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História Relove - Capítulo 9


Escrita por: IWISHDEMI

Notas do Autor


Perdão pela demora... PEGUEM OS LENCINHOS.

Capítulo 9 - Capítulo 9


Anestesiada, dopada, alucinada.
Eram alguns do substantivos que singelamente poderiam me descrever naquele momento, em que minha cabeça repousava sopre o peito nu da morena, que dormia serenamente, agarrada a meu corpo tão frágil, por estar entregue , emanando seu calor, e me mantendo aquecida, como uma reação em perfeito equilíbrio.

O sorriso foi involuntário, tão involuntário como respirar, aliás, foi somente como como era tudo ao lado da Camila, natural, intenso, sem planejar, mas ao mesmo tempo incontrolável, e indiscritível.

As cenas da noite anterior me impactaram as memórias, fazendo arrepiar, eu me lembrava de cada detalhe, desde o beijo quente, as palavras de amor, até o jeito que ela me olhou durante todo tempo que fazíamos amor como se fosse a primeira vez.

E talvez, tivesse sido tão especial quanto, ou so era ela mesmo, que fazia tudo ser tão especial.

Tudo dentro de mim se agitava, mas externamente eu permanecia imóvel, torcendo para que pudesse estar ali agarradinha a ela, enquanto dormia.

Camila tinha muitos dons, ela era boa com pessoas, com animais, ela tinha palavras sábias, sabia dar conselhos, tinha experiência de vida, era radiante, era uma boa mãe, ela cantava, compunha, pintava, ela tinha o dom de fazer os outros se apaixonar por cada pequeno gesto seu,  mas o dom mais especial era aquele de não precisar abrir a boca para emanar sentimentos, e fazer os outros senti-los tanto quanto ela mesma.

A sua aura era com certeza a mais iluminada dentre as pessoas que eu havia conhecido, leve, sutil, angelical, ela era um poço de sincronia, aprendizado, e prosperidade, e eu era a pessoa mais abençoada do mundo por poder te-la por perto.

Eu era outra. 

Aquela Lauren de alguns dias atrás não existia mais, eu era eu de novo, e talvez ainda mais disposta a lutar, e peitar qualquer problema que aparecesse, por que eu a tinha ao meu lado.

Ter Camila ao meu lado não era só ter alguém que dá uns bons beijos, ou me dá o melhor sexo do mundo - mas também não deixa de ser- tê-la comigo era ter uma melhor amiga, era um sinal de que os ventos sopravam ao meu favor, era um presente divino, até para aqueles que não acreditam em milagres.

Então, por todas essas razões, naquele dia eu acordei com vontade de viver, viver eternamente enquanto fosse possível.

Eu estava com aquela ansiedade, como uma criança espera para manhã de Natal para encontrar o seu presente debaixo da árvore, mesmo sabendo que não foi bonzinho o suficiente.

Eu não queria, eu realmente não queria mas mirabolei planos, entre eles viagens que eu queria ter com Camila, parques em que eu queria levar clara e quem sabe até um bichinho de estimação que a pequena sempre quis? Eu só queria que todos pudessem se sentir com aquela vontade de viver que nasceu em meu peito junto com o amor que Camila ali plantou.

Inalei mais uma vez o seu perfume, só por prazer, pelo quanto eu gostava daquele cheiro  natural da minha morena.

Fitei o relógio virando somente o pescoço, e eram 8:30, Dinah comeria meu fígado, mas eu realmente não me importava, por que valeria a pena.

Me levantei com cuidado, para que a latina não acordasse.

Admirei uns instantes seu corpo nu sobre a cama, sem qualquer segunda intensão se não contempla-lá. 

Seu corpo reagiu com a minha falta, então a cobri com o edredom, para que pudesse continuar a dormir.

Segui para o banheiro, fiz minha higiene sem pressa, e observei as marcas que haviam ficado pela extensão de minha cintura e meus ombros, sorri implantando ali uma certeza de que a noite anterior fora real, e não apenas um sonho.

To meu um banho não muito demorado, lavei os cabelos, e segui para cozinha para preparar um café da manhã para nos três, algo que agradasse tanto minha filha como a sua mama, apenas passei rapidamente para chegar se clara ainda dormia e o mais surpreendente era que não.

Ela não estava em sua cama, mas podia ouvir sua voz cantarolando baixinho, então segui pelo corredor, e cheguei na cozinha, ela estava sentada na mesa, balançava os pezinhos e desenhava alegremente alguma coisa.

Mordia os lábios e a língua em concentração, e era extremamente fofo como se parecia com a sua mama quando estava empenhado em uma tarefa.

Havia uma quantidade imensa de giz de cera e canetinhas em cima da mesa, fora os papéis pelo chão, mas eu não consegui nem se quer ficar brava.

Me aproximei devagar, eu não queria que ela se assustasse, muito menos que atrapalhasse tamanho empenho que ela botava no desenho.

A folha era toda colorida, com vários rabiscos em todos os formatos, e no centro três pessoas, duas maiores, é uma menorzinha no meio.

- mamãe!- ela disse envergonhada virando rapidamente a folha para que eu não pudesse enxergar o desenho. 

- bom dia, meu amor...- ela sorriu aliviada e desceu da cadeira caminhando até mim e me abraçado.

- bom dia, eu estava fazendo um presente para nossa família, e por isso você ainda não pode ver.

- tudo bem, meu amor... Você dormiu bem? 

- dormi muito bem- ela disse se jogando para trás. 

- Já escovou os dentinhos? 

- ainda não...

- ótimo, então vamos escovar os dentes, e você está com fome?

