Point of View of Thomas O´Brien
- COMO ASSIM OS CARAS QUE SEQUESTARAM MEU IRMÃO? – Malia grita brava, colocas as mãos na cintura e nos fita com sua melhor cara de paisagem.
- Isso que você ouviu, Wendy. – digo trêmulo da cabeça aos pés.
- Cara, sério, isso não tem graça! – Mia parece incomodada com o assunto. Ou então não quer acreditar.
- Eu falei com ele, Mia! – gemo ao cair no chão, minhas pernas estão fracas demais. Atinjo o solo com um baque surdo, meus joelhos caem simultaneamente.
- Ele quem, criatura? Seja mais claro, por favor. – Adam está sem paciência, assim como os outros.
- Newt. Eu falei com o Newt.
Um silêncio mortal instala-se na casa dos meus pais, parece que estamos no velório de alguém dada a fisionomia de cada um quando digo a verdade. Newt era só o último nome que eles esperavam sair da minha boca, ainda mais no dia de hoje.
- Argh! – Malia geme – Isso é só mais um trote idiota! – dá de ombros.
- Todo ano recebemos trotes e mais trotes nesta data, Tom, parece que a cidade adora brincar conosco. – Mia diz tranquilamente.
- NÃO! – grito descompassado – ISSO NÃO FOI UM TROTE. EU FALEI COM ELE, EU TENHO CERTEZA DE QUE FALEI COM ELE. – insisto voando até Malia. – OLHE PRA MIM, WENDY! – peço descruzando os braços dela, exigindo sua atenção. – VOCÊ TEM QUE CONFIAR EM MIM. ERA O NEWT, ELE ESTÁ VIVO E ESTÁ EM APUROS.
- E o que o leva a crer nisso? – Kira questiona entrando no assunto.
Kira estudou conosco, ainda mora em Sitka e agora trabalha como auxiliar do xerife Stilinski na delegacia local, está para se formar na academia de polícia da cidade. Ela pode e vai ajudar!
- TOMMY! – grito alto puxando meus cabelos em um gesto de insanidade – ELE ME CHAMOU DE TOMMY! SOMENTE NEWT ME CHAMAVA DE TOMMY!
- Hm, é uma boa pista! – a garota de olhos puxados diz – Porém só isso não basta. O que mais temos, O´Brien? – indaga estalando a língua, com uma tremenda pinta de agente da CIA.
- Você precisa me ajudar, Kira! – imploro segurando os ombros da menina.
- Vou te ajudar, mas preciso saber mais e nem pense que vou envolver Stilinski nisso. Se for um trote, ele me degola. – alega.
- Estes nomes! – arranco a folha a mão de Gally e mostro apara a garota. – Precisamos descobrir quem são essas pessoas, pessoas que Newt deu o nome quando pedi uma pista.
- Ele ao menos disso onde estava? – Mia pergunta.
- Ele disse que não sabia. – devolvo desanimado.
- ÓTIMO! – Kira bate apenas uma palma no ar e joga seus cabelos negros para o lado, sorrindo maliciosamente, bem empolgada – Quem quer dar uma volta até a delegacia agora para investigarmos isso agora?
*****
- Não podemos fazer barulho! – a garota pede ao entrarmos escondidos na sala do xerife Stilinski e fazer a galera se sentir em um seriado de investigação criminal.
Mia foi obrigada a ficar do lado de fora, dando em cima do assistente de plantão, o que deixou Adam um pouco irritado. Um pouco muito irritado demais para ser exato.
- Ótimo! – Kira diz abrindo uma tela do computador – Preciso dos nomes, Tom.
Entrego a ela a folha com os nomes repassados por Newt. Kira digita todos em um programa especial de buscas da polícia.
- Você acha que conseguimos rastrear a ligação? – Malia questiona apreensiva enquanto devora suas unhas.
- Vou expedir uma ordem para isso. – Kira diz – Mas tudo por debaixo dos panos, pois como sabem, só Stilinski pode fazer isso, porém o carinha que pode nos ajudar para a sorte de vocês é gato, então vou vender minha alma para o diabo e transar com ele por isso! – diz tranquilamente, sem ao menos ficar roxa de vergonha.
