História Remember Me - Newtmas - Jealous

Point of View of Newton Brodie-Sangster

Ser acordado por um homem como Tommy, forte, carinhoso e atencioso do lado, sem dúvida alguma é a melhor coisa que já me aconteceu até aqui. Não, espera. A noite passada foi a melhor coisa que já aconteceu até aqui. Ain, mas que droga! Esqueci do outro dia quando ele...

Ah, na boa, ele é o melhor que aconteceu até aqui.

- Está tudo bem? – ele pergunta quando nota uma certa agitação em mim.

- Sim, só estou procurando a Tempestade. – digo revirando as mudas de roupas e espiando debaixo do sofá.

- Daqui a pouco ele aparece, loirinho. Vamos nessa, Brenda e Ben devem estar preocupadíssimos e eu estou morto de fome.

Tommy levanta do sofá, abraça de surpresa meu corpo distraído a procura do gato e deposita um beijo gelado na minha nuca, eriçando todos os pelos do meu corpo ainda nu.

- Quero devorar você, mas no momento aceito algumas panquecas e muito carboidrato. – ele diz me soltando, vestindo suas roupas. – O que quer comer, Newt?

- Não sei, não estou com fome. – devolvo ainda mais empenhado em busca da Tempestade.

- Como não está com fome? Não comemos nada desde o almoço de ontem, humanamente impossível alguém não estar com fome uma hora dessas! – ele proteste e reviro meus olhos.

É, Thomas, você ainda tem muito que aprender sobre essa vida, meu caro. Thomas sempre teve uma vida boa, não há o que reclamar. Seus pais, Shepherd e Meredith, nunca deixaram nada faltar para ele, e nem teria como sendo eles donos de metade do Alasca. Sempre as melhores roupas, as melhores escolas, os melhores brinquedos, os melhores médicos, as melhores comidas e restaurantes, viagens, festas, carros, casas, enfim, tudo do bom e do melhor. Os O’Brien batalharam por isso, até onde me lembro.

Nada veio de herança de família, como essas pessoas que nascem em berço de ouro e ficam estagnadas, dependendo somente do esforço dos seus antepassados. Todos ali deram um duro danado para ter tudo que tem, mas o que Tommy não tem noção é da realidade em que vivo. Ele não faz ideia.

O fato de dizer que não estou com fome não significa realmente que não estou faminto, pronto para devorar até um boi no café da manhã. Acontece que você aprende a mentir, aprende a enganar sua mente e seu estômago quando não se pode fazer um lanchinho fora do horário estipulado por BOSS para as refeições.

As regras são claras.

1) Café da manhã, onde apenas um pão amanhecido com manteiga e uma xícara de café preto bastam. 2) Almoço ao meio dia, variando entre arroz ou batata, um mexido ou algum mísero pedaço de carne, quando tem. Nada de verduras, legumes ou frutas após a refeição. Nada de variedade. Nada de escolhas, luxo ou paladar elevado e contemplativo. 3) O jantar saí antes da casa abrir e como geralmente todos trabalham bem ativos, nada de refeições pesadas. Sopa. É sempre uma maldita sopa ou a porra de um mingau de aveia.

Eu gostava de mingau de aveia, especialmente quando a Malia fazia pra mim. Hoje em dia, desejo morte a toda e qualquer plantação de aveia na face da terra.

- Eu disse merda, né? – Tommy questiona ao notar minha cara pensativa por tempo demais.

- Você não tinha como saber... – justifico dando de ombros.

- Quero passar um dia lá no Maison com você. Quero ver de perto onde e como vivem, as condições e tudo mais. Preciso entender melhor isso.

- Não, você não precisa. – ignoro essa vontade súbita em sofrer no meu lugar. Ninguém precisa e deve passar por isso. É desumano demais.

- Mas eu quero. – murmura ele, com a voz firme e imposta, como se metesse medo em mim.

O’Brien termina de se vestir e joga sua proteção térmica na minha direção, obrigando-me a usá-la, mesmo que pareça um saco de batata no meu corpo. Enquanto me visto, Tommy sai por ai ciscando, procurando pelo gatinho. Ao terminar de calçar meus sapatos, ele aparece com o bichano na palma da mão.

