História Remember Me - Newtmas - With arms wide open

“I hope he understands, that he can take this life, and hold it by the hand, and he can greet the world, with arms wide open” - Creed

Point of View of Thomas O’Brien

Unificados.

Dois corpos atados, consumindo-se pelo crepúsculo, onde gemidos e chiados são mais fortes e vibram com muito mais intensidade entre as tábuas de madeira, do que as gotas de chuva que ainda teimam em cair com abundância sobre o teto. Teto este que agora guarda o nosso amor, observa silencioso enquanto tomo Newt em meus braços, unindo nossas bocas em um beijo apaixonado de tirar o fôlego.

Decidi ser pólvora, permitindo que meu corpo entre em combustão ao menor toque das suas mãos curiosas pelo meu corpo. Juntos pegaremos fogo, incendiaremos esse celeiro e quem sabe toda a floresta lá for. Eu já não me importo mais. Acho que deixei minha sanidade em algum lugar do aeroporto quando desembarquei por aqui, em busca de tudo que mais desejo na vida.

E tudo que mais desejo na vida está entregue logo abaixo do meu corpo pesado, gemendo descontrolado a cada toque carinhoso meu pelo seu corpo.

Primeiro seu rosto, depois seus cabelos, em seguida seu pescoço frágil e pidão, implorando por um beijo afoito. Ele segura meus cabelos como quem agarra a vida, como quem luta para permanecer na superfície durante um naufrágio. São seus dedos macios e inexperientes que fazem com que eu perca o rumo, seu toque chega a ser áspero, Newt não faz ideia do que está fazendo, eu preciso lhe mostrar.

Sou eu quem vai ensiná-lo a fazer amor, sou eu quem vai arrancar até o último suspiro dele, não de dor ou sofrimento, como vinham fazendo. No lugar deles deixarei amor, prazer, plenitude e felicidade.

Sua última peça de roupa se foi faz tempo e a minha nem me lembro se fui eu quem tirou. Tomo seu corpo frágil pra mim, guiando todos os movimentos, começando por algo simples, mas que percebo que deixa o loirinho extasiado. Esfrego despudoradamente meu membro no seu, enquanto tomo sua boca com a minha, me lambuzando inteiro de Newt, e não Sugar. Ele se entrega a mim, deixando que mostre a ele tudo que podemos fazer juntos.

Eu já não aguento mais essa tortura e sei que Newt também não, então após beijar e reverenciar cada pedacinho do seu corpo sob o toque sutil dos meus lábios e língua, entrelaço meus dedos em seus cabelos, forçando sua entrada.

Ele não está de olhos fechados, como antes.

Newt mantém os olhos bem abertos, mirando os meus, penetrando minha alma de forma avassaladora com um simples olhar, um olhar de quem deposita em mim toda a sua fé e seus anseios.

A medida que me perco dentro dele, suas pernas envolvem meu quadril em um ato carente, como se ele quisesse que eu nunca mais o soltasse dos meus braços.

Inicio os movimentos sutis, eu não tenho pressa, tenho tudo que mais quero comigo e pretendo apreciar cada partícula dele. Newt está ofegante, tanto quanto eu. Suas mãos trêmulas são incapazes de soltar meu rosto, assim como meus lábios estão totalmente incapacitados de soltar os seus.

Movo meu quadril como uma marola preguiçosa no crepúsculo, sem pressa alguma em concluir o que comecei. Entro e saio em um vai e vem gostoso, que me deixa cada vez mais duro de tesão e o melhor de tudo é que Newt está completamente igual a mim, o roçar do seu membro rosado e perfeito contra meu abdômen extraí dele gemidos únicos, que eu tenho certeza que nunca foram proferidos com cliente algum.

Decido toma-lo com minha destra, provocando-o. Com um simples toque Newt arqueia toda suas estrutura, ficando ainda mais exposto e instável, fazendo-me enterrar todo meu membro nele. Seus chiados aumentam. Não são suplicas ou lamurias, nem palavrões ou palavras desconexas. Eles são o som do seu coração vibrando pela primeira vez, produzindo uma sinfonia de endoidar qualquer mente sã.

- Tommy... – meu nome escapa de forma única dos seus lábios já roxos de tantos beijos desesperados.

Noto seus olhos ainda conectados aos meus e eles reluzem uma luz incomum no exato instante em que ele se desmancha sob o comando da minha mão.

Eu entro em combustão ao vê-lo gozar comigo, retesando todo seu corpo abaixo do meu ao ser acometido pela explosão de sentimentos e sensações provavelmente novas para ele.