- Estou!

- eu tenho uma ideia então....

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- Tudo pronto?- clara sibilou sem fazer 
Sons.

A pequena caminhava nas pontas dos pés com duas folhas nas mãos, ela havia finalmente terminado seu desenho enquanto eu preparei o café da manhã.

Fiz tudo do melhor jeito que podia, bolo, panquecas, lavei frutas e piquei para comer com nutella, preparei suco natural de laranja, e fiz a mamadeira de clara, tudo isso antes de Camila acordar.

Com certeza a inspiração para o café da manhã era o amor da noite anterior.

Clara deu a ideia de fazermos uma surpresa para sua mama, também me disse que sua mama adorava aquilo, e que sentia falta.

Colocamos tudo em uma bandeja, e de brinde iriam os desenhos que clara havia feito.

A pequena estava tão animada que mal podia respirar, eu me divertia com o seu jeito preocupado de lidar com as coisas.

Ela entrou no quarto e sentou na cama, ao lado de Camila, deu um sinal positivo com on dedão pra que eu pudesse entrar no quarto, e assim o fiz.

Coloquei a bandeja em cima do baú no pé da cama, a caminhei até o lado de clara, me sentando em forma de índio , e colocando-a em meu colo.

Ela se virou pegando meu rosto e sussurrando em meu ouvido.
- como vamos acorda ela, mamãe?

- vamos fazer carinho no rosto dela.

A garota sorriu levando suas mãozinhas até o rosto de sua mama.

Eu segui meus instintos fazendo a mesma coisa, coloquei Minhas mãos em seu rosto angelical e comecei acariciar.

- Mama...- clara sussurrou.

Camila ia despertando devagar, sem preocupações.

Ela então abriu os olhos e sorriu para a filha que rapidamente levantou de meu colo deitando sobre o corpo coberto pelo edredom de sua mama.

- bom dia meu amor.

Deixei elas se curtirem, até que Clara saiu de cima dela, e ela sentou-se na cama segurando o edredom na altura de seus seios.

Ela sorriu, daquele jeito que eu mais gostava, natural, recem-acordado.

- bom dia.- eu disse simples, e seu sorriso se aumentou.

- Vocês podem... Dar beijinho, eu fecho os olhos.- clara disse pondo as mãos nos olhos e Camila riu, aproveitei para me aproximar de seu rosto e depositar um selinho em seus lábios.

- bom dia.- ela completou.

- pronto?- clara  disse espiando entre os dedos.

Nós rimos de novo.

- sim, clarinha.

Eu olhei para clara e ela logo captou o sinal, me encantava a nossa conexão, desde que ela ainda era o feto que eu carregava na barriga, era algo incompreensível.

- oh... Mama...

- Diga, filha.

- nós decidimos fazer uma surpresa.- ela disse envergonhada mexendo nas maozinhas.

Camila me olhou curiosa e eu sorri me levantando pegando a bandeja e colocando em cima da cama, sua boca se abriu em surpresa.

- a ideia do café na cama foi minha, e clara se responsabilizou dos desenhos.

De queixo caído, Camila abraçou a nós duas.

- assim eu me sinto uma princesa!- ela beijou minha bochecha e de clara, e voltamos a sentar ao redor da bandeja para tomar café.

Foi agradável, um momento simples que com certeza ficaria marcado na minha memórias assim como todas as outras vezes que tomamos café juntas, ou tivemos algum momento em família.

Nos deliciamos e nos lambuzamos com o bolo, a nutella, e as frutas, e eu sentia que reconquistava pouco a pouco Camila, principalmente através de seu estômago. 

Clara explicou seu desenho, era sua família, a família que ela tanto gostava, e idolatrava, clara era apaixonada pelas suas duas mães, tão quanto eu era por Camila e minha pequena, era só amor.

Ou melhor, o amor era tudo. 

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- você me avisa assim que chegar na empresa?- Camila pergubtou preocupada fazendo meu coração já se agitar de novo no peito.

Eu tinha que trabalhar, já estava mais do que atrasada, então decidi chamar um táxi para que pudesse levar Minhas meninas de volta para sua casa, para que de lá clara se arrumasse para escola, e Camila se preparasse pra ir ao ateliê.

O táxi já havia chegado, e era a hora que eu menos gostava, a hora em que tínhamos que nos despedir, não só por que teríamos que ficar sem a presença física uma da outra, mas sim por que algo dentro de mim gritava para não deixá-la ir.

Clara me abraçou, e eu beijei sua bochecha, para em seguida entrar no táxi amarelo. 

- sim, eu prometo te avisar.- ela sorriu triste a me abraçou mais uma vez, mais forte do que o eventual.

Um choque percorreu meu corpo com aquele contato, é algo dentro de mim estremeceu.

Dei um selinho em Camila, e ela entrou no táxi, cabisbaixa.

Clara acenava de dentro do carro, até quando já estava longe suficiente e eu não pudesse mais vê-la. 

Eu sentia que algo nela não parecia Okay, e prometi para mim mesma que faria qualquer coisa para que ela pudesse tirar dela.

Nossa conexão era intensa, tão intensa que eu sentia ela mesmo quando não estávamos perto. Algo não estava bem.

Eu suspeitei que seria algo com ela, e uma insegurança surgiu dentro de mim, naquele momento pedi aos céus que cuidasse do meu amor, e que nada de ruim acontecesse.

No mesmo instante em que me virei para voltar para o prédio e me arrumar para o trabalho, vi o vulto do carro vindo em minha direção, e toda minha vida passar diante dos meus olhos.

Depois disso, nada mais que a escuridão. 



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