História Remember Me - Newtmas - Gone

Point of View of Thomas O’Brien

Teresa está histérica e hiperventilando no carro enquanto levo a morena e o loirinho para o hotel. Impressionante como ela e Malia Sangster podem dar as mãos e saírem por aí juntas enlouquecendo todo mundo.

Sempre acreditei nessa coisa de alma gêmea e vidas passadas, onde você tem dejavú de cenas e momentos vividos e uma ligação forte com uma certa pessoa. Cada vez mais acredito que Newt Brodie-Sangster é minha alma gêmea e Malia irá encontrar a dela em Teresa, porque olha, estou a ponto de enfiar esse carro no poste a cada esquina que a morena grita nos nossos ouvidos.

Newt, tadinho, está tentando controlar a amiga, mas não vejo muito sucesso na sua tentativa. Ele no fundo deve estar se sentindo culpado e chateado pelo estado dela, afinal foi ele quem quis tirá-la do Maison e proporcionar uma noite cheia de glamour com um príncipe encantado a sua espera.

Por que será que ela ficou tão louca de repente? O que será que Matt fez ou disse para essa garota ficar neste estado?

- Tessie, você precisa se acalmar. – Newt pede na maior paciência do mundo, sendo o garoto puro e meigo que sempre foi. – Não adianta ficar bicuda!

- Isso só pode ser loucura! Vocês dois, não, não... Vocês três alias são loucos! LO-U-COS! – sibila pausadamente dando ênfase na palavra. – Onde vocês estão com a cabeça de infiltrar uma pessoa na quadrilha daquele verme? Vamos todos morrer! – justifica.

Esqueci de contar que tive que abrir todo o jogo com ela assim que entramos no carro. Contei o plano de infiltrar Daddario, contei meus planos para Newt e contei que em breve iremos todos fugir. Como? Eu ainda não sei, mas espero que Kira e Matt tenham algum plano em vista, ainda mais agora com aquele lance do xerife Stilinski que até agora não obtive um retorno da maluca em Sitka sobre a possível ligação deles.

- Será que dá pra parar de gritar ao menos no saguão do hotel enquanto seguimos até o quarto? – peço com calma, tentando parecer amigável com Teresa. E eu achei que tinha conquistado ela com essa surpresa...

Ela obedece e nos segue até o quarto, ao entrar dou de cara com Ariana rodando feito barata tonta, outra histérica nas minhas mãos.

- Dios Mio, señor Thomas! Estava lingando para você a noite toda! – a camareira tem a face bem cansada.

- O que houve, Ari? Aconteceu alguma coisa? – questiono ao bater a porta do quarto.

- Brenda e Benjamin, señor! – diz ofegante.

- O que aconteceu com meus amigos? – Newt tem um leve surto, pronto para chilicar como as meninas.

- Espera, Brenda estava aqui? – Teresa exclama.

- VOCÊS QUEREM FECHAR A BOCA SÓ POR UM SEGUNDO? – me exalto com os dois, voltando minha total atenção a Ariana. – O que aconteceu com Ben e Brenda, mulher? Diga logo de uma vez! – imponho segurando seus ombros.

- Eles fugiram, señor, Benjamin chegou aqui muito nervoso, não dizia nada com nada, socou as coisas da menina Brenda numa sacola e retirou ela do quarto, levando-a para sabe-se lá Santa Guadalupe onde!

- Ben não pode ter fugido... – murmuro pensativo – Ele não ia deixar as coisas para trás, ele ia nos ajudar com BOSS...

- É... – Newt suspira sentando desanimado na cama – Parece que você se enganou, Tommy.

- NÃO! – pareço bravo na minha colocação e de fato estou muito puto – Ele era peça importante no nosso Squad, ele ia me ajudar a infiltrar o Matt, Ben estava fazendo sua “proteção” aqui fora... Agora o que? Vamos ter que andar com Hale na nossa cola? MAS QUE MERDA!

Estou tão puto que choco meu punho em riste contra a parede, fazendo os três pares de olhos saltarem com a minha reação. Isso não é justo, achei que tinha tudo sob controle, mas a cada minuto nesse inferno de Kiev parece que minha vida, meus planos e todo meu esforço em ter Newt de volta são sempre em vão.

- Agora é você quem precisa se acalmar, bonitão! – Teresa dá uma de engraçadinha, zombando da minha reação.

- Tess tem razão, Tommy, não pode ficar nervoso dessa forma. Precisamos pensar... – o loirinho tenta me acalmar sentando-se do meu lado.

- Já pensei o que faremos. – digo pondo-me em pé, fitando os rostos a minha frente.

- E...? – a morena de olhos azuis parece bem mais interessada na resposta do que Newt e Ariana.

- Nós também vamos fugir. AGORA!