- Esse ordinário estava dormindo dentro do meu tênis! – ele ri, dando uma cheiradinha no animal. – Ugh! Minha nossa senhora, ele precisa de um banho!

- Não só ele! – brinco e recebo uma gargalhada gostosa do moreno, lembrando da pequena bagunça que fizemos ontem a noite.

- Vem, vamos levar você e ele pra tomar um banho então! – diz debochado.

Ao sair do celeiro, um primeiro choque constatado: parece que o fim do mundo ocorreu ontem e estávamos no epicentro dele. Árvores caídas, um lamaçal nojento, algumas telhas espatifadas no chão, e a moto de Thomas caída entre alguns galhos.

- Espero que essa moto pegue. – ele reza enquanto a tira do chão e tenta dar a partida.

Por sorte ela pega, então enfio Tempestade dentro da minha proteção térmica, impedindo que ela passe frio ou caia durante o trajeto até o hotel.

Assim que piso o pé no quarto de Thomas, Brenda salta chorosa no meu colo, achando que nós dois tínhamos morrido. Tommy pede desculpas a ela e explica o que aconteceu. Benjamin dá um puxão de orelha no moreno, alegando estar preocupado e temeroso que a qualquer momento Janson e seus capangas invadem esse quarto pelo meu sumiço.

Tomo um banho e paro absorto na boxe quando noto Thomas com a pia tampada, cheia de água e espuma, dando uma bela de uma limpeza do gato.

- Acho que Tempestade é um menino... – ele diz virando o gatinho ao contrário, conferindo a intimidade dele.

- Agora já foi, Tempestade será menina para sempre.

- Vou deixar ele com Brenda e vamos voltar para aquele lugar após tomarmos café. Tenho uma lista de coisas para fazer, como ligar para sua irmã, falar com Kira, comprar roupas novas e quentes pra você e também comprar comida para esse gatinho. Você se importa se deixar você essa tarde lá sozinho? Prometo te tirar de lá a noite.

- Tudo bem, Tommy, acho que vou sobreviver a algumas horas longe de você!

Point of View of Teresa Agnes

- Sinceramente não sei qual o motivo desse sorriso ridículo estampado na cara de vocês dois. – Lemonade, o poço de amargura estava insuportável hoje cedo, resolvendo tirar Minho e Nick.

- Ah, meu amor, está irritada só porque o Bass escolheu o asiático pintudo e eu pra fazer um filminho e você ficou de fora, é isso? – Nick não tem papas na língua e nem noção da merda astronômica que está falando.

Não sobre o pinto do Minho, que esse é grande mesmo como todos sabemos, me refiro a estar empolgado em ter sido escolhido por Bass para fazer a merda de um filme, que inclusive conta com a minha participação. Não é a toa que estou tensa e bem calada hoje, pra não dizer morta de medo sobre o que me aguarda assim que aquele produtorzinho de meia tigela colar por aqui e nos levar para seu “estúdio”, gravar seu “filme”, que deve ser “super” sério e aclamado.

Ah, que droga, eu quero gritar!

Meu estado de chilique invisível aos olhos dos meus amigos só sossega quando Benjamin aparece no Maison na companhia de ninguém menos que Newt!

- Newtieeee! – Sonya grita derrubando todas as vassouras na cabeça de Harriet, de quatro limpando o chão.

- Woah, calma garota! – ele protesta manhoso quando a mesma salta no colo dele.

- Finalmente voltou.

- Por pouco tempo... – ele dirige um sorriso fraco a mim.

Também quero pular no colo dele, encher meu amigo de beijos e perguntas, mas logo uma roda se fecha em seu entorno e não consigo chegar nele de maneira alguma.

Escuto várias perguntas curiosas sobre ele e o tal de Stiles, que mexeu com os hormônios não só da Lemonade, como também do Aris e acho que até do Winston.

- Mas ele manda bem? – Minho pergunta dando uma estocada no ar.

- O pau dele é grande e grosso? – dessa vez quem está interessado é Aris.