Minutos se passaram sem que nada de interessante aparecesse na tela de busca. Adam a todo instante encara Mia do lado de fora, sendo impedido por Poulter a ir lá e estragar tudo.
- OH. MY. GOD! – Kira diz expandindo suas pupilas escuras quando o computador do xerife acusa um dado relevante na pesquisa.
- O que foi, amiga? – Malia gruda nas costas da japinha, encarando a tela aberta.
Kira passa a ler:
- A.D.Janson, quarenta e três anos, nascido em Bristol, Inglaterra, procurado internacionalmente como chefe da maior quadrilha de tráfico de humano para fins sexuais e comércio de órgãos, tecidos e drogas...
Seu queixo cai, assim como o meu e de todas as outras pessoas na sala. A garota continua:
- Christopher Argent é o segundo maior procurado na área, sendo sócio de Janson no comércio ilegal de humanos.
- Estamos lidando com uma quadrilha que sequestra pessoas para prostituição e outras coisas piores? – Malia pergunta segurando o choro. Ela cobre a boca com a mão direita e me fita desolada.
- Se for verdade que Newt tentou entrar em contato com vocês, sim amiga, estamos lidando com a maior quadrilha de tráfico de humanos. – a voz de Kira não parece muito animadora – Mas olha isso daqui, vejam... – ela aponta para a tela do computador.
- Darek Hale, visto pela última vez no dia dezenove de outubro de mil novecentos e noventa e um, tinha apenas dois anos quando desapareceu no leste da Carolina do Norte. – digo lendo a informação. – Então essa cara ai sumiu faz 25 anos?
- Precisamos avisar as autoridades! – Gally dá a dica.
- Acho pouco provável fazerem alguma coisa, Poulter. – Kira nos encara triste. – Esse tipo de quadrilha tem rabo preso com a polícia do local onde eles devem estar, é uma corrupção filha da mãe nesse tipo de negócio, pode acreditar em mim.
- E o que podemos fazer? – pergunto realmente sério, eu preciso encontrar meu melhor amigo.
- Primeiro vamos atrás da localização dessa ligação. – a assistente do xerife devolve.
- E depois? – Malia geme, com medo da resposta.
- E depois a gente fica apenas esperando, porque sinceramente acho que só o FBI terá interesse no caso e se tiver interesse no caso. Podem existir até agentes infiltrados na quadrilha, protegendo esse negócio sórdido e lucrativo de Janson e Argent. – Kira finaliza me decepcionando.
- Quer dizer que Newt e tantos outros vão continuar por ai sofrendo abuso e sabe-se lá mais o que? – questiono chocado.
- Hm... sim. – a garota entrega a pior resposta de todas.
- Eu não aceito isso! – devolvo firme, arquitetando um plano na minha cabeça e aí de quem se atrever a me atrapalhar.
Point of View of Teresa Agnes
- DEREK, SOLTA ELE, PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ VAI MATÁ-LO!
Grito ao capanga de BOSS após ele flagrar nossa tentativa de qualquer coisa para fugir desse inferno. Buttler sai nu do banheiro, grita algo desconexo e só então percebo que Parrish enfiou um tapa na minha cara, atingindo em cheio a minha orelha esquerda. O barulho me faz perder o rumo, mas mesmo assim ainda consigo ver Newt sendo massacrado pelos socos e chutes de Hale.
- PARA QUEM ESTAVA LIGANDO, GAROTO? – ele grita enforcando meu amigo com suas mãos enorme perto do corpo frágil do loirinho. – PRA QUEM, HM?
- Ninguém... – Newt murmura chorando, tentando desviar o rosto das porradas fortes do brutamonte.
- Vocês dois estão fodidos! – Parrish me arrasta pelos cabelos, pressionando meu corpo contra a parede.
- Ela não tem nada a ver com isso... - o loirinho diz na tentativa de inútil de me proteger.
- Cala essa boca, Sugar! – peço porque quero contornar a situação. – A ideia foi minha, Jordan, eu convenci Sugar a pegar o celular DE Buttler e pedir ajuda. – admito e ganho mais um tapa na cara, que faz todo meu corpo trepidar.
- Sr. Buttler, podemos conferir no aparelho para onde foi efetuada a ligação? – Derek finalmente solta Newt no chão sobre uma pequena poça de sangue.