E ele sorri.

Newt joga a cabeça para trás e sorri singelo, agora sim fechando os olhos e mordendo com uma força absurda seus lábios, como se quisesse aprisionar um grito de liberdade, mas ele escapa quando aumento as investidas contra ele, chocando com vigor nossos corpos.

Seu sorriso casto é a chave para a minha perdição.

Como disse antes, escolhi ser pólvora. E que ele me queime essa noite e todas as outras que ele quiser.

*****

De novo e de novo e de novo.

Isso se tornou um ciclo vicioso.

Ciclo, círculo, aliança. Não me perguntem como cheguei aqui.

Sabem porque a aliança representa a união, como um símbolo que carregamos por gerações?

Esse costume surgiu na Europa, onde somente as damas utilizavam a aliança de compromisso no dedo anelar e posteriormente os homens passaram a fazer uso do mesmo. Aliança vem do latim alligare, que remete para um relação de proximidade e união, onde fazer uma aliança com alguém é ter um acordo, um pacto, como um pacto entre duas pessoas.

O formato circular dela é o simbolismo da eternidade, porque um círculo não tem inicio e nem fim. É continuo, nunca acaba.

A parte mais interessante no entanto não é essa, é o fato do anel ser posto no dedo anelar, ao qual nossos antepassados acreditavam na existência de uma veia ou nervo neste dedo, com ligação direta ao coração.

Uma aliança na mão direita atesta a teoria de submissão, posse. Quando se casam e ela vai para a mão esquerda, é porque ela encontra-se mais próxima ao coração.

Aqui temos dois corações, batendo em um só ritmo.

Quanto ao dedo anelar, tenho o dele ainda em posse nos meus lábios, chupando e sugando, mordiscando sua pontinha, enquanto Newt permanece o tempo inteiro com seus olhos fechados, sorrindo a cada investida minha contra ele.

Suas mãos tateiam a minha nuca, brincando com meus fios castanhos entre cada dedo. A chuva parou lá fora, a grande tempestade acontece aqui dentro agora, entre eu e ele. Entre Tommy e Newt.

Solto seu dedo anelar clamando novamente pelos seus lábios finos e macios, mordo-os com uma força desacerbada, na medida certa entre o prazer e a dor, arrancando um suspiro enlouquecedor dele.

Esfrego-me despudorado novamente na sua entrada, repetindo a dose, exigindo tê-lo novamente pra mim. Forço lentamente, anotando todas as suas sutis expressões, memorizando como Newt funciona sob meu comando.

A medida que volto a ganhar espaço dentro dele, sua carne macia comprime-se ao redor do meu membro, onde ganho outro gemido daqueles, capazes de cegar até uma lince durante a caçada. Newt envolve suas pernas esguias na minha cintura novamente, implorando por mais, o contato do seu membro rígido contra meu abdômen me faz aumentar as investidas, fazendo-me fincar as unhas no braço do sofá, pegando cada vez mais impulso.

Seu corpo ganha uma moleza encantadora a cada bombada proferida por mim, onde tenho esse garoto na palma da minha mão. Se quisesse seria capaz de fazer o que bem entendesse com ele, mas hoje não. Hoje Newt merece tudo meu empenho e meu amor, merece cada ato falho meu de tentar respirar e reestabelecer minha capacidade pulmonar na tentativa de recuperar meu fôlego. Eu entrego a ele tudo que tenho, porque quero que perceba e principalmente sinta que existe amor, que sempre existiu e sempre existirá amor entre nós dois.

Mais algumas estocadas e beijos carregados de paixão e desejo, sinto o calor do seu membro lambuzar minha pele novamente, anunciando que em breve terei meu loirinho no ápice, explodindo junto comigo em mais um orgasmo delicioso.

Um gemido aqui, uma bombada ali, um chupão no seu pescoço delicioso depois, Newt firma seu quadril contra o meu, agarra minha bunda e exige que permaneça inteiro dentro dele a medida que seu corpo estremece todo, com pequenos espasmos, manchando nossos corpos colados com seu gozo quente e satisfeito.

Ele abre os olhos e quando o faz, vejo mais uma vez aquele brilho incomum na sua janela para o mundo, como se o vidro delas estivesse fechado e levemente embaçado pela água da chuva. Ao perceber isso diminuo as investidas e solto todo meu peso sobre ele, abraçando-o para mim.

