Point of View of A.D.Janon
Assim que Parrish abaixa o cano fumegante da arma, parece que o moreno que seguro em meus braços amolece o corpo, até cair de joelhos no chão. Não é pra menos, os buracos a bala feitos no teto estão denunciando o pior e Thomas sabe disso.
Pelo pequeno estrago é possível observar gotas de sangue escorrendo e pingando sobre a roupa de cama branca do quarto, manchando de escarlate o algodão.
- Parece que morreram... – sibilo teatralmente quando vejo um vislumbre de um pé tombar para fora da abertura.
- Você... Você não fez isso... – O’Brien diz choroso, levando as mãos até seu rosto perplexo.
Agarro com força a gola da sua jaqueta, içando o cretino para cima, deixando-o frente a frente com a minha cara de poucos amigos.
- Fiz sim e sabe o por que? – dou um tranco no seu corpo antes de enfiar meu punho fechado contra suas costelas, jogando-o de volta no chão – Porque se Newt não for meu, ele não será de mais ninguém. – cuspo na sua direção, acertando seu rosto – Jordan, tire os meninos de lá.
Ordeno sério, mantendo minha pose aparente, quando na verdade estou com meu coração acelerado e a respiração falha com a mínima hipótese de Newt estar morto ali dentro junto com Troye. Parrish sobre na cama e usa uma cadeira para alcançar a abertura.
- CALE A SUA BOCA! – grito para Thomas, choramingando assustado no chão.
Jordan captura primeiramente o pé do garoto sem identidade definida ainda e puxa ele para fora, deixando o corpo sem vida cair em seus braços, em seguida desce da cadeira e joga o corpo sobre a cama, cravejado de balas nas costas, braços e cabeça. O líquido cálido ainda escorre dos orifícios, sujando a roupa de cama.
Em um movimento calculado, Parrish gira o corpo, revelando Troye de olhos estáticos, morto. Ele ainda tem o trabalho de checar a pulsação do infeliz, confirmando minhas suspeitas com um olhar indecifrável.
- Agora retire Newt. – peço encarando O’Brien.
O moreno tenta correr até o corpo do ex namorado, mas mantenho ele no lugar ao fixar meus pés no seu peito, ordenando que permaneça quietinho onde desejo. Mais uma vez Parrish repete a ação subindo na cama e posteriormente na cadeira, seu corpo ganha alguns centímetros dentro do duto, em busca do meu precioso. Vejo o homem tatear as mãos no local, tentando puxa-lo ou pega-lo.
- Oh, BOSS... – ele me chama, receoso – Não tem mais ninguém aqui. – põem seu rosto para fora, encarando-me perplexo.
- AQUELE FILHO DE UMA PUTA! – grito possuído, socando o rosto de O’Brien como punição – VAMOS ENCONTRAR ESSE DESGRAÇADO AGORA. MAS DESSA VEZ EU QUERO ELE VIVO, POIS VOU ACABAR COM A RAÇA DE O’BRIEN NA FRENTE DELE, TERMINANDO DE UMA VEZ ESSA PALHAÇADA!
Parrish salta da cama e corre pelo corredor em busca de Sugar, enquanto eu arrasto Thomas comigo até o primeiro andar, largando Troye morto sobre a cama.
Point of View of Newton Brodie- Sangster
Minutos atrás...
- Troye... – sussurro contra seu peito após os tiros cessarem – Troye, está me ouvindo?
Ergo minha cabeça para cima, de encontro ao seu rosto. Seguro meu grito ao constatar que o moreno está simplesmente morto, com os olhos estáticos, ainda me segurando.
Isso não pode ser real. Isso não é real...
Tento a todo custo segurar minhas lágrimas e qualquer som que queira escapar do meu peito, como um grito agudo de dor por tudo que está acontecendo. Isso não é justo, Troye me salvou, deu sua vida no lugar da minha, as coisas não deviam ser assim, sempre com todo mundo se arriscando por mim.
No fundo eu sei o motivo dele ter feito isso: Thomas.
Troye ainda amava Thomas e ao me proteger ele teria o moreno feliz, por isso luto contra todo o medo e pavor que me dominam e com dificuldade arrasto-me para longe dele sem fazer o menor dos barulhos, lutando pela minha vida.
Preciso encontrar um jeito de chegar ao andar inferior e avisar os outros, por isso volto rapidamente para o lado oposto da onde Janson está, escolho um quarto aleatório e forço minha passagem pela portinhola do duto, despencando na cama. O colchão macio cheio de almofadas apara minha queda com segurança, saio rapidamente da mesma e corro até a porta, espiando para ambos os lados do corredor.
