História Remember Me - Newtmas - Hop in

Point of View of Newton Brodie-Sangster.

- Malia? AH MEU DEUS, MALIAAAAA! – questiono ao berros após Thomas virar minha cabeça,  salto da cama, roubando o lençol todinho pra mim.

Thomas resiste, entra numa guerra comigo, ele tenta a todo custo permanecer com o tecido, mas estou tão empolgado que acabo dando um tranco nele, rasgando-o e caindo de cara no chão. Todos riem da cena com o franguinho aqui de bunda pra cima, estatelado no carpete.

Thomas é bem mais esperto que eu lançando uma bermuda na minha cara para que me vista rápido. Todos estão de costas, ainda rindo, dá pra perceber o movimento nada sutil de seus ombros e a típica risada de porquinho que minha irmã faz desde pequena.

Visto a peça o mais rápido que consigo e parto na direção dela, gritando:

- WEEEEEENNNDY!

Ao ouvir seu velho apelido, minha irmã vira-se bruscamente, correndo na minha direção.

- NEWWWWTIEEEE!

Chocamos nossos corpos com euforia, ela me abraça tão forte que perco o ar dos meus pulmões, porém a aperto também, sem acreditar que minha irmã está na minha frente, me abraçando. Malia é simplesmente linda, alta, forte, tem os cabelos na altura dos ombros e mudou um bocado desde a última vez que a vi.

Eu e ela sempre fomos parceiros, entrando juntos em várias enrascadas. Tudo piorou quando Thomas passou a fazer parte das nossas vidas, agitando ainda mais as coisas na família Sangster.

- Meu Deus, como você cresceu... – ela murmura ainda segurando-me entre seus braços. Tenho certeza de que ela está chorando. Ah não, espera, minha irmã não chora! Disso eu me lembro!

Fecho dos olhos respirando fundo, quero que o cheirinho da minha irmã invada meu peito, trazendo um turbilhão de lembranças que havia esquecido. Uma lágrima escapa dos meus olhos e quando vejo, já estou novamente aos prantos, porque aparentemente chorar sem parar é o que mais faço nas últimas semanas.

- Você está chorando? – ela pergunta afastando seu corpo para analisar meu rosto.

- Estou... – murmuro fungando alto.

- Não é pra chorar! Não quero você triste... – ela varre algumas lágrimas do meu rosto com a ponta dos dedos.

- Estou chorando de felicidade, Wendy... – confesso a ela, voltando a apertá-la contra meu peito.

Quietinho ali, entre seus braços, consigo ver Thomas com um enorme sorriso de satisfação no rosto fitando a cena. Ele não para de sorrir, como Galileu não para de chorar.

- Está chorando por que, seu idiota? – minha irmã questiona ao loiro.

- Minha futura família fica tão linda unida! – Poulter solta de propósito para irritá-la.

- Considere-se um homem de sorte, Galileu, pois só não enfio um murro na sua cara por respeito ao meu irmão.

- Não seja por isso, por mim tudo bem bater nele... – falo totalmente dissimulado, ganhando um olhar arregalado do marmanjo.

- Tenho medo dos Sangster juntos. – Thomas finalmente decide levantar e quebrar nosso momento, exigindo um abraço da minha irmã. – Fico feliz que esteja aqui.

Os dois se abraçam sem me soltar. Estou em um sanduíche de Malia e Thomas, sendo o recheio. Agora um funga, funga toma conta do quarto, provando que todos somos sensíveis.

- Precisamos só tomar cuidado para falar baixo por conta do segurança lá fora. – Tommy lembra de Derek plantado na porta do quarto.

- Você vai ficar aqui conosco, certo? – questiono para minha irmã.

- No terceiro andar, meu amorzinho. Nem se fosse louca ia dividir um quarto com Galileu Poulter. E quanto a você, seu pervertido... – ela enfia um tapa no braço de Thomas, recriminando ele – Que história é essa de ficar pelado na cama com meu irmão?

Tommy encolhe os ombros, a encarando de maneira inocente.

- Eu o amo! – ele tenta explicar.

- Eu também amo você e ele e não fico deitada nua com os dois!

- Eu te amo, Malia, vamos ficar nus? – Gally chama atenção pra ele.

- Vamos Gally, vamos ficar nus. Me espera no banheiro que eu já estou indo!

- Sério? – o loiro questiona todo sorriso.

- Super sério, meu tesudinho. – Malia faz um bico sexy, piscando para ele – Corre lá e não saia até eu chegar!

O coitado corre para o banheiro e espera fielmente que minha sister vá cumprir o que prometeu. Na boa, faz dez anos que não a vejo, mas mesmo assim até eu sei que ela não fala a verdade e vai deixa-lo plantado lá dentro, sozinho, por horas e horas.

- Como você é má! – brinco com ela.

- É marca registrada de família. Como você está, Newtie?

- Estou... Bem. – suspiro dizendo a verdade, procurando pelo olhar de Thomas.

- Tem certeza? – ela insiste.