- Claro! – o homem entrega o celular ao capanga e enrola seu corpo numa toalha.
Rezo para que Newt tenha conseguido ao menos apagar o último número discado. Hale confere as chamadas, enquanto Parrish ainda me prensa na parede e o pequeno Newtie geme no chão, cuspindo muito sangue.
- Está limpo. – ele diz avançando na direção de Newt – Pra quem você ligou, Sugar? – pressiona, arrastando ele com brutalidade até o banheiro.
Posso ouvir os gritos de Newt. Eu sei o que vai acontecer, por isso fecho os olhos e canto mentalmente uma música qualquer para que os sons de desespero do meu amigo não invadam meus ouvidos, mas é humanamente impossível não escutá-lo gritando e implorando pela sua vida a cada movimento onde Derek soca sua cabeça dentro do vaso sanitário e tenta afogá-lo nessa tortura.
- Parrish, por favor, Derek vai matá-lo... – encaro o homem a minha frente, sendo ele minha única esperança.
- PRA QUEM VOCÊ LIGOU?
- Para a polícia...
Newt e Derek mantém a discussão no banheiro, ne que eu fosse maluca encararia a cena deles lá. Não posso suportar tal crueldade com meu pequeno amigo.
- Parrish... – chamo mais uma vez o babaca – BOSS vai ficar muito puto se algo acontecer com Sugar, você sabe disso, não deixe que o Hale mate ele como fez com o Theo, por favor. – imploro choramingando para o capanga.
- Você tem razão, gostosinha!
Jordan larga meu corpo e corre até o banheiro da suíte, disposto a acabar com a brincadeira. Por sorte ele consegue acalmar Hale e traz Newt de volta. O garoto está acabado, com o rosto cheio de marcas e encharcado pela água da privada. Está roxo pela falta de ar e arfa fundo, espalmando suas mãos pelo chão, tossindo sem parar.
- Desculpe pelo ocorrido, Sr. Buttler, pedirei para Lydia acertar com o Senhor uma parte da devolução do dinheiro pelo inconveniente. – Jordan tenta acalmar os ânimos do homem, afinal, estragamos a fodinha dele.
- Não preciso do dinheiro de volta, mas avise o BOSS que dá próxima vez vou devolvê-los faltando um pedaço se isso acontecer novamente. – o babaca afirma, fazendo um sinal para que todos zarpem do seu quarto o mais rápido possível.
Sou incapaz de olhar para Newt enquanto temos que seguir pelo corredor até a saída do hotel. Ele está calado e igualmente a mim, não me dirige nem um olharzinho sequer. Sabemos que em breve estaremos com a corda no pescoço quando chegarmos no bordel. Na van, seguro seu mindinho discretamente, tentando acalmá-lo, quero que ele acredite que vai ficar tudo bem.
Ao descermos do carro e sermos arremessados para dentro do local, nossos capuzes são retirados e então percebo o olhar de todos até nós. Harriet, Minho, Chuck, Winston, todos eles já sabem o que aconteceu. Estão enfileirados um ao lado do outro, prontos para ver o espetáculo acontecer. BOSS sai da sua sala como um touro ensandecido, Argent e Justin estão logo atrás.
Nenhuma palavra é dita, apenas outro tapa acerta minha cara, dessa vez um presente do chefe, que faz meu corpo despencar no chão de vidro e luzes coloridas.
- Coloquem essa vadia de castigo no quarto. – ordena e Justin sorri ao pai quando me toma pelos braços.
Ou seja, ficarei de dois a três dias trancada na masmorra que ele chama de quarto, sem água e nem comida, mas já estou acostumada, isso será fichinha perto do que tenho que aguentar aqui e vamos combinar que ficar uns dias trancada lá me poupa de ter que transar com os idiotas que ele arranja para nós.
- Quanto a você, meu pequeno Sugar... – Janson volve afagando o rosto machucado de Newt. – Tenho algo bem especial pra garotos levados como você. – sibila piscando para os meninos e meninas temerosos com suas palavras e principalmente com o bem estar do nosso amigo. – Leve ele até meu quarto, Derek. – ordena, até que somos arrastados cada um para um canto diferente.
Agora Newt se fodeu legal... E... da pior maneira possível...
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