sorriso e foi até o banheiro.
Fechei meus olhos para tentar dormir mas um barulho lá fora estava me deixando irritada.
Me levantei da cama, coloquei meus tênis e sai do quarto. Olhei para os lados, não encontrava ninguém, sai um pouco mais do quarto e algo tampou a minha boca.
Comecei a me debater a bater em seja lá quem for, mas essa pessoa me segurava cada vez mais forte e me levava para cada vez mais longe do quarto.
_ME SOLTA - gritei quando ele destampou um pouco a minha boca - ARTHUR!
Novamente tamparam a minha boca, eles estavam me levando para um quarto, quando entraram, me deixaram lá.
_QUEM SÃO VOCÊS?! - gritei vendo que eram dois caras altos e só possuíam um olho na testa, ciclope!
_Uma meio-sangue! - exclamou um admirado - Jantar!
_Não... - disse um garoto surgindo de um lado escuro - O jantar de vocês são os outros meio sangues, nela vocês não tocam mais! Podem se retirar daqui!
Vi o rosto do garoto, era aquele garoto que James havia me mostrado, mas eu não lembrava o nome dele!
Ele se aproximou de mim, eu estava imóvel, ele retirou uma adaga e a segurou perto do meu pescoço.
_Vamos para o quarto que vocês estavam novamente - ele murmurou em um tom de voz ameaçador - Mas você não vai tentar nenhuma gracinha desta vez.
Quando chegamos ao quarto, ele ficou perto da cama em que eu estava, em pé, me segurando e com a adaga perto meu pescoço.
Comecei a escutar a porta se abrindo, Arthur estava com a cabeça abaixada olhando para uma foto e levantou a cabeça, quando ele viu o que estava acontecendo, Igor o ameaçou:
_Tente gritar, tente fazer qualquer coisa e eu a mato!
_Não precisamos chegar a esse ponto... - Arthur murmurou - Larga ela, não faça nada com ela.
_Eu não vou fazer nada - respondeu Igor - Ainda...
_O que você quer? - perguntou Arthur.
_Quem faz as perguntas aqui sou eu. - Igor respondeu - Vamos fazer assim, cada vez que você fizer algo de errado, acontece algo com ela. - ele pensou um pouco - Então vamos começar agora.
Ele passou a adaga no meu braço fazendo um corte, isso me fez gritar olhei para o meu braço, ele sangrava muito.
_Não precisava ter feito isso! - exclamou Arthur - Solta ela.
_JÁ DISSE! EU DITO AS REGRAS POR AQUI! - gritou Igor.
Olhei ao redor, me veio na cabeça uma cena em que eu desmaiava, pisquei para Arthur e fingi um desmaio. Igor me soltou, Arthur foi na direção dele e retirou a adaga das mãos dele. Me levantei e fui em direção a Arthur.
_Vai embora daqui! - exclamou Arthur.
_Não pensem que vocês venceram a guerra, vocês só venceram uma batalha. - Igor disse e saiu dali.
Assim que ele saiu, Arthur trancou a porta, foi em minha direção e me abraçou.
Lágrimas escorriam de meus olhos, ele parou o abraço e pegou uma toalha e colocou no meu braço.
_Vai ficar tudo bem... - ele disse levantando meu rosto.
Dei um sorriso, me aproximei de seus lábios e o beijei, e ele correspondeu ao beijo.
Eu estava perdidamente apaixonada por ele.
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