- Tenho, Tommy tem me ajudado bastante. Mas não vamos falar de mim, vamos falar de você, da Mia, do papai e da mamãe. – peço puxando ela até a cama.

Percebo que não me dei nem ao trabalho de cumprimentar as pessoas que vieram com minha irmã, mas Alby levou-os para seus respectivos quartos, deixando-me com Malia, Thomas e Gally preso no banheiro.

Passo horas sentado ali com ela, no seu colo, ouvindo todas as novidades e histórias que ela tem para me contar. Papai continua trabalhando para o Sr. O’Brien, tem uma banca local em Sitka e soube que segurou a barra lá em casa quando desapareci. Malia foi bem cuidadosa com as palavras sobre mamãe, ela não escondeu que Trina foi a que mais sofreu quando parti, porém me garantiu que ela sempre tentou seguir em frente, nunca se esquecendo do seu garotinho.

- Que tal jantarmos fora hoje? – eu sugiro, surpreendendo Thomas.

- Você fala sério? – devolve ele sorrindo feito um bobo.

- Claro! Está mais do que na hora de sair do casulo e com todo mundo aqui sinto-me mais confiante para isso.

- Você quem manda, Pudim! Vou tomar um banho então e deixar vocês dois conversando.

- Cuidado para o Galileu não te atacar nu no banheiro! – Malia brinca lembrando-se do garoto ainda trancado lá.

Tommy sai e bate na porta, recebendo Gally com um enorme sorriso, que se desfaz na hora em que o loiro percebe que Malia em hipótese alguma iria para aquele banheiro.

Fico com minha irmã deitado na cama, escutando pacientemente ela me explicar uma a uma das fotos no seu rolo de câmera do celular. São fotos de aniversário de família, natal, férias, uma simples ida ao mercado ou um barzinho com amigos. Noto que ele é uma taradinha por fotografias e tem uma infinidade delas no seu celular.

- Vem, vamos tirar uma selfie nossa!

Minha irmã puxa minha cabeça até encostar na sua e bate uma foto de nós dois deitados na cama.

- Queria mandar isso pra mamãe... Mas ela surtaria... – ela reclama.

- Eu também queria que ela me visse, queria que estivesse aqui, queria tanto um abraço... Mas você sabe o quanto isso é complicado, certo?

- Sim, eu sei, Newtie. Kira me explicou uma porção de coisas no caminho pra cá, mas não precisa temer... Não mais! Nós vamos tirar você e seus amigos daqui! – ela promete beijando a minha testa. – Agora vá se arrumar para sairmos. Vou rapidinho fazer o mesmo lá no meu quarto. - ela fala e se levanta, seguindo até a porta.

- Malia! – chamo sua atenção – Cuidado, ok? – não sei porque digo isso, é algo que simplesmente escapa do meu peito.

- Pode deixar, Newtie, nada vai acontecer daqui até o terceiro andar. – ela dá de ombros.

- Nada ia acontecer em Londres também e no entanto aconteceu. Só fica esperta lá for e... não confie em ninguém.

Ela concorda com a cabeça e saí para se arrumar. Levanto da cama e caminho até o banheiro, escutando o papo animado que acontece lá dentro entre Thomas e Gally. Abro uma pequena frestinha da porta e flagro os dois conversando, Tommy dentro do box tomando banho, despreocupado, e Galileu sentado dentro da hidro, como se fosse um marajá.

- Atrapalho vocês? – questiono enfiando a cabeça para dentro.

- De maneira alguma, cunhadinho, senta aqui comigo. – o grandalhão bate sua mão grossa na estrutura da banheira, me chamando.

Nego com a cabeça.

- Não é por nada não, mas você está nu.

- Você também estava nu quando a louca da minha futura mulher abriu a porta como uma cavala e nem por isso deixou de sair correndo até ela, por isso senta aqui agora e vamos conversar. Quero dicas de como conquistar sua irmã.

Ele diz sério, muito sério por sinal. Insiste com mais algumas batidas para que me junte a ele, Thomas, todo ensaboado, pisca de dentro do box e pede que eu agrade o garoto. Divido o espaço razoável da hidro e começo a responder uma chuva de perguntas de Poulter para Sangster com amor!

- Eu não me lembro de muita coisa, mas Malia gostava de comida mexicana. – forço meus pensamentos atrás de informações sobre ela.

- Ela ainda gosta, aliás, ela ama. – Thomas confirma minha tese ao sair do banho com duas toalhas, uma para seu corpo e outra para os cabelos. – Sua vez, loirinho! Banho. Agora! – resmunga divertindo, acertando minha bunda com a toalha molhada.

Poulter finalmente larga nós dois no banheiro sozinhos e Tommy não perde tempo para trancar a porta.

- Eu devia ter feito isso no quarto... – sibila rindo.

- Está fazendo isso agora. – devolvo sacando o que ele quer.

- Eu quero mais. – o moreno cola sua testa no box, espiando minhas ações dentro dele.

- Hop in! – brinco ao abrir a porta, já pulando no seu colo.