Primeiro direita e depois esquerda, meus olhos não captam nada além do local vazio, com a porta onde Janson, Thomas e Parrish estão, aberta, a apenas quatro quartos de distância de mim. É tudo ou nada, e é justamente essa gana de liberdade que me move rapidamente para o andar inferior, onde fico chocado com a cena que assola meus olhos marejados.
O térreo virou um campo de guerra com clientes gritando e correndo para os lados, mesas e cadeiras voam junto com copos e garrafas de bebidas. Avisto Sonya apavorada no chão, por isso ela é a primeira pessoa que decido tirar dali, já que Moonlight está sendo protegida por Darden, Harriet lutando com Minho contra alguns capangas e Teresa revidando um soco na cara de Justin.
- Hey, Soso... – chamo pela loirinha chorosa em meio aos cacos de vidro – Venha engatinhando até aqui... – peço ao agachar próximo a primeira porta de saída.
- Eu não consigo... – ele murmura chorosa.
- Consegue sim, anda logo Sonya McNamara! – tento parecer firme com ela.
E parece que isso funciona. Sonya passa a engatinhar com rapidez até onde estou, desviando das pessoas correndo e lutando como animais. Assim que ela chega onde estou, passo a mão na sua cintura e giro nossos corpos até a saída, ganhando a primeira porta com facilidade. Trato de calçar minhas mãos agora no solo e subir, ficando de pé, pronto para chegar até a segunda porta, antes da rua.
Ao fazer isso e puxar Soso comigo, a loirinha freia meu corpo com brutalidade ao darmos de cara com Lydia Martin erguendo uma arma na nossa direção. Ela está descabelada e ainda mais maluca do que já é.
- Vocês acharam mesmo que iam escapar dessa assim tão fácil. – questiona com sua bocona rubra, carregada de maldade.
- Lydia, por favor, deixe a Sonya sair... – peço colocando sutilmente o corpo dela atrás do meu.
- Nem a pau! – a ruiva malvada chia alto, vibrando a arma na nossa direção.
- Quando foi que mudou de lado, hein? Você costumava a andar com a gente e ser legal... E não ser essa louca descontrolada, sob o comando da quadrilha. – sibilo emburrado.
- Eu vi a chance de sair dessa merda, por isso fiz o que tinha que fazer.
- Lydia, a chance está bem atrás de você, depois dessa porta. Você também pode sair se quiser. Vamos, venha com a gente.
Ofereço a ruiva, estendendo a minha mão. Ela perece pensar um pouco, até entregar a sua sentença final.
- Prontos para morrer? – ela pergunta, destravado a arma.
- Eu estou, mas você está? – Sonya sai de trás de mim, lançando meu corpo no chão no exato instante em que um tiro atinge o local.
Caio de cara no chão, espalmando minhas mãos. Ao erguer a face rapidamente, tenho a visão assustadora da ruiva despencando na nossa frente, com um tiro certeiro na testa. Atrás dela, liberando a saída está Scott fazendo um sinal para que sigamos com o planos.
- Vá você, tenho que tirar o Thomas de lá. – digo a loirinha, beijando sua testa.
- Não posso ir sem você... – murmura ela.
- Pode sim, meu amor e você vai.
Faço um sinal com a cabeça para Scott, ele avança sobre ela e retira a garota a força, levando-a aos berros para fora. Em seguida vejo Moonlight e Harriet alcançando a saída. Vejo dois corpos jogados no chão, que julgo serem dos seguranças da entrada.
- Para onde? – a morena grita, abraçada a loirinha com um ferimento no braço esquerdo.
- Até aquele furgão. – aponto para o carro estacionado do outro lado da rua.
Não sou capaz de ver se as meninas chegam em segurança até onde indiquei, mas acredito que sim, Scott fará a proteção delas lá fora. Viro bruscamente meu corpo e volto correndo até a sala principal do bordel, disposto a auxiliar os outros na fuga.
Assim que alcanço novamente o local, desejo com todas as minhas forças ter uma arma, seria muito mais fácil tentar me proteger assim do que parecer um alvo a cada olhar que recebo dos meus amigos e principalmente capangas.
- NEWT, AQUI! – Matt grita com seu corpo protegido atrás da estrutura do palco, trocando tiros com Argent, Justin e mais dois caras. – MINHO, COBERTURA! – pede ao asiático para que chegue até ele.
Minho passa a atirar para todos os lados, tentando manter minha segurança. Me arrasto até o moreno, finalmente ganhando uma arma para me proteger.