Movo-me como uma tartaruga, devagar e preguiçoso, até que um tempinho depois inundo ele com toda uma rajada de prazer ao qual somente o garoto abaixo de mim é capaz de fazer e proporcionar. A sensação que me acomete é tão forte e intensa, que sou obrigado e morder meus lábios, deixando um silvo vigoroso escapar do meu peito, como um animal que acaba de ser ferido.

E com certeza fui, por um flecha, disparada diretamente no meu coração. Para os jovens apaixonados como eu, cupido mandaria lembranças acertando o ponto mais sensível do meu coração, mas o culpado da dor no peito não é ele, o anjo safado e encrenqueiro que sempre fez questão de disparar diversas flechas na minha direção, tendo um dedo tão podre quanto o meu nas escolhas amorosas.

Quem me acertou foi meu melhor amigo, com os lábios a cinco centímetros da minha boca, tão ou mais ofegante do que eu.

*****

Toda uma eternidade seria pouca ao seu lado.

Me espreguiço manhoso após uma noite intensa com ele ao meu lado. Poucas palavras foram trocadas, nem precisamos delas para ser exato. Tudo que queríamos dizer um para o outro ontem a noite foi dito em gestos, olhares, carinhos e ações.

Movo a cabeça para baixo, onde encontro Newton Brodie-Sangster com as bochechas macias repousadas sobre meu peito nu, respiração lenta e tranquila, cabelos bagunçados em uma bagunça conceitual e sua mão direita sobre o lado esquerdo do meu peito, guardando meu coração.

Um anjo.

É isso que ele é.

Um sublime anjo adormecido, confiante, muito mais seguro que ontem, mil vezes mais seguro que amanhã. Ao olhar para ele e seu corpo todo enrolado em volta do meu, como um casulo, tenho a estranha sensação de que minha vida vai mudar.

Volto a fechar meus olhos, então faço uma oração. Peço a Deus e todos os Santos que protejam e abençoem sempre este menino, onde quer que ele esteja. Chega de sofrimento, chega de solidão. Firmo que hoje, no momento em que Newt abrir os olhos, sua vida irá mudar também.

Lágrimas de felicidade caem pelo meu rosto, elas são doces, como ele. De maneira alguma machucam, é como se estivesse lavando a minha alma, limpando a minha casa e ajeitando tudo aqui dentro de mim para recebe-lo em definitivo em minha vida.

Com os braços bem abertos, agora sob a luz do sol, Newt é bem vindo. Prometo honrá-lo, respeitá-lo e amá-lo. Prometo mostrar tudo que sei para ele, pois estou preparado para ser o homem que preciso ser, o homem que ele merece.

Respiro fundo.

Tomo um pouco mais de fôlego, agora com o oxigênio saudando meu peito e trazendo uma paz surreal, algo nunca sentido antes. Puxo seu corpo esguio e franzino pra mim, todinho pra mim. Assim como o sol penetra a fina cama entre uma tábua de madeira e outra, trazendo calor e luz para nós dois, Newt abre seus olhos preguiçosos, procurando a segurança nos meus.

E ele o tem. Ele sabe que sempre terá.

Com braços bem abertos, sob a luz do sol, ele sorri pra mim buscando pelo meu nariz, onde deposita um beijinho estalado, antes de esfregar manhoso seus lábios no meu pescoço, depositando sua cabeça ali.

- Quero mais... – ele chia arrastado, movendo-se devagar entre meu corpo e as costas do sofá apertado.

- Mais o que, sexo? – digo brincando, quando na realidade eu já sei bem a sua resposta.

- Quero mais carinho, Tommy.

Ok. Carinho.

O que é carinho, alguém lembra?

Esqueça o que defini antes. Carinho ainda sim é tudo aquilo que disse, sobre afeto e blá, blá, blá. Mas hoje, aqui, com meus braços bem abertos, recebendo tudo que eu mais queria e sonhava na vida, carinho ganhou um novo significado no dicionário da vida.

Defino Tommy.

Substantivo próprio masculino, vinte e três anos, cheio de vida e disposto a proporcionar tudo que esse mundo novo de descobertas e sensações tem a oferecer para Newt, um garoto faminto, cheio de gana pelas pequenas coisas a sua volta.

“Eu quero um pouco de Tommy”.

“Nossa, você está muito Tommy hoje, amor”.

“Você nunca foi tão Tommy comigo!”.

“Quero um pouco de Tommy no meu cabelo!”.

“As pessoas precisam de Tommy para se sentir feliz”.

“Tommy proporciona uma sensação de prazer e bem estar no corpo humano”.

Viu?

Tudo se resolve com Tommy.

A vida fica bem melhor com carinho.