Decido sozinho que essa palhaçada toda de Squad, Stiles e o caralho a quatro já deu pra mim. Isso não é um filme de ação onde sou Liam Neeson em busca da filha pela Turquia. Eu sou apenas um estudante de direito apaixonado pelo meu melhor amigo. Eu não sei lutar, não entendo de escutas, rastreadores e muito menos consigo destravar uma simples arma. Essa brincadeira já foi longe demais. Ou eu tiro Newt essa noite da cidade, ou vou acabar enlouquecendo.

- Nós não podemos ir... Assim... – meu melhor amigo murmura, levando as mãos no rosto. – E os outros? E a Soso, Minho e Winston? Tommy, você não está pensando direito...

- EU ESTOU SIM! – grito bravo contra ele – NEWT, PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ FICOU DEZ ANOS DESAPARECEIDO E AGORA QUE FINALMENTE TEM A CHANCE DE IR EMBORA PARA CASA DECIDE FICAR PORQUE NÃO DOU CONTA DE ARMAR UM PLANO PARA TIRAR SEUS AMIGOS DESSA MERDA TAMBÉM? VOCÊ TEM UMA FAMÍLIA TE ESPERANDO, CARAMBA!

- Meus amigos também tem... – Newt chia chateado, saindo de perto de mim.

O pequeno segue correndo até o banheiro e bate a porta com força, com certeza foi chorar naquele cantinho. Ameaço segui-lo e tirá-lo de lá, mas Teresa me impede, impondo:

- Acho melhor você ficar longe dele. Tudo piorou desde que chegou aqui. Ninguém te quer aqui, Thomas, Stiles, seja lá como queira ser chamado. – ela bate seu dedo em riste no meu peito.

- Eu não vou desistir dele... – digo aos prantos, afastando-me dela.

- Mas eu acho que deveria. Isso daqui não é uma historinha com final feliz, garoto. Aqueles caras lá são perigosos e pelo nível de maturidade que você tem, não temos chance alguma de escapar de lá. Na verdade, nem sei porque usei a palavra nós, já que você acabou de deixar bem claro que só quer levar seu amigo embora pra casa e foda-se quem fica para trás. Faz um favor pra mim, Thomas? VAZA! – ela grita a última parte, empurrando meu peito.

Teresa segue até a porta do banheiro e é bem mais branda na abordagem com Newt, tenta a todo custo convencê-lo a abrir a porta e consegue com jeitinho, se enfiando lá dentro com ele. Não consegui ver seu rosto, apenas as mãos do loirinho, trêmulas após ter escutado toda minha discussão com sua amiga.

- Vamos, señor O’Brien. O señor precisa tomar um ar. – Ariana me arrasta para fora do quarto, seguindo até a cobertura do hotel.

Ela encosta a porta de incêndio, revelando o telhado do local onde trabalha, uma estrutura toda de concreto, vigas de ferro e encanamentos. Desabo meu corpo no chão e volto a chorar incessantemente, tendo agora as mãos delicadas da morena afagando minhas costas.

Ela não diz uma palavra, a garota permanece do meu lado apenas fazendo companhia, até que todas as lágrimas do meu rosto sequem ou eu morra desidratado.

- Eu... Eu o amo... – murmuro vidrado num ponto disforme no piso. – Não posso perde-lo de novo, não seria capaz de suportar essa dor. – confesso num monólogo – Sempre gostei dele, não é a toa que é meu melhor amigo, sempre foi... Quando levaram ele meu mundo desabou, eu acho que nunca senti tanto medo e tanta dor, mas agora... O que eu estou sentindo agora é nota onze numa escala de zero a dez.

- Se você o ama, então se acalme señor O’Brien. Vamos tentar colocar as ideias no lugar. – ela fala pela primeira vez – Vamos descer, conversar com ele e juntos tentaremos achar uma saída que beneficie a todos, não acha?

- Eu fui um escroto... – tenho certeza disso, embora Ariana não diga nada nem concorde com a cabeça. – Eu magoei ele com as minhas palavras, com esse meu egoísmo em querer livrá-lo disso, enquanto caguei para as pessoas que ele se importa.

- É compreensível preocupar-se somente com ele, já que mal conhece essas pessoas que convivem com Newt. Tenha paciência e um pouco mais de calma. – ela pede novamente – Vamos descer e tentar conversar com ele. O que me diz? – Ariana sorri de forma amigável e compreensiva, algo que eu, idiota O’Brien devia ter feito com meu melhor amigo e dono do meu coração.

- Okay. – concordo me levantando do chão, seguindo até a escadaria para voltar ao quarto.

Na suíte tudo está quieto e a porta do banheiro ainda continua trancada. Espero com Ariana alguns minutos, mas nem sinal dos dois saírem de lá. Irritado e sem paciência, avanço como um touro na direção do banheiro, exigindo que eles saiam para conversar, no entanto assim que minhas mãos esmurram a porta de madeira, ela abre com o baque, revelando absolutamente ninguém lá dentro!

- Eles foram embora... – sussurro sendo sufocado pelo pior sentimento no meu peito até então.