- Sabe atirar? – Daddario questiona destravando a pistola. Nego prontamente com a cabeça – Perfeito! – ele sorri, socando o revolver na minha mão – Agora você sabe!
Ele volta a atirar contra a quadrilha e faço o mesmo, disparando contra eles. Acerto um tiro na perna de um dos guardas, enquanto Matt quase descarrega sua arma no outro. Argent a essa altura já saiu correndo e se enfiou dentro da sala VIP para tentar se proteger ou contra-atacar.
- Ah, merda! – exclamo para Matt me escondendo no palco assim que Janson aparece segurando O’Brien, com uma arma apontada para a cabeça dele.
Point of View of Teresa Agnes
Observar Thomas em posse de Janson não foi nada legal, porque agora simplesmente ninguém mais sabe como agir quando se tem a vida dele em risco. Sei que no fundo ele diria para continuarmos a fuga, sem parar de atirar, fazendo de tudo pela vida do seu loirinho, mas não consigo mais revidar com ele sendo feito refém e esse efeito surte não somente em mim, mas em Minho e Caçarola também.
- O que fazemos agora? – Minho questiona pra mim, baixando sua arma.
- Eu não sei... – murmuro em busca do olhar de Matt.
Encontro eles diretamente sobre mim, como sabia que ele faria. O moreno sorri fraquinho e lança um olhar até onde Aris encontra-se, próximo a caixa de luz. Tenho certeza de que ele quer deixar o local escuro, para então corrermos até a saída, mas isso seria estúpido, estamos cada um em um canto, a chance disso dar certo é nula.
Nego com a cabeça.
Tudo parece demorar questão de horas, quando na realidade passarem-se apenas segundos. Janson arrasta O’Brien para o meio da sala, sorrindo como o diabo.
- Apareça, Sugar. Eu sei que está aqui! – sibila ele, deslizando seus olhos pelo local. Todos nós estamos escondidos atrás de mesas, sofás e cadeiras. Eu e os meninos estamos atrás do bar, com vista privilegiada da zona. – Eu sinto seu cheiro, ele me pertence, como você, basta sair da onde quer que esteja escondido, realizando uma toca comigo: Thomas O’Brien por você, mais uma vez, como tem de ser.
- Esse cara é maluco... – Caçarola chia me fitando confuso.
- Não faça isso, Newt, não dê a ele o que ele quer, lute! – escuto a voz de Thomas pedindo que Newt resista a chantagem.
Com isso um baque forte e bastante audível ecoa pelo lugar, posso ver o nariz de Thomas escorrendo sangue através do reflexo de um dos espelhos espatifados no chão próximo a mim. Janson socou bonito a fuça do moreno, punindo-o pela audácia.
- Isso só vai terminar bem se você se render, Sugar. Eu prometo para você que deixo seu amorzinho sair dessa numa boa, mas você fica. – BOSS insiste na sua loucura desvairada.
Percebo Matt orientando Newt atrás do palco, talvez bolando um plano, um daqueles que somente ele acha que vai dar certo. Nick está próximo a eles e vejo o garoto fazer um sinal positivo com a cabeça após Daddario realizar alguns gestos com as mãos. Encaro o local com atenção, estudando onde cada um dos meus amigos está, onde cada um dos capangas se encontra e como farei para chegar até a saída caso isso vire um caos daqui a 10 segundos, números de dedos que Matt ergue até nós, realizando uma contagem regressiva, que não faço a menor ideia do que signifique.
Nove.
Ele encolhe um dedo, carregando sua arma.
Oito. Sete, Seis.
Nick e os meninos fazem o mesmo, cada um na sua posição, preparando o ataque.
Cinco.
Janson, Thomas e Parrish no centro. Derek e Justin a esquerda. Aris e outros homens a direita, próximos a saída.
Quatro.
Vejo Newt ajustar o corpo, pronto para levantar.
Três.
Mais um dedo de Matt abaixa, fazendo minha barriga arder.
Dois.
O moreno me fita com um sorriso, lançando um beijo cheio de charme e segurança.
Um.
Newt aparece de trás dos compensados do palco, com as mãos erguidas, dando alguns passos até o centro do Maison. Janson sorri satisfeito, posso ouvir ele gemendo com a cena e talvez ganhando uma ereção com tamanha submissão, mas é O’Brien que me deixa mais perplexa ao concordar com a cabeça na direção de Matt, erguendo com tudo seu corpo para trás, enfiando uma cotovelada na cara de BOSS, iniciando assim uma guerra.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.