- Ele te tratou bem? Não te machucou, né? – Soso está mais preocupada mesmo com Newt do que com quantos centímetros esse tal de Stiles é capaz de se perder dentro do nosso amigo.

- Ai gente, por favor, deixem o garoto em paz, que coisa chata! – decido colocar um fim nesse interrogatório, já que percebi Sugar totalmente perdido ali no meio.

Puxo o loiro pelo pulso e arrasto ele pra mim, roubando toda a atenção dele.

- Quero de-ta-lhes! – peço séria.

 - Você é engraçada, né Tess? – ele devolve rindo.

- Não quero que compartilhe essas informações sigilosas com qualquer um. – digo apontando com a cabeça na direção de Aris, Lemonada e Moonlight, os três andam bem amiguinhos ultimamente, sem falar que peguei eles no maior papo animado com a Ren.

Ninguém fala com a Ren, ele é uma bruxa. Quando não está me atormentado, está planejando alguma maldade. Portanto Ren + Aris + Moonlight + Lemonade = confusão e eu tô de boa pra isso.

- Não vai me contar? – ainda insisto no assunto Sr. Todo Poderoso Stiles.

- Não. – ele franze a testa, segurando um riso.

- Vocês finalmente transaram!!!! – isso me choca, não deveria, mas choca. Meu amigo afirma com um aceno discreto de cabeça. – Como foi?

- Foi. – Newt devolve seco, como se estivesse evitando o assunto.

- Newton, seu cretino, te conheço desde pequeno, sou sua mãe aqui, ou você me conta como foi ou vou deixar você de castigo no seu quarto. – ameaço.

- Já estou de castigo desde que fui sequestrado, Tessie! Sua chantagem não vale nada. YOU HAVE NO POWER HERE! – ele diz essa última parte com a voz bem grossa, fazendo uma expressão engraçada com a face.

- Que porra é essa? – questiono curiosa.

- Senhor dos Anéis, As Duas Torres. – BOSS estava ouvindo toda nossa conversa. Newt saltita do canto da mesa onde estava e coloca-se imediatamente de pé, logo atrás de mim. – Andou assistindo um filminho, Sugar? Adorei sua interpretação de King Theoden. – sibila ele todo ardiloso, rondando suas presas.

- É, Stiles me deixou assistir. – meu amigo murmura um tanto quanto assustado.

- Gostou? – o chefe retruca.

- Intenso. – é tudo que Newt entrega a ele como resposta.

- Intenso como o Sr. Stiles?

Mas que porra de conversa é essa? Onde Janson quer chegar?

Newtie permanece mudo, parece que qualquer pergunta sobre esse homem misterioso que anda fazendo companhia para ele desde o leilão o deixa tenso. É evidente que Sugar está escondendo algo e eu vou descobrir o que é.

- Eu te fiz uma pergunta, Sugar. – BOSS encurrala Newt entre a mesa e seu corpo, exigindo alguma informação.

- Sim, senhor. – o pequeno responde com a voz baixa, assim como sua cabeça. Newt fita os próprios pés, sem ao menos piscar.

- Bohen esteve aqui, sabia Sugar? Ele disse que ficou muito chateado por ter perdido você para aquele sujeito. Sabe o que eu disse para ele? Disse para não se preocupar, porque logo logo você estará livre e o leiloarei novamente. Ian Bohen me prometeu que dessa vez você não escapa dele, então aproveite seus 90 dias assistindo filminho ao lado do machinho, porque vai sentir saudades quando essa mamata acabar.

Janson finaliza seu teaterinho em uma perfeita interpretação de bruxa malvada e saí, largando nós dois com cara de bosta.

- Que merda foi aquela? – pergunto vendo o garoto empalidecer cada vez mais.

- Eu não posso perde-lo... – Newt sussurra passando repetidas vezes a mão em seus cabelos – Eu simplesmente não posso... – agora seus olhos estão cheios de lágrimas, percebo uma inquietude absurda nele.

- Perde-lo? Perder quem? – questiono baixinho.

- Thomas... – entrega um nome estranho, fazendo-me questionar:

- E quem é